Vem aí uma nova chance . . .






Pamela Camocardi


Já percebeu que o ano está acabando? Pois é. Para alguns o ano foi maravilhoso. Para outros nem tanto assim. O que importa é que aprendemos muito e levamos para o ano novo uma bagagem de experiências únicas e consideráveis.

Não se frustre se a lista do começo do ano está engavetada, se os projetos não saíram do papel ou se você carrega aquela sensação de não ter feito nada esse ano. Embora tenhamos o poder de planejar as coisas, não temos o poder de mudar o curso da vida.

Algumas surpresas no caminho sempre acontecerão e alguns imprevistos surgirão para nos tornar mais fortes mesmo. Normal!

Agora vem aí uma nova chance. Não que você precise de um novo ano para mudar sua vida, visto que a cada minuto nossas forças se renovam e as possibilidades de mudanças acontecem. Mas, é bom saber que temos a possibilidade de nos renovarmos a cada novo ciclo da vida. Mudar por dentro, amadurecer intelectual e psicologicamente e ter a oportunidade de escrever uma nova história de vida é sempre fascinante.

A virada do ano é algo que sempre me encantou. Não pelas festividades, mas pelo sentimento de que vamos conseguir deixar para trás tudo aquilo que foi ruim e focar somente em coisas boas.

Sim, 2019 foi um ano intenso. Para muitos o pior ano da história. Mas, sinto dizer que 2020 não será diferente se as mudanças não partirem de dentro de você. O ano novo acontece quando acreditamos em dias melhores e renovamos nossas forças fazendo o impossível para que tudo dê certo.

Porém, para que isso aconteça é necessário cortar a raiz que o prende aos velhos costumes e permitir começar uma nova história. Sem medo, sem mágoas, sem rancor. O ano só será novo quando você for capaz de entender que a vida é mais sobre a forma como você enfrenta os seus problemas do que como você foge deles.

Portanto, esqueça as listas de promessas e de boas intenções. Sabemos muito bem que elas nunca são cumpridas. Poupe seu tempo, sua energia e suas forças e faça, como dizia Drummond, “um ano novo que mereça esse nome.” Pegue a coragem que te trouxe até aqui, as alegrias que te motivaram a continuar mesmo com muita dor e os amores que te fizeram feliz e faça uma nova história a partir de hoje.

Daqui do outro lado da tela, desejo que você alcance tudo o que deseja e faço das palavras de Drummond as minhas: (…) “Para você, desejo o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada. Para você, desejo todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puder sorrir, todas as músicas que puder emocionar. Para você neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida. Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente para repassar o que realmente desejo a você. Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.

Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, rumo à sua felicidade!”








8 de Novembro de 2019 : Lula livre após 580 dias de prisão injusta !


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Como nosso tempo de sono pode significar se viveremos menos ou mais



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Nossa vida se abrevia por não dormirmos a 'sesta'. A prática do sono bifásico natural, alinhado a outros fatores, parecem ser as chaves para uma longa vida. Neurocientista Matthew Walker explica como os humanos deveriam dormir.



Nós, humanos, não dormimos do jeito que a natureza pretendia. O número de episódios de sono, sua duração e os momentos em que deveríamos dormir foram compreensivelmente distorcidos pela modernidade.

Nas nações desenvolvidas, a maioria dos adultos dorme atualmente segundo um patrão monofásico, ou seja, tratamos de completar um só sono prolongado durante a noite, cuja duração média é inferior a sete horas. Se você visitar culturas às quais a eletricidade não chegou, certamente verá algo bastante diferente. Tribos extrativistas como a dos gabras, no norte do Quênia, ou os san no deserto do Kalahari, cuja forma de vida mudou muito pouco nos últimos milênios, dormem seguindo um patrão bifásico. Os dois grupos dormem por um período bastante longo durante a noite (passam de sete a oito horas na cama, dormindo umas sete horas), e depois, pela tarde, fazem uma sesta que dura entre 30 e 60 minutos.

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Também há indícios de uma combinação dos dois padrões de sono em função da época do ano. Algumas tribos pré-industriais como os hadzas, do norte da Tanzânia, e os san, da Namibia, seguem um padrão bifásico nos meses mais calorosos do verão, com uma sesta de 30 a 40 minutos no começo da tarde. Depois, durante os meses mais frios do inverno, mudam para um padrão de sono em grande parte monofásico.

