Reação de um consumidor ao saber que ganhou um modem “de graça” da Claro








Conheça os maiores venenos para a sua felicidade … e livre-se deles!




Kara Espanha

Tendemos todos, em um ponto ou outro, a envenenar a nossa própria felicidade, seja através de preocupação, medo, ou da tomada de decisões erradas. A nossa vida, de uma hora para outra, pode ser virada de ponta cabeça, mas o verdadeiro culpado de como nos sentimos não é a adversidade e sim o modo como percebemos e respondemos aos problemas.

Observe alguns comportamentos que promovem a infelicidade:

1. Excesso de ciúme

Há pessoas que exalam ciúme a ponto de sua eterna desconfiança arruinar seus relacionamentos. O ciúme geralmente é proveniente de sentimentos de inadequação pessoal. Uma pessoa equilibrada é aquela que não alimenta sentimentos como o ciúme em seus relacionamentos pois consegue diferenciar suas próprias inseguranças e fantasmas da realidade do relacionamento.

2. Perder-se em superficialidades

Costuma-se dizer que as pessoas mais felizes são aquelas que fazem mais para os outros do que para si mesmas. Prender-se à riqueza, carros, roupas de marca, etc., é um dos grandes venenos da felicidade pois o excesso de aparências não costuma caminhar ao lado de pessoas que vivem bem consigo mesmas.

3. Semear o rancor durante a vida

Certa vez conheci um homem que guardava rancor contra seu pai por ele ter deixado a família. Seu rancor era como um câncer que destruiu qualquer esperança que ele pudesse ter de desfrutar sua vida ao máximo. Os filósofos estoicos acreditavam que algumas coisas devem ser deixadas para trás simplesmente porque mudá-las está fora de nosso controle. A felicidade vem a medida que avançamos em nossas vida deixando no passado os ressentimentos e outro rancores.


4. Viver em função de arrependimentos

Em alguns momentos a sua vida certamente será invadida por arrependimentos. Eu os chamo de erros. Os erros estão presentes apenas para ensinar que um determinado caminho acabou e que é hora de tentar outro. Não há nenhuma utilidade em olhar para trás e remoer arrependimentos: você não pode mudar o passado. Basta seguir em frente e tentar outro caminho.

5. Ser muito dependente

Se você é uma pessoa muito dependente a tendência é que espere que outra pessoa seja a responsável por sua própria felicidade. A felicidade nunca virá a você a partir de outra pessoa além de você mesmo.

6. Cultivar o hábito de corrigir outras pessoas

Se você sente uma necessidade compulsiva de “corrigir” os outros, então você nunca vai estar focado em seu próprio bem-estar e felicidade. Quando o foco se desloca para longe do eu, a pessoa sempre vai encontrar algo que precisa ser corrigido em outras pessoas. Quem controla a si mesmo já está prestando um grande serviço à humanidade.


7. Deixar que o medo impeça novas realizações

Ralph Waldo Emerson disse: “O medo derrota mais pessoas do que qualquer outra coisa no mundo.” Esteja atento!

8. Viver em um estado egoísta

Se você é uma pessoa egoísta, isso significa que você sempre quer as coisas à sua maneira e que as necessidades e opiniões de outras pessoas costumam ser descartadas no processo. A maioria das pessoas não quer um relacionamento com uma pessoa egoísta e, se isso descreve você, dê uma boa olhada em si mesmo e examine as áreas de sua vida onde seu egoísmo prevalece e faça as mudanças necessárias. Os melhores relacionamentos são construídos a partir de relações onde os dois lados ganham.

9. Cultivar expectativas exageradas com relação aos outros

Sua necessidade para que todos possam atender às suas normas na vida é uma expectativa razoável de que a maioria das pessoas nunca vai ser capaz de atingir; portanto, você vai ser sempre mais decepcionado com as pessoas e, portanto, infeliz na vida. Todas as pessoas têm o seu próprio tipo de personalidade que irá impedi-los de nunca ser capaz de viver de acordo com o que você espera deles. Eles não podem fazer isso. Quando você deixar de ir a expectativa de outros para realizar a seus padrões, você será muito mais feliz. Uma pessoa livre é uma pessoa feliz.


10. Manter atitudes hipócritas

Se você está sempre certo e os outros é que estão errados, preste atenção, você corre um sério risco de ser um hipócrita. Eu costumava ir à igreja e lá sempre sentia este tipo de atitude entre as pessoas. É impossível ser perfeito o tempo todo, não cobre isso dos outros, não venda essa imagem.

11. Viver o presente com a cabeça no passado

Se você vive em seu passado isso significa que você está insatisfeito com o presente. A felicidade é um estado de espírito atual e se sua vida não te faz feliz, então talvez seja a hora de examinar a sua situação e promover algumas mudanças para melhor. Talvez você precise de um novo objetivo na carreira? Talvez seja a hora de terminar um projeto que você vem adiando? Seja qual for o caso, avançar com a vida ajudará você a se sentir vivendo no “agora”.

12. Manter comportamentos desonestos

As pessoas que mantém comportamentos desonesto são vistas como “alguém em quem não se pode confiar”; portanto, elas são vistas como amigos e parceiros infiéis e são mantidas sempre a uma distância “segura”.


13. Abuso de substâncias para alterar estados de felicidade

Mesmo para aqueles que usam o chocolate e cafeína como meio de fuga, devo admitir que a euforia é de curta duração. 

