Pegadinha assustadora feita pra divulgar filme faz sucesso na internet
Vicente Carvalho
Mais do que publicidade, os vídeos de divulgação de qualquer coisa atualmente tem que ser “dignos” do nosso compartilhamento.
É o que acontece com a nova pegadinha feita para divulgar o remake do filme “Carrie, a Estranha”.
Uma garota com longos cabelos cacheados, é acidentalmente incomodada por um homem desastrado que derramou café em cima dela. Esse acidente foi o suficiente para ela ter uma ‘ataque telecinético’, “erguendo” o homem contra a parede apenas com o pensamento, afastando mesas (essa parte é sensacional) e derrubando livros e quadros.
O resultado são pessoas assustadas e impressionadas com o “poder” sobrenatural da garota, se mostrando uma produção impecável, que dá a impressão que ela mesma movimenta as mesas e arremessa livros com a força do pensamento.
A ação foi feita pela Sony, para causar um burburinho para o lançamento do filme “Carrie, a Estranha”, que nos EUA estreia próximo do Halloween, mas aqui no Brasil só chega no dia 15 de Novembro.
Se a intenção era viralizar, deu certo, até o momento foram quase 10 milhões de views. A Sony já tinha feito uma ação com a mesma pegada, para divulgar o filme “O Último Exorcismo – Parte II”, pra quem não lembra ou não viu, vai o vídeo abaixo:
Rifa-se um coração
Ricardo Labatt
Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista.
Um coração como poucos. Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e cultivar ilusões.
Um pouco inconsequente que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu... "não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".
Um idealista... Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional, sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome das causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado, indicado apenas para quem quer viver intensamente e contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:
"- O senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer."
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu dono.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconsequente.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar.
Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta.
O trabalho que a vida dá
Maísa Intelisano
Quem deseja milagres espera sempre progredir através deles e, se os pede em orações e pensamentos, é porque deseja realmente alcançar alguma coisa melhor.
Na verdade, todos nós aprendemos, desde cedo, que progredir é uma necessidade, uma obrigação, e que milagres não acontecem.
No entanto, nós nunca nos interessamos em perguntar o porquê de progredir, a cada minuto, em toda as atividades a que nos dedicamos, com toda a energia, como se isso fosse um instinto, um chamamento...
Todos nós buscamos, ainda que inconscientemente, o progresso e, no fundo, o milagre também, em nosso caminho. Mas será que trabalhamos o suficiente para isso?
Será suficiente apenas a nossa esperança em dias melhores para trazer a felicidade e a harmonia ao nosso lar?
Será bastante unicamente a nossa fé sincera para conduzir-nos, em espírito, à luz e à paz?
Será eficiente somente a nossa prece sentida para curar e restabelecer o ente querido ferido ou adoentado?
Será possível conseguirmos que os outros acreditem em nossas boas intenções apenas por nossas palavras?
Será que o dinheiro cairia do céu se nos puséssemos a acreditar nisso fielmente e passássemos a pedi-lo e esperar por ele 24 horas por dia?
Sinceramente, acredito que não, pois os milagres vêm como resposta e reflexo do nosso esforço sincero e dedicado nas tarefas que nos são destinadas e às quais nos entregamos.
Só aprendemos se nos damos ao trabalho de estudar. Só nos curamos se nos damos ao trabalho de nos tratar. Só conquistamos a confiança de alguém se nos damos ao trabalho de agir corretamente com ele, demonstrando o quão confiáveis somos. Só crescemos se nos damos ao trabalho de nascer. E só renascemos porque almejamos, ardorosamente, o progresso de nós mesmos.
Eis o milagre! A vida é um constante trabalho de progresso e evolução, e isso, por si só, já é um milagre!
Somos todos nós milagres divinos e para que estes milagres não se tornem estáticos e percam sua beleza é preciso que todos nós busquemos a melhora interior, a reforma íntima, o crescimento espiritual...
Tudo e todos progridem a todo instante mesmo quando não querem e, para isso, tudo e todos trabalham continuamente, mesmo que não percebam.
Mas não seria melhor trabalharmos conscientemente no sentido de alcançarmos o que desejamos?
Os milagres podem acontecer a cada passo de nossa vida se nos propusermos a usar toda a nossa capacidade no serviço construtivo.
