Acho que eu nunca vi uma referência ao Shakespeare tão estúpida quanto essa do @SF_Moro: “Algo de podre no Reino da Dinamarca” é uma referência ao assassinato do rei pelo irmão, não tem nada a ver com corrupção. E “aquela frase famosa”… O ignorante nem sabe que é do Shakespeare! pic.twitter.com/3OdeofTasg
O Brasil é um país desesperadamente complexo. Aquela piada antiga e preconceituosa, sobre Deus ter feito um país sem terremotos, maremotos e tufões, mas, em compensação, ter colocado um povo que iria dar o que falar, parece ser, em parte, tristemente verdadeira. Esse povo é a elite brasileira. Em alguns momentos, a gente até anseia por uma catástrofe natural para ocupar o espaço do fracasso de certa parte dessa aristocracia.
Em um período de profunda crise, com o país mergulhado num desastre causado pela administração caótica do Presidente da República, esse grupo, que optou pelo tsunami eleitoral ao eleger um fascista, está agora apoiando o criador de quem nos levou ao caos. Um ex-juiz que instrumentalizou o Judiciário, que foi “julgado” pelo Supremo Tribunal Federal como alguém que corrompeu o sistema de justiça e que mercadejou a toga ao aceitar ser ministro do governo eleito por suas peripécias apresenta-se agora como salvador da pátria e recebe o apoio de boa parte da elite, principalmente da mídia.
E é preocupante ver que o vazio de ideias tem uma enorme aceitação popular. O Moro e seus asseclas, por ele comandados na triste Operação Lava Jato, não tiveram nenhum pejo em subverter todo o sistema de justiça para atingir seus objetivos políticos.
Descaradamente, usaram o Poder Judiciário e parte do Ministério Público com o objetivo de assumir o poder. E, num primeiro momento, conseguiram, pois foram os grandes vencedores nas últimas eleições, sendo que o juiz ativista virou Ministro da Justiça do Bolsonaro. E ele usou a estrutura do ministério para fustigar os seus adversários políticos. Os dele e os do seu chefe de então. Só romperam na divisão do poder, briga de quadrilha.
Eu costumava bater de frente, quando entendiam errado o que eu dizia. Hoje, não perco mais tempo tentando provar nada a ninguém, de jeito nenhum. O meu tempo é precioso e resolvi aproveitá-lo fazendo o que eu gosto, junto com quem me faz bem.
Marcel Camargo
Uma das coisas mais desagradáveis que ocorrem é sermos mal entendidos, quando o outro deturpa nossas palavras ou nossas atitudes, descontextualizando-as e utilizando-as em proveito próprio, enquanto nos coloca como o vilão da história. A gente acaba até ficando sem saber se nós é que não soubemos nos colocar ou se o outro é que não sabe interpretar um texto.
Infelizmente, quanto mais tentarmos provar o nosso ponto de vista, quanto mais nos explicarmos, pior ficaremos, porque quem não entende da primeira vez raramente compreenderá dali em diante. Quem se faz de bobo e de vítima jamais será capaz de assumir seus erros, de se responsabilizar por seus atos, de se colocar no lugar de alguém. Tentar fazê-los enxergar além de seu umbigo é inútil.
Na verdade, teremos que sempre ser verdadeiros e claros, com todo mundo, pois, assim, quem nos conhece de fato e gosta de nós não se abalará com as maledicências que alguém tentar espalhar sobre nossa pessoa. Temos que ter a tranquilidade de que vivemos de acordo com o que somos, sem dissimulações e meias verdades, para que a mentira alheia não nos atinja nunca, tampouco possa ser levada em conta por quem nos é importante.
Eu costumava bater de frente, quando entendiam errado o que eu dizia, quando maldiziam minhas atitudes. Hoje, não perco mais tempo tentando provar nada a ninguém, de jeito nenhum. O meu tempo é por demais precioso e resolvi aproveitá-lo fazendo o que eu gosto, junto com quem me faz bem. Hoje, tenho a certeza de que muitas pessoas só entenderão aquilo que quiserem e da maneira que melhor lhes convier.
