↑ Banho de Gel
Ser bom nunca será um defeito
Eu me considero uma pessoa boa. Não perfeita, mas boa, porque sei que preciso melhorar bastante em muitos aspectos. Só de eu perceber que tenho muito a melhorar, já é uma qualidade. Sim, porque saber se enxergar cruamente é o início do caminho da enxerga do outro, da empatia. Quando entendemos as nossas limitações, fica mais tranquilo tentarmos entender as limitações dos outros. Saber o nosso lugar é imprescindível para respeitarmos o lugar que não é nosso.
E me refiro à bondade humana, plausível, terrena. Sabe aquele clichê de que ser bom é diferente de ser bonzinho? É assim mesmo. A bondade vem naturalmente, porque é de dentro, vem do coração. As pessoas mais bondosas que conheci não precisavam de expedientes externos para fazer o bem. Não faziam o bem em troca de algo, ou de alguma recompensa dos céus. Apenas faziam. Porque era parte da natureza delas, era espontâneo e sem holofotes.
Minha mãe foi uma das pessoas mais bondosas que conheci, embora eu seja suspeito para dizer isso, afinal, ela é minha referência de mundo, de alma, de tudo. Ela tinha uma fé absurda, aquela fé bonita e pura, que vivia sem usá-la para julgar ou condenar. Fé na concepção mais generosa do amor. A Igreja era parte dela e a acompanhava vida afora. Ela me contava sobre a vida de um Jesus amoroso e acolhedor. Devo a ela minha capacidade de me colocar no lugar do outro. Ternura da minha vida.
Hoje, há muita necessidade de expor tudo nas redes sociais, desde o café da manhã, até o soro no pronto atendimento. Junto vem a necessidade de dar vitrine ao que se faz de bom, a atitudes solidárias e humanitárias. Sim, isso até pode ajudar a motivar as pessoas a fazerem o mesmo, mas, o que vale realmente é o que se pratica e se vive quando ninguém está olhando. Tem gente que faz o bem apenas ao posar para fotos e passa a vida julgando e plantando maldade. Tenho horror.
Mesmo em meio a tanta gente ruim e destilando ódio, escolha ser bom. Não se deixe contaminar pelo veneno alheio. Mantenha sua jornada leve e limpa. Meu pai dizia que ninguém perde por ser bom. Eu sempre me lembro disso quando eu me decepciono com alguém e, assim, deixo a tristeza de lado. As pessoas são o que são. Eu escolho ser bom, para que minha colheita seja toda algodão. Leveza.
O emocionante encontro entre Michael J. Fox e Christopher Lloyd
Impossível não chorar vendo o reencontro entre Michael J. Fox e Christopher Lloyd. 37 anos após o filme "De Volta para o Futuro", todos ficamos impressionados com a forma como o Parkinson afetou o amado Marty McFly.
Existem duplas de filmes lendários e um dos mais icônicos é Michael J. Fox e Christopher Lloyd. Ninguém pode negar que Back to the Future, o clássico que Robert Zemeckis dirigiu em 1985, deixou uma marca indelével em nossa cultura pop. No entanto, uma marca maior foi causada por seus protagonistas, os já inesquecíveis Marty McFly e Emmett “Doc” Brown.
Agora, 37 anos após a estreia da trilogia, eles queriam nos oferecer um presente emocional. Em 9 de outubro, uma ComicCon foi realizada em Nova York. Foi no Javit’s Center que aconteceu um encontro emocionado entre os dois para comemorar essa data. Os dois artistas, de 61 e 83 anos, respectivamente, foram aplaudidos de pé logo que subiram ao palco.