Por isso, se quisermos progredir efetivamente, devemos sempre nos dar ao trabalho de viver intensamente, com todas as energias, sem medo, sem preguiça, com muita fé, alegria, esperança e amor pela vida e pelo trabalho que ela nos dá.
Postado no site Somos Todos Um
Cara feia pra mim, é falta de maquiagem
Muitas vezes ao olharmos para as capas de revista ou para a telinha da TV pensamos: “ah como eu quera ter essa pele, esse cabelo, esse rosto bonito” não é verdade?
Mas, nem sempre paramos pra pensar que talvez se não fosse a maquiagem ou o excesso de photoshop, as famosas nem seriam tão lindas assim, você concorda?
Ninguém é tão perfeito quanto a mídia tenta mostrar! Tudo bem, algumas até que são, mas, 98% são normais igual a gente.
Acredite, você não é feia, pode está apenas precisando de um bom maquiador ou de um curso de auto maquiagem para se sentir mais bonita, quer ver só?
As fotos abaixo vão provar que eu estou falando a mais pura verdade. Elas mostram mulheres famosas de cara limpa e super maquiadas, vejam só a diferença que uma maquiagem faz na vida de uma pessoa.
Viu só quanta diferença?
Agora me diga se você também não pode ficar linda desse jeito?
Claro que pode menina, nós somos lindas!
Viva a maquiagem!
Postado no blog Antenadas da Paty em 17/10/2013
Novidade nas academias é o treinamento funcional
Pede pra sair ! R7 vai à academia e testa nova aula que exige força, resistência e muito fôlego, trabalha os músculos em circuito de 50 minutos.
Quando recebi o convite para testar uma aula de treinamento funcional, pensei logo que só podia ser piada. Afinal, sou sedentária de carteirinha, daquelas que não passam na porta de uma academia há cinco décadas. O máximo de exercício que faço no meu dia a dia é carregar meu filho de um lado para o outro, e subir as três escadas do meu prédio sem elevador. Não tenho fôlego nem força, e meu braço já começa a dar sinais de não poder mais dar tchauzinho.
Ainda assim, aceitei o desafio e, mesmo temendo ter um piripaque, encarei todo o circuito, que exige resistência e força de vontade. Confira agora como foi.
O primeiro passo do circuito é o aquecimento, e o aluno pode escolher entre a esteira e a bicicleta ergométrica. Optei pela segunda alternativa, por estar mais acostumada a pedalar do que a correr. Foram cinco minutos em ritmo acelerado, em um aparelho que mede separadamente o esforço que cada perna está fazendo. O objetivo é igualar as duas, para trabalhar igualmente ambos os lados.
Parecia tudo muito fácil e eu já estava quase me achando uma atleta. Foi quando os exercícios começaram de verdade.
O professor André Trombini, da academia Bodytech, estendeu uma escada de agilidade no chão, equipamento que trabalha o aquecimento e a coordenação. A tarefa dessa vez é correr colocando um pé em cada espaço, mantendo a postura correta, com os braços dobrados e bem alinhados ao tronco.
Ao final da escada, o aluno precisa fazer uma prancha, que serve para fortalecer o CORE e ativar a musculatura que será usada no treino. No treinamento funcional, todas as séries obedecem sempre a uma sequência que incluiu um exercício moderado, um leve e um descanso que, no meu caso, como iniciante, era de 60 segundos.
Para quem não está acostumado com exercícios, a prancha é um tanto incômoda, porque exige força na região abdominal e postura alinhada, com o pescoço reto para a frente. São alguns bons segundos segurando a posição, para, em seguida, voltar à escada de agilidade.
A segunda série é o treinamento suspenso, em um aparelho chamado TRX. Nesta parte, trabalhamos as costas e os braços. Quanto mais o aluno ficar inclinado com as pernas para a frente, mais força se faz, e é aí que o bicho pega para os sedentários.
Junto com o TRX, a série traz um exercício de equilíbrio, em que é preciso ficar com uma das pernas levantada e dobrada por 40 segundos. Depois disso, descanso de um minuto para recuperar o corpo.
