Vida em tempos de conexões rápidas



Tempos difíceis e sombrios, onde as pessoas se escondem em máscaras de IP.

Onde criamos um perfil, e acreditamos que somos aquilo que na verdade, não somos.

Rostos de amigos nas redes sociais parecem outras pessoas, de tantos filtros aplicados.

Todo mundo quer aparecer bem na foto, mesmo que seja um clone de nós mesmos.

Mas, chega uma hora em que a realidade nos chama para dançar a existência real e nesta hora, o baile fica sufocante…

Nos esquecemos de quem somos, cremos em poderes que não temos.
Devotamos crédito para ídolos que nem ídolos são, apenas mais um perfil na rede social.

E, quando pensamos que podemos viver só de bananas, de ar, de carne louca ou de legumes crús, a vida nos apresenta a conta, e nem sempre conseguimos pagar.

Acho que se a Vida pudesse mandar um recado hoje para cada um de nós, seria algo assim:

Desligue-se!

Viva a realidade do pé na areia, na grama. Da conversa boa com amigos de verdade, ou mais meia hora na cama…

Volta para sua vida sem maquiagem, de calção e pijama velho, aquele sapato confortável, o chinelão gasto que você adora.

Chega de pose, chega de representar.

Chega de Like para os outros, dê-se um Like de verdade.

Vem viver, amar, beijar na boca, comer de verdade, caminhar para gastar a energia, nem precisa correr, mas se você gosta de correr, corra!

Seja livre, seja você, seja a Vida.

Ela te representa, ela te chama, ela te pede: desliga tudo e bora viver.

Ainda dá tempo de ser feliz ainda hoje, de verdade.

Sendo o Perfil Real da nossa Existência.

Você é uma pessoa linda demais para ter que representar qualquer coisa.





Sorrir faz bem Janeiro 2025

 

















“Ainda estamos aqui. Ditadura nunca mais”, diz Lula em evento do 8/1


 

Publicado por Fernando Miller

Em discurso proferido na solenidade que marca o segundo aniversário dos atos golpistas de 8/1, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “ainda estamos aqui, ao contrário do que planejavam os golpistas”, em referência ao alegado plano de golpe de estado de 2022. A data é lembrada como um dos maiores ataques à democracia — o STF (Supremo Tribunal Federal) já condenou 375 réus pelos eventos, com acusações formais contra 1.682 envolvido

“Ainda Estou Aqui” também é o título de um filme dirigido por Walter Salles, cuja performance de Fernanda Torres foi premiada com um Globo de Ouro no último domingo (5).

“Hoje é dia de dizer em alto e bom som, ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos, que a democracia está viva, ao contrário do que planejaram os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estamos aqui, mulheres e homens de diferentes origens e crenças, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para afirmar, em alto e bom som: ditadura nunca mais, democracia sempre”, declarou Lula. “Sempre seremos implacáveis contra quaisquer tentativas de golpe”.

Em tom descontraído, Lula se dirigiu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usando o apelido “Xandão”, amplamente difundido entre o público.

Lula destacou que esse apelido “sempre vai acompanhá-lo” e ainda brincou, afirmando que não adiantaria o ministro ficar bravo com isso.A menção ao apelido veio como parte de um momento mais leve em um discurso que abordava temas sérios, como a defesa da democracia e a importância de combater retrocessos institucionais.

O mandatário ressaltou a importância do papel de Alexandre de Moraes na condução das investigações relacionadas aos ataques às instituições ocorridos em 8 de janeiro de 2023, consolidando o ministro como uma figura central na preservação do Estado de Direito.

O gesto de Lula ao usar o apelido de “Xandão” também reforça o reconhecimento popular que o ministro conquistou nos últimos anos. Moraes se tornou um dos principais nomes à frente das ações contra grupos extremistas e antidemocráticos, atraindo tanto elogios quanto críticas intensas. Ao se referir a ele de maneira informal, o presidente ressaltou a conexão que a sociedade brasileira construiu com a figura do ministro.

A solenidade marcou um momento de reafirmação do compromisso do governo e das instituições com a democracia. Ao mencionar Alexandre de Moraes de forma descontraída, Lula aproveitou para reforçar a unidade entre os Poderes e o respeito ao trabalho desempenhado pelo Judiciário no enfrentamento às ameaças contra o regime democrático. O episódio reforça a narrativa de fortalecimento das instituições e a relevância da atuação conjunta para proteger a democracia brasileira.

Em seu discurso, possivelmente o melhor do 3º mandato, o presidente ainda citou a música “O Bêbado e o equilibrista”, de Aldir Blanc, que cita nominalmente “Marias” e “Clarices”, em referência a Maria de Souza, mãe de Betinho e Henfil, dois perseguidos pela ditadura militar e a Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975 no DOI-Codi de São Paulo.



