Sem tantos `porquês´, sobra espaço para o silêncio que apazigua...




Rosana Braga 

Longe de mim julgar equivocado o instinto questionador da maioria das pessoas, talvez da raça humana. Querer encontrar respostas certamente nos impulsiona a muitos bons lugares. Entretanto, há que se ponderar sobre os excessos.

O problema não está em desejar compreender, mas em acreditar que a compreensão é sempre necessária ou possível, ou ainda que só se pode aquietar a alma depois de obter as tais respostas.

Buda deixou um ensinamento na frase seguinte que a mim parece responder senão quase todas, ao menos muitas das questões mais angustiantes que costumamos criar: "A mente não conhece respostas. O coração não conhece perguntas".

Pois... que só questiona quem não sabe. Quem sabe, apenas abre caminho para que a vida aconteça. Sem se fazer refém de perguntas que nada preenchem. Sem resistir ao que é, ao que está. Sem duvidar da perfeita engrenagem que gira ao perfeito ritmo do Universo.

Quem sabe tem fé e só quem tem fé sabe! Não uma fé mágica, mas uma fé sábia! Porém, infelizmente, a maioria de nós, especialmente nos momentos mais delicados, mais dolorosos e mais intensamente complexos, não confia!

Desavisadamente, insiste em acreditar que o coração é bobo, ingênuo, emotivo demais. Insiste em apostar que as emoções, tão instáveis e dinâmicas, tão humanamente confusas, são ditadas pelo coração. Não são!

Tudo o que é fugaz, vulnerável e volátil tem a ver com o que está voltado para fora, suspenso, solto do que é próprio da pessoa - sempre genuinamente singular, dona da única sabedoria capaz de apaziguar de verdade qualquer tormenta interior.

É fato que, a despeito de resistir a esta ideia, tanto mais você saberá quanto menos perguntar. Tanto mais perceberá o sentido quanto mais relaxar, quanto mais aceitar, quanto mais silenciar.

Não há paz no tumulto de sua mente. Não há compreensão no afã da busca. Não há amor na confusão do desejo. Pensar, buscar e desejar fazem parte do exercício de viver, sim. Fazem parte do aprendizado e do amadurecimento. Mas a evolução está justamente em parar de pensar tanto, de buscar tanto e de desejar tanto.

Quando o seu momento for de tristeza e dor, luto e escuridão, seja em qualquer grau, apenas tente respirar fundo, fechar os olhos e aquietar-se. Tudo o que for realmente necessário... estará aí. E se você ainda não conseguiu se dar conta disso, é porque ainda não está suficientemente em silêncio para ouvir e ver!

Postado no site Somos Todos Um



FHC esquece ! Mas o povo não ...







Presidente FHC, PT não governa para quem o senhor governou

Ilustríssimo senhor doutor Fernando Henrique Cardoso,

Quem lhe escreve é um cidadão comum, sem filiação político-partidária e que ainda guarda na memória o sofrimento pelo qual passou quando o senhor – vá lá – “governou” o Brasil. Aquela foi uma época de muito sofrimento para todos, presidente.

Eis por que leio no jornal O Estado de São Paulo, estupefato, que o senhor declarou, na segunda-feira (25.3), textualmente, que “Essa gente não sabe governar o país”.

Por óbvio, o senhor se referiu ao Partido dos Trabalhadores, ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma Rousseff, quem, desde os primeiros momentos da posse, brindou-o com cortesias que, a meu ver, foram exageradas e que, agora, o senhor retribui dessa forma.

Até entendo que, aos 80 e tantos anos, tendo deixado uma obra administrativa que a maioria absoluta dos brasileiros repudia até hoje – como mostram as sucessivas eleições que o seu partido perdeu –, o senhor esteja amargurado.

Contudo, presidente FHC, peço que entenda que o povo brasileiro – que ontem, quando lhe dava seus votos, o senhor dizia sábio – não o odeia. Apenas rejeita a sua forma de governar.