Para trabalhar a resistência dos braços, André escolhe as cordas. Na foto não é possível ver, mas elas são pesadas e, como o objetivo é batê-las no chão fazendo-as serpentear para cima e para baixo, é preciso fazer bastante força.
"Aqui também é preciso manter a postura correta, e isso ajuda no fortalecimento do abdome", explica o professor.
A sequência também tem um agachamento feito com uma bola daquelas de pilates, vendida em qualquer loja de materiais esportivos. Isso é legal porque dá para repetir em casa e fortalecer os membros inferiores, coxas e glúteos.
O bumbum tem que descer retinho, para não prejudicar a coluna. Encoste a bola em uma parede, se apoie nela e vá descendo como se fosse se sentar em uma cadeira.
As coisas começaram a ficar mais complicadas: eu precisava fazer abdominais. Comecei a rir de nervoso, e concentrei a força na barriga, para não machucar o pescoço.
Para trabalhar os glúteos, agora tiro o bumbum do chão. Como senti que o exercício ainda estava leve, André orientou então que eu levantasse a perna, para trabalhar a parte de trás dela.
Este é um dos melhores exercícios para as mulheres, porque mexe com um dos lugares em que se acumula muita gordura localizada.
É hora de trabalhar o peitoral e eu, como o recruta 02, quase peço para sair.
O mais difícil aqui é segurar nas argolas e fazer com que os braços não se abram, porque todo o peso do corpo está apoiado neles. Para quem quer repetir o exercício em casa e não tem um aparelho, André dá uma alternativa.
Apoiando as mãos no chão, o trabalho é exatamente o mesmo, fortalecendo os músculos dos braços e peito.
Como tenho tendinite no pulso direito, senti muita dor ao dobrá-lo e me apoiar sobre ele. André, então, sugeriu que utilizássemos os aparelhos que aparecem na foto de abertura da matéria. Com eles, os pulsos ficam retos.
Junto com o peitoral há a corridinha apoiada no banco que, em casa, pode ser feita com a ajuda de uma cadeira.
A ideia é treinar a agilidade. É preciso tirar bem os pés do chão e levantar os joelhos no alto, encostando nas mãos do professor.
Ao final de tudo, o professor passa uma sessão de alongamento, para relaxar os músculos..
Cheguei inteira ao final do treino, achando bacana principalmente o fato de ter malhado o corpo todo sem precisar dos aparelhos de musculação comuns, que muitas vezes podem ser repetitivos e um tanto chatos. No dia seguinte, fiquei com a barriga e os braços doloridos, e descobri que tinha músculos que nem fazia ideia que existiam. Segundo o professor, as regiões que incomodam depois do treino são justamente aquelas que não usamos com frequência.
Eu, que tenho pouco tempo durante a semana e uma certa preguiça de puxar ferro, adotaria facilmente o treinamento funcional como atividade física regular. Viraria uma mulher malhada, e finalmente entraria para a elite das pessoas dispostas e saudáveis.
Texto e apuração: Marcella Franco, do R7
Postado no Portal R7 em 15/10/2013
Por que sinto um vazio insuportável?
Silvia Malamud
O drama da nossa atualidade vai se revelando na medida em que percebemos as nossas identidades em colapso.
Não existem fronteiras delineando o território individual. O self está ameaçado em sua veracidade e muitos de nós temos a nítida impressão de que é apenas uma farsa e, pior, que lá dentro é vazio... Será?
Por outro lado, outros se encontram em pânico, receando fragmentar o próprio eu e a noção que tem de si mesmos.
Não existem fronteiras delineando o território individual. O self está ameaçado em sua veracidade e muitos de nós temos a nítida impressão de que é apenas uma farsa e, pior, que lá dentro é vazio... Será?
Por outro lado, outros se encontram em pânico, receando fragmentar o próprio eu e a noção que tem de si mesmos.
A necessidade do imediatismo para praticamente tudo na vida, somada à busca de performances perfeitas, são os principais responsáveis disparadores desse tipo de ansiedade, estresse e da cada vez mais conhecida insuportável sensação de vazio em nossa atualidade.
Reprocessar instantaneamente tudo o que acontece fora e dentro de nós, num tempo onde tudo se passa de modo tão inevitavelmente dinâmico, dificulta o encontro de caminhos para que possamos nos entender e nos aprofundarmos em conhecimentos mais significativos acerca de nós mesmos.
