No Brasil . . . 09/04/2022
Diário, hoje eu faço 67 anos. Vou comer bolo até entupir o intestino.
Olha, nesse tempo todo eu só tenho que agradecer, viu?
Consegui me sustentar a vida toda sem nunca ter tido carteira assinada.
Quando era jovem recebia dinheiro do exército e há mais de trinta anos tô me elegendo por aí. Não sei o que é bater ponto ou dar nota fiscal (tirando aquelas de gasolina, pra receber um dinheirinho).
Também consegui botar meus filhos nesse santo caminho de não ter que suar para ganhar a vida. O máximo que um deles fez foi dar uma de chapeiro nos EUA. Mas, depois daqueles hamburguerzinhos, foi só filé mignon. E olha que o quilo tá uns R$ 140. Por culpa do PT, é claro, kkk!
Tenho que agradecer por ter tido muitas esposas e carros, sempre trocando por uma versão mais nova.
E não posso me esquecer de dar graças por nunca ter sido preso, porque já elogiei torturador, já fiz fala racista, até já planejei atentado a bomba e nada. Tô livrinho, livrinho.
Enfim, Diário, eu, que na pandemia ajudei a apagar apaguei um monte de velhinhas, hoje vou apagar minhas 67 velinhas. Parabéns para mim por tudo o que fiz e por tudo que não fiz!
#diariodobolo, digo, #diariodobolso
PS: De presente, quero que me mandem votos (não de felicidade, eleitorais mesmo, que a coisa tá complicada).
PPS: A ilustra é do Ivo Minkovicius.
No Brasil . . . 09/04/2022
Diário, hoje eu faço 67 anos. Vou comer bolo até entupir o intestino.
Olha, nesse tempo todo eu só tenho que agradecer, viu?
Consegui me sustentar a vida toda sem nunca ter tido carteira assinada.
Quando era jovem recebia dinheiro do exército e há mais de trinta anos tô me elegendo por aí. Não sei o que é bater ponto ou dar nota fiscal (tirando aquelas de gasolina, pra receber um dinheirinho).
Também consegui botar meus filhos nesse santo caminho de não ter que suar para ganhar a vida. O máximo que um deles fez foi dar uma de chapeiro nos EUA. Mas, depois daqueles hamburguerzinhos, foi só filé mignon. E olha que o quilo tá uns R$ 140. Por culpa do PT, é claro, kkk!
Tenho que agradecer por ter tido muitas esposas e carros, sempre trocando por uma versão mais nova.
E não posso me esquecer de dar graças por nunca ter sido preso, porque já elogiei torturador, já fiz fala racista, até já planejei atentado a bomba e nada. Tô livrinho, livrinho.
Enfim, Diário, eu, que na pandemia ajudei a apagar apaguei um monte de velhinhas, hoje vou apagar minhas 67 velinhas. Parabéns para mim por tudo o que fiz e por tudo que não fiz!
#diariodobolo, digo, #diariodobolso
PS: De presente, quero que me mandem votos (não de felicidade, eleitorais mesmo, que a coisa tá complicada).
PPS: A ilustra é do Ivo Minkovicius.
O que você está esperando para viver
Há sempre uma linha bem tênue entre a vida e a morte e somos todos “equilibristas”, mas parece que tememos sempre a queda de um lado ou do outro. É comum declararmos o nosso medo da morte, do que chamamos de “desconhecido”, mas o que não notamos é que parece temermos muito mais a vida.
Vivemos nos limitando o tempo todo, temos muito medo de arriscar, nos burlamos, inventamos desculpas, nos ocupamos muitas vezes com coisas desnecessárias ou substituíveis, nos afastamos das pessoas que amamos e não nos damos a oportunidade de tantos bons novos vínculos de amizade.
Evitamos fazer o que gostamos, deixamos de atender os nossos desejos, esquecemos os sonhos e ofuscamos as nossas emoções. Não nos preocupamos com o outro, não nos preocupamos com nós mesmos. Substituímos nossos planos de vida por prazeres imediatos e sem conteúdo, na pressa em nos preenchermos da vida “padronizada”, que insistimos que temos que expor nas “vitrines” da sociedade.
O grande problema disso tudo é que quando menos esperamos a vida passa. Infelizmente é principalmente a proximidade com a morte que nos faz perceber que temos muito mais medo de viver do que temos de morrer, nesse instante vemos tudo que poderíamos ter feito e não fizemos e em muitos casos é experimentando esse medo que conseguimos a coragem que não buscamos antes.