14. Relacionar-se com a vida de maneira pessimista

Suas palavras e pensamentos têm o poder de influenciar tanto em suas ações quanto na maneira como os outros reagem a você. Assim, a infelicidade pode perseguir pessoas pessimistas como um vírus. O medicamento para o pessimismo é tornar-se consciente de sua negatividade e trabalhar para mudar seus pensamentos e palavras para melhor. Leia, faça exercícios, tenha um hobby. Faça o que for preciso para se sentir melhor sobre si mesmo.


15. Manter comportamentos preconceituosos

Uma pessoa preconceituosa é muitas vezes uma pessoa infeliz que “vomita” sua infelicidade em um grupo que julga diferente e inferior ao seu. Pessoas preconceituosos procuram situações onde poderão libertar a sua fúria. Elas acham que agredir aos outros as fará se sentir melhor, mas isso não acontece. Assim também agem os “brigões”.

16. Não confiar em si mesmo

Se você duvida de si mesmo, constantemente, saiba que uma estima baixa alimenta pensamentos negativos e levam a sentimentos de profunda infelicidade. É um ciclo vicioso que precisa ser tratado.

17. Estar mentalmente doente e não se tratar

Se você sofre de ansiedade ou depressão não é difícil imaginar como é estar infeliz. O que causa estes transtornos mentais? Muitas vezes o próprio ritmo e demandas sociais podem levar a um desequilíbrio que precisará de cuidados. Outras vezes a própria genética é responsável por maiores tendências ao adoecimento ao longo do tempo.Tire um tempo para conversar com alguém em quem você confia e que poderá ajudá-lo a raciocinar sobre os melhores caminhos a tomar. Em caso de dúvida procure ajuda profissional.


18. Manter-se afastado da natureza e dos animais

Animais de estimação, por exemplo, são ótimos no que se refere a aumentar a felicidade. Se você é alguém que não gosta ou não quer um animal de estimação não tem problema, conecte-se mais com a natureza, frequente mais lugares abertos. Um não excluí o outro, mas nenhum contato com a natureza é algo que pode deixar uma pessoa muito triste.

19. Falta de esperança

A esperança é um sentimento que motiva, que dá sentido e continuidade à vida. Ela é alimentada por sonhos, projetos e até mesmo pela fé. Nunca se permita perdê-la.

20. Manter uma vida sob constante estresse

Se você é do tipo de pessoa que se mantém estressada ao longo de todo dia, 7 dias por semana, talvez seja a hora de fazer mudanças drásticas. Faça um inventário de sua vida e se livre do desnecessário. Viver uma vida de simplicidade é a melhor receita para diminuir o estresse.

Talvez você tenha encontrado nos itens acima algumas palavras que tenham algum sentido em sua vida. Se foi o caso, que tal tirar uns minutos e refletir sobre tudo isso?


Traduzido e adaptado por Josie Conti




Postado no blog Conti Outra em 18/12/2014







O golpe de Veja na eleição de 2014





Emiliano José, na revista Teoria e Debate:



“Nos últimos anos, a maioria dos brasileiros, sem desertar de suas convicções democráticas, mas, mesmo em razão delas, já construiu amplamente um diagnóstico crítico do modo de funcionamento do atual sistema político no Brasil e anseia por reformas políticas.Há muitas evidências de que já se está firmando em um número cada vez maior de brasileiros a consciência de que também o sistema de comunicações de massas, privatizado, altamente concentrado e oligopolizado, não serve à democracia do país e precisa ser regulado a partir de princípios republicanos e pluralistas.” 


Em Defesa de uma Opinião Pública Democrática – Conceitos, Entraves e Desafios. Venício A. de Lima, Juarez Guimarães e Ana Paola Amorim (orgs.). 
São Paulo: Paulus, 2014. p. 9.) 


Golpes midiáticos na América Latina não constituem novidade, especialmente depois que golpes militares entraram em desuso. 

O mais espetacular deles ocorreu na Venezuela em 11 de abril de 2002, encabeçado pela RCTV. Durou poucas horas, devido à impressionante revolta popular contra a deposição do presidente Hugo Chávez

Este, desde sua chegada ao poder, em 1998, enfrentou sempre a ferocidade dos principais meios de comunicação do país, entre os quais as outras emissoras privadas de televisão – Venevisión, Globovisión, Televen e CMT – e nove dos dez maiores jornais impressos do país, como El Universal, El Nacional, Tal Cual, El Impulso, El Nuevo País e El Mundo. 

Os monopólios privados venezuelanos contrários ao presidente Chávez detinham 95% da audiência.

Esses monopólios midiáticos substituíam, na prática, os partidos políticos de oposição tradicionais, cuja força era pequena, e qualquer semelhança com o Brasil não será mera coincidência.

Foi com base nesse poderio, e na liberdade de imprensa existente, que a RCTV sentiu-se à vontade para dar o golpe.

Só não mediu a monumental reação popular, que frustrou a tentativa. Dia 13 de abril, Chávez estava de volta ao poder. 

A partir desse retorno no dia 13, cunhou-se uma expressão agora usual na Venezuela: “Cada 11 tem seu 13”. 

Os monopólios analisaram mal a correlação de forças, não mediram a popularidade, o carisma de Chávez, o enraizamento que seu programa político tinha entre as camadas exploradas da sociedade venezuelana. Golpes midiáticos, assim, não são inéditos na América Latina. 

O “odiojornalismo” de Veja

Veja sempre foi adversária do projeto político vitorioso em 2002 no Brasil. Nunca escondeu isso.

E seu jornalismo, vá lá, sempre se viu contaminado por essa visão. Sempre combateu ferozmente o PT, Lula, agora Dilma. 