Embora, obviamente, todos os olhos se voltassem para Michael J. Fox que, quase incapaz de andar e dominado pela falta de coordenação, não hesitou em abraçar seu parceiro em aventuras. O Parkinson que lhe foi diagnosticado com apenas 29 anos, avançou de forma notável em sua pessoa. Embora sua atitude e seu brilhante senso de humor, oferecessem aquela temperança e resolução que seu corpo infelizmente carece…
“Parkinson é um presente, e eu não o trocaria por nada… Pessoas como Christopher Lloyd sempre estiveram lá para mim, e muitos de vocês estiveram. Não é sobre o que eu tenho, é sobre o que vocês me deram: a voz para fazer isto e ajudar as pessoas”.
- Michael J. Fox -
A primeira vez que Michael J. Fox sentiu que algo estava errado foi em 1991, quando sentiu que seu dedo mindinho mostrava uma estranha contração.
O encontro entre Michael J. Fox e Christopher Lloyd, um momento mágico
Calça jeans, tênis, ar casual… Michael J. Fox e Christopher Lloyd apareceram diante de seus fãs com roupas muito parecidas. Embora a harmonia autêntica estivesse em seus gestos e nos sentimentos contidos.
No último domingo (9 de outubro) a New York ComicCon sediou um painel sobre o legado de De Volta para o Futuro. A presença de seus protagonistas deixou os fãs e qualquer fã de cinema surpreso e animado. As redes sociais começaram a compartilhar a cena e em poucos segundos deu a volta ao mundo.
Era impossível não desviar o olhar de Michael J. Fox, que com seu humor avassalador minimizou seus problemas óbvios de coordenação, equilíbrio e fala. Ele brincou com aquele chiclete que escapou de sua boca e insistiu enfaticamente que o Parkinson foi a melhor coisa que já lhe aconteceu. Já que seu propósito não é outro senão dar voz a esta doença para ajudar as pessoas.
"O otimismo é sustentável quando você continua voltando à gratidão, e o que se segue é a aceitação.” - Michael J. Fox -
O primeiro tremor ocorreu quando ele tinha 29 anos
Michael J. Fox estava filmando o filme Doc Hollywood quando sentiu seu dedo mindinho se contrair. Ele tinha 29 anos e não queria dar muita importância. Pouco depois, porém, vieram os tremores e a rigidez nos quadris. Não demorou muito para ele ser diagnosticado com Parkinson. Ele sabia como sua vida mudaria a partir daquele momento e se preparou com grande dificuldade.
Ele não tornou sua doença pública até 1998, quando foi submetido a uma talamotomia para controlar os tremores. Além disso, ele começou a tomar a droga Sinemet que lhe permite regular os sintomas. A partir desse momento, ele parou de beber, melhorou seu estilo de vida e criou uma fundação com seu nome para a pesquisa de Parkinson. Não demorou muito para que ele se tornasse, segundo o New York Times, a voz mais relevante em defesa da referida condição.
Atualmente, é o maior financiador sem fins lucrativos do desenvolvimento de medicamentos para a doença.
Michael J. Fox arrecadou mais de um bilhão de dólares para ajudar a encontrar uma cura para o Parkinson através de sua fundação.
Aposentado da atuação, mas não do ativismo
Em novembro de 2020, ele anunciou sua retirada da atuação devido às complicações óbvias derivadas do Parkinson. No entanto, sua carreira no cinema e na televisão não poderia ser mais extensa. Ele recebeu vários prêmios, tem vários doutorados em várias universidades e escreveu três livros: Lucky Man: A Memoir (2002), Always Looking Up: The Adventures of an Incurable Optimist (2009) e A Funny Thing Happened on the Way to the Future: Twists and Turns and Lessons Learned (2010).
Ele lamenta não poder tocar guitarra como antes e que sua memória não lhe permite continuar no mundo da atuação. Apesar disso, e dos momentos sombrios vivenciados, ele se declara otimista e altamente consciente de seu propósito. Continuar lutando para encontrar uma cura para o Parkinson ou tratamentos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.
Uma amizade que vai além do tempo e do espaço
“A química entre nós estava lá desde nossa primeira cena juntos”, disse Michael J. Fox sobre Christopher Lloyd na ComicCon . “ Permaneceu assim por três filmes, e certamente não foi embora. Trabalhar com ele foi o melhor.”