O senhor diz que o PT não sabe governar. O que as urnas dizem é que o PT realmente não sabe governar, mas não é para os milhões que o elegeram, reelegeram e re-reelegeram. O PT não sabe governar para os que foram priorizados pelo seu governo.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque, em lugar do desemprego de 12,8% que o senhor deixou, implantou pleno emprego, com salários que se valorizam a cada mês.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque, em lugar dos programas sociais de mentirinha que o senhor deixou, pôs o maior programa social do mundo, o qual retirou dezenas de milhões da pobreza e outros tantos milhões da miséria.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque, em lugar da ausência total de divisas que o senhor deixou, construiu reservas cambiais de centenas e centenas de bilhões de dólares que, hoje, garantem imunidade do país a crises internacionais muito mais graves do que aquelas crises localizadas só em países mal governados que ocorreram à sua época.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT saber governar porque hoje a maioria afrodescendente que o IBGE diz haver no país está chegando às universidades, que não são mais “coisa de rico” como no seu tempo.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque, ao contrário do que ocorreu no seu governo, hoje o Brasil não é visto como um país-mendigo que vagueia pelo mundo com o pires na mão – hoje, este país empresta dinheiro a países em dificuldades.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque, ao contrário de juros de até 45% ao mês que o senhor chegou a pagar aos agradecidos banqueiros que lhe doaram o prédio do Instituto que leva seu nome, o PT reduziu esses juros a um dígito.

Para o povo brasileiro, presidente FHC, o PT sabe governar porque está, após tanto tempo, acabando com negociatas como as que tornaram a energia elétrica no Brasil a segunda mais cara do mundo.

Poderia ficar escrevendo laudas e mais laudas para explicar as razões pelas quais o povo brasileiro não elege mais presidentes do seu partido após a verdadeira praga de gafanhotos que foi seu governo, mas acho que já me fiz entender.

Este povo lhe nega votos enquanto ignora as mesuras desmesuradas e os elogios sem fundamento que alguns donos de impérios de mídia lhe fazem à toa, presidente. É que o povo brasileiro sabe que o senhor sabia governar, sim, mas apenas para uma minoria abastada.

Assim sendo, presidente, o senhor haverá de concordar que os brasileiros rejeitarem seguidamente o PSDB no comando do país confere a esta missiva uma verossimilhança que não será a sua desfaçatez que irá anular.

Atenciosamente,

Eduardo Guimarães.


O Estado de São Paulo

25 de março de 2013


GUSTAVO PORTO – Agência Estado

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez nesta segunda-feira duras críticas ao governo, ao PT e à base aliada. “Essa gente não sabe governar o País. Olha o que fizeram com o petróleo. É um crime”, exemplificou, numa referência à crise da Petrobras.

Fernando Henrique participa do Congresso do PSDB, em São Paulo.

“Juntaram o governo, com o partido, com o Estado, com o mesmo marqueteiro”, completou, numa referência aos anúncios feitos pela presidente Dilma Rousseff da redução do preço da energia e da desoneração da cesta básica, em cadeia nacional de rádio e televisão.

Ele classificou a alta de 0,9% no Produto Interno Bruto (PIB) como um “pibinho que chega numa época em que outros países crescem”.

FHC alertou ainda para a alta da inflação e rebateu as afirmações de que o PSDB é partido de ricos e banqueiros. “Quem dá dinheiro para banqueiros sem parar são eles. Dão ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que dá aos bancos”, ironizou.

O ex-presidente deixou o evento antes do pronunciamento do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do senador Aécio Neves (PSDB-MG).


Postado no Blog da Cidadania de Eduardo Guimarães em 26/03/2013


Nota

Sempre é bom lembrar que quem quase destruiu a Petrobras e tentou mudar seu nome com X para poder vendê-la foi FHC.

Afundamento da P36 em 2001: Morreram 11 trabalhadores.






Aluno com deficiência física defende mestrado em Educação





O estudante da UFRGS Cláudio Luciano Dusik defendeu na manhã de hoje, 26, a dissertação “Tecnologia Virtual silábico-alfabético: tecnologia assistiva para pessoas com deficiência”, no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Ele é o primeiro aluno com deficiência física a concluir mestrado no programa.

No mestrado, Cláudio, que é formado em Psicologia e possui conhecimentos em Informática, foi instigado a lapidar um teclado virtual que utilizava.

O software foi então aperfeiçoado e permite agora que pessoas com diferentes limitações possam utilizá-lo, a partir de uma característica de adaptação.

Sob a orientação da professora Lucila Maria Costi Santarosa, a dissertação detalha a nova tecnologia assistida – o aplicativo de um teclado virtual - e relata cases de cinco usuários. O estudante pretende agora colocar sua criação livremente à disposição de pessoas que, a exemplo dele, necessitem do recurso para poder escrever com apoio do computador e interagir virtualmente.