Em todas as quatro eleições vencidas pelo PT e pelos partidos que apoiam o projeto político em curso, não poupou esforços para derrotar primeiro Lula, depois Dilma. 

O fato é que Veja tem um programa político, defende o projeto neoliberal, encampa as posições mais conservadoras do país. Faz um jornalismo obscenamente partidário, nunca teve o mínimo da isenção pensada pelo jornalismo liberal, distorce os fatos, inventa-os, se considerar necessário.

Na eleição de 2014, no entanto, se superou. Tentou, sem meios-termos, um golpe midiático, que fracassou.

Não se desconheça, no entanto: a iniciativa de Veja retirou alguns milhões de votos da presidenta Dilma. Se vitoriosa, teria fraudado uma eleição.

O que fez está a anos-luz do jornalismo, ao menos de um jornalismo que se paute na boa apuração, na credibilidade e diversidade das fontes, no respeito aos fatos. 

Não estamos nos referindo ao conjunto da cobertura de Veja durante as eleições de 2014, toda ela voltada ao combate sistemático e feroz à presidenta Dilma e a sua reeleição.

Feroz, tão feroz, a ponto de levar a professora Ivana Bentes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a classificar o jornalismo de Veja como “odiojornalismo”, próprio também da “tropa de choque” conservadora da imprensa brasileira, da qual fazem parte, entre outros, Arnaldo Jabor, Diogo Mainardi, Merval Pereira, Dora Kramer, Reinaldo Azevedo e Demétrio Magnoli.

É uma coisa só, expressão exacerbada da demonização da política, prática cotidiana, persistente, recorrente de toda a mídia hegemônica. Vale a pena citar Ivana Bentes:


“Essa demonização da política tornada cultura do ódio se expressa por clichês e por uma retórica de anunciação de uma catástrofe iminente a cada semana nas colunas dos jornais e que retroalimentam, com medo, insegurança, ressentimento, uma subjetividade francamente conservadora de leitores e telespectadores”.



Tais opiniões foram expostas pela professora em entrevista à revista IHU On-Line, postada em 5 de novembro. Para Ivana Bentes, “essa pedagogia para os microfascismos e a educação para a intolerância podem ser resumidos na retórica que desqualifica e aniquila o outro como sujeito de pensamento e sujeito político, o que fica explícito na fala de alguns colunistas”.

Um exemplo muito claro, inclusive no seu cinismo”, detalha a professora, “é este trecho de uma coluna do Arnaldo Jabor de 28/10/2014, pós-eleições. Com uma argumentação pueril e assujeitante que coloca eleitores, nordestinos e nortistas, pobres como ‘absolutamente ignorantes sobre os reais problemas brasileiros’ em um cenário pós-eleições em que ‘nosso futuro será pautado pelos burros espertos, manipulando os pobres ignorantes. Nosso futuro está sendo determinado pelos burros da elite intelectual numa fervorosa aliança com os analfabetos’.” Paremos aqui nossa breve e necessária digressão.

Cabeça de ponte do golpe 
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Para além, no entanto, da cobertura semanal de Veja absolutamente coerente no combate ao projeto político em curso desde 2003, quero aqui concentrar esforços na análise da cabeça de ponte do golpe midiático tentado pelo Grupo Abril contra a reeleição de Dilma Rousseff, a edição 2397 da revista Veja, datada de 29 de outubro de 2014, cuja capa e trecho inicial da reportagem “Eles sabiam de tudo” – eles são Dilma e Lula – foram postados no site da revista no dia 23 de outubro, quinta-feira, às 20h19. Às 21 horas, a coluna de Ricardo Setti, Política & Cia, do site de Veja, também reproduz capa e texto que abre a reportagem, mesmo procedimento adotado pelo blog de Reinaldo Azevedo, às 21h10, e pelo programa Aqui entre Nós, da TVeja, às 22h19. 



Não há equívoco em afirmar que o golpe iniciou-se na noite de quinta-feira, presumivelmente com a ideia de que, antecipando o lançamento da revista já na quinta, ao menos on-line, haveria tempo para reverter a vantagem de Dilma Rousseff, localizada pelas pesquisas daqueles últimos dias, e quem sabe possibilitar a vitória de Aécio Neves. 



Veja iria disparar a bala de prata da direita brasileira, e seria secundada pelo restante da mídia hegemônica, que ninguém se iluda quanto a isso nem queira tergiversar.

Esse mapeamento de postagens foi feito de modo meticuloso pela campanha da presidenta Dilma, logo que foram percebidos os primeiros movimentos da tentativa golpista. 

O levantamento foi denominado “Operação Abril”, e permitiu um monitoramento passo a passo. Esse passo a passo, devidamente sistematizado, serviu para os advogados da campanha pedirem providências à Procuradoria-Geral da República, de modo a que esta, considerando a propriedade das informações, pudesse produzir provas para a instauração de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije). Isso ainda está em curso.

Na mesma quinta, às 21h49, a coligação da candidatura Dilma entra com ação no TSE contra a divulgação da capa de Veja no Facebook. O Ministério Público dá parecer favorável, mas o ministro-relator, Admar Gonzaga, não concede a liminar, e o processo é arquivado.

Imediatamente é apresentada uma segunda ação “inibitória de publicidade”. O Ministério Público de novo se manifesta favoravelmente e o ministro-relator, então, concede a liminar, como concedeu liminarmente direito de resposta à coligação liderada por Dilma. Veja, por decisão do TSE, teria de suspender qualquer tipo de publicidade em torno da capa em outdoors, cartazes, banners e na internet, certamente uma das armas do golpe midiático.