Os dois atores riram e compartilharam anedotas durante o evento. Essa amizade ainda está presente em ambos. Talvez eles tenham deixado as figuras de Marty McFly e Doc Brown para trás, mas essa faísca divertida e cúmplice ainda pode ser vista em seus rostos.
Nem os anos nem as doenças ofuscaram seu encanto. Por isso, certamente esperamos mais encontros futuros, mais eventos que nos façam ver que existem amizades eternas e pessoas que continuam nos inspirando.
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O problema não é Bolsonaro, é esse Brasil por trás dele que não sabia existir, diz Mia Couto
Por Adriana Brandão
O “Mapeador de Ausências”, último romance do moçambicano Mia Couto, acaba de ser traduzido para o francês. O livro, que chegou às livrarias da França no início de setembro, foi selecionado para o importante prêmio literário Femina. O escritor veio a Paris participar da promoção do romance, publicado na França pela editora Métailié e traduzido por Elisabeth Monteiro Rodrigues.
Mia Couto, que se define como um “poeta que tem a ousadia de entrar no universo da ficção”, é um dos maiores escritores contemporâneos em língua portuguesa. Ele é autor de mais de 30 livros, traduzidos em mais de 30 países, e muitas vezes pressentido para o Nobel de Literatura.
“O Mapeador de Ausências”, em francês “Le cartografe des absences”, foi publicado em português em 2020. O romance conta a história de um intelectual e poeta moçambicano branco que volta à sua cidade natal, Beira, em busca de seu passado. A viagem acontece sob a ameaça iminente do ciclone Idai, que destruiu a região em março de 2019.
A história, narrada no estilo poético e polifônico que caracteriza a obra de Mia Couto, navega entre duas linhas temporais, o presente às vésperas do ciclone e o começo dos anos 1970, época da guerra pela independência de Moçambique, ainda colônia portuguesa. No centro do livro está um massacre, o massacre de Inhaminga.
Nesta entrevista à RFI, Mia Couto confirma que este é o seu livro mais autobiográfico, mas que usa a própria história para contar como era esse tempo que os moçambicanos chamavam de “Guerra de Libertação Nacional” e os portugueses de “Guerra Colonial”.
Falsas ausências
As ausências de que fala o título, “são falsas ausências”. São as ausências do pai, jornalista e poeta, engajado na luta contra a colonização e perseguido pela polícia política, e de pessoas que foram invisibilizadas no passado, como a população negra, mulheres e homossexuais. O escritor resgata a história de seu país, mas não “como uma missão”. Mia Couto diz que essa história oficial “tem um exercício de esquecimento” fascinante e que escreve para “construir uma outra versão”.
Nessa e em outras de suas obras, ele aborda os paradoxos do colonialismo e nessa entrevista faz um paralelo com o Brasil, que ele considera como uma segunda pátria: “Em Moçambique, e mesmo no Brasil, a herança colonial persiste”. O escritor moçambicano tem uma relação estreita com a cultura brasileira e comenta com frequência a atual situação política no país. Ele avalia que o Brasil está diante de uma “escolha quase de civilização. O problema não é só o Bolsonaro, o problema é tudo que está por trás do Bolsonaro, esse Brasil que eu não sabia que existia e que existia com tanta dimensão”.
RFI: Mia Couto “O Mapeador de Ausências” é o seu livro mais autobiográfico?
Mia Couto: Sim. Eu não sabia, quando comecei o livro, o que ele iria ser, mas sabia que eu ia percorrer esse meu passado sempre com a intenção de que, ao trazer esse passado, eu não estaria contando a minha própria história; eu estaria usando a minha história do que foi esse tempo, que foi na minha cidade um tempo muito rico porque a ‘Guerra Colonial’, como os portugueses chamavam e nós chamávamos de ‘Guerra de Libertação Nacional’, dividia a população em dois mundos. Mas os dois mundos enlouqueceram porque para uns era o anúncio de um certo futuro, um futuro luminoso, e para outros o anúncio do fim do mundo.
