Mobilização Nacional Indígena: um assunto nosso







Vanessa Rodrigues

Quando os navegadores portugueses chegaram às terras que viriam a formar o Brasil e se deram conta de que já tinham dono (pertenciam a alguém?), teve início quase que de imediato o mito da “descoberta”. Aqueles seres humanos com suas cores, línguas e costumes diferentes faziam parte de um cenário virgem, e logo foram vistos como algo a ser subjugado e explorado.

Ao longo do tempo, esta visão pouco mudou por parte dos detentores de poder político e econômico, a ponto de as populações indígenas estarem hoje reduzidas a uma fração do que eram em 1.500 (segundo estimativas, na época da “descoberta” eram uns 5 milhões. Este é um dado de senso comum. não encontrei informação que sustente, só na Wikipedia). O IBGE de 2010 contou cerca de 900 mil. O extermínio físico perpetrado ao longo dos últimos 500 anos foi complementado pelo equivalente extermínio cultural.

Ainda assim, as lideranças e povos indígenas sempre lutaram para manter suas identidades e o direito às suas culturas, tradições e territórios. 

A Constituição de 1988 trouxe uma série de dispositivos pensados para proteger esse direito e importantes vitórias foram alcançadas, como a demarcação do território da Raposa Serra do Sol com seus quase 1,8 milhão de hectares, em 2005. 

Curiosamente, foi essa vitória e a consequente guerra jurídica, envolvendo inclusive o STF — além, é claro, da construção da usina de Belo Monte — que parece ter marcado uma inflexão na luta dos diversos setores contrários à causa indígena.

Esta verdadeira guerra encontra eco em setores dos governos Federal e alguns estaduais, que passaram a ver na causa indígena um entrave importante aos seus projetos desenvolvimentistas, ancorados na maior parte das vezes em uma visão retrógrada e insustentável típica dos anos 70 do século passado. 

Aliam-se os personagens de sempre, latifundiários e pecuaristas de diversas estirpes e arcos de poder, parcelas importantes da “grande imprensa”, militares conservadores e a miríade de “lumpem-conservadores”, que usam as mídias sociais para espalhar seus discursos de ódio e rancor contra os indígenas, seus líderes e aliados.

Os indígenas, que são os maiores defensores da diversidade biológica e do trato sustentável dos recursos naturais, são em geral apresentados como inimigos do progresso, quando não “agentes úteis de interesses estrangeiros”.

Ou, como brilhantemente disse Eliane Brum, em seu artigo “Índios, os estrangeiros de sempre”:

"Os indígenas parecem ser, para uma parcela das elites, da população e do governo, algo que poderíamos chamar de “estrangeiros nativos’. É um curioso caso de xenofobia, no qual aqueles que aqui estavam são vistos como os de fora. Como ‘os outros’, a quem se dedica enorme desconfiança. (…) Estes “estrangeiros nativo” ameaçariam um suposto progresso, já que seu conhecimento não é decodificado como um valor, mas como um ‘atraso; sua enorme diversidade cultural e de visões de mundo não são interpretadas como riqueza e possibilidades, mas como inutilidades".

Este é, portanto, um momento de paroxismo na história do Brasil. A causa indígena não mais é uma causa PURAMENTE indígena. Ela REPRESENTA TAMBÉM UMA APOSTA NO PAIS QUE QUEREMOS CONSTRUIR. 

A derrota dos indígenas, se ocorrer, será também a derrota da possibilidade de um país mais sustentável, que reconhece o legado de seus povos originários e que aponta para um futuro em que natureza não seja tratada como inimiga a ser vencida e subjugada, mas sim como fonte essencial de riqueza de “bem viver” para toda a gente.

Neste sentido, a causa indígena é mesmo uma causa nossa, e não é preciso ser de uma comunidade em plena Amazônia para expressar isso. A questão indígena é a questão de todas as pessoas que lutam por um mundo justo. É a questão do Brasil que desejamos.