A revista não cumpriu a decisão e, além disso, a campanha de Aécio, nos momentos seguintes, distribuiu milhares de reproduções da capa em manifestações, nas ruas, distribuição que o TSE não vetou. 

Os efeitos que o Grupo Abril pretendia estavam se fazendo sentir. O tanque midiático se colocou nas ruas, com toda a força que podia.

O intenso esforço jurídico da campanha de Dilma resultou em algum constrangimento para a revista, mas obviamente teve poucos efeitos práticos, seja pelo desrespeito de Veja, seja porque a eleição se daria dali a poucas horas. 

Luis Nassif mostra como os sucessivos pedidos de direito de resposta da coligação liderada pela presidenta foi “arquivado pelas Cortes” (“Como o direito de resposta de Dilma na Veja foi esvaziado”, Luis Nassif Online). Um golpe deflagrado pela internet na quinta-feira, a revista posta nas ruas na sexta, a eleição marcada para domingo. A ofensiva era poderosa demais, e a guerrilha jurídica podia pouco naquelas circunstâncias, embora necessária.

Há quem afirme ter havido alguma relutância de parte da mídia hegemônica em entrar imediatamente na “Operação Abril”, por sua natureza fantasiosa, sem a devida comprovação, sem base em fatos. Faltava-lhe um pretexto sólido que fizesse com que toda ela embarcasse na canoa golpista, com gosto, na primeira hora. E o pretexto apareceu. Divulgada como articulação de jovens da União da Juventude Socialista (UJS), vinculada ao PCdoB, a manifestação defronte da sede da Editora Abril, em São Paulo, na sexta, forneceu o argumento para que toda a mídia hegemônica fizesse coro com Veja. Se é que de fato ela necessitava disso.

Entre os que conhecem bem as famílias dominantes da mídia, há os que asseguram que elas não ficariam de fora dessa ofensiva de modo nenhum – se relutaram na sexta, embarcariam no sábado de todo jeito, com ou sem pretexto. 

A relutância não decorreria, portanto, da busca de pretexto algum. As famílias teriam resolvido esperar o sábado apenas porque isso não daria tempo à campanha da presidenta para qualquer medida jurídica.

Ao entrar o faziam como jogo da casadinha – fazer de conta que estavam simplesmente “repercutindo”. O argumento foi o ataque a um órgão de imprensa, que não podia deixar de ser noticiado, e, de complemento, vinha o mais importante, que era a repercussão da capa-matéria de Veja – “Eles sabiam de tudo”. 

Se houve acordo entre as famílias da mídia hegemônica, foi cumprido. Se não houve, a inegável convergência política garantiu a unidade, para além de quaisquer acordos prévios.

A Folha de S.Paulo, no sábado 25, estampa o título “Doleiro acusa Lula e Dilma, que fala em terror eleitoral”. Na linha de apoio, escreve “Ambos sabiam de desvios na Petrobras, diz delator; para Aécio, caso é ‘extremamente grave’”. 

Ou seja, assume o que Veja noticiara. Laconicamente, diz que “a afirmação foi publicada pela revista Veja e confirmada pela Folha”. Não oferece maiores explicações sobre como confirmou, com quem, nada. E cumpriu bem seu papel de se colocar sob a direção de Veja.

O jornalista Rodrigo Vianna (“O golpismo midiático segue em marcha: Veja e o JN”, postado em 25 de outubro) afirma que a Folha de S.Paulo, com tal matéria de endosso à Veja, deu base para que a Rede Globo entrasse de peito aberto no assunto: “virou fato jornalístico”.

No mesmo sábado, às 13 horas, a emissora abre o Jornal Hoje com o episódio da manifestação contra a Veja do dia anterior. Depois, segue a matéria na linha sempre do “segundo a Veja” para também acusar Lula e Dilma de saberem de tudo o que ocorria na Petrobras. 

À noite, o Jornal Nacional praticamente repete a matéria. A casadinha cumpria sua trajetória rotineira. Na opinião do jornalista, a Rede Globo não entrou pra valer na sexta por uma razão simples: havia o debate à noite nos estúdios da emissora, e Dilma poderia denunciá-la no ar, acusá-la de golpista, como fez com Veja

Melhor esperar que alguém a ajudasse, e a Folha apressou-se em fazê-lo. Vianna, que trabalhou na Globo, diz ter recebido a informação segura de um jornalista amigo, com mais de trinta anos de experiência: o roteiro está pronto, jogo combinado, da Veja para a Globo, com endosso da Folha. Tudo acertado, tudo feito de acordo com o script traçado. Veja nunca ficou solitária no esforço golpista. Casadinha combinada, casadinha cumprida.


Os 10 melhores momentos da direita brasileira em 2014






Remessas de dinheiro para a União Soviética, falta de liberdade de expressão, “Raio privatizador” e, claro, Lobão

Por Redação


Foi uma tarefa difícil. Não pela escassez de material, mas por ter que eleger apenas dez momentos em que um setor indignado da população demonstrou todo seu conhecimento histórico (como reclamar do Brasil enviando dinheiro para a União Soviética em pleno século 21) ou toda sua coerência (como gritar a plenos pulmões, no Largo da Batata, em São Paulo, que não tinha liberdade de expressão). Confira abaixo nossa seleção:

1. Remessas de dinheiro do Brasil para a União Soviética


Para um eleitor de Aécio Neves, o PT deveria parar de enviar dinheiro para a União Soviética,”Países unidos da Cuba” e toda a turma do “Xê” Guevara.