Mesmo quando seguem um patrão de sono monofásico, o tempo de sono observado nas culturas pré-industriais não é como o nosso. Em geral, os membros da tribo vão dormir duas ou três horas depois do pôr-do-sol, por volta das 21h. Seu episódio de sono noturno acabará por volta do amanhecer. Alguma vez você se perguntou sobre o significado do termo “meia-noite”? Obviamente, significa a metade da noite, ou, mais tecnicamente, o ponto médio do ciclo solar. E assim é para o ciclo de sono das culturas extrativistas, e supostamente para todos os que viveram antes. Agora pense nas normas de sono da nossa cultura. A meia-noite já não é “a metade da noite”. Para muitos de nós, a meia-noite costuma ser o momento em que decidimos checar nosso e-mail pela última vez, e já sabemos o que frequentemente acontece depois. Para agravar o problema, não dormimos mais pela manhã para compensar este início de sono mais tardio. Não podemos. Nossa biologia circadiana e as insaciáveis demandas da vida pós-industrial à primeira hora da manhã nos negam o sono de que tanto necessitamos. Houve um tempo em que íamos para a cama ao anoitecer e acordávamos com as galinhas. Agora, muitos de nós continuamos acordando na mesma hora que as galinhas, mas o anoitecer é simplesmente a hora em que terminamos o trabalho no escritório, restando ainda muitas horas de vigília pela frente. Além disso, pouquíssimos nos concedemos uma sesta completa à tarde, o que contribui ainda mais para o nosso estado de falta de sono.

Entretanto, o sono bifásico não tem uma origem cultural. É profundamente biológico. Todos os humanos, independentemente de sua cultura ou localização geográfica, sofrem um declínio no seu estado de alerta no começo da tarde, o que é geneticamente codificado. Observe qualquer reunião depois da hora do almoço e isto ficará evidente. Como marionetes cujos fios se soltam e depois voltam a se esticar rapidamente, as cabeças começarão a cair e a se levantar de repente. Estou seguro de que alguma vez você já experimentou um desses ataques de sonolência que parecem se apoderar de você, como se seu cérebro fosse dormir surpreendentemente cedo.

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Tanto você como o resto dos participantes da reunião estão sendo vítimas de uma queda no alerta, impresso pela evolução, que favorece uma sesta vespertina, chamada sonolência pós-prandial (do latim prandium, comida). Este breve redução da vigília, de um estado de alerta de alto grau a outro de baixo nível, reflete uma necessidade inata de fazer uma sesta vespertina. Isso parece ser uma parte normal do ritmo diário da vida. Se alguma vez você tiver que fazer uma apresentação no trabalho, para o seu próprio bem (e pelo do estado consciente de sua audiência), se puder evite essas horas.

O que se torna muito evidente quando você repara nestes detalhes é que a sociedade moderna nos afastou do que deveria ser uma organização pré-estabelecida do sono bifásico, que nosso código genético trata de reavivar a cada tarde. O abandono do sono bifásico começou quando passamos de uma existência agrícola a outra industrial, ou talvez inclusive antes.

Os estudos antropológicos dos extrativistas da época pré-industrial também dissiparam um mito popular a respeito de como os seres humanos deveriam dormir. Por volta do final da alta idade moderna (final do século XVII e princípios do XVIII), os textos históricos sugerem que os europeus ocidentais dormiam dois longos períodos noturnos, separados por várias horas de vigília. Entre estes dois períodos de sono gêmeos, às vezes chamados primeiro sono e segundo sono, liam, escreviam, rezavam, faziam amor e inclusive faziam vida social.

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Entretanto, o fato de as culturas pré-industriais estudadas até agora não terem mostrado uma forma de sono similar, em dois turnos noturnos, sugere que esta não é a forma de sono natural programada evolutivamente. Mais parece se tratar de um fenômeno cultural que se popularizou com a migração para a Europa ocidental. Por outro lado, não existe nenhum ritmo biológico – cerebral, neuroquímico ou metabólico – que aponte a uma necessidade humana de estar acordado várias horas no meio da noite. O verdadeiro padrão de sono bifásico –para o qual existe evidência antropológica, biológica e genética, e continua sendo mensurável em todos os seres humanos até hoje – é o que consiste em um episódio mais longo de sono contínuo à noite, seguido de uma sesta curta no meio da tarde.

