A felicidade de uma pessoa depende da profundidade de sua gratidão




O ato de agradecer vai muito além de fazer uma oração, de pertencer a essa ou àquela religião. Gratidão é maior que isso.


O ato de agradecer vai muito além de fazer uma oração, de pertencer a essa ou àquela religião. Gratidão é maior que isso. É o que nos faz ver felicidade no passado e traz calma para vivermos o presente. E, apesar de não nos custar absolutamente nada, é de um valor imenso. É uma linguagem universal, mas que só faz sentido se for falada pelo coração.

Portas se abrem, amizades se fortalecem, vínculos duradouros são criados através da gratidão. A alegria verdadeira só pode ser vista nas pessoas que são agradecidas pelo que possuem. E não se trata de ter muita “sorte” na vida, de ter poder, sucesso ou fortuna.

Agradecer é um gesto de quem tem consciência de que o pouco, ou o muito que se tem, é uma dádiva; é um gesto de quem entende que o simples fato de ver mais um dia amanhecendo é um privilégio que não será concedido a todos.

A humanidade precisa se lembrar do quão milagrosa pode ser a gratidão. E refletir que a falta dela é a raiz de muitos dos nossos males.

A bem da verdade, todos nós já tivemos a oportunidade de ver uma mão estendida em nossa direção em algum momento da nossa vida. Todos recebemos uma ajuda, um socorro, uma palavra amiga, um ombro… e isso bastou para trazer alívio, ainda que tenha sido por breves momentos. E sim, nessa ocasião, uma semente de gratidão deve ter sido plantada. Você se recorda de, pelo menos, um momento assim em sua vida?

De outra forma, em algum momento, também fomos capazes de estender nossas mãos a alguém que necessitava de apoio em um momento difícil. Você carrega memórias assim? E mesmo que esse ato de bondade não tenha retornado a você imediatamente, em algum momento isso vai acontecer, porque é assim que a vida reage. O bem que praticamos sempre volta, mesmo que com outra aparência e, onde há o bem sendo feito, deve haver um ser humano agradecido.

Há um conto muito inspirador que fala sobre o poder que a gratidão é capaz de gerar: “um rapaz pobre vendia mercadorias de porta em porta para conseguir pagar seus estudos. Eram dias difíceis e o que ele conseguia não era o suficiente para cobrir todas as suas despesas.

Um dia, ele estava com muita fome e nenhum dinheiro para comprar comida. Decidiu então, que pediria comida na próxima residência por onde passasse. Porém, a coragem o abandonou quando uma jovem muito bonita o atendeu à porta. Em vez de pedir comida, ele pediu apenas um copo com água. A jovem notou que ele parecia com fome e lhe deu um grande copo de leite. Ele bebeu o leite e, ao perguntar quanto devia, a jovem respondeu que ele não lhe devia nada.

Ele saiu daquela casa revigorado e com sua fé fortalecida pelo gesto de bondade que acabara de receber. Anos depois, a jovem ficou muito doente. Os médicos da pequena cidade onde ela morava não conseguiam chegar a um diagnóstico e a encaminharam a outra cidade, para um hospital com mais recursos. O médico de plantão naquele dia era muito bem conceituado. Quando escutou o nome da pequena cidade de onde a paciente viera, uma estranha emoção o tocou e ele foi vê-la.

Mesmo tendo se passado alguns anos, ele a reconheceu e se propôs a fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para salvar sua vida. Depois de muitos dias de batalha, a mulher estava finalmente curada.

No momento de sua alta, ela teve receio pelos custos altos que o tratamento deveria ter atingido. Mas, ao receber a fatura, ela se alegrou ao ler estas palavras:

–Totalmente pago, muitos anos atrás, com um copo de leite.”

Enfim, agradecer nunca será obrigatório, mas sinceramente, nada pode ser mais bonito que um coração agradecido.

“A gratidão é a moeda luminosa com a qual se resgatam os verdadeiros valores da vida.” Victor Hugo




Deus nos livre de um Brasil evangélico



Ricardo Gondim

Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles em avenidas da cidade com a mensagem: “São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso”.

Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação à bobagem estampada publicamente; hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. Antes explico: eu gostaria de ver o Brasil permeado com a elegância, solidariedade, inclusão e compaixão do Evangelho. Mas a mensagem subliminar dos outdoors, para quem conhece a cultura do movimento evangélico, é outra. Os evangélicos sonham com o dia em que cidade, estado e país se convertam em massa, e a terra dos tupiniquins tenha a cara de suas denominações.

Afirmo que o sonho é que haja um “avivamento” religioso que leve uma enxurrada de gente para os templos evangélicos. Não reside entre os teólogos do movimento qualquer desejo de que valores cristãos influenciem a cultura brasileira. Eles anelam tão somente que o subgrupo, descendente distante dos protestantes, prevaleça. A eles não interessa que haja um veloz crescimento numérico entre católicos romanos; que ortodoxos sírios, russos, armênios ou gregos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar “crente”, com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).

Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse a tal levedação radical do Brasil.

Imagino uma Genebra calvinista brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo não inglês, mas moreno. Caso acontecesse, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Respondo: seriam execrados como diabólicos, devassos e pervertedores dos bons costumes. Não gosto nem de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Um Brasil evangélico empobreceria, já que sobrariam as péssimas poesias do cancioneiro gospel. As rádios tocariam sem parar músicas horrorosas como “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”.

Uma história minimamente parecida com a dos puritanos calvinistas provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?

Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse Charles Darwin como “alucinado inimigo da fé”. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos. Derridá nunca teria uma tradução para o português. O que dizer de rebeldes como Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, seriam pesquisados como desajustados. Ganhariam rótulos para serem desmerecidos a priori como loucos, pederastas, hereges.

Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. A alegria do futebol morreria; alguma lei proibiria ir ao estádio ou ligar televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada de várzea, aconteceria quando? Haveria multa ou surra para palavrão?

Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu. Basta uma espiada no histórico de Suas Excelências da bancada evangélica nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para se apavorar. Se, ainda minoria, a bancada evangélica na Câmara Federal é campeã em faltas e em processos no STF, imagina dominando o parlamento.

Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura estadunidense. Obcecados em implementar os “valores da família”, tão caros ao partido republicano dos Estados Unidos, recrudesceria a teologia de causa-e-efeito, cármica, do “quem planta, colhe”. Vingaria o sucesso como aferidor da bênção de Deus.

Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica. Uma nova elite religiosa (os ungidos) destilaria maldição contra os “inimigos da fé”, os “idólatras”, os “hereges”, com mais perversidade do que aiatolás iranianos. Ficaria mais fácil falar de inferno e mandar para lá todo mundo que rejeitasse algumas lógicas tidas como ortodoxas.

Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro perguntando: Como seria uma emissora liderada por evangélicos? Adianto: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.

Prefiro, sem pestanejar, os textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado, a qualquer livro da série “Deixados para Trás” do fundamentalista de direita, Tim LaHaye. O demagogo Max Lucado (que abençoou a decisão de Bush bombardear o Iraque) não calça o chinelo de Mário Benedetti.

Toda a teocracia um dia se tornará totalitária. Toda a tentativa de homogeneizar a cultura precisa se valer de obscurantismo. Todo o esforço de higienizar os costumes é moralista e hipócrita.

O projeto cristão visa preparar para a vida. Jesus jamais pretendeu anular os costumes de povos não-judeus. Daí ele celebrar a fé em um centurião, adorador no paganismo romano, como especial e digna de elogio. Cristo afirmou que, entre criteriosos fariseus, ninguém tinha uma espiritualidade tão única e bela como daquele soldado que se preocupou com o escravo.

Levar a Boa Notícia – Evangelho – não significa exportar cultura, criar dialeto ou forçar critérios morais. Na evangelização, fica implícito que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, como sempre fizeram. O evangelho convoca à pratica da justiça; cria meios de solidariedade; procura gestar homens e mulheres distintos; imprime em pessoas o mesmo espírito que moveu Jesus a praticar o bem.