2. Grifes de direita


Eles podem não ter muito conhecimento sobre ditadura militar, nem ter estudado história (leia aqui), mas definitivamente sabem se vestir direito. Entre os adeptos da grife “Vista Direita”, estão dois Bolsonaros, um Ultraje a Rigor, um colunista da revista Veja e moças não-identificadas.


O modelo do estilista Sérgio Ka – aquele que criticou o Bolsa Família – também entrou para a lista.




3. Lobão diz que vai embora do Brasil se Dilma vencer eleições. Até uma festa foi marcada para celebrar o fato.



4. Depois da vitória, Lobão diz que fica





5. Lobão diz que está pagando de otário


Ao perceber que o tucano não compareceu à manifestação que ele mesmo convocou, Lobão se mostra decepcionado. “Cadê o Aécio, o Caiado?”, questionou. E reconheceu: “Estou pagando de otário”.




Pobre na Universidade? O humor inteligente de Paulo Henrique Amorim !







Postado no blog Conversa Afiada em 18/12/2014


Quando o metrô chega, os cabelos da modelo no anúncio se mexem




Com o uso de um efeito especial, a Apotek – rede de farmácias da Suécia – conseguiu fazer sua publicidade sair do lugar-comum. 

Nas plataformas do metrô de Estocolmo, instalou telas digitais equipadas com sensores ultrassônicos, que monitoram a chegada do trem.

 Quando o veículo se aproxima, os cabelos da modelo do anúncio balançam, como que impulsionados pelo vento. 

“Faça seu cabelo ganhar vida”, diz o slogan da campanha.




Postado no site Blue Bus em 15/12/2014


Bem-aventurados os mansos, pois eles herdarão a Terra





Morel Felipe Wilkon

Você é do tipo que não leva desaforo pra casa? Você reage impetuosamente quando se sente desrespeitado ou ofendido? Certamente você conhece a lei mosaica, que diz “olho por olho, dente por dente”. Muitas pessoas seguem à risca esse princípio. Devolvem tudo na mesma moeda.

Esse é o comportamento ditado pelo orgulho. O grande mal da humanidade, o defeito por excelência, que nos mantém presos à Terra, purgando reencarnação após reencarnação os males provocados por sua prática. A prática do orgulho é que nos faz agir impetuosamente quando nos sentimos atingidos em nosso ego.

Por nosso grau evolutivo, pelos costumes arraigados em nossa sociedade, a mansidão de comportamento é confundida com ingenuidade. No entanto, a mansidão é uma das bem-aventuranças citadas por Jesus no Sermão da Montanha. É que o mau observador pensa que o manso é fraco, sem atitude.

Você já viu um cavalo xucro, que não foi domado? É a imagem viva da bravura, da intrepidez. É uma força desgovernada. Depois de domado, o cavalo fica manso. Perde ele suas qualidades de força, vigor, bravura, agilidade, coragem? Não! Só que então essas qualidades podem ser direcionadas. Sua força está sob o controle do cavaleiro. Isso é a qualidade de ser manso. Aliás, a palavra mansidão vem do latim e quer dizer exatamente isso: estar acostumado à mão; se referindo aos animais domesticados pela mão do homem.

Isso é ser manso. Ter o domínio da sua própria força. Ter o controle das suas emoções. Quem é manso tem suas reações plenamente controladas diante das pessoas. Quem é manso tem a capacidade de escolher a reação mais adequada para cada circunstância. Você conhece qualidade mais forte? Conhece prova mais evidente de grandeza interior, de autodomínio? Você acha que pode confundir mansidão com fraqueza ou ingenuidade?

Como qualquer outro traço de caráter, só vamos interiorizar a mansidão depois de muito praticá-la. E podemos fazer isso no dia-a-dia. Cada vez que você perde a paciência com uma injustiça, real ou imaginária, você está agindo por impulso. É o seu orgulho animal que está no comando. Ser manso não é sofrer injustiças calado. É ter frieza de ânimo para buscar a melhor solução. Se você calcular o custo/benefício de todas as vezes em que você se vê confrontado com situações antagônicas, vai chegar à conclusão de que quase sempre vale mais a pena ficar calado.

É o mau atendimento no restaurante, é alguém furando a fila no banco, é o preço errado no produto do supermercado, é o motorista que fecha a sua frente, é o colega preguiçoso, é o vizinho barulhento, é o filho, marido, mãe, cunhada, que interpreta mal alguma coisa que você fez ou disse. Tudo isso são coisas que fazem com que você se sinta injustiçado e queira colocar as coisas no seu lugar. Você quer ter os seus direitos respeitados.

Você pode discordar disso tudo sem se exasperar, sem cometer mais injustiças, sem tomar atitudes precipitadas que o levem a se arrepender depois. Se amanse! Aprenda a dominar sua força, aprenda a controlar suas emoções! 


Espere três ou quatro segundos antes de reagir a uma situação que o desagrada, antes de responder a alguma coisa que não soou bem aos seus ouvidos. Não se precipite! 

Você vai passar por bobo algumas vezes, vão pensar que você é ingênuo, ou fraco de caráter, ou que raciocina devagar. Mas você cometerá menos injustiças, magoará menos pessoas, comprará menos brigas, arranjará menos confusões. 

E o principal: Você vai se acostumando, pouco a pouco, a ter atitudes mais equilibradas, a discordar agradavelmente, a ter disposição para aprender. 

Jesus era manso. No entanto, era enérgico, forte, falava o que era preciso falar e fazia o que devia ser feito. Nunca foi bobo de ninguém. Mas não perdia a paciência, não perdia o domínio de si mesmo, não ficava histérico. Você é espírito imortal, como Jesus. 

