Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil

 




A Fundação Perseu Abramo (FPA) e o Partido dos Trabalhadores (PT) lançam nesta segunda-feira, 21 de setembro, às 10h, o Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, que reúne propostas ao mesmo tempo factíveis e ambiciosas para salvar vidas, gerar empregos e renda, desenvolver a economia nacional, radicalizar a democracia hoje ameaçada, promover a soberania e construir um novo país.

O lançamento será transmitido ao vivo pelos perfis do PT e da FPA no Facebook, no Twitter e nos canais do Youtube.

As propostas pressupõem uma nova orientação para a nação brasileira, baseada na ampliação da igualdade, das liberdades, da soberania, na qual o Estado assuma o papel principal de indutor do desenvolvimento de um novo tipo. Foram concebidas com base em contribuições de centenas de pessoas de origem diversa – trabalhadores, mulheres, negros, indígenas, representantes do setor público, LGBTQI+, artistas e intelectuais profundamente comprometidos com uma luta por melhor qualidade de vida para a população. 

No campo econômico, preveem um papel essencial para o Estado na reconstrução e transformação da economia.

No social, ousadas e inovadoras políticas públicas protetivas e inclusivas, de combate ao racismo estrutural, à opressão sobre as mulheres promovida pela sociedade patriarcal, à homofobia, à agressão constante contra os povos originários e os quilombolas.

Conciliação da preservação ambiental com produção agrícola, promoção da Reforma Agrária e apoio à agricultura familiar são as bases do plano para a agricultura, assim como a conquista e manutenção dos mercados para os produtos brasileiros.

No meio ambiente, é imprescindível combater a devastação ambiental provocada pelo atual governo, por meio de um Green New Deal, um novo “pacto verde” que facilite a transição ecológica para uma economia de baixo carbono. Dessa forma, é possível gerar empregos de qualidade e atividades sustentáveis com base em tecnologias limpas. 

Outro ponto essencial é a efetivação de uma Reforma Tributária justa, solidária e sustentável, marcadamente progressiva, com taxação de grandes fortunas e dos rendimentos financeiros, de lucros e dividendos, de forma a aliviar a carga tributária sobre os mais pobres e as pequenas empresas, reduzindo consideravelmente os tributos sobre o consumo e os serviços.

Na política, o plano propõe uma Lei de Proteção do Estado Democrático de Direito, além de reformas políticas, eleitorais, do aparelho de Estado e dos órgãos de controle, que assegurem a transparência da máquina administrativa, o combate à corrupção sem desvios políticos e ideológicos e a abertura dos processos decisórios aos interesses populares. Também será imprescindível democratizar a produção e a disseminação das informações e combater as fake news e os discursos de ódio.

Em relação à soberania, é primordial recuperar a dignidade e o respeito pelo país, perdidos com a política externa bolsonarista de submissão servil aos interesses da extrema-direita dos Estados Unidos, que tornou o Brasil pária mundial. Além de uma nova política externa, orientada para o estímulo ao desenvolvimento nacional e para a construção de um mundo mais simétrico, assentado no multilateralismo e na multipolaridade. 

Na cultura, estratégica para a identidade nacional e para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, as propostas buscam assegurar à população o acesso aos bens culturais e eliminar a guerra contra a cultura desencadeada pelo governo atual, garantindo aos artistas e intelectuais, ameaçados pelo abandono do setor, pelo discurso de ódio e pelas tentativas de censura, a livre expressão e o necessário apoio do Estado. 

O plano completo estará disponível a partir do lançamento, no dia 21, nos sites da Fundação Perseu Abramo e do PT.


Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil

 




A Fundação Perseu Abramo (FPA) e o Partido dos Trabalhadores (PT) lançam nesta segunda-feira, 21 de setembro, às 10h, o Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, que reúne propostas ao mesmo tempo factíveis e ambiciosas para salvar vidas, gerar empregos e renda, desenvolver a economia nacional, radicalizar a democracia hoje ameaçada, promover a soberania e construir um novo país.

O lançamento será transmitido ao vivo pelos perfis do PT e da FPA no Facebook, no Twitter e nos canais do Youtube.