Que ausências são essas que o personagem mapeia?
MC: São falsas ausências. (O livro) começou pela ideia que havia que meu pai tinha sido um pai ausente, que não deixou marca. Na verdade, essa minha visita que eu faço agora à cidade para fazer esse livro ela ressuscita a presença do meu pai, fundamental. Da mesma maneira, alguma coisa no meu passado me foi entregue como sendo invisível, como sendo não existente. Portanto, quando eu conto a história desse lado ausente do meu pai, eu conto também a história daqueles que foram tornados ausentes, no sentido de tornados invisíveis no passado.
No centro deste livro está um massacre, o massacre de Inhaminga. A história de Moçambique, este país que como você escreve em “O Mapeador de Ausências” tem memória curta, lhe inspira e está presente em praticamente todos os seus livros. Resgatar essa história é seu objetivo?
MC: Sim, mas não como um sentido de missão. Eu não me apresento com essa intenção. Essa história tem um exercício de esquecimento que me entusiasma. Me fascina como o esquecimento é uma construção ficcional, no fundo. Não é um lapso, não é uma ausência. Eu dialogo com esse aparente vazio que se criou sobre a escravatura, sobre a colonização, sobre a guerra civil depois da independência, para construir uma outra versão da história.
Você começou a escrever o romance desse regresso ao passado, à infância, antes do ciclone. Por que decidiu incorporar à catástrofe à sua narrativa?
MC: O ciclone apareceu e, de alguma maneira, ele vai perturbar e trazer um final para essa história. De fato, o livro já estava muito adiantado quando aconteceu o ciclone e como tu podes imaginar, meses antes não fazíamos ideia nenhuma do que ia acontecer. Mas nessa altura, eu sobrevoei a cidade, quando os aviões puderam começar a sobrevoar a cidade, e eu chorei no avião porque eu não vi a minha terra. A terra estava submersa. Sabia-se que ali estava a terra porque havia árvores que emergiam daquela superfície da água e para mim era um sinal. Eu perdi o chão da minha vida. Tudo aquilo que dava fundamento, sustento, essa coisa da ligação com a terra, estava cortado e eu pensei: ‘se calhar isso é um sinal de que esse livro tem de fazer o regresso aquilo que era antes’.
Perdeu o chão que o personagem tenta recuperar?
MC: Sim, era como se eu e meu personagem estivéssemos a trabalhar juntos nesse ciclo, no desfecho desse ciclo.
O personagem principal é poeta, que vai em busca da memória do pai, também poeta. Sua narrativa em prosa é caracterizada como poética. Você se sente mais poeta ou romancista?
MC: Eu sou um poeta que tem a ousadia de entrar no universo da ficção. Mas eu não acredito muito nessas fronteiras. Quem pensou na fronteira entre a prosa e a poesia não era certamente nem prosador nem poeta, alguém outro.
O seu penúltimo livro traduzido para o francês, também por Elisabeth Monteiro Rodrigues, “As areias do Imperador”, foi uma nova versão do original. Neste, também há a advertência de que a tradução foi feita a partir do original revisado por você. As traduções são uma oportunidade de reescrita?
MC: Sem dúvida, sobretudo quando se trabalha com uma tradutora da qualidade da Elisabeth que dialoga com o autor, que se interroga sobre coisas que às vezes passaram ao autor, ao revisor, ao primeiro editor do livro. Ela descobriu algumas incoerências que era preciso resolver. Em todos os casos, um tradutor reescreve um pouco um livro. Não há uma coisa chamada passagem de uma língua para a outra que seja completamente inocente, isto é, ela tem de reescrever em francês às vezes como se fosse ela própria a autora dessa versão.
Os paradoxos da colonização continuam te interpelando e seu próximo livro vai abordar as agruras de um colonizador português?