Como conseqüência dessa rapidez, toda sorte de desestabilização emocional emerge.
Como conseqüência dessa rapidez, toda sorte de desestabilização emocional emerge.
Estamos na era dos supérfluos, onde acontecimentos e mais acontecimentos se sobrepõem uns aos outros em meio à urgência incontrolável.
O mal-estar do vazio existencial explode quando notamos que o nosso eu não está mais em seu reinado absoluto e sim dividido e subdividido em suas extensões com pessoas e com coisas de significados mundanos.
E o paradoxo maior ocorre quando se percebe a autonomia do próprio eu perdendo-se de si mesmo, muito embora o marketing atual seja o da apologia do eu.
E o paradoxo maior ocorre quando se percebe a autonomia do próprio eu perdendo-se de si mesmo, muito embora o marketing atual seja o da apologia do eu.
Enquanto que o nosso eu real, ou ser essencial, prima por se transformar e por se criar constantemente num diálogo contínuo com o mundo exterior e com as possibilidades oferecidas por este, o confronto exaustivo com as rápidas dinâmicas da realidade, gradativamente, vão minando a validade do eu real, gerando angústia inominável e a falta de sentido na vida.
Neste árido espaço de manifestação dos reais propósitos da alma, em meio às folhas secas, crescem sentimentos de inadequação, posto que as importantes etapas, que se referem à construção de toda possibilidade de altivez humana, ficam impedidas de serem experienciadas.
Na era do vazio, o norte passa a ser a competição, a conquista e o culto a si mesmo (narcisismo).
Ao mesmo tempo em que existe respeito às diferenças, sinceridade esfuziante, comunicação em demasia, há uma tendência do humano de não mais conversar consigo mesmo.
Ao mesmo tempo em que existe respeito às diferenças, sinceridade esfuziante, comunicação em demasia, há uma tendência do humano de não mais conversar consigo mesmo.
Parece que a situação se repete em diferentes etapas históricas de nossa civilização, mas não é bem assim.
Primeiro existe um processo de personalização e de interação com o meio ambiente.
Depois a busca do si mesmo. Seria bom se os dois caminhassem sempre juntos e não dissociados, a ponto de levar a crises existenciais avassaladoras como as de identidade, que são a evidência dessa era.
Esta crise tem a ver exatamente com o nosso século e com todas as vicissitudes implicadas, tem a ver com as nossas origens não vistas, não visitadas, tem a ver com a impaciência que temos com nós mesmos em relação ao cumprimento das etapas, em relação a tudo que leva algum período de tempo, enfim, a tudo que significa processo.
Primeiro existe um processo de personalização e de interação com o meio ambiente.
Depois a busca do si mesmo. Seria bom se os dois caminhassem sempre juntos e não dissociados, a ponto de levar a crises existenciais avassaladoras como as de identidade, que são a evidência dessa era.
Esta crise tem a ver exatamente com o nosso século e com todas as vicissitudes implicadas, tem a ver com as nossas origens não vistas, não visitadas, tem a ver com a impaciência que temos com nós mesmos em relação ao cumprimento das etapas, em relação a tudo que leva algum período de tempo, enfim, a tudo que significa processo.
Historicidade e compreensão aquecem, preenchem e oferecem sentido à própria vida. Somente a partir disso que se torna possível se reinventar.
O vazio grita nos ouvidos e perturba profundamente, mas funciona como um alerta para a alma mostrar o quanto estamos distantes de nós mesmos vivendo como autômatos. Sensação muitas vezes enlouquecedora.
Estamos na era do jogo da aparência, do que se vende ao outro e do que fica bonito.
Por mais incrível que possa parecer, o culto à felicidade também pode levar ao vazio; corremos o risco de nos tornarmos apenas e tão-somente figuras sem fundo, totalmente previsíveis. Autômatos em massa facilmente manipuláveis.
Por mais incrível que possa parecer, o culto à felicidade também pode levar ao vazio; corremos o risco de nos tornarmos apenas e tão-somente figuras sem fundo, totalmente previsíveis. Autômatos em massa facilmente manipuláveis.