Cláudio tem atrofia muscular espinhal (AME), doença genética que causa degeneração dos neurônios motores. Apesar disso, e com apenas o movimento de um dedo, ele utiliza o mouse para digitar e acessar a internet, com autonomia. Atualmente, atua como tutor em cursos da Universidade Aberta do Brasil.

O uso da cadeira de rodas não impediu o estudante de levar adiante sua pesquisa. Cursou todas as disciplinas de forma presencial e semipresencial. Nos deslocamentos de Esteio, onde mora, até Porto Alegre, o estudante contou com a companhia da mãe no transporte especial. Muitas orientações da professora Lucila foram realizadas pelo Skype para que ele não precisasse vir à Faculdade de Educação.

A mãe de Cláudio, Elza Arnoldo, que acompanha os esforços e conquistas do filho, estava muito contente com seu pioneirismo. Para ela, ele é um exemplo de que é possível às pessoas com deficiência vencer o medo, a vergonha e o receio e enfrentar as batalhas do mundo.

“Quando criança, os médicos diziam que o Cláudio teria de sete a quatorze anos de vida. Vivíamos em luto. Ele foi para a escola só para brincar e ter amigos. Hoje está defendendo seu mestrado. É um exemplo para todas as pessoas com deficiência”, comentou Elza.

Ela também lembrou que ao enfrentar as barreiras, Cláudio provocou alterações nas vias públicas, na disponibilização de transportes e na acessibilidade aos locais de estudos.






Postado no Portal UFRGS em 26/03/2013






Ciclista que perdeu o braço na Paulista diz que sente "pena" do motorista que o atropelou


David abraça Thiago , que o socorreu no dia do acidente


Ana Ignacio, do R7

Jovem repetiu que perdoa o condutor e falou que pretende voltar a andar de bicicleta

David Santos Souza, 21 anos, reencontrou pela primeira vez, desde o acidente no dia 10 de março, Thiago dos Santos e Agenor Jr., os dois rapazes que o socorreram na rua após ser atropelado na avenida Paulista. Segundo David, ele morreu naquela noite.

— Eu estava morto no chão. O Thiago que me trouxe de volta à vida.

David participou de uma entrevista coletiva nesta terça-feira (26) realizada no escritório de seu advogado, Ademar Gomes. O jovem repetiu que perdoa Alex Siwek, o motorista que o atropelou, mas disse que sente pena dele.

— Tenho muita pena dele porque minha criação me ensinou a respeitar todos os seres e ele não teve essa criação da família. Minha cabeça foi a única coisa que ele não tirou do lugar. Está mais direcionada do que nunca.

Otimista e vestindo uma camiseta com estampa de bicicletas, David não tem dúvida do que voltará a fazer em breve.

— Vou voltar a andar de bicicleta, sim. É meu maior orgulho andar de bicicleta e vou adaptar uma para mim.

David contou que pretende criar uma associação de proteção ao ciclista.

— Já está na internet e queremos aprimorar.

O jovem declarou também, que se Siwek estivesse preso, ele iria até lá para falar com ele. No entanto, com sua saída da cadeia, David não sabe se ira procurá-lo.

— Gostaria [de vê-lo] pelo menos uma vez.

Questionado sobre a possibilidade de Siewk arcar com os custos de seu tratamento, David apenas respondeu que gostaria que o jovem tivesse uma postura diferente desta vez.

— Espero que agora ele faça a parte dele, já que não fez quando jogou meu braço [fora].

Atendimento

Thiago e Agenor estavam passando a pé na avenida Paulista quando ouviram o barulho do acidente e foram socorrer David. Thiago, que é técnico em enfermagem, ficou preocupado com a quantidade de sangue.

— Pensei que ele tivesse morrido. Fiz o procedimento para reanimar, respiração boca a boca, massagem cardíaca e apertei o braço.

Agenor contou que quando viu que Thiago havia conseguido reanimar David resolveu procurar pelo braço do ciclista. 

— Saí pela Paulista tentando procurar o braço. 

Sem encontrar, Agenor ficou junto com Thiago aguardando a chegada do resgate — que, segundo os dois, chegou em cerca de 20 minutos — e conversando com David. 

— Ele estava respondendo algumas perguntas e queria que ele ficasse calmo.

David ficou muito emocionado ao encontrar os dois rapazes que o resgataram após o acidente. 

— Estou arrepiado até agora!


Além disso, David disse também que está muito otimista em relação a sua recuperação.