A semana de Mobilização Nacional Indígena começa hoje e pode ser decisiva. Participe, apoie, informe-se! Há atos confirmados em várias cidades. Há evento no Facebook e você pode divulgar a mobilização colocando usando um twibbon em suas redes sociais. São 25 anos de uma Constituição que até agora não foi, de fato, posta em prática.


Postado no site Blogueiras Feministas em 30/09/2013  






Como a Constituição de Ulisses salvou o Brasil do Tea Party




Luis Nassif

Periodicamente, o processo civilizatório sofre soluços de insensatez, tempos bicudos em que falham as ferramentas institucionais de mediação, os avanços são esquecidos, a radicalização campeia e o jogo político se torna selvagem.

O que ocorre hoje nos Estados Unidos é ilustrativo de como se formam essas ondas e os riscos que trazem quando não são moderadas pelo sistema político institucional. Antes de ontem, o presidente Barack Obama deu entrevista angustiada, acusando parlamentares republicanos de terem perdido o controle do Tea Party.

É pedagógico analisar o fenômeno norte-americano, sua reprodução no Brasil e entender como, em alguns momentos - como foi na Europa dos anos 20 e 30 – as circunstâncias podem levar a sistemas autoritários. E como, em um país de tradição golpista como o Brasil - como prova a história no século 20 - impediu-se que o vezo autoritário se impusesse sobre o sistema democrático.

Os grandes momentos de inclusão

O ponto inicial desses terremotos são os grandes momentos de inclusão da história.

Especialmente nos regimes democráticos, a civilização se forma a partir de processos gradativos de inclusão social e política. Foi assim na abolição da escravatura, nas lutas feministas e nos grandes movimentos migratórios, do campo para as cidades ou entre países.

Cada luta é um parto. Depois dela, o renascimento do país em um nível superior. Durante, criam-se momentos propícios para o exercício da intolerância, influenciando especialmente a classe média estabelecida, o chamado cidadão-massa, alienado em relação à política e às próprias organizações do seu meio.

É ele que se sente ameaçado no seu emprego ou no seu status, nas suas convicções, em um quadro em que o ritmo das mudanças torna a vida imprevisível.

Nas últimas décadas aceleraram-se os grandes fluxos migratórios mundiais, de latinos e orientais em direção aos países centrais, houve a ascensão das massas miseráveis nos países-baleia e uma crise sistêmica que corroeu as bases ideológicas do neoliberalismo.

Na Europa e Estados Unidos aumentou a intolerância em relação aos imigrantes, especialmente depois que a desindustrialização interna e a bolha imobiliária empobreceram a classe média. No Brasil, a resistência em relação à chamada nova classe C.

Esses movimentos são potencializados pelas novas formas de comunicação, pelas redes sociais, permitindo pela primeira vez, em muitos países, manifestações políticas que geraram inúmeras “primaveras”. Mas também a difusão de preconceitos e intolerância.

Mas, principalmente, pela exacerbação da velha mídia, do velho conceito de mass midia, vivendo seus estertores.

O mercado das ideias

O conceito de “opinião pública” é central nas modernas democracias. São os ventos da opinião pública que elegem políticos e consagram meios de comunicação de massa, movimentam o mercado de consumo e o show bizz, vendem eletroeletrônicos e sonhos. E esse jogo é exercitado no chamado "mercado das ideias", com características comuns a outros mercados e algumas características próprias essenciais - como o fato de intervir nas relações psicossociais e políticas de um país.

É um mecanismo complexo. Na parte superior, há os grandes intelectuais, humanistas, políticos, lideranças sociais construtores da civilização, tentando consolidar princípios de justiça social, de mediação política, permitindo os avanços sem a perda de controle.

No meio, um conjunto de instituições fazendo a mediação: os três poderes, os partidos políticos, sindicatos, associações etc.