MC: É que a gente fala da colonização, do fenômeno colonial, como se fosse uma coisa do passado. Mas a colonização não foi superada no sentido da relação colonial que se tem com esses países ou que eles têm consigo próprios. Nós vemos em Moçambique e mesmo no Brasil, que tem 200 anos de independência, como essa herança colonial persiste e se quer reproduzir. Pode haver uma ruptura ao nível político. O país pensa que tem uma bandeira, tem um hino, mas do ponto de vista da sua relação com o mundo, da sua relação interior, de como as pessoas se definem numa certa hierarquia racial, social, tanto um como outro país que estou citando agora, Brasil e Moçambique, continuam a ter fortemente presente essa herança colonial.
Você tem com frequência comentado a situação política no Brasil. O que achou do resultado do primeiro turno?
MC: Eu, como tenho uma natureza pessimista, tinha uma grande esperança, mas não tinha uma grande convicção de que o Lula fosse ganhar. Acho que posso falar à vontade porque eu não sou brasileiro, não tenho que tomar opções partidárias, mas neste caso estamos perante uma situação que temos um candidato, que é o Lula, que representa a democracia, que representa o respeito pelas instituições, pela vida. Portanto, acho que a escolha agora não é só uma escolha política, mas uma escolha quase de civilização. Eu esperava muito que o Lula ganhasse, mas eu tinha também algum receio porque o problema não é só Bolsonaro, o problema é tudo que está por trás do Bolsonaro, esse Brasil que eu não sabia que existia e que existia com tanta dimensão.
Você falou das semelhanças entre Moçambique e Brasil, você teme que aconteça em seu país a mesma coisa que no Brasil?
MC: Acho que não é a mesma situação. Acontece em Moçambique um terrorismo de uma facção religiosa, do extremismo islâmico. O que existe no Brasil é um extremismo religioso também. Muito daquilo que é política no Brasil vem da força que essas igrejas evangélicas vêm tomando. Eu não sei dizer, não posso vaticinar nada, mas preocupa muito como isso cresça (em Moçambique), ao lado do reforço de um armamento da população. Portanto, há ali potencial para que se crie uma situação que pode ser mais violenta que o Brasil, que hoje já não é tão pouco violento assim.
No início de “O Mapeador de Ausências”, o personagem está deprimido e volta à cidade natal para tentar resolver esse problema e conseguir dormir. Você diz que é o seu livro mais autobiográfico. Como está o Mia Couto hoje?
MC: Na altura, eu percebi que eu não estava bem, que realmente, como acontecia com esse personagem, eu tinha dificuldades em ler, em me concentrar, em escrever e isso me preocupava muito. E quando fui ao médico, ele me disse que eu estava deprimido. Eu fiquei muito surpreendido porque eu tenho um temperamento que pensa que eu estava livre dessa condição, mas eu acho que não fico preocupado com isso, eu enfrento isso. Num mundo que está tão deprimido ele próprio, nenhum de nós pode estar normal. Há sempre uma ferida que fica olhando a situação de um mundo que a gente não sabe prever, não sabe entender.
Como diz um de seus personagens no final do livro, você tem de contar sua própria história para superar?
MC: Exatamente. A contação da sua própria história tem um efeito terapêutico enorme sobre nós próprios e sobre os outros, quer dizer, se eu escutar a sua história, eu fico melhor também. É uma espécie de um abraço que a gente dá.”
Você já ganhou vários prêmios literários, como o Camões, o principal prêmio da língua portuguesa. Este ano, aqui na França, você foi selecionado para os importantes prêmios “Femina” e “Melhor Livro Estrangeiro” e foi cotado para o Nobel. Qual é a sua expectativa?
MC: Nenhuma! Eu tenho essa relação com os prêmios que para mim eles não existem e quando existem, quando acontecem, obviamente eu fico muito feliz, mas não estou à espera deles. É uma espécie de um desencontro antecipadamente assumido.
Os grifos, em amarelo, no texto acima foram feitos por mim.
( Rosa Maria - Editora do Blog )
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