— Outra pessoa eu já sou. Ainda tenho muito para viver, mas minha cabeça mudou totalmente em relação à vida. Vou ver o mundo de outra forma, vou ter dificuldades mas vou me adaptar ao máximo.

Ademar Gomes, advogado de David, declarou que não tem dúvida de que Siwek deve responder por tentativa de homicídio.

— Entendo que houve dolo eventual. Alex sai da danceteria embriagado, atravessa o farol vermelho e vem em ziguezague, invade a ciclovia. Essa pessoa não teve compaixão de parar e socorrer. Ele tem má índole, ficou provado que ele tem má índole. Ele cometeu um crime com agravantes.

Gomes disse também que irá entrar com pedido de indenização por danos morais e materiais.


Postado no Portal R7 em 26/03/2013


Um homem para chamar de seu




Rodolpho Motta Lima

Penso que um dos grandes embrulhos ideológicos do pessoal da direita passa pela sua absoluta convicção de que o individual vale mais do que o social. Essa tese despreza o coletivo como agente, mas adora vê-lo como paciente - alienado e inerte. 

A direita cultua personalidades, valorizando os “que se fazem por si mesmos”, os “empreendedores”, os “que fazem diferença”. Ela precisa disso para justificar os bilionários, os especuladores, os banqueiros e todos os que, no mundo do capital, são apresentados como pessoas únicas, diferenciadas, até beneméritas. Afinal, o que seria desse bando de empregados sem essa elite de empregadores?

Na ânsia de se promover o sucesso individual a uma categoria paradisíaca, não raro se elevam nulidades à condição de mitos, privilegiando – bem ao gosto dos tempos que correm – narcisismos e egocentrismos, que fogem do social como o diabo, se existisse, fugiria da cruz...

Acontece que os ídolos, esses super-heróis que povoam os noticiários do cotidiano, podem ter – e não raro têm , porque sua natureza é humana – momentos de “pés de barro”. Aí, é preciso um esforço incrível da turma para desconstruir o que construiu, às vezes com sofismas, meias verdades, manipulações e omissões. 

Quem conhece bem a história recente da terra do Super-Homem, do Batman, do Homem-Aranha, do Homem de Ferro, do Indiana Jones, do Rambo, do Rocky e similares sabe das alianças que o império estadunidense manteve , ao sabor de conveniências econômicas, com diversos ditadores que, não mais que de repente, de grandes líderes mitificados foram transformados em agentes do mal. Para ficar apenas em dois exemplos marcantes, é só estudar a trajetória de um Saddam Hussein , de um Bin Laden, e suas ligações com os EUA.

Quando estava pensando nesse tema, me veio à lembrança uma canção entoada pela Marina (a cantora, não a Silva) e de autoria do Erasmo Carlos, chamada “Mesmo que seja eu” ( Veja o vídeo ) O contexto da letra da composição nada tem a ver com meu assunto aqui, mas um dos seus versos (“Um homem pra chamar de seu”) me pareceu um bom título para este artigo. 

A direita, nacional ou planetária, precisa sempre de um homem – às vezes uma mulher – para chamar de seu (sua). E é tal essa sua “crença”, que mitifica a torto e a direito. 

A ironia é que faz isso até para denegrir. Entre nós, ela quer que se acredite que o Brasil recente só trilhou os caminhos que trilhou porque um homem cheio de defeitos , mas “carismático”, conduziu os brasileiros. 

Não acredita em forças sociais. Por isso, atribuiu à Dilma (que não tinha “carisma”) a condição de “poste”, e está se dando mal, pois o que o povo valoriza hoje no país, queiram ou não, é muito mais uma política voltada para o combate às injustiças , mesmo com eventuais desacertos, do que esta ou aquela personalidade. Os índices de popularidade da Presidenta vêm de um continuado trabalho de muitos e que atende a anseios coletivos, mas nunca do exercício solitário de um comando.

A direita repete, agora, esse mantra do “poste” no caso da Venezuela. Convenientemente cega diante dos índices de redução das desigualdades naquele país, atribui o “bolivarismo” ao fato de um “populista demagogo” ter empalmado o poder. Para ela, não há conquistas a garantir, o povo é uma abstração, e como Maduro não é um Chávez, será fácil à turma do capital recuperar o comando. Será? É o que vamos ver. Nada como os fatos para contrariar os desejos...

A “metodologia do endeusamento” adora criar falsos heróis, amplificados pela mídia, para esconder o sistema que os cerca ou que eles representam. 