Na base, setores organizados, como grupos, ONGs, associações em geral. Mas também o homem-massa em estado bruto, movendo-se por instintos primários da generosidade ao ódio, da solidariedade à intolerância, sempre procurando cavalgar as ondas para não se abater pela solidão atávica das democracias e do mercado. As ondas podem levar tanto a uma campanha beneficente mas, muito mais, a linchamentos públicos.

O desafio surge nos grandes curtos circuitos históricos, nos momentos de crise que torna o mercado de ideias tão instável que rompe os liames entre a massa e os organismos de mediação. Cria-se o ambiente propício ao estouro de manadas, do qual se aproveitam os agentes oportunistas.

Foi o que vem ocorrendo nos últimos anos ao redor do mundo.

A crise de 2008 e o período que a precedeu transformaram em pó não apenas ativos financeiros mas bandeiras partidárias globais. Apresentou-se a desregulamentação total como panaceia para todos os problemas. Desde que o Estado saísse de todas as áreas, inclusive das redes de apoio social aos menos favorecidos e de garantias básicas aos cidadãos, haveria uma era de ouro de aumento generalizado do bem estar.

A crise de 2008 mostrou uma pesada conta paga e uma nova conta apresentada – nova dose de sacrifício para permitir aos países sair da crise.

É nesse quadro que aparecem os agentes oportunistas, dentre dois protagonistas relevantes do mercado de ideias: os políticos e a mídia de massa.

Agente oportunista 1 – o político

Nos Estados Unidos, a reação da massa foi o Tea Party e o discurso anti-árabes e anti-imigrantes. No Brasil, movimentos difusos de radicalização, fundados no anti-petismo, no anti-nordestinos, no anti-pobres em geral. Em ambos os casos, essa intolerância inicial não era organizada, mas disseminada por pequenos grupos que refletiam sentimentos comuns à classe média.

No início, a radicalização das ideias fica fora do arco de propostas dos partidos – mesmo dos mais conservadores. As propostas radicais ocupam espaço no vácuo das ideias dos partidos.

Nos Estados Unidos resultou no fenômeno Sandra Pallin – a ignorante governadora do Alaska que se tornou candidata a vice-presidente. No Brasil, na transmutação de José Serra, tido até então como um intelectual na política.

Serra nunca foi grande intelectual nem grande político. Mas era um dos melhores intelectuais dentre os políticos; e um dos melhores políticos dentre os intelectuais. E exemplo acabado de como as circunstâncias moldam as lideranças políticas.

Nos anos 90 apresentava-se como “desenvolvimentista” e liberal, embora não comprovasse com ações concretas. Nos anos 2000 mostrou-se como o gerente, embora nunca tenha sido grande gestor. No final da década, como o profeta dos velhos tempos, ameaçando com o fogo do inferno os ímpios e os imorais, embora nunca tenha sido probo nem conservador. Quando precisou, posou de intelectual; quando foi necessário, envergou o anti-intelectualismo mais atroz

Superou suas limitações políticas e intelectuais com duas características próprias: um feeling superior para captar os grandes movimentos de manada; a uma ambição ampla o suficiente para se adaptar a qualquer tempo, sem se balizar por coerência, princípios, ideias.

Em um país sem tradição de Tea Party ocupou o espaço vago a ponto de se tornar candidato a presidente em duas eleições.

Mas, para isso, foi essencial a aliança com outros agentes oportunistas no campo da velha mídia, especialmente com Roberto Civita, como se verá a seguir, que talvez tenha sido o verdadeiro criador do “novo-velho Serra”. Desse casamento emerge um exemplo extraordinário – e assustador – das estratégias midiáticas em tempos de instabilidade.

Agente oportunista 2 – a mídia de massa

Na mídia de massa, o processo é o mesmo dos políticos. Ela estará sempre ligada nas grandes ondas. Pode ser uma Copa do Mundo, um linchamento de suspeito, uma campanha pelo impeachment, uma guerra do Iraque, uma Escola Base. O veículo que consegue manobrar essas ondas, ganha um poder adicional.