Aceitando que este é nosso padrão natural de sono, chegaremos algum dia a saber com certeza que tipo de consequências há para nossa saúde por termos deixado o sono bifásico? Esta forma de dormir que incorpora a sesta é praticada em diferentes culturas de todo o mundo, incluindo a América do Sul e a Europa mediterrânea. Quando eu era criança, na década de 1980, fui de férias à Grécia com a minha família. Ao caminharmos pelas ruas das principais cidades gregas que visitamos, via avisos pendurados nas vitrines que eram muito diferentes dos que costumava ver na Inglaterra. Diziam: “Aberto de nove da manhã a uma da tarde, fechado de uma a cinco, aberto de cinco a nove”.

Na atualidade, restam poucos avisos desse tipo nos comércios da Grécia. Antes da virada do milênio, viveu-se uma pressão cada vez maior pelo fim da prática da sesta na Grécia. Uma equipe de pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard decidiu quantificar as consequências para a saúde desta mudança radical estudando mais de 23.000 adultos gregos, homens e mulheres de 20 a 80 anos de idade. Os pesquisadores se centraram nos efeitos cardiovasculares, fazendo um acompanhamento do grupo durante um período de seis anos, ao longo dos quais muitos deles deixaram de dormir a sesta.

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Como em inumeráveis tragédias gregas, o resultado final foi dilacerante, mas aqui de maneira mais séria e literal. Nenhum dos pacientes tinha antecedentes de enfermidade coronária ou acidente vascular cerebral no início do estudo. Entretanto, nesse período de seis anos, aqueles que deixaram a sesta habitual viram um aumento de 37% no risco de morte por doença cardiovascular, em comparação àqueles que mantiveram as sestas regulares durante o dia. O efeito foi especialmente intenso nos trabalhadores, onde o risco de mortalidade resultante de prescindir da sesta aumentou em mais de 60%.

Trata-se de um estudo excepcional, que deixa um fato patente: quando abandonamos a prática inata do sono bifásico, nossas vidas se abreviam. Talvez por isso não seja surpreendente que nos pequenos enclaves da Grécia onde o costume da sesta permanece intacto, como na ilha de Ikaria, os homens tenham quase quatro vezes mais chances de chegar aos 90 anos que os homens norte-americanos. As sociedades que incorporaram a sesta a seus hábitos já foram descritas como “os lugares onde as pessoas se esquecem de morrer”. A prática do sono bifásico natural e uma dieta saudável parecem ser as chaves para uma longa vida.






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Sesta após o almoço



Dira Paes, Caio Blat, Gregório Duvivier, Caco Ciocler e Caetano Veloso falam em Audiência Pública no Supremo Tribunal Federal contra a volta da censura !


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“ Eu cuspi na cara dele por você, Dilma. Por nós ”, diz Jean Wyllys em carta aberta



Dilma Rousseff e Jean Wyllys



POR JEAN WYLLYS   Publicado no Facebook do autor


Querida Dilma,


Meu coração simultaneamente apertou e acelerou quando li a notícia de que um delegado da Polícia Federal, aliado do ministro da Justiça de Bolsonaro, Sergio Moro, pediu sua prisão.

De imediato eu não pensei na explícita prática de lawfare que este pedido de prisão absurdo representa; não pensei na estratégia do canalha em criar, com este factóide, uma cortina de fumaça que impeça a maioria do povo brasileiro de ver a entrega do petróleo do pré-sal por parte do governo Bolsonaro (com apoio de plutocratas que apenas fingem se importar com o desapreço deste pela democracia); nem pensei nos ensaios de fechamento do regime que esses fascistas organizados em seitas religiosas e organizações criminosas fazem todo dia para testar os limites de uma nação agora adoecida por ter se recusado a trabalhar traumas como a escravatura e os terrorismos das ditaduras…

Ao ler a notícia, eu só pensei em você, minha amiga. Primeiro, naquela senhora que me abraçou demorado – seu cheiro bom, aquele cheiro de afeto que os filhos identificam em mães amorosas, ainda está está na minha lembrança como se eu tivesse acabado de lhe abraçar – naquele restaurante japonês em Copacabana, onde jantamos em companhia do historiador americano James Green. Aquela senhora que me aconselhou a sair do país por reconhecer que eu realmente estava correndo risco de morte. Aquela senhora que, num dado momento da conversa, chamou-me de “meu filho”…

Em seguida, lembrei-me de que aquela senhora amorosa é também a estudante da foto histórica em que, após dias sob tortura por parte de covardes idolatrados hoje pelos igualmente covardes que pediram sua prisão, você encara altiva seus torturadores, imorais que escondem suas caras na esperança de escapar do julgamento da história e da infâmia que a maldade joga sobre sua (deles) descendência…

Só depois dessa reação afetiva; dessa preocupação com a pessoa (que é avó e ama sua família); só depois disso, é que, relembrando o quanto nossas histórias individuais se entrelaçaram e na trama da história do Brasil, por eu ter sido o primeiro ativista gay a chegar no Congresso Nacional e você a primeira presidente da república, dei-me conta dos significados políticos e dos perigos terríveis contidos nesse pedido de sua prisão.