A reforma íntima consiste em interiorizarmos essas qualidades tão evidentes na figura de Jesus. Só existe um modo de conseguir isso: através da tentativa. Sem tentar, você não consegue nada. 

“Bem-aventurados os mansos, pois eles herdarão a Terra…”


Postado no site Espírito Imortal


Os caminhos da simplicidade




Existe tal coisa como uma vida simples? O que é a simplicidade? E como consegui-la?

Na realidade, os caminhos para a simplicidade são muitos e diferentes, dependendo do estilo de vida que pretende adotar, das coisas que quer fazer e que definitivamente não quer fazer.

Nenhuma das abordagens é certa ou errada e, muitas vezes, é preferível experimentá-las todas para ter a certeza que está realmente no caminho certo.

O que é uma vida simples?

Não existe uma definição única e exclusiva da simplicidade – significa coisas diferentes para pessoas diferentes e nenhuma delas pode ser descartada. 

Há quem viva uma vida simples numa cabana de madeira no Alasca, sem eletricidade ou água, sem televisão ou internet, recolhendo a madeira do exterior para queimar, ou seja, para cozinhar e aquecer; a água do rio próximo é mais do que suficiente para beber e tomar banho. O contato com o “resto do mundo” é feito na biblioteca local, aonde chegam depois de uma caminhada ou de bicicleta, e onde há jornais e acesso à Internet. Mais simples é impossível certo?

Por outro lado, há quem viva em casas luxuosas, com mobília cara, mas em ambientes de puro minimalismo. Também se trata de simplicidade. 

Há ainda quem viva de forma muito frugal – raramente compram coisas novas, utilizando o que têm o máximo tempo possível, reutilizam sacos plásticos e garrafas, cultivam os seus próprios legumes, compram coisas em segunda mão. A frugalidade também é uma forma de simplicidade. Aliás, todos estes cenários são simples, embora não o sejam para todos.

No fundo, apenas nós podemos dizer o que é, na nossa perspectiva, uma vida simples: ter tempo para fazer as coisas que mais gostamos ou estar com as pessoas que mais amamos; poupar para poder trabalhar menos ou então para poder fazer uma grande aquisição; deixar um trabalho monótono e correr atrás dos nossos sonhos. 

As possibilidades são infinitas e muito pessoais. O mais importante é criar espaço para aquilo que pensa ser essencial à sua existência e livrar-se de tudo aquilo que não é essencial.

Para encontrar o seu caminho da simplicidade, reflita sobre como gostaria que a sua vida fosse mais simples.

Os muitos caminhos da simplicidade

Uma vez que na busca de uma vida mais simples cada pessoa procura um destino diferente, como sabem encontrar o caminho até essa simplicidade? 

Não existe uma única resposta para essa questão. Cada um de nós terá de descobrir o seu próprio caminho, embora possamos aprender muito com os outros e com a nossa própria caminhada. 

O ideal é saber, em primeiro lugar, para onde quer ir e depois determinar como vai lá chegar. Segue-se o primeiro passo, depois o segundo, terceiro... um de cada vez. 

Pode acontecer seguir um caminho diferente daquele que idealizou inicialmente ou pode até acabar num destino completamente diferente. Para ajudá-lo nessa caminhada, reunimos algumas ideias – são todas diferentes e algumas até contraditórias, por isso, não devem ser encaradas como um todo... até porque cada uma representa um caminho diferente. São uma inspiração para o seu ponto de partida, viagem e chegada.

Devagar se vai longe. Não precisa de correr para conseguir uma vida mais simples. Inspire, expire e dê um passo de cada vez. Desfrute de todo o processo.

Mude, drasticamente. Por vezes, pode ser extremamente revitalizante dar uma enorme reviravolta à sua vida. Virar uma página, começar de novo. Ora, isso pode significar mudar-se para uma casa nova e levar apenas as coisas que para si têm mais valor. 

Pode também implicar mudar de emprego, para fazer um trabalho que realmente gosta. Pode simplesmente incluir uma limpeza a fundo da sua casa, com a remoção de tudo aquilo que está a mais. Pode ainda significar uma redução drástica de todos os seus compromissos, deixando apenas aqueles que mais o entusiasmam.

Lembre-se daquilo que é importante. Porque que motivo quer simplificar a sua vida? É para arranjar tempo ou espaço para as coisas que adora? Se sim, saiba identificar essas coisas e mantê-las bem presente durante todo este processo. 

Por outro lado, quer simplificar a sua vida para poder reduzir os seus níveis de stress e viver mais tranquilamente? Então, lembre-se que é este o seu caminho para a simplicidade.

Adote as mudanças gradualmente. Para evitar o medo e a ansiedade que estão muitas vezes associadas às grandes mudanças, é importante que adote um novo hábito ou introduza uma nova alteração na sua vida um de cada vez – assim será mais fácil atingir os seus objetivos a longo prazo. Embora cada passo possa parecer muito pequeno, com o tempo vão somar-se e o progresso vai ser notório e menos difícil de atingir.

Experimente diferentes tipos de simplicidade. Não precisa de se cingir a um único caminho. Experimente a frugalidade, o minimalismo, a cabana na floresta, esquecer todas as suas responsabilidades por um dia e passá-lo a passear na praia. Só assim poderá ver qual o melhor caminho para si.