Nos Estados Unidos, a onda conservadora foi cavalgada pela FoxNews, de Rupert Murdoch, empenhado em enfrentar as gigantes que surgiam no bojo das inovações tecnológicas, ameaçando o reinado dos grupos tradicionais de mídia.

Incorporou a linguagem do Tea Party e abriu mercado para o colunismo de esgoto, de uma agressividade quase pornográfica. Foi um estilo vitorioso, que chegou a ameaçar a eleição de Obama.

No Brasil, esse movimento foi importado pela Veja. E aí entra o fator Roberto Civita.

Desde a histórica revista Realidade, Civita tornou-se um grande especialista em entender os movimentos da mídia norte-americana e transportá-los para o Brasil. No final dos anos 60 percebeu o estilo do jornalismo-produto das revistas semanais, concebeu a revista Veja e a entregou ao grande nome que surgia na época, Mino Carta.

Mais tarde, esse padrão do “jornalismo produto” (em que as notícias são quase como "roteirizadas" antecipadamente) serviu de inspiração para a revolução da Folha nos anos 80.

Nos anos 70, Octávio Frias foi buscar o diferencial na imprensa alternativa da época, especialmente no Pasquim. Dos anos 80 em diante, a inspiração jornalística (não necessariamente política) veio da Veja.

Civita foi o primeiro a perceber a essência do movimento de radicalização de Murdoch e sua nova linguagem. E transportá-las para o Brasil.

O primeiro colunista a exprimir esse novo estilo, radical, agressivo, foi o finado Tales Alvarenga – que, na época, tinha coluna na Veja e o cargo de diretor responsável. Da noite para o dia nasceu um Tales de linguagem agressiva, que nunca havia se manifestado ao longo de sua carreira.

O primeiro grande teste foi a campanha contra o desarmamento, pesada, conservadora, mas que encontrou um eco extraordinário em segmentos da classe média.

Ali foi o ponto de partida. Pela primeira vez, desde a redemocratização, emergia das trevas o pensamento mais conservador e anacrônico e tinha uma enorme aceitação junto ao cidadão-massa.

Depois de Tales, a mão previsível do mercado criou uma legião de gladiadores. Em determinado momento, foi um estilo tão forte que contaminou o próprio noticiário. Desde os anos 50 não se teve um noticiário tão editorializado como nesses últimos anos.

E foi nessa emulação do modelo norte-americano, que Civita imaginou-se Murdock e pensou em Serra como Sara Pallin, a mídia como partido político e, sendo bem sucedidos, Serra, presidente, preservando a sobrevivência dos grupos de mídia nacionais contra a invasão dos novos gigantes da mídia 0 Facebook e Google.

É esse o modelo esquemático que norteou a ação da mídia de 2005 para cá e explica a parceria Veja-Serra.

Os anticorpos institucionais

Caso essa parceria tivesse sido bem sucedida, teria mergulhado o país em uma noite de São Bartolomeu porque, do mesmo lado, os dois maiores poderes da República: a Presidência da República e mídia, em um pacto de guerra de extermínio a toda forma de pensamento dissidente, de desarme do sistema de freios e contrapesos.

Em 2010 escrevi no fragor da batalha, e repito agora: as eleições de 2010 ainda serão tratadas pela historiografia como um marco, que impediu a invasão persa sobre a recém criada democracia brasileira. 

Aos poucos, o organismo institucional vai recobrando a racionalidade, seja no STF (Supremo Tribunal Federal), na Pocuradoria Geral da República, seja nos partidos políticos de ambos os lados, com a adesão cada vez maior de personalidades de princípios democráticos sabendo que a política – não os coliseus – é o campo para o debate de ideias e de divewrgências.

A estabilidade política, não só agora, como ao longo desses 25 anos, deve-se à Constituição Federal, que permitiu o feito extraordinário de um país historicamente sujeito a golpes de Estado consolidar os princípios democráticos, em meio a tormentas e terremotos ocasionais.