Nas origens do passado, existem símbolos que compõem nosso psiquismo e que jamais deveriam ser esquecidos ou negados.
Neles constam a nossa história, a experiência de gerações, a sensação de segurança na estruturação linear que envolve o passado, o presente e que cria possibilidades de futuro. Não partimos do nada e o que inventamos sempre é baseado em algo anterior.
Neles constam a nossa história, a experiência de gerações, a sensação de segurança na estruturação linear que envolve o passado, o presente e que cria possibilidades de futuro. Não partimos do nada e o que inventamos sempre é baseado em algo anterior.
Vejo muitos dos meus pacientes virem ao meu consultório com terríveis angústias, sobrevivendo em meio a grandes dificuldades, atolados na sensação do vazio, da falta de sentido da vida.
Por estarmos na era do narcisismo, fica difícil nomear sentimentos, portanto, a queixa maior fica por conta dessas sensações de vazio interior, de absurdo da vida, de desconexão de tudo com tudo num mundo repleto de conexão, virtual.
Por estarmos na era do narcisismo, fica difícil nomear sentimentos, portanto, a queixa maior fica por conta dessas sensações de vazio interior, de absurdo da vida, de desconexão de tudo com tudo num mundo repleto de conexão, virtual.
Estamos na época do espetáculo, tudo tem que ser fantástico e se não for, não nos toca.
Ao mesmo tempo em que não há mais espaço para sentimentalismos ou para se perceber, parece que o palco agora é outro e a busca é de se experimentar algo cada vez mais forte para, quem sabe, a vida real ser finalmente sentida.
E para fugir deste imenso naufrágio, muitos vivem no risco. Dentro deste cenário de busca frenética, da sensação de se sentir vivo e distante do insuportável sentimento do vazio, fica valendo o sexo pelo sexo, o culto à violência e a busca das sensações alucinadas provocadas por drogas, álcool etc..
Ao mesmo tempo em que não há mais espaço para sentimentalismos ou para se perceber, parece que o palco agora é outro e a busca é de se experimentar algo cada vez mais forte para, quem sabe, a vida real ser finalmente sentida.
E para fugir deste imenso naufrágio, muitos vivem no risco. Dentro deste cenário de busca frenética, da sensação de se sentir vivo e distante do insuportável sentimento do vazio, fica valendo o sexo pelo sexo, o culto à violência e a busca das sensações alucinadas provocadas por drogas, álcool etc..
Neste sentido referido, embora ainda se queira relacionamentos afetivos, a informação de comando é a do terror de se ter uma relação estável em que algo se constrói.
O continuísmo da relação pode oferecer a sensação de que tudo está parado e que a velocidade, acostumada e identificada como aspecto de si mesmo, fica ameaçada de se perder como referência.
O medo se instala, a solidão e o desespero novamente imperam e mesmo que acompanhado, sente-se o vazio.
O continuísmo da relação pode oferecer a sensação de que tudo está parado e que a velocidade, acostumada e identificada como aspecto de si mesmo, fica ameaçada de se perder como referência.
O medo se instala, a solidão e o desespero novamente imperam e mesmo que acompanhado, sente-se o vazio.
E você? Já notou se está programado para não sentir e, sim, para agir?
O problema é que o nosso sistema é imensamente mais complexo e profundo do que isso.
Se você se encontra permeado pelos sentimentos de vazio, mal-estar e falta de sentido, leve-se a sério, pare e reveja-se.
Se for tocado, busque ajuda, reconheça-se e exista naquilo que de verdade o preenche.
O problema é que o nosso sistema é imensamente mais complexo e profundo do que isso.
Se você se encontra permeado pelos sentimentos de vazio, mal-estar e falta de sentido, leve-se a sério, pare e reveja-se.
Se for tocado, busque ajuda, reconheça-se e exista naquilo que de verdade o preenche.
Postado no site Somos Todos Um
Ana Paula Maciel, uma gaúcha nas mãos de Vladimir Putin
Ana Paula
Ana Paula solitariamente numa jaula,
no circo da magistratura da Rússia
enlutou meu coração desencantado,
feriu meu silêncio, agrediu minha culpa,
estar distante, confortavelmente abrigado,
acordando feliz com o canto dos sabiás;
enquanto Ana Paula, bichana meiga
e delicada, exposta à sandice bárbara
da repressão dos herdeiros da KGB.