Há estudos sociológicos que apontam estagnação quando o movimento evangélico chegar a 35% da população brasileira. Esperemos que sim. Caso alcançasse a maioria, com os anseios totalitários e teocráticos que já demonstra, o movimento desenvolveria mecanismos para coibir a liberdade. Acontece que Deus não rivaliza a liberdade humana, mas é seu maior incentivador.

Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.








Profecias de Chico Xavier e Ramatis sobre a Europa e invasão do Brasil

 





Não há velho em meu caminho



Não vejo velhos neste meu caminho,

mas a tarde de seres experientes,

para nos dar conselhos e carinho,

com suas vivências de antigamente.

Velho é o mar, que brame em desalinho,

velho é o sol, com raios muito quentes,

velha é a Terra, que é o nosso ninho,

velho é o amor, que salva muita gente.

Somos universitários da vida

e do tempo, com horas tão corridas,

com muitas luzes, amor e saber.

Se alguém passar, com as pernas doloridas,

passos lentos, sem forças na subida,

dê-lhe as mãos, que a tarde espera você.


O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.


Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres.


O intervalo de tempo entre a juventude e a velhice é mais breve do que se imagina. Quem não tem prazer de penetrar no mundo dos idosos não é digno da sua juventude...


Vive cada dia para que tua velhice venha a ser a coroação de tua juventude. A velhice de uma pessoa sábia, feliz e realizada, que viveu tudo o que podia, é como a melhor das primaveras !


A velhice nos trás direitos maravilhosos. Enquanto a juventude é cheia de obrigações. A velhice é o tempo em que vivemos a doce inutilidade. Porque mais cedo ou mais tarde iremos experimentar esse território desconcertante da inutilidade. Esse é o movimento natural da vida.

Perder a juventude é você perder a sua utilidade, é uma conseqüência natural da idade que chega. A velhice é o tempo em que passa-se a utilidade e aí ficasse somente o significado da pessoa. É o momento que a gente se purifica.

É o momento que a gente vai tendo a oportunidade de saber quem nos ama de verdade. Porque só nos ama pra ficar até o fim aquele que, depois da nossa utilidade, descobriu o nosso significado.

É por isso que sempre rezo para envelhecer ao lado de quem me ama. Para poder ter a tranqüilidade de não ser útil, mas ao mesmo tempo não perder o valor. Se você quiser saber se alguém te ama de verdade, é só identificar se ele seria capaz de tolerar a sua inutilidade. Quer saber se você ama alguém?

Pergunte a si mesmo, quem nesta vida que pode ficar inútil pra você sem que você sinta o desejo de jogá-lo fora. E é assim que nós descobrimos o significado do amor... Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim!

Feliz daquele que tem ao fim da vida, a graça de ser olhado nos olhos, e ouvir a fala que diz: - Você não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você!






Cortes de cabelo feminino do momento

 







Ao amanhecer



 

Ao amanhecer - Joanna de Ângelis

" Dia novo, oportunidade renovada.

Cada amanhecer representa divina concessão que não podes nem deves desconsiderar.

Mantém, portanto, atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados; otimismo diante das ocorrências que surgirão; coragem no confronto das lutas naturais; recomeço de tarefa interrompida; ocasião de realizar o programa planejado.

Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis.

À medida que o dia avança, aproveita os minutos, sem pressa nem postergação do dever.

Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens pela frente.

Dirige cada ação à sua finalidade específica.

Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volve à lição com disposição, avançando, passo a passo, até o momento de conclusão dos deveres planejados.

Não tragas do dia precedente o resumo das desditas e dos aborrecimentos.

Amanhecendo, começa o teu dia com alegria renovada e sem passado negativo, enriquecido pelas experiências que te constituirão recurso valioso para a vitória que buscas."

Do cap. 1 do livro Episódios Diários, de Joanna de Ângelis, obra  psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco.