Em vez de esperar que lhe tragam flores, regue seu próprio jardim
Marcel Camargo
Atraímos o que somos e temos, ou seja, enquanto estivermos incompletos, o que nos chegar também estará aos pedaços.
Nada como a maturidade para trazer entendimentos que nos aliviam muito daquilo que nos deixava apreensivos tempos atrás. Se passássemos pela juventude com as experiências que acumulamos lá na frente, seríamos poupados de muitos sofrimentos inúteis, como aquele que nos afligia quando não éramos correspondidos como queríamos.
Um dos maiores equívocos de nossas vidas vem a ser justamente o de esperar que os outros ajam como nós, ou que eles nos completarão naquilo que nos falta. Parece que passamos muito tempo dependendo dos outros, esperando dos outros, vivendo para os outros, enquanto deixamos a nós mesmos em segundo ou terceiro planos. E, quando nos damos conta, percebemos como tínhamos sido ingênuos, perdendo tempo atrás do que poderíamos encontrar bem dentro de cada um de nós.
É assim com o amor, é assim com amizade, é assim com tudo na vida: caso fiquemos esperando encontrar lá fora de nós algo que nos falta, iremos sempre caminhar com um vazio nos acompanhando. Precisamos nos bastar e nos sentirmos completos e inteiros antes de adentrarmos qualquer tipo de relacionamento, porque ninguém possui o que, na verdade, temos de construir em nossa própria vida. Atraímos o que somos e temos, ou seja, enquanto estivermos incompletos, o que nos chegar também estará aos pedaços.
Embora se fale tanto em amor próprio nestes últimos tempos, ainda é difícil nos sentirmos bons e suficientes o bastante, ainda mais com tantas imagens de corpos perfeitos e de sorrisos brancos na mídia em geral. Além disso, a felicidade infelizmente se atrela ao tanto que se consome e ao tanto de carimbos no passaporte, às aparências, interferindo em nossa capacidade de ser feliz com o que temos, com o que somos. Afinal, impossível corresponder às figuras esquálidas, ricas e felizes a que assistimos na televisão.
Na verdade, embora os acontecimentos e as pessoas à nossa volta possam interferir no curso de nossa jornada, teremos que manter felicidade e contentamento dentro de cada um de nós, com otimismo, esperança, fé e positividade, pois é assim que ficaremos mais fortes para encarar o mundo lá fora. É assim que não deixaremos qualquer porcaria entrar em nossas vidas. Regando nossos próprios jardins, estaremos mais protegidos contra as ervas daninhas que tentarem nos empurrar goela abaixo, porque, então, não precisaremos de esmolas, nem de migalhas alheias.
Postado em Conti Outra
Looks para Natal 2017 e Réveillon para Elas e Eles
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Gente ruim cai sozinha
Ana Macarini
Que a sorte me proteja de gente focada, predestinada, concentrada e mais uma série de adjetivos que tais, terminados em “ada”. Conto aqui com a sua imaginação! Essa gente disposta a fazer maldade é de uma concentração que eu vou te dizer. Porque é preciso muita concentração mesmo para prejudicar os outros.
Estragar a vida alheia requer planejamento, estratégia e disciplina. A pessoa precisa dedicar tempo na observação; mais um tempo na coleta de dados; e mais um outro tempo na tarefa de reprodução.
O que mais se vê nesse mundo, seja virtual ou real é gente fake. Estou para dizer que podemos considerar que seja essa a praga do século 21! Ideias roubadas, repaginadas e maquiadas vendidas como se fossem uma criação original.
Plágios feitos sem a menor cerimônia, sem nenhum critério, sem qualquer sentimento de culpa ou necessidade de disfarçar. Sinto-me transportada para a Idade Média, rodeada de copistas, que apenas reproduzem letras, palavras e textos, sem ao menos entendê-los.
O objetivo é claro e obscuro na mesma intensidade: conseguir visibilidade, popularidade, notoriedade e mais uns tantos substantivos que tais – não todos terminados em “ade”, é bem verdade! Conto novamente com a sua rica imaginação!
Eu só fico aqui pensando que a pessoa deve dormir pendurada num cabide, né? Porque não há travesseiro – nem que seja de plumas de ganso da Baviera – que faça a mágica de subtrair o peso de cabeças tão vazias e mal-intencionadas, a ponto de lhes garantir um descanso justo.
Se bem que, se o dito cujo – ou dita cuja – for mau caráter mesmo, dormirá feito uma pedra. Nada mais lógico para quem tem uma cabeça oca e tão pouco favorecida que não deixa outra alternativa a não ser a de reproduzir, copiar e imitar.
Abençoados sejam os dispersos, os distraídos, aqueles que vivem com a cabeça nas nuvens a criar ideias novas, a trazer beleza ao mundo a esparramar leveza, em atitudes e gestos de generosidade e criação de novos caminhos.
Abençoados sejam os que cantam desafinados, os que desenham bonecos palito, os que fazem o melhor ovo frito do planeta, os que dividem a única barrinha de cereal que sobrou na bolsa. Abençoados sejam para sempre, os que são ainda gente o suficiente para viver daquilo e com aquilo que é capaz de produzir, criar e oferecer.
E que os “similares” ponham suas barbinhas – ou cílios postiços – de molho. Porque é verdade que existe muita gente que não vale nada se dando bem. Sim, eu sei! Mas eu ouso acreditar que é pelo talento, pela honestidade e pela veracidade que a vida segue o curso natural do desenvolvimento e do sucesso. E creio, também, com toda a minha fé concreta, que gente ruim cai sozinha, mais dia ou menos dia.
Postado em Conti 0utra
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