As propostas pressupõem uma nova orientação para a nação brasileira, baseada na ampliação da igualdade, das liberdades, da soberania, na qual o Estado assuma o papel principal de indutor do desenvolvimento de um novo tipo. Foram concebidas com base em contribuições de centenas de pessoas de origem diversa – trabalhadores, mulheres, negros, indígenas, representantes do setor público, LGBTQI+, artistas e intelectuais profundamente comprometidos com uma luta por melhor qualidade de vida para a população. 

No campo econômico, preveem um papel essencial para o Estado na reconstrução e transformação da economia.

No social, ousadas e inovadoras políticas públicas protetivas e inclusivas, de combate ao racismo estrutural, à opressão sobre as mulheres promovida pela sociedade patriarcal, à homofobia, à agressão constante contra os povos originários e os quilombolas.

Conciliação da preservação ambiental com produção agrícola, promoção da Reforma Agrária e apoio à agricultura familiar são as bases do plano para a agricultura, assim como a conquista e manutenção dos mercados para os produtos brasileiros.

No meio ambiente, é imprescindível combater a devastação ambiental provocada pelo atual governo, por meio de um Green New Deal, um novo “pacto verde” que facilite a transição ecológica para uma economia de baixo carbono. Dessa forma, é possível gerar empregos de qualidade e atividades sustentáveis com base em tecnologias limpas. 

Outro ponto essencial é a efetivação de uma Reforma Tributária justa, solidária e sustentável, marcadamente progressiva, com taxação de grandes fortunas e dos rendimentos financeiros, de lucros e dividendos, de forma a aliviar a carga tributária sobre os mais pobres e as pequenas empresas, reduzindo consideravelmente os tributos sobre o consumo e os serviços.

Na política, o plano propõe uma Lei de Proteção do Estado Democrático de Direito, além de reformas políticas, eleitorais, do aparelho de Estado e dos órgãos de controle, que assegurem a transparência da máquina administrativa, o combate à corrupção sem desvios políticos e ideológicos e a abertura dos processos decisórios aos interesses populares. Também será imprescindível democratizar a produção e a disseminação das informações e combater as fake news e os discursos de ódio.

Em relação à soberania, é primordial recuperar a dignidade e o respeito pelo país, perdidos com a política externa bolsonarista de submissão servil aos interesses da extrema-direita dos Estados Unidos, que tornou o Brasil pária mundial. Além de uma nova política externa, orientada para o estímulo ao desenvolvimento nacional e para a construção de um mundo mais simétrico, assentado no multilateralismo e na multipolaridade. 

Na cultura, estratégica para a identidade nacional e para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, as propostas buscam assegurar à população o acesso aos bens culturais e eliminar a guerra contra a cultura desencadeada pelo governo atual, garantindo aos artistas e intelectuais, ameaçados pelo abandono do setor, pelo discurso de ódio e pelas tentativas de censura, a livre expressão e o necessário apoio do Estado. 

O plano completo estará disponível a partir do lançamento, no dia 21, nos sites da Fundação Perseu Abramo e do PT.


As cinzas de um país




Fernando Brito

A consciência de um povo, como as matas de um país, estão sujeitas a incêndios, naturais ou provocados.

O tempo seco da crise iniciada em 2015, claro, criou-lhes as condições adequadas às chamas, mas elas não aconteceriam sem as ateassem gente instalada em lugares propícios e sem precaução contra a propagação além dos limites daquilo que queriam queimar.

Sim, porque pretendiam, a fogo, dar fim a esta praga da democracia, que tantos anos fazia que não conseguiam extirpar, mesmo com a mídia pulverizando ardentes acusações sobre ela.

O resultado é que perderam o controle do processo e as ditas instituições – que, pensaram, funcionariam como aceiros de uma queima controlada – não detiveram e até espalharam o incêndio, generalizando a destruição.

Tudo ardeu: a educação, a saúde, a moeda nacional, a economia mas, sobretudo, a compreensão de que não somos um paiseco, medíocre e estagnado, servil e sem remédio.

Como nos restos fumegantes do Pantanal, restou por toda a parte um chão calcinado, onde vagueiam políticos atrofiados, disformes, famintos e vorazes, que fazem ou se dispõem a fazer a predação dos cofres públicos, das riquezas da terra e os direitos da população.