É por isso que as eleições na pátria do individualismo, por exemplo, não se definem pelas ideias , mas pelas pessoas. Uma cara simpática, uma família bonita e aparentemente bem constituída, coisas assim elegem presidentes... 

E aí está Obama - cheio de aparentes boas intenções, mas imobilizado por forças bem superiores às de um indivíduo - que até agora não foi para frente nem pra trás, muito pelo contrário... 

O caso da eleição do Papa é emblemático. Como não consegue , ou não quer conseguir, enxergar o estrutural, o coletivo, a mídia que representa esse pensamento repercute, amplia e supervaloriza os mais simples atos do novo mito, para muitos um jogo para a plateia alienada, como ensina a boa e velha demagogia. 

É como se quisessem impregnar nas mentes a ideia de que, agora sim, temos (?) Papa... Mas será que um homem (falível ou infalível, não entro nessa) conseguirá, com suas quebras de protocolo, reverter os tortuosos caminhos de uma Igreja que tem, hoje, muitos de seus mais altos representantes envolvidos em diversos pecados capitais? Implantará a “ficha limpa” no Vaticano? Estão aí, nesse festival de “malfeitos” que hoje não dá mais para esconder, escândalos de luxúria (pedofilia), ganância (Banco do vaticano), inveja (disputas pelo poder), etc.

A direita assanhada já tenta emplacar o novo Papa como “um homem pra chamar de seu”. 

Imagina-o como contraponto ao que chama de “governos populistas”. Acho que, para variar, está dando um tiro no pé. O ídolo pode ter os pés de barro. Outros, que ocuparam o seu posto, já tiveram... 

Muitas mudanças já se fizeram na Igreja...para deixar tudo igual. E aí se desconstruirá mais um mito. Mas, por outro lado, pode ser que o simpático Papa resolva efetivamente fazer com que a Igreja se volte para os pobres do mundo. Se isso acontecer, ele não poderá jamais trilhar o mesmo caminho dos adoradores do mercado, dos especuladores, dos exploradores do povo. 

E a direita terá que buscar, mais uma vez, um representante para chamar de seu...


Postado no site Direto da Redação em 25/03/2013


Diálogo sobre a censura em blogs




Juremir Machado da Silva

– Tem censura no teu blog?

– Tem moderação.

– Moderação, não. Tem censura.

– Prova.

– Toda vez que eu tento te chamar, no teu blog, de corno, imbecil, obtuso, idiota, burro ou algo semelhante, coisas assim, não sou publicado.

– Por que tu não me chamas de tudo isso no teu blog?

– Aí não tem graça.

– Ninguém te impediria. Não haveria qualquer “censura”.

– Ah, mas eu quero te esculhambar no teu blog.

– Posso fazer o mesmo contigo no teu blog?

– Ninguém lê o meu blog.

– Tu publicarias todo dia uma mala que escrevesse sempre o mesmo insulto profundamente ideológico e no post seguinte se queixasse de censura?

– Está falando de mim?

– Serviu o chapéu?

– Não é só quem insulta que não sai. Tem outros também.

– Tem. Mala não entra.

– Quem é mala? É um conceito muito vago.

– Não acho. Sou capaz de localizar um mala a três quilômetros de distância. Mala com alça, sai de vez em quando. Mala com rodinhas, dependendo do que diz, pode ter algumas oportunidades. Mala sem alça e sem rodinhas não sai nunca. Mala é mala. Qualquer um sabe que uma mala é uma mala.

– Poderia conceituar?

– Mala repete post.

– Só isso?

– Mala tem pensamentos mesquinhos.

– Nada mais?

– Todo mala é um ideológico que se acha não ideológico. Tem mala que não insulta. Tenta fazer intrigas. Gosta de semear a maldade. Mala ruim.

– Algo mais?

– Mala nunca desiste.

– É uma ofensa ser mala?

– É pior do que homofobia e racismo. Ou é uma espécie disso. Todo mala deve ser cortado em benefício da saúde mental da humanidade.

– E se te chamarem de mala?

– Eu sou mala. De alguém. Cabe a esse alguém me cortar. Mala é sempre dos outros. Ninguém se acha mala. Ninguém é mala de si. A principal característica do mala é querer esculhambar os outros no seu terreno e chamar isso de liberdade de expressão. O mala não acredita nos seus meios.

– Não sente culpa de censurar?

– Censurar mala é obrigação de todo espírito livre.


Postado no blog Juremir Machado da Silva em 24/03/2013