As facções políticas (incluindo aí as organizações criminosas na cidade e no campo) que perpetraram o golpe contra seu governo – com o objetivo de garantir a si mesmas privilégios, lucros obscenos e impunidade em seus (delas, das facções) crimes – estão em guerra pelo poder desde então. A prisão do Lula, a intervenção militar no Rio de Janeiro feita pelo governo do crápula que lhe traiu e ao PT, Michel Temer, e a posterior execução de Marielle Franco são as consequências dessa guerra entre as forças políticas de direita que produziram a ruptura com a democracia em 2016.

Você sabe, Dilma, que nem mesmo o alinhamento dessas facções golpistas em torno da figura de Bolsonaro nas eleições de 2018 (àquela altura já instrumentalizada e turbinada pelos plutocratas da extrema-direita americana) garantiu a paz entre elas.

Os ricos brasileiros, os banqueiros ilustrados, os marajás do funcionalismo público, os donos de veículos de comunicação e os intelectuais endinheirados que fizeram da Lava Jato um complô e, do cafona e medíocre Sergio Moro, um fantoche, não esperavam que as facções criminosas com as quais se aliaram – milícias e seitas religiosas que servem de lavanderia para dinheiro sujo – fossem querer ter as rédeas do país. Mesmo assim, com todo o horror que elas vêm praticando, a Globo e a Folha de São Paulo seguem elogiando seu ministro da Economia, como se não se tratasse do mesmo governo fascista que ameaça a liberdade de imprensa, a cultura e a laicidade – e ignora emboscadas que matam os guardiões da Amazônia.

Dilma, não sei se você sabe, mas, naquela noite em que teve início o golpe disfarçado de processo de impeachment, logo depois de dedicar seu voto ao torturador Brilhante Ustra (o covarde que quebrou com um soco o maxilar daquela menina da foto que é você), Bolsonaro me xingou de “queima-rosca” e me disse “tchau, querida”, numa referência à frase que o Lula lhe disse na conversa grampeada ilegalmente por Sergio Moro e divulgada pela Globo. A misoginia e a homofobia – males gêmeos – exigiram-me uma reação naquele momento. Além delas, a memória dos mortos sob as torturas perpetradas pela ditadura militar.

Eu cuspi na cara dele por você, Dilma. Por nós.

E, por tudo isso, mas principalmente por você, a quem poderia chamar de “minha mãe”, mas chamo de “minha amiga”, eu lhe peço nesta carta aberta:

Tenha cuidado, amada! Os fascistas ressentidos de ontem e de hoje não toleram o que você representa, presidenta.

Te amo !

Jean Wyllys





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Foto que Jean Wyllys se refere na sua Carta Aberta. 
Dilma Rousseff, aos 22 anos, presa pela Ditadura Militar, é interrogada.



Clique nos links abaixo e veja os vídeos para entender a tentativa de prisão
 da Ex-Presidente Dilma :







5 looks da vida real


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Ser sincero economiza tempo : a honestidade como um modo de vida



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Para praticar a sinceridade com os outros, é necessário fazê-lo com nós mesmos primeiro. É preciso saber exatamente o que queremos para não perdermos tempo, evitando cair em situações de alto desgaste e custo emocional. A honestidade deve ser um modo de vida.

Ser sincero economiza tempo e melhora os relacionamentos. O bom uso da honestidade e da integridade consigo mesmo, deixando claro o que aceitamos e o que não, o que é correto e o que não é, facilita a convivência e evita situações desconfortáveis.

Apesar disso, longe do que pode parecer, não é tão fácil fazer uso da sinceridade. Confúcio dizia que a pessoa que é sincera e sempre diz a verdade já construiu o seu caminho até o céu.

No entanto, vamos admitir, a maioria de nós foi educada para estar correta em todas as circunstâncias, para manter um respeito cuidadoso pelos outros e, frequentemente, fazemos das pequenas mentiras os nossos botes de sobrevivência por medo de sermos rejeitados ou apontados.

Dizemos sim a aquela festa com os colegas da empresa, somente para não ficarmos “de fora”. Mantemos amizades que já expiraram emocionalmente anos atrás por medo de prejudicar a outra pessoa.