Leia na íntegra o discurso:

"Hoje é dia de dizermos, em alto e bom som, que ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estamos aqui, mulheres e homens de diferentes origens, crenças, partidos e ideologias, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer, em alto e bom som: ditadura nunca mais, democracia sempre!

Estamos aqui para lembrar que, se estamos aqui, é porque a democracia venceu. Caso contrário, muitos de nós talvez estivéssemos presos, exilados ou mortos, como aconteceu no passado. E não permitiremos que isso aconteça outra vez. Se hoje podemos pensar de forma diferente e expressar livremente nossos pensamentos, ideias e desejos, é porque a democracia venceu. Do contrário, a única liberdade de expressão permitida seria a do ditador e de seus cúmplices, usada para mentir, semear o ódio e incitar a violência contra quem pensa diferente.

Se hoje estamos aqui, é para renovar nossa fé no diálogo entre opostos, na harmonia entre os Três Poderes e no cumprimento da Constituição. É porque a democracia venceu. Caso contrário, a truculência tomaria o lugar do diálogo, todos os poderes seriam concentrados nas mãos dos fascistas, a Constituição seria rasgada e os direitos humanos seriam suprimidos.

Se hoje podemos nos guiar pela ciência e vacinar nossas crianças, é porque a democracia venceu. Caso contrário, doenças já erradicadas, como o sarampo e a poliomielite, estariam devastando vidas, e novas pandemias repetiriam a tragédia da COVID-19, quando centenas de milhares morreram pela demora na compra de vacinas e pelas fake news contra os imunizantes.

Se as obras de arte estão aqui de volta, restauradas com esmero por homens e mulheres que dedicaram mais de 1.760 horas de suas vidas a essa tarefa, é porque a democracia venceu. Caso contrário, essas obras estariam destruídas para sempre, e tantas outras, como a tela de Di Cavalcanti, teriam o mesmo destino, vítimas do ódio de quem não suporta a arte, a cultura, a história e a memória de um povo.

Estamos aqui porque é preciso lembrar, para que ninguém esqueça e para que nunca mais aconteça. Se hoje podemos contar histórias e vê-las contadas livremente no cinema, no teatro, na música e na literatura, é porque a democracia venceu. Caso contrário, a arte seria submetida à censura, proibindo-nos de ver, ouvir e ler tudo o que julgassem subversivo.

Hoje estamos aqui para garantir que ninguém seja morto ou desapareça em razão de sua causa. Estamos aqui em nome daqueles que não podem mais estar, em nome de todas as Marias, Clarices e Eunices. Democracia para poucos não é democracia plena. Por isso, a democracia será sempre uma obra em construção.

A democracia será plena quando todos os brasileiros, sem exceção, tiverem acesso à alimentação de qualidade, saúde, educação, segurança, cultura e lazer. Quando tiverem as mesmas oportunidades de crescer e prosperar, e os mesmos direitos de sonhar e ser felizes. Quando todos forem iguais perante a lei e a pele negra não for mais alvo da truculência dos agentes do Estado.

Quando os povos indígenas tiverem direito às suas terras, cultura e crenças. Quando as mulheres conquistarem igualdade de direitos e o direito de estar onde quiserem, sem serem julgadas, agredidas ou assassinadas. Quando todas as religiões forem respeitadas e viverem em harmonia. Quando qualquer pessoa tiver o direito de amar quem quiser, sem sofrer preconceito, discriminação ou violência.

Essa é a democracia plena que queremos construir no Brasil. Minhas amigas e meus amigos, a democracia precisa ser cuidada com todo o carinho e vigilância por cada um de nós, sempre. Seremos implacáveis contra qualquer tentativa de golpe. Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão sendo investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes cometidos, inclusive aqueles que planejaram o assassinato do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do STF.

Defendemos e defenderemos sempre a liberdade de expressão, mas não toleraremos discursos de ódio, fake news que coloquem vidas em risco ou incitação à violência contra o Estado de Direito. Seremos intransigentes na defesa da democracia. Renovaremos sempre nossa fé no diálogo, na união, na paz e no amor ao próximo. Seguiremos trabalhando, dia e noite, para construir um Brasil mais desenvolvido, justo e democrático. Porque a democracia venceu. Muito obrigado!"


 Postado em DCM em 08/01/2025


Algumas verdades sobre a morte de Rubens Paiva que o filme "Ainda Estou Aqui" não pôde mostrar


Deputado Federal Rubens Paiva com a família. Morto durante tortura, na ditadura militar brasileira (1964 a 1985), deixou a esposa e
 5 filhos pequenos.    


 



"Somos filhos de um Brasil que vale a pena", diz Fernanda Torres a Lula (vídeo)


 

247 – Em uma demonstração de reconhecimento e apoio à cultura brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou, nesta segunda-feira (6), a atriz Fernanda Torres pela sua inédita conquista no Globo de Ouro. Fernanda foi a primeira brasileira a receber a estatueta de Melhor Atriz em Filme de Drama na prestigiada premiação internacional.