Ana Paula não pode sentir meu hálito
com palavras estaiadas em seu gesto
simples de quem cuida nossa maloca
planetária, em busca do habite-se
em um ecossistema sustentável.
Ana Paula não pode ver meus olhos,
minhas lágrimas envergonhadas;
sofro apenas ameaças de punguistas,
pequenos golpes no troco das compras,
sequer o colapso de amor não correspondido,
ou o atropelamento de motorista desvalido.
Teme-se uma gripe no Rio Grande do Sul
pela mudança de temperatura, vento encanado,
enquanto Ana Paula, presa em uma jaula na Rússia,
esbofeteia com seu toque de pluma
o acomodamento classe média do mundo,
o consumo conivente dos eunucos da vida.
Queria abraçá-la com a ternura inversa
dos sádicos que postulam quebrá-la
no confinamento e no vexame criminoso.
Amo-a como o vento adora sua Pirata
da liberdade, a brisa a sua borboleta
de arco-íris, a lua como o orvalho
sereno adornado em sua pele lúdica,
o horizonte seu olhar de plenitude,
as flores as manhãs de primavera.
Desde meus sete palmos de segurança
projeto-me para a tela dos olhos fixos
de Ana Paula, sem ser uma imagem,
apenas a água da vida para umedecê-los
com o beijo de minha saliva solidária,
o encanto do meu coração experimentado,
o antídoto da cegueira pestilenta da terra.
Ana Paula está exposta em uma jaula
na Rússia, no Japão, no Congo, em Cuba,
em Passo Fundo e em Porto Alegre,
os verdugos ejaculam as babas das bestas.
Mas, misteriosamente, Ana Paula está só
e resiste em sua fortaleza delicada e humana,
vertical, como a flor que criou cerne
de madeira de lei encravada na pampa;
olhar das imensidões, enraizado em pétalas.
Estava só, abstratamente filosófico,
teórico e contemplativo no reduto da alma.
Ana Paula deu-me o sopro da vida cotidiana,
Reascendeu em mim a poética da existência
as energias de Hefesto e Ogum, deuses da forja,
para lançar-me contra as barras de ferro da jaula
que aprisionam a pirata enclausurada Ana Paula.
Tau Golin é jornalista e historiador.
Postado no site Sul21 em 13/10/2013
Minha homenagem ao Professor !
Republicando esta postagem de outubro de 2012,
rendo homenagem aos Professores, deste país, que sonha ser grande, mas que ainda não aprendeu a engrandecê-los, valorizando-os com salário digno e melhorias necessárias nas escolas.
Professor = Educação = Desenvolvimento
Professor
Alguém um dia se propôs a trabalhar na construção de vidas, estudou psicologia, filosofia e as melhores técnicas de comunicação. Passou dias, horas e minutos, observando o comportamento de todas as faixas etárias do ser humano.
Alguém que se percebeu vocacionado e, atendendo aos apelos do coração, inscreveu-se na batalha de frente da luta milenar contra os analfabetismos. Armado de pouquíssimos recursos materiais,postou-se de peito aberto, levando flechadas federais, estaduais, municipais.
Alguém se especializou nas oficinas mecânicas do ser humano e candidatou-se a reformar conceitos e valores da educação mal orientada.
Alguém se inscreveu no concurso da vida, não se importando de sacrificar o próprio corpo na concorrência desleal de convênios, convenções, tratados e dissídios.
Alguém se fez alheio às dificuldades, tendo plena certeza delas, e saiu disposto a questionar leis, portarias, resoluções e regimentos. Nos desmaios da sobrevivência, impôs-se.
Alguém foi nomeado, designado, empossado para o exercício do magistério, não se perdeu no labirinto do caminho nem se assustou com o fantasma da exigência impossível. Saiu a procurar o aluno perdido, nas balas perdidas da guerra civil.
Alguém convive com a distância, com a fome, com a injustiça, com a carência e a canseira, contudo, ensina gerações a acreditar no futuro, a ter fé e não se deter.
Para um ser assim tão especial,
só um nome poderia identificá-lo:
P R O F E S S O R
(Ivone Boechat)
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