Apoiamos o nosso parceiro em determinadas decisões, mesmo sabendo que elas não são acertadas; fazemos isso para não acabar com os sonhos de alguém que amamos.

Existem muitas situações que ocorrem todos os dias em que aplicamos a meia mentira ou essa meia honestidade que, mesmo tendo bons propósitos, a longo prazo não trará nenhum benefício.

Ser honesto (mas sem praticar o sincericídio) deveria ser a engrenagem recorrente em nosso próprio ser, onde podemos construir uma realidade mais saudável para todos.
“ A sinceridade pode ser humilde, mas não deve ser servil."
– Lord Byron –
O bom uso da sinceridade consigo mesmo

Nada pode trazer tanta harmonia quanto praticar essa comunicação transparente, deixando cair as armaduras, falsidades, medos e condescendências.

Existem aqueles que se gabam de serem sempre corretos e respeitosos, quando na verdade são especialistas na arte da hipocrisia, ou seja, em fingir sentimentos, ideias ou comportamentos contrários aos da verdade.

Muitos andam pelo mundo desanimados. São aqueles que pensam uma coisa e dizem outra, que sentem uma realidade específica e acabam se comportando de maneira oposta.

Viver descontrolado em termos de pensamentos, desejos, ações e comunicação gera um grande desconforto e pode nos levar, a longo prazo, a situações de grande infelicidade.

Estudos, como o realizado na Universidade do Sul da Dinamarca pelo Dr. Stephen Rosenbaum, deixam claro que a honestidade deveria ser uma norma em nossa sociedade. Fazer uso da sinceridade economiza custos de todos os tipos: emocional, relacional, trabalhista, etc.

Trata-se de um princípio de bem-estar para nós mesmos e para os outros. No entanto, como aplicá-lo? Como começar a fazer um bom uso dele? Essas seriam algumas chaves:

Comece sendo sincero consigo mesmo

Existem vozes internas que reforçam os nossos medos. Existem defesas que levantam verdadeiras barricadas que nos impedem de dizer e fazer o que realmente queremos. Todos esses universos psicológicos internos não apenas nos impedem de sermos autênticos, mas também dificultam o nosso crescimento.

Sejamos claros, quem quiser ser honesto com os outros deve ser, em primeiro lugar, honesto consigo mesmo. E isso requer a prática de um diálogo interno sincero e corajoso, onde nos perguntamos o que realmente queremos e precisamos.

As mentiras e a falta de honestidade nos tornam prisioneiros da infelicidade

Ser sincero economiza um tempo valioso. Evita, por exemplo, dedicar tempo e esforços a pessoas, práticas ou dimensões que não se ajustam aos seus desejos ou valores.

Se pudéssemos praticar a verdadeira honestidade, ganharíamos confiança ‘uns com os outros’, porque não há nada tão benéfico quanto receber um conselho ou comentário de alguém que, longe de buscar ser condescendente ou “ficar bem”, se atreve a falar conosco de forma sincera e objetiva.

Além disso, temos que levar em conta um outro aspecto. A falta de sinceridade nos leva a fazer uso daquelas mentiras que, em pouco tempo, precisam de mentiras maiores para que o castelo de cartas seja mantido.

O esforço psicológico para evitar o colapso de tantas falsidades é imenso, e logo percebemos que essa prática não é útil, lógica ou até mesmo saudável.

Ser sincero é um ato de coragem com grandes benefícios: pratique e o seu mundo mudará!

Po Bronson e Ashley Merryman, dois psicólogos especialistas em educação infantil, apontam em seu livro ‘Filhos: Novas Ideias Sobre Educação’, que as crianças mentem para os pais com mais frequência do que imaginam por um fato muito básico: elas escolhem recorrer a mentiras para fazer os seus pais felizes e, assim, cumprem as expectativas que eles têm sobre elas.

Acreditam que, se falarem sobre o que realmente sentem, poderão desapontá-los. De alguma forma, é assim que começa a necessidade quase recorrente de nem sempre ser completamente honesto.

Temos medo de decepcionar, temos medo de não ser como os outros pensam, temos medo de gerar distâncias ou perder relacionamentos. No entanto, devemos ser claros e sinceros, ou acabaremos traindo a nós mesmos.

Ser sincero pode causar algum impacto ou surpresa. No entanto, a longo prazo vale a pena, porque criaremos relações mais saudáveis, felizes e significativas, compartilhando a vida com quem realmente importa. Vamos colocar a sinceridade em prática?