Não fosse a Constituição, no final do ano passado um grupo de alucinados do STF teria invadido o Congresso e empalmado o poder. Ao detalhar de modo claro a independência entre os poderes, a Constituição reduziu a margem de arbítrio na interpretação do texto constitucional, permitindo a reafirmação da legalidade.

O país deve gratidão eterna aos homens que, 25 anos, desenharam nossa Constituição. Especialmente ao grande comandante Ulisses Guimarães.


Postado no blog Luis Nassif Online em 04/10/2013


Estilo ladylike para o verão 2014




Estilo ladylike promete ser aposta do verão 2014. O estilo é inspirado nos anos 40 e 50, super feminino e delicado, as peças que marcam esse estilo são: cinturas bem marcadas, saias rodadas, babados, fitas, estampas florais entre outros.

Quem não se lembra das cinturas marcadas e da elegância das atrizes Audrey Hepburn e Grace Kelly 





Mas não exagere ou vai sair de casa parecendo uma boneca, aposte no visual moderno e invista no poder dos acessórios como óculos gatinho e escarpins altíssimo.












Comentários e respostas ou Comments and responses





Aos visitantes deste blog :

Agradecendo a visita e os comentários, gostaria que o Título da Postagem fosse colocado junto com o comentário, pois por um problema, ainda não resolvido, de configuração do blog, muitos comentários estão anexados em postagem que não é aquela que gerou o comentário.

Então não sei qual postagem está sendo comentada e minha resposta ao comentário, que poderia ser mais completa sobre o assunto, fica anexada em outra postagem, impossibilitando ao autor do referido comentário de verificá-la. 

A seguir coloco todos os comentários recebidos com as respostas, para os queridos leitores que não tenham encontrado suas respostas. 

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Que sonhos orientam nossa vida?




Leonardo Boff

O que decide o destino de nossa vida é o sonho que alimentamos e o que fazemos para realizá-lo. Por isso os sonhos são da maior importância. Morrem as ideologias e envelhecem as filosofias. Mas os sonhos permanecem. São eles o húmus que permite continuamente projetar novos projetos pessoais novas formas de convivência social e de relação para com a natureza.

Com acerto escrevia o cacique pele vermelho Seattle, ao governador Stevens, do Estado de Washington em l856, quando este forçou a venda das terras indígenas aos colonizadores europeus. 

O cacique, com razão, não entendia por que se queria comprar a terra e com ela, a aragem, o verde das plantas e o esplendor da paisagem. Neste contexto refletia que os peles vermelhas compreenderiam o por quê e a civilização dos brancos “se conhecessem os sonhos do homem branco, se soubessem quais as esperanças que transmite a seus filhos e filhas nas longas noites de inverno e quais as visões de futuro que oferece para o dia de amanhã”.

O que o cacique sequer imaginava é que o homem branco no lugar do sonho, esperanças e visões havia colocado a vontade de dominação da Terra e das pessoas, as máquinas, os bancos, os computadores, as armas de destruição em massa, isto é, projetos que implicam a devastação da natureza e da vida.

Hoje o que urgentemente precisamos não é de mais ciência e de mais técnica para aumentar nossa dominação da natureza e com isso fazer crescer nossa riqueza, especialmente, nas bolsas e nos mercados especulativos. 

O que precisamos, de verdade, sem dispensar a ciência e a técnica, é de um sonho bom que possa galvanizar as mentes e nos levar a práticas inovadoras.

Então: qual é o nosso sonho? Que esperança transmitimos aos jovens? Que visões de futuro ocupam as mentes e o imaginário coletivo através das escolas, dos meios de comunicação, da internet, dos facebooks, dos twitters e de nossa capacidade de criar valores?

As respostas a estas indagações geram um novo padrão civilizatório, radicalmente diferente daquele vigente. 

