A vereadora Comandante Nádia tentou passar uma descompostura em seu colega da bancada negra do PSOL e ouviu uma aula.
O vereador Matheus Gomes, da bancada negra do PSOL de Porto Alegre, deu uma aula de história à sua colega, a vereadora Comandante Nádia, durante a posse, nesta sexta-feira (1º), sobre o conteúdo racista do Hino do Rio Grande do Sul.
A vereadora tentou passar uma descompostura em Matheus e seus colegas de bancada que não se levantaram durante a execução do hino. O vereador pediu uma questão de ordem e afirmou:
“Nós, como bancada negra, pela primeira vez na história da Câmara de Vereadores, talvez a maioria daqui que já exerceram outros mandatos não estejam acostumados com a nossa presença, não temos obrigação nenhuma de cantar um verso que diz: ‘povo que não tem virtude acaba por ser escravo’”, disse.
Matheus disse ainda ser historiador, “faço mestrado na UFRGS, a nossa instituição, a Universidade Federal, é uma das mais importantes do nosso estado, fruto da luta de muitos de nós aqui, já reconhece a não obrigatoriedade das pessoas terem que tocar o hino devido a esse conteúdo racista dele em solenidades oficiais e acho que seria muito importante a Câmara de Porto Alegre também começar a se perguntar sobe esse tema”.
Ao final, o vereador completou: “Nós não temos obrigação disso e nós precisamos fazer um movimento na sociedade pra reverter a existência de uma frase de cunho racista no Hino do Rio Grande do Sul”.
A presença de pessoas negras multiplicou por cinco. Enquanto em 2016, apenas um candidato negro foi eleito, o já falecido Tarciso Flecha Negra, agora em 2020 foram cinco pessoas negras eleitas. Além de Karen Santos (PSOL), conquistaram assento na Câmara o jovem Matheus Gomes (PSOL), Laura Sito (PT), Bruna Rodrigues (PCdoB) e Daiana Santos (PCdoB).