Sou aquela que brinca com o vento, que gosta das folhas, da liberdade e da natureza.
Sou aquela que preza a gratidão e vive a olhar toda imensidão e entende que ainda é tão pequena.
Aquela que você vê, mas não consegue decifrar apenas olhando, porque o universo é o meu lugar. Sou onde não digo. Vivo onde sou, estou em tudo em que acredito.
Nada pode me limitar, nem o medo, nem a morte. O infinito é o meu lugar.
Eu não sei se fiquei muito exigente; a verdade é que aqui dentro já não cabe tanto forçar de barra, tanto desgaste sem fundamento.
Depois que comecei a fazer as pazes com minha vida, comecei a entender muita coisa, comecei a me respeitar como gente, parei de viver coisas sem futuro, parei de me olhar com ares de impiedade, parei de me achar insuficiente, parei de sabotar o que sou.
Eu não sei se fiquei mais sábia, mas sei que já não tolero muita coisa.
Já não entrego tudo de mão beijada e nem ofereço lugar para qualquer um se chegar.
Apesar do peso de alguns dias, sinto que dá para ser mais leve.
Acho que deixei de ser breve para ser mais importante para mim.
Parei de me trair, parei de me esquecer.
Ainda sigo em frente sempre perto daquilo que me chama interiormente.
De olhos fechados e de alma presente, sigo por caminhos mais honestos.
Viver é um grande ritual de passagem espiritual.
É caminho de luz para reaprender, muitas vezes, a me merecer.
E eu tenho tido essa compreensão de vida, tenho dito a mim mesma que posso transpor muitos muros que fecham minha mente e coração.
Eu não sei se foi a maturidade, o cair, o levantar, o jeito meio sem graça de quem muitas vezes se deixou tímida em um canto esperando o vendaval passar, ou a sensação de que eu precisei tomar um porre de vergonha na cara para encarar com mais sensatez o que vinha causando a mim mesma.
Nem sempre foi a melhor sensação, nem sempre foi bom me sentir à deriva.
Não preciso viver me rasgando para satisfazer o ego de ninguém.
Ou eu me encontro ou me desencontro. Vivo de sintonia, de alguns espaçamentos; vivo sem querer acertar sempre.
Eu não sei do amanhã; só sei que Deus me traz para o momento presente me fazendo enxergar o que realmente preciso ver.
E eu vejo que ainda preciso caminhar, preciso me perdoar de muitas coisas, preciso ser menos ansiosa com o mundo lá fora porque aqui dentro é onde tudo se move e me rege.
Que eu me inspire sabendo onde colocar meus abraços, onde eu sinta meus afetos como pequenos gestos de humanidade dentro da capacidade de retribuir o que de bom também recebo.
Sem apelação, sem uma falsa vida, vou traçando meu destino.
Eu não sei se fiquei muito exigente; a verdade é que aqui dentro já não cabe tanto forçar de barra, tanto desgaste sem fundamento.
Depois que comecei a fazer as pazes com minha vida, comecei a entender muita coisa, comecei a me respeitar como gente, parei de viver coisas sem futuro, parei de me olhar com ares de impiedade, parei de me achar insuficiente, parei de sabotar o que sou.
Eu não sei se fiquei mais sábia, mas sei que já não tolero muita coisa.
Já não entrego tudo de mão beijada e nem ofereço lugar para qualquer um se chegar.