Junte-se a uma comunidade. Existem milhares de comunidades online e até mesmo na sua cidade que se dedicam ao mesmo objetivo comum. Pode ser o saber poupar, viver com menos ou ser mais amigo do ambiente. Será, certamente, um apoio precioso.

Faça uma avaliação. É importante recuar e avaliar a sua vida em geral: está a viver a vida que sempre sonhou? Como gostaria de viver então? Que progressos tem feito nesse sentido? O que ainda falta fazer? Como vai fazê-lo? Quando? Este momento de reflexão é fundamental no início da busca do seu caminho de simplicidade, mas também à medida que o vai percorrer.


Postado no site Estado Zen


A árdua tarefa de ser mãe no século 21


ser mãe maternidade século 21

Um diálogo com um menino da sexta série trouxe à baila o lado da maternidade que ainda não estamos preparadas para discutir.
Está na hora de começar a falar sobre nossa luta para que nossos filhos entendam o que estamos enfrentando, nossos maridos entendam por que estamos cansadas o tempo todo e, como mulheres, possamos ter mais empatia umas pelas outras e comecemos a nos concentrar em soluções que tragam alívio a nossas vidas.


Traci Bild*, Huffington Post. Tradução: Brasil Post

Ao entrar em uma sala de aula da sexta série para dar uma palestra de cunho social, percebi um lindo menino de cabelo louro tão claro que era quase branco. Ele tinha olhos azuis brilhantes e a pele imaculada. Olhando para ele, pensei no meu próprio filho e em como ele havia crescido depressa – num dia era um bebê e no outro estava praticamente adulto (pelo menos é o que parece).

Eu estava programada para falar para seis classes sobre editoração de livros, e esta era minha última palestra do dia. Acreditem, eu estava bem aquecida! Comecei mostrando dois livros de negócios que já havia publicado, e depois meu atual projeto e obra da vida inteira, Get Your Girl Back [Recupere a sua menina]. 

Um dos garotos levantou a mão e disse: “sobre o que é esse livro, ‘Recupere a sua menina’?”

Puxa vida… como eu poderia explicar isso em termos que crianças da sexta série compreendessem? Comecei delicadamente, tateando com as palavras… 

“Você sabe quando sua mãe o deixa no ponto de ônibus ou na escola e então vai para o trabalho?” 

A maioria das crianças balançou a cabeça e disse “sim…” 

“Ela pode trabalhar das 9 às 17h ou até 18h, depois volta para casa, certo? Mas então ela começa a trabalhar de novo. Faz o jantar, limpa a cozinha, talvez lave um monte de roupas e o ajude com a lição de casa.” 

Fiquei surpresa – as crianças estavam na beirada das cadeiras, atentas a cada palavra minha. 

Então continuei: “Sem querer, sua mãe pode ficar meio chata, talvez gritar com você, sem intenção – porque ela está realmente cansada e, mesmo sem perceber, perde a paciência.”

As crianças balançavam as cabeças e algumas diziam “sim” em voz alta.

Bem, meu livro é para ajudar sua mãe, porque ela não quer ser assim. Ela não quer ficar cansada, ela quer brincar e conversar com você. Acredite ou não, ela quer se divertir e fazer as coisas que fazia quando era menina, na sua idade, antes que a vida a obrigasse a crescer. O problema é que sua mãe não tem certeza de como fazer isso, na verdade, porque ela tem tanta coisa para fazer em um dia que tudo o que ela realmente quer é dormir!” 

Eu continuei muito suavemente e expliquei que já tinha sido essa mãe, mas tinha encontrado uma maneira de sair da opressão diária. Minha paixão, meu livro, pretendia ajudar suas mães a fazer a mesma coisa. 

Como tenho dois filhos, fiquei arrasada ao ver como esses garotos estavam interessados. Todos os olhares estavam fixos em mim – os meninos, as meninas e até a professora escutavam atentamente cada palavra que eu dizia. Era como se eles compreendessem exatamente o que eu estava falando (na verdade, eu pensava que esse assunto não interessaria aos garotos). 

Eu tenho uma pergunta…

Então o menino louro que vi quando entrei levantou a mão para fazer uma pergunta. “Eu não tenho uma pergunta, mas sabe as mães de que você estava falando, as que trabalham o dia inteiro?”

“Sim”, respondi. 

“Bem, minha mãe é assim. Ela trabalha das 9 até as 18h e então volta para casa e pega seu laptop e trabalha por mais algumas horas… ela é como essa mãe de que você falou.” 

Não foi exatamente o que ele disse, mas o modo como disse que partiu meu coração. Havia tristeza. Ele tinha acabado de perceber pelo que sua mãe estava passando. 

Eu pude ver um despertar em sua expressão… não apenas como “mãe dele”, mas como mulher. Pela primeira vez em sua vida, ele estava do lado de fora olhando para dentro e viu sua mãe de modo diferente.

Mãe e filho tentando encontrar um caminho no mundo, com esperanças, sonhos e o desejo de criar uma boa vida.

Fiquei arrepiada.

Olhei para o menino diretamente nos olhos e disse: "sua mãe o ama mais que a própria vida”.

Ele parecia tão triste e arrasado… tive de me esforçar para não chorar. 

Continuei: “Sua mãe provavelmente sofre tamanha pressão, que nem percebe que não está dedicando tempo a você. Ela quer brincar e rir com você, simplesmente não sabe como fazer isso”. 

Na minha mente, eu estava revendo os milhares de conversas que tive com mães trabalhadoras nos últimos 20 anos, enquanto dava consultoria a empresas, como palestrante e coach profissional. Suas barreiras raramente eram relacionadas ao trabalho, e sim pessoais, e quando não eram resolvidas se refletiam na queda do desempenho no trabalho.