Descendo ao concreto do dia-a-dia, face às transformações que atingem os fundamentos de nossa civilização atual indagamos: Quais são os atores sociais que propõem um novo sonho histórico e desenham um novo horizonte de esperança?

Quem vai realizar os sonhos?

Quem são os sujeitos coletivos, construtores da nova civilização? Sem detalharmos a resposta podemos dizer que eles se encontram em todas as culturas e em todos os quadrantes da Terra. Eles irrompem de todos os estratos sociais e de todas as tradições espirituais. Eles estão em todas as partes.

Mas principalmente são os que se sentem insatisfeitos com o atual modo de viver, de trabalhar, de sofrer, de se alegrar e de morrer, em particular, os excluídos, oprimidos e marginalizados.

São aqueles que, mesmo dando pequenos passos, ensaiam um comportamento alternativo e enunciam pensamentos criadores. 

São ainda aqueles que ousam organizar-se ao redor de certas buscas, de certos níveis de consciência, de certos valores, de certas práticas e de certos sonhos, de certa veneração do Mistério e juntos começam a criar visões e convicções que irradiam uma nova vitalidade em tudo o que pensam, projetam, fazem e celebram.

Por tais sendeiros desponta a nova civilização que será de agora em diante não mais regional, mas coletiva e planetária, e esperamos, que signifique a superação histórica do atual capitalismo na sua forma neoliberal e globalizada e, por isso, mais solidária, mais ecológica, mais integradora e mais espiritual.

A civilização da re-ligação

Que nome vamos dar ao novo que está emergindo? Ensaiamos uma resposta: será uma civilização mais sintonizada com a lei fundamental do universo que é a interconexão de todos com todos, a sinergia e a complementaridade, valores sistematicamente negados pela cultura do capital, profundamente individualista. Será, numa palavra, a civilização da re-ligação de tudo com tudo e de todos com todos. 

Por isso será uma civilização que dará centralidade à re-ligião, não simplesmente como uma instituição consagrada, mas como uma espiritualidade. 

O que se opõe à religião não é a irreligão ou o ateismo. É a falta de conexão, o sentir-se perdido neste mundo. Entendo aqui a re-ligião em seu sentido originário e não confessional como aquela instância que se propõe a criar uma centralidade no ser humano, a re-ligar todas as coisas entre si porque percebe o Todo uno, diverso e complexo e o vê re-ligado ubilicalmente à Energia de Fundo que sustenta o inteiro universo e que podemos chamar também de Fonte Originária de todo Ser.

Esta civilização será re-ligiosa e espiritual ou não será. Deverá ser aquela experiência radical que consiga re-ligar todas as coisas e gestar um sentido de totalidade e de integração. 

Então poderá surgir a civilização da etapa planetária, da sociedade terrenal, a primeira civilização da humanidade como humanidade.

Sentir-nos-emos todos enredados numa mesma consciência coletiva, com um sentido concreto de cuidado de nossa Mãe Terra, assumindo uma mesma responsabilidade comum, dentro de uma mesma e única arca de Noé que é a nave espacial azul-branca, a Casa Comum. 

Esta nova civilização não é apenas um desiderato e um sonho ridente. Ela está em curso. Está madurando. 

Como disse um pensador francês: ”nada mais poderoso do que uma ideia que chegou a sua hora de realização”. A hora poderá demorar, mas virá.


Postado no blog Cidadão do Mundo em 03/10/2013


Internet : demasiado humana?


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Wilson Roberto Vieira Ferreira,
no Cinema Secreto


Quando a televisão surgiu, era rotineiramente acusada por devorar a atenção das pessoas e destruir a comunicação. Produtora de solidão, emburrecedora e responsável por distúrbios oculares eram o mínimo de que se acusava a TV. 

Com a Internet alarmes semelhantes retornam, porém com um outro viés: os caminhos dessa terra de ninguém são potencialmente perigosos – alguns são predadores, outros são viajantes ingênuos que se aventuram por territórios dominados por tribos e cibercriminosos.