Um terço dos viventes deste país viraram zumbis, adoradores fanáticos de um besta-fera que exala labaredas, que fedem a morte e a destruição.

De nada adianta dizer ou mostrar que estamos a caminho de virarmos um deserto, não só de matas e cerrados, mas de ideias e amores.

Aceita-se e aplaude-se, que “em nome de Deus” estejamos no que chamam de “caminho certo”, ainda que este seja aquele em que sobem os números do desemprego, da fome, do ódio grassando nas ruas, do fogo devorando o país.

Parece que a devastação chegou aos corações e mentes de parte significativa do povo brasileiro e que nossa dignidade carbonizou-se, que nossa capacidade de pensar consumiu-se, que nossos sentimentos de humanidade e solidariedade viraram cinzas frias.

Nosso calor, agora, não é o humano, mas o desumano.

A fumaça que encobre nossos horizontes há de passar, ainda que com muito sofrimento, para que possamos voltar a enxergar o sol. Mas como a flora e a fauna calcinadas, levaremos tempo, muito tempo, até nos recuperarmos da queimada que engoliu um Brasil que, não faz muito, vicejava e crescia.

Tal qual nos versos do Chico Buarque, chegará a hora em que rebrotaremos, “como se o céu vendo as penas/ Morresse de pena/E chovesse o perdão”.

Até lá, nossa bandeira não será vermelha, mas a terra, as matas e os horizontes seguirão rubros, como nossos rostos ficam, de vergonha com o que deixamos fazerem ao Brasil.




As cinzas de um país




Fernando Brito

A consciência de um povo, como as matas de um país, estão sujeitas a incêndios, naturais ou provocados.

O tempo seco da crise iniciada em 2015, claro, criou-lhes as condições adequadas às chamas, mas elas não aconteceriam sem as ateassem gente instalada em lugares propícios e sem precaução contra a propagação além dos limites daquilo que queriam queimar.

Sim, porque pretendiam, a fogo, dar fim a esta praga da democracia, que tantos anos fazia que não conseguiam extirpar, mesmo com a mídia pulverizando ardentes acusações sobre ela.

O resultado é que perderam o controle do processo e as ditas instituições – que, pensaram, funcionariam como aceiros de uma queima controlada – não detiveram e até espalharam o incêndio, generalizando a destruição.

Tudo ardeu: a educação, a saúde, a moeda nacional, a economia mas, sobretudo, a compreensão de que não somos um paiseco, medíocre e estagnado, servil e sem remédio.

Como nos restos fumegantes do Pantanal, restou por toda a parte um chão calcinado, onde vagueiam políticos atrofiados, disformes, famintos e vorazes, que fazem ou se dispõem a fazer a predação dos cofres públicos, das riquezas da terra e os direitos da população.

Um terço dos viventes deste país viraram zumbis, adoradores fanáticos de um besta-fera que exala labaredas, que fedem a morte e a destruição.

De nada adianta dizer ou mostrar que estamos a caminho de virarmos um deserto, não só de matas e cerrados, mas de ideias e amores.

Aceita-se e aplaude-se, que “em nome de Deus” estejamos no que chamam de “caminho certo”, ainda que este seja aquele em que sobem os números do desemprego, da fome, do ódio grassando nas ruas, do fogo devorando o país.

Parece que a devastação chegou aos corações e mentes de parte significativa do povo brasileiro e que nossa dignidade carbonizou-se, que nossa capacidade de pensar consumiu-se, que nossos sentimentos de humanidade e solidariedade viraram cinzas frias.

Nosso calor, agora, não é o humano, mas o desumano.

A fumaça que encobre nossos horizontes há de passar, ainda que com muito sofrimento, para que possamos voltar a enxergar o sol. Mas como a flora e a fauna calcinadas, levaremos tempo, muito tempo, até nos recuperarmos da queimada que engoliu um Brasil que, não faz muito, vicejava e crescia.

Tal qual nos versos do Chico Buarque, chegará a hora em que rebrotaremos, “como se o céu vendo as penas/ Morresse de pena/E chovesse o perdão”.

Até lá, nossa bandeira não será vermelha, mas a terra, as matas e os horizontes seguirão rubros, como nossos rostos ficam, de vergonha com o que deixamos fazerem ao Brasil.




Amo o mar !

 






Amo o mar !