A homenagem do presidente ocorreu por meio de uma ligação emocionante, onde Lula expressou sua admiração: “Somos filhos de um Brasil que vale a pena, Fernanda. Um milhão de parabéns para você, querida”.

Além da ligação, Lula também compartilhou suas felicitações através de um tweet oficial:
"Não podia ter momento melhor para o Brasil levar o Globo de Ouro pela atuação da Fernanda Torres, dois dias antes do ato em defesa da democracia. Eu e a Janja parabenizamos essa grande artista mais uma vez. O país inteiro vibrou. Somos filhos de um Brasil que vale a pena, Fernanda."
A atriz, emocionada, respondeu à mensagem do presidente durante a ligação: “Tão bonito vir esse prêmio agora, em uma hora dessas. Uma coisa tão linda para a cultura, para a arte, que foi tão atacada, Lula. E durante a tua Presidência, isso é uma coisa muito linda”. Fernanda Torres destacou a importância do reconhecimento artístico mesmo em tempos de adversidade.

Lula também mencionou a influência de Fernanda Montenegro, mãe de Torres e renomada atriz brasileira, ao afirmar: “Eu fico imaginando o orgulho da filha querida, da filha artista”.

A conquista de Fernanda Torres no Globo de Ouro ocorre em um contexto político sensível, dois dias antes do ato em defesa da democracia, que marca dois anos dos ataques à Praça dos Três Poderes em Brasília. O presidente destacou a relevância do momento artístico frente aos desafios democráticos: “E sobretudo isso acontecer para você faltando dois dias para a gente fazer o ato em defesa da democracia”.

Em resposta, Fernanda Torres enfatizou o simbolismo do momento: 

“Exatamente em nome da Eunice Paiva, uma mulher defensora dos direitos humanos, Lula. É muito simbólico”, referindo-se à esposa de Rubens Paiva, personagem que ela interpretou nas telas. A atriz ressaltou a importância de defender os direitos humanos através da arte e da atuação. Assista:



Postado em Brasil 247




Caminhos do Tempo




Há um silêncio que chega com os anos, e ele não é feito apenas da ausência de ruídos, mas da transição suave entre o que éramos e o que nos tornamos.

Aos 60, você começa a sentir a sutileza do distanciamento. A sala que antes pulsava com suas ideias agora parece cheia de vozes que não pedem mais sua opinião. Não é uma rejeição, é o ritmo da vida. É quando aprendemos que nossa contribuição não está no presente imediato, mas nos rastros que deixamos nos corações e mentes ao longo do caminho.

Aos 65, você percebe que o mundo corporativo, outrora tão vital, é um fluxo incessante. Ele segue, indiferente ao que você fez ou deixou de fazer. Não é uma derrota, é a libertação. Esse é o momento de olhar para si mesmo, despir-se do ego e vestir a serenidade. Não se trata mais de provar, mas de ensinar, de compartilhar, de ser mentor. A verdadeira realização não é a que se exibe, mas a que inspira.

Aos 70, a sociedade parece lhe esquecer, mas será mesmo. Talvez seja apenas um convite para reavaliar o que realmente importa. Os jovens não o reconhecerão pelo que você foi, e isso é uma bênção disfarçada: você pode agora ser apenas quem você é. Sem máscaras, sem títulos, apenas a essência. Os velhos amigos, aqueles que não perguntam “quem você era”, mas “como você está”, tornam-se joias preciosas, diamantes que brilham no crepúsculo da vida.

E então, aos 80 ou 90, é a família que, na sua correria, se afasta um pouco mais. Mas é aí que a sabedoria nos abraça com força. Entendemos que amor não é posse; é liberdade. Seus filhos, seus netos, seguem suas vidas, como você seguiu a sua. A distância física não diminui o afeto, mas ensina que o amor verdadeiro é generoso, não exigente.

Quando a Terra finalmente chamar por você, não há motivo para medo. É a última dança de um ciclo natural, o encerramento de um capítulo escrito com suor, lágrimas, risos e memórias. Mas o que fica, o que realmente nunca será eliminado, são as marcas que deixamos nas almas que tocamos.

Portanto, enquanto há fôlego, energia, enquanto o coração bate firme, viva intensamente. Abrace os encontros, ria alto, desfrute os prazeres simples e complexos da vida. Cultive suas amizades como quem cuida de um jardim. Porque, no final, o que resta não são as conquistas, nem os títulos, nem os aplausos. O que resta são os laços, os momentos partilhados, a luz que espalhamos.

Seja luz, seja presença, e você será eterno.

Dedico a todos que entendem que o tempo não apaga, mas apenas transforma.


Cronica escrita por

José Luiz Ricchetti - 11/12/24