O risco de ser emboscado, espoliado e humilhado é considerável. Muitas vezes a aplicação da lei é incapaz de apanhar os trapaceiros, que se mantêm sempre à frente do jogo.

Esse é o tema do filme Disconnect do documentarista Henry Rubin (do documentário Murderball) em sua estreia em um filme com narrativa ficcional.

A partir de um roteiro escrito por Andrew Stern, Rubin apresenta um verdadeiro soco emocional para aqueles que convivem diariamente com Facebook, Twitter, Skype, webcams e smartphones: um retrato da crueldade desencadeada por ladrões que alegremente se escondem por trás de falsas identidades virtuais, desenterram informações pessoais e com algumas teclas pode ser capaz de destruir a vida de uma pessoa.

Baseado em casos reais, o filme Disconnect é elaborado em uma narrativa estilo crash-like, isto é, histórias paralelas que vão se conectando até se colidirem de forma dramática em um clímax final.

Nina (Andrea Risenborough) é uma ambiciosa jornalista televisiva local que faz uma reportagem investigativa sobre sites e chats pornôs que recrutam menores de idade, muitos deles fugitivos. 

Ela estabelece uma conexão com Kyle (Max Thieriot), eles se encontram e Nina o convence a participar de uma entrevista sob a promessa de manter sua identidade oculta. 

Quando as imagens são exibidas pela CNN (algo importante para a carreira da ambiciosa Nina), chama a atenção do FBI que passa a pressioná-la a revelar sua fonte. Tudo juridicamente se complica com o envolvimento afetivo da jornalista com a fonte.

O advogado da rede televisiva, Rich Boyd (Jason Bateman), é acionado. Mas ele tem problemas mais urgentes com o seu filho adolescente Ben (Jonah Bobo), um aspirante a músico, solitário e sem amigos na escola.

Ele é humilhado por outros alunos que decidem preparar-lhe uma armadilha virtual: inventam um perfil feminino na Internet que começa a mandar mensagens para Ben. No início se diz admiradora da sua música, até lhe enviar uma suposta foto sua nua. Pede para que Ben faça o mesmo. Logo a foto de Ben será espalhada pelas redes sociais, devastando-o emocionalmente a ponto de tentativa de suicídio.

Mike é pai de um desses meninos que planejam o cyberbullying. Ele foi um policial que trabalhava no Departamento de Crimes Informáticos e hoje é um detetive privado. Investigará fraudes com cartões de créditos de um casal (Derek e Cindy) devastados emocionalmente pela perda do filho cujas identidades e informações pessoais foram roubadas e suas contas bancárias limpas por meio de “trojan horses” baixados acidentalmente em salas virtuais de bate papo de grupos de apoio emocional. Embora identificado o autor do crime virtual, o detetive nada pode fazer judicialmente sem provas concretas. Então, o casal decidirá fazer justiça com as próprias mãos.

Incomunicabilidade e desconexão

O filme explora um paradoxo fundamental: como em uma sociedade onde os indivíduos criam múltiplas e simultâneas formas de conexão, pode reinar tanta incomunicabilidade e desconexão? 

A exploração de uma narrativa em crash-like não foi por acaso: Rubin queria mostrar que socialmente e tecnologicamente vivemos em uma sociedade onde cada vez mais as ações humanas estão interligadas e repercutem de forma exponencial.

Munidos de seus smartphones todos os personagens estão constantemente em “dupla tela” – fenômeno de convergência tecnológica onde acessamos simultaneamente mídias diferentes como, por exemplo, assistimos a um programa de TV enquanto twitamos ou postamos em redes sociais comentários em tempo real sobre o que assistimos. 

O problema é quando esse fenômeno invade as relações humanas: em várias cenas do filme vemos pais e filhos ou casais trocando palavras rápidas enquanto estão de cabeça baixa concentrados na tela de seus smartphones, tablets ou laptops. 

