As mãos que matam e a voz que os manda matar




Fernando Brito

A bárbara morte de a morte de João Alberto Silveira Freitas, espancado por seguranças do Carrefour em Porto Alegre, na véspera do Dia da Consciência Negra, que se comemora hoje, um, só mais um dos fatos reais destes tempos de estupidez em que nos mergulharam.

O violência, o espancamento, o assassinato, todos começam pela boca que vocifera. Vocifera contra os pobres, vocifera contra os negros, vocifera contra gays.

Vocifera, voz de fera, que vínhamos, por milhares de anos sempre caminhando para perder, mas que ronca no interior de muitos e volta e meia estruge pelas mãos daqueles que acabam sendo os executores brutos desta sentença genérica.

Afinal, estavam agindo ali “em nome da sociedade” e, a quem visse, pareceria, pela vítima negra, tratar-se de ladrão, e ladrão merece morrer, não é?

É o “excludente de ilicitude”, a pseudorazão para agir como não é razoável agir.

Esta é a armadilha em que as classes dominantes tentam lançar sobre nossos sentimentos e justiça e igualdade. A de que a estupidez deveria ser igual, fossemos heteros ou gays; que a pobreza deveria ser igual, fossemos brancos ou negros; que a iniquidade não existe para além de cor e sexo nas quais, sim, se expressa dramaticamente.

Os meios de comunicação, cinicamente, querem nos prender nesta arapuca – logo eles que, por décadas, praticaram o racismo e o sexismo sem qualquer pudor – como se fossem os campeões da igualdade.

O racismo e o sexismo são expressões da brutalidade e, embora seja necessário que estes grupos se organizem e se defendam, o problema da extirpar a brutalidade das relações humanas é de todos.

Morreu barbaramente um homem a socos e pisões. Basta-me isso para ser intolerável.

Ao longo da vida, participei de muitos degraus da nossa lenta subida na escala da civilidade. Com Adbias do Nascimento, com Caó, com o Coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira, o oficial negro posto por Brizola, em seus dois governos, a comandar a Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Nenhum deles separou o movimento identitário da ideia de justiça social, mas como parte necessária do processo para alcançá-la.

Do contrário, iremos ficar sempre no que é indispensável, mas não suficiente: punir o racista, o homofóbico e não entender que este agente do que nós condenamos é isso, apenas o agente de uma organização da sociedade que é censitária: na cor, no sexo e no dinheiro (porque, afinal, a morte de alguém de classe média alta ou rico sempre chocará mais que a de um pobre).

Os seguranças assassinos de Porto Alegre não são os únicos que matam. A cultura da intolerância mata muito mais, ainda que pelas mãos deles.















As mãos que matam e a voz que os manda matar




Fernando Brito

A bárbara morte de a morte de João Alberto Silveira Freitas, espancado por seguranças do Carrefour em Porto Alegre, na véspera do Dia da Consciência Negra, que se comemora hoje, um, só mais um dos fatos reais destes tempos de estupidez em que nos mergulharam.

O violência, o espancamento, o assassinato, todos começam pela boca que vocifera. Vocifera contra os pobres, vocifera contra os negros, vocifera contra gays.

Previsão 21/12/2020 - A grande conjunção Júpiter - Saturno

 






Previsão 21/12/2020 - A grande conjunção Júpiter - Saturno

 






Autoestima não significa querer aplausos, significa não precisar do aplauso de ninguém




Marcel Camargo


É muito triste constatar que a autoestima de muitas pessoas esteja baixa nos dias de hoje. Basta dar uma navegada pelas redes sociais, ou mesmo conversar com as pessoas por aí, para percebermos o tanto de gente que se acha menos do que na verdade é.

Não é fácil viver em meio a tantos apelos midiáticos tentando nos convencer de que devemos ser mais bonitos, mais fortes, mais batalhadores. Não é fácil assistir à TV e notar que muitos atores e personalidades são bem sucedidos e, ainda por cima, sarados e com dentes branquíssimos.

E, então, nós, reles mortais espectadores, chegamos à conclusão de que jamais chegaremos perto daquela estática quase perfeita, daqueles dentes reluzentes, daquele luxo ostentado pelos instas da vida. Batalhamos, às vezes por três jornadas diárias de trabalho e nos fins de semana, para conseguirmos uma qualidade de vida decente. Não nos sobra tempo para malhar e conversar com amigos. Nem nos sobra grana para viajar.

Por essa razão, talvez o problema primeiro seja a gente focar tão somente no que vê. A gente se preocupa demais com o que está lá fora e acaba se esquecendo do que carregamos dentro do peito. A gente fica querendo comprar e se encher de quinquilharias, em vez de olhar para dentro e perceber a riqueza de sentimentos que temos em nossos corações.

Você é muito mais do que um corpo, um cabelo, dentes e roupas. Você também é amor, carinho, saudade, gentileza e oração. A forma como fazemos o outro se sentir é mais importante do que a roupa que usamos ao lado dele. A maneira como lidamos com nossa lida diária é muito mais importante do que o modelo de nosso celular ou de nosso carro, ou mesmo se temos um carro.

Marcaremos as pessoas e suas vidas com as nossas atitudes e palavras e não com nossos objetos materiais. A gente tem que estar bem, se sentir bem, porque, quando sabemos tudo o que somos, quando gostamos de nós mesmos, o que vem de lá fora tem menos força para nos atingir. Se você sabe o seu potencial, não será preciso que ninguém mais fique te aplaudindo. O melhor aplauso que recebemos é o autoconhecimento, quando sabemos quem somos e tudo de bom que podemos espalhar por aí. E também sabemos o que não podemos.

Enfim, é preciso ir além do que os olhos veem, é preciso sentir o que há dentro de si, é preciso ser grato e reconhecer o tanto que a vida já ensinou e trouxe de bom. Ninguém é feliz o tempo todo, ninguém está livre de problemas, todos somos batalhadores que vencem um dia de cada vez.

Sorria, você fica tão sexy quando sorri com verdade e luz. Ame-se, você é único e especial assim, desse jeitinho, sem tirar nem por.










Autoestima não significa querer aplausos, significa não precisar do aplauso de ninguém




Marcel Camargo


É muito triste constatar que a autoestima de muitas pessoas esteja baixa nos dias de hoje. Basta dar uma navegada pelas redes sociais, ou mesmo conversar com as pessoas por aí, para percebermos o tanto de gente que se acha menos do que na verdade é.

Não é fácil viver em meio a tantos apelos midiáticos tentando nos convencer de que devemos ser mais bonitos, mais fortes, mais batalhadores. Não é fácil assistir à TV e notar que muitos atores e personalidades são bem sucedidos e, ainda por cima, sarados e com dentes branquíssimos.