Não importa o que eu diga ou o que eu faça, muitas pessoas somente interpretarão minha vida de acordo com o nível de percepção delas mesmas, para que possam se justificar através dos erros que transferem ao mundo – segundo elas mesmas, elas nunca erram. Não tenho muito tempo livre, portanto, não gastarei mais energia com quem não merece. Vivamos!
Eu costumava bater de frente, quando entendiam errado o que eu dizia. Hoje, não perco mais tempo tentando provar nada a ninguém, de jeito nenhum. O meu tempo é precioso e resolvi aproveitá-lo fazendo o que eu gosto, junto com quem me faz bem.
Marcel Camargo
Uma das coisas mais desagradáveis que ocorrem é sermos mal entendidos, quando o outro deturpa nossas palavras ou nossas atitudes, descontextualizando-as e utilizando-as em proveito próprio, enquanto nos coloca como o vilão da história. A gente acaba até ficando sem saber se nós é que não soubemos nos colocar ou se o outro é que não sabe interpretar um texto.
Infelizmente, quanto mais tentarmos provar o nosso ponto de vista, quanto mais nos explicarmos, pior ficaremos, porque quem não entende da primeira vez raramente compreenderá dali em diante. Quem se faz de bobo e de vítima jamais será capaz de assumir seus erros, de se responsabilizar por seus atos, de se colocar no lugar de alguém. Tentar fazê-los enxergar além de seu umbigo é inútil.
O Carluxo, o Bananinha e o Rachadinho (eu só chamo eles assim aqui, Diário, em casa eu chamo pelo número mesmo) dormiram lá em casa ontem. Aí eles pediram que eu contasse uma história pra eles pegarem no sono.
- Quero a Chapeuzinho Vermelho, porque o Lobo é craque em fake news - disse o Carluxo, meu craque em redes sociais.
- Eu prefiro João e Maria, porque é uma história que tem abandono, vingança e assassinato - falou o Bananinha, que adora violência.
- E eu quero "João e os dez pés de feijão", porque o João rouba o gigante e não vai pra cadeia - pediu o Rachadinho, que adora histórias em que o ladrão vence no final.
Mas eu não estava com saco de contar essas histórias, então peguei aquele livro que está sempre jogado pela casa, o "Castelos" (de J.R.Torero e Ivo Minkovicius, que por coincidência está nos últimos dias de pré-venda no Catarse, com link nos comentários) e li uma história qualquer para eles.
A história qualquer foi a do CASTELO DE ÁRVORES, e era assim:
"A rainha não tinha dinheiro para construir seu castelo. Então plantou vários baobás, um do lado do outro, formando um grande quadrado.
"Ela regava seus baobás todos os dias, cuidava para que os animais não os comessem e construía cercas para que o vento não os derrubasse.
"Demorou bastante, mas eles foram crescendo, crescendo e, quando a rainha já era bem velhinha, o seu castelo estava pronto. Os baobás tinham formado as paredes de um grande castelo. Dentro dos troncos ocos ficavam as salas e os quartos. E as árvores mais altas viraram torres. As copas foram transformadas em parques, com balanços, escorregadores e gangorras.
"O Castelo das Árvores demorou a crescer, mas ficou enorme, lindo e invencível.
"Fim."
Quando acabei de ler, o Carluxo e o Bananinha começaram a me vaiar enquanto o Rachadinho perguntava: "Virou alfacinha agora, pápi?"
Então, pra não passar por ecologicozinho, eu inventei um outro final pra história e continuei assim:
- Mas aí o Ricardo Salles chegou e botou fogo em tudo.
Aí eles me aplaudiram, disseram que minha história era demais e dormiram logo depois.