As relações tornam-se superficiais, desatentas e cada vez mais vazias de sentido.

A certa altura a irmã de Ben olha para ele inconsciente e entubado na cama do hospital após a tentativa de suicídio e desabafa: “não me deixe sozinha com meus pais!”.

É emblemática também a afirmação do detetive especializado em crimes informáticos: “como as pessoas podem ser tão ingênuas”, exclama enquanto observa as linhas do tempo do facebook do casal vítima do roubo cibernético.

Na medida em que as relações sociais presenciais tornam-se cada vez mais frouxas e vazias, mais e mais as pessoas expõem suas vidas pessoais, sonhos, intimidades e realizações nas redes digitais.

Por que essa transferência simbólica das relações presenciais para as virtuais?

Diferente da TV que era uma mídia eminentemente visual e passiva, as novas tecnologias digitais criam um novo ambiente onde não mais o regime visual é dominante. 

Na conceituação do pesquisador canadense Marshall McLuhan no seu livro Understanding Media, entraríamos em um regime midiático eminentemente “tátil e sensorial ressonante”: interatividade, sinestesia, integração, envolvimento e simultaneidade trazidas pela civilização baseada na mediação elétrica.

A TV já possuía essas características de forma latente, mas é nas mídias digitais que essa mediação elétrica chega à plenitude ao criar um “espaço ressonante”.

As redes sociais (chats, fecebook, twitter etc.) emulam muitas características das mídias orais ou presenciais, principalmente sua natureza performática, isto é, a sensação de “tempo real”, de “aqui e agora”.

Emoticons, memes, gírias e onomatopeias dão um aspecto presencial às comunicações, fazendo os usuários desenvolverem um sentimento de fazer parte de uma coletividade, mesmo isolados em seus quartos ou em algum lugar remoto do planeta.

Esse aspecto performático parece dotar às relações virtuais um aspecto de veracidade ou autenticidade que parece inexistente nas relações humanas “reais”. Talvez por aí explique o baixo senso crítico ou a “ingenuidade” a que se refere o detetive no filme “Disconnect”.

A aparência narcísica de um ego grandioso (fotos de felicidade, relatos de grandes realizações, imagens com seus bens de consumo etc.) encobre um esvaziamento da própria subjetividade que, sitiado, adapta-se e reproduz mimeticamente o entorno para sobreviver.

Essa “reprodução mimética do entorno” nada mais seria do que a ansiedade e angústia pela obtenção da aprovação ou a espera de que os amigos cliquem no “curtir” da postagem.

Como fica evidente na dramáticas condições emocionais do garoto Ben, ele é a vítima ideal do cyberbullying: com um ego fragilizado e vulnerável devido à superficialidade das suas relações no mundo real, não possui nenhum mecanismo psíquico de defesa (racionalização, negação, etc.) para enfrentar a “pegadinha” criada pela dupla de arruaceiros da escola.

Como, aliás, nenhuma das personagens vítimas do filme (o garoto do chat erótico explorado pela ambição da jornalista, o casal vítima do crime cibernético etc.) possui estrutura emocional ou consciência crítica, tornando-os vulneráveis a qualquer ataque dos predadores do mundo real.

Se no final da década dos anos 1990 caiu a primeira utopia da Internet (a terra prometida dos lucros fáceis das empresas “ponto com”), com filmes como “Disconnect” talvez esteja caindo a segunda utopia: a de que nos mundos virtuais da Internet estaria a utopia de um novo mundo democrático e civilizado onde todos partilhariam conhecimento e experiências inovadoras que enriqueceriam a cultura e a inteligência humana. 

A Internet com suas redes e nódulos seria a própria materialização das redes neuronais e sinapses da mente humana, a “inteligência coletiva”.

Mas a Internet nada mais é do que a ampliação e ressonância tecnológica das velhas mazelas humanas. Ela ainda é humana, demasiadamente humana.




Postado no site Outras Mídias em 01/10/2013