Olhei ao redor da sala… ainda não podia acreditar no modo como aquele menino estava se expondo na frente de toda a classe. Mas a verdade era que éramos apenas ele e eu conversando sobre a mãe dele. Ele não se importava com o que os outros pensassem ou pudessem dizer, ele estava processando o que era a vida da mãe dele, não em relação a si mesmo e suas necessidades, mas à vida e às necessidades dela, o que ela suporta, e vendo-a sob uma luz diferente. 

De maneira surpreendente, as outras crianças continuavam me ouvindo, e no centro dessa conversa tão inesperada elas entenderam: a mãe delas deveria ter tudo resolvido, quer trabalhasse fora de casa quer não, mas na verdade não tinha. 

Fui para a escola ensinar às crianças sobre editoração e saí tendo aprendido que as crianças são muito mais intuitivas do que pensamos – e que precisamos falar com elas sobre as realidades de ser uma trabalhadora no século 21. 

A verdade é que a maioria de nossas avós não trabalhava fora de casa, mas hoje 40% das mulheres são as provedoras da família. Nesse período de tempo, ninguém deu às mães um manual de instruções sobre como lidar com tudo isso, e por mais que nos esforcemos para esconder ainda não estamos fazendo um trabalho muito bom. 

Apesar de termos “mais”, as mulheres são menos felizes hoje do que em qualquer outro momento da história.

Em vez de agir como se tivéssemos resolvido tudo, está na hora de começar a falar sobre nossa luta para que nossos filhos entendam o que estamos enfrentando, nossos maridos entendam por que estamos cansadas o tempo todo e, como mulheres, possamos ter mais empatia umas pelas outras e comecemos a nos concentrar em soluções que tragam alívio a nossas vidas. 

Também aprendi que não estou apenas lutando pelas mulheres, mas pelos filhos também, e por mais que lutemos, devo pressionar e continuar defendendo as mulheres que não podem ou não conseguem defender a si mesmas. 

Nunca esquecerei o olhar daquele menino nem o som de sua voz… tão desesperado para compreender por que sua mãe passa tão pouco tempo com ele. 

Eu nunca esquecerei as crianças penduradas de cada palavra minha porque para muitas delas eu também estava falando sobre suas mães. 

Podemos falar sobre isto?

Não importa o quanto este texto o afete, se ele o deixa irritado comigo por falar a verdade ou atinge um nervo porque você pode entender a situação, o que eu mais quero é iniciar a conversa. 

Ninguém quer ser “aquela mãe” que trabalha o tempo todo, passa pouco tempo com os filhos, grita com eles quando eles tentam falar porque ela está verificando e-mails, distraída em seus pensamentos sem sequer perceber o que está fazendo — e isolando-se das pessoas que ela mais ama. Mas muitas de nós estamos fazendo exatamente isso!

Se quisermos ver a mudança, temos de começar a falar a verdade sem medo de ser julgadas.

Devemos nos ajudar umas às outras, falando em vez de julgar; mostrando nossas vulnerabilidade em vez de agir como se tudo estivesse perfeito em nossas vidas. 

Eu já fui “aquela mãe”, mas me orgulho de dizer que hoje não sou. Começarei a conversa oferecendo pequenos passos que dei que levaram a outros e afinal transformaram minha vida.

1. Respire. É sério, faça uma respiração profunda para dentro e para fora, para dentro e para fora e desacelere por um momento. Você precisa respirar! 

2. Faça listas. Como mulher, você provavelmente foi educada para acreditar que poderia conseguir “tudo”, e esteve se matando para tentar consegui-lo. Sabe o que é esse tudo? Como você vai saber quando o tiver? Você está perdendo o que é mais importante no esforço para conquistar tudo?” 

3. Priorize sua vida. Seja honesta sobre o que é mais importante para você. Está respeitando essas prioridades? Se não, provavelmente está em desequilíbrio, infeliz e não realizada. Escreva suas três maiores prioridades e considere que adaptações você pode fazer para colocá-las em ordem. 

4. Assuma o comando. Considere mudar seu foco de ter “tudo” para o “seu tudo”. Provavelmente não é preciso muito para deixá-la feliz. Estou falando sobre a verdadeira felicidade, no fundo da sua alma. Então, o que ela faz por você? Construa seu tudo em torno das prioridades mais importantes. Faça uma lista resumida do que você quer na vida, o que você chama de “seu tudo”, e em vez de tentar ter o que todo mundo tem, persiga o que é mais importante para você. 

5. Faça mudanças. Se você não gosta da sua vida, modifique-a. Pequenas alterações podem criar enormes efeitos na sua felicidade. Que duas ou três pequenas mudanças você pode fazer esta semana?

Para a mãe do menino

Enquanto eu me emocionei com aquele menino na classe, também tive simpatia por sua mãe. Ser uma mãe trabalhadora não é fácil. 

Para ela e outras mães que se sentem arrasadas, eu diria: respire fundo, tudo vai dar certo. Conforme o ano termina, faça listas de prioridades na sua vida, assuma o comando e faça pequenas mudanças que a levarão para um lugar melhor ao entrar em 2015. 

Se você já chegou lá, apoie e anime as mães que ainda não entenderam. Vamos falar sobre isto hoje para que nossas filhas não continuem falando a respeito amanhã. Juntas podemos fazer a mudança que queremos ver. 


*Traci Bild é mãe, escritora, palestrante e empreendedora.


Postado no site Pragmatismo Político em 15/12/2014