Em 2012 a enfermeira australiana Brownie Ware, que cuidava de pacientes terminais, guiada pela pergunta: “E se você for morrer amanhã, de que se arrepende”? Publica o livro “The Top Five Regrets of the Dying” (Os cinco maiores arrependimentos antes de morrer), baseado nos depoimentos dos pacientes. De forma bem resumida eles citam que: Gostariam de ter tido a coragem de viverem uma vida fiel a eles mesmos, e não a vida que os outros esperavam deles; gostariam de não terem trabalhado tanto; gostariam de terem tido a coragem de expressarem seus sentimentos; gostariam de terem mantido contato com seus amigos mais antigos e; gostariam de terem sido mais felizes. Mas será que precisamos mesmo esperar acontecer alguma coisa para vivermos intensamente as nossas vidas?
Acho muito válido ouvirmos depoimentos de pessoas que aprenderam o valor da vida, talvez fatos assim sirvam para que não precisemos entrar em contato com situações semelhantes para aprendermos também que a vida é para viver! Precisamos buscar coragem para enfrentarmos esse desconhecido, sabendo saborear inclusive os seus mistérios, entendendo que nada disso é tão linear, teremos sempre altos e baixos, mas é inclusive isso que nos mantem vivos. É importante lembrarmos que mesmo diante dos contrastes da vida e das dificuldades em entendermos as nossas limitações e ignorância devemos buscar apreciar a dádiva de existir e o que isso pode nos proporcionar. Vamos ter atitudes enquanto há tempo, buscar a felicidade, o prazer, a liberdade de sermos quem queremos ser.
Vamos sentir mais, demonstrar mais e valorizar mais o que realmente importa!
O que você está esperando para viver
Há sempre uma linha bem tênue entre a vida e a morte e somos todos “equilibristas”, mas parece que tememos sempre a queda de um lado ou do outro. É comum declararmos o nosso medo da morte, do que chamamos de “desconhecido”, mas o que não notamos é que parece temermos muito mais a vida.
Vivemos nos limitando o tempo todo, temos muito medo de arriscar, nos burlamos, inventamos desculpas, nos ocupamos muitas vezes com coisas desnecessárias ou substituíveis, nos afastamos das pessoas que amamos e não nos damos a oportunidade de tantos bons novos vínculos de amizade.
Evitamos fazer o que gostamos, deixamos de atender os nossos desejos, esquecemos os sonhos e ofuscamos as nossas emoções. Não nos preocupamos com o outro, não nos preocupamos com nós mesmos. Substituímos nossos planos de vida por prazeres imediatos e sem conteúdo, na pressa em nos preenchermos da vida “padronizada”, que insistimos que temos que expor nas “vitrines” da sociedade.
O grande problema disso tudo é que quando menos esperamos a vida passa. Infelizmente é principalmente a proximidade com a morte que nos faz perceber que temos muito mais medo de viver do que temos de morrer, nesse instante vemos tudo que poderíamos ter feito e não fizemos e em muitos casos é experimentando esse medo que conseguimos a coragem que não buscamos antes.
Em 2012 a enfermeira australiana Brownie Ware, que cuidava de pacientes terminais, guiada pela pergunta: “E se você for morrer amanhã, de que se arrepende”? Publica o livro “The Top Five Regrets of the Dying” (Os cinco maiores arrependimentos antes de morrer), baseado nos depoimentos dos pacientes. De forma bem resumida eles citam que: Gostariam de ter tido a coragem de viverem uma vida fiel a eles mesmos, e não a vida que os outros esperavam deles; gostariam de não terem trabalhado tanto; gostariam de terem tido a coragem de expressarem seus sentimentos; gostariam de terem mantido contato com seus amigos mais antigos e; gostariam de terem sido mais felizes. Mas será que precisamos mesmo esperar acontecer alguma coisa para vivermos intensamente as nossas vidas?
Acho muito válido ouvirmos depoimentos de pessoas que aprenderam o valor da vida, talvez fatos assim sirvam para que não precisemos entrar em contato com situações semelhantes para aprendermos também que a vida é para viver! Precisamos buscar coragem para enfrentarmos esse desconhecido, sabendo saborear inclusive os seus mistérios, entendendo que nada disso é tão linear, teremos sempre altos e baixos, mas é inclusive isso que nos mantem vivos. É importante lembrarmos que mesmo diante dos contrastes da vida e das dificuldades em entendermos as nossas limitações e ignorância devemos buscar apreciar a dádiva de existir e o que isso pode nos proporcionar. Vamos ter atitudes enquanto há tempo, buscar a felicidade, o prazer, a liberdade de sermos quem queremos ser.
Vamos sentir mais, demonstrar mais e valorizar mais o que realmente importa!
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