Não nos mande flores



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Liana Cirne Lins

Dia da Mulher não é dia de flores e bombons. Não é dia de parabéns.

Porque o Dia da Mulher é dia de luta até no nome: Dia Internacional de Luta das Mulheres, principal data da agenda feminista mundial.

Com mulheres no plural, porque o feminismo não se realiza se não for para todas as mulheres, médica, juíza, empresária, faxineira, balconista. E o feminismo tem que dar as mãos principalmente para as mulheres que estão na base da sociedade, pretas e periféricas.

Não queremos bombom. Queremos o fim da divisão sexual do trabalho, a exploração não remunerada do nosso tempo de trabalho dedicado aos serviços domésticos, administração da casa, organização do lar.

Queremos o fim da exploração do nosso tempo de trabalho para criação e educação dos filhos e filhas.

Educar exige tempo, além de amor e dedicação. E esse tempo precisa ser dividido de modo justo e equânime entre mães e pais.

Não é natural que homens cumpram menos atividades relativas aos filhos e filhas porque estão fazendo inglês, ou pós-graduação, ou viajando a trabalho, ou trabalhando para concluir um relatório, enquanto a mulher não pode fazer uma pós-graduação, aprender outra língua, viajar a trabalho e receber uma promoção porque tem boa parte do seu tempo dedicado a cumprir, sozinha, as tarefas que deveriam ser divididas equanimemente entre os dois.

Não é natural.

Então não nos mande flores.

Porque as flores nós temos usado para velar as mulheres que foram assassinadas pelos companheiros ou ex-companheiros, cujos corpos servem de estatística para o Brasil ser o quinto país no ranking mundial do feminicídio.

A cada uma hora e meia uma mulher é vítima de violência doméstica. E não temos estatísticas sobre a violência moral.

O homem que dá o bombom é o mesmo que diz que a mulher está gorda, feia, velha, que olha para outras mulheres como forma de acinte, para que sua companheira se sinta diminuída e tenho seu ego destruído a cada golpe de palavra.

E enquanto você está lendo esse texto, mais uma mulher foi estuprada, nesse relógio doentio que registra um estupro a cada onze minutos.

Não nos mande flores.

Se você acha que a esquerda tem que se unir em torno de figuras machistas e racistas, insensíveis ao feminismo antirracista, e que a "esquerda identitária" (sic) é o novo fascismo (sic). Se você não entende que nada une mais a direita e a esquerda do que o racismo e o machismo, não nos mande flores.

A gente não quer essas flores, nem estar nesse tipo de ex-querda que aceita nos ver mortas, estupradas, exploradas e submissas.

Não nos mande flores.

Nos ouça mais, não nos interrompa, não se aproprie de nossas ideias, respeite que não é não, entenda que não ser desejado por uma mulher faz parte da vida, divida com justiça o tempo de educação dos filhos e da casa, não minimize a importância da nossa luta política e venha fazer parte desta luta, respeitando nosso protagonismo.

Estamos nas ruas, marchando por transformação. E as flores que cabem nessa marcha somos nós, que somos a própria primavera feminista.


     

Liana Cirne Lins   Professora da Faculdade de Direito da UFPE





Elas nunca fraquejaram

Fernando Brito 

Um sujeito que se refere à filha mais nova como resultado de “uma fraquejada” não precisa e mais nada para sublinhar sua misoginia.

Mais que ninguém, porém, as mulheres provaram o quanto são fortes, sendo sempre a maior resistência àquele que pregava o ódio e a intolerância. 

É bom lembrar que as últimas pesquisas de 2018, mesmo com toda a “onda” bolsonarista, indicavam que as mulheres rejeitavam mais que aprovavam o candidato.

Portanto, se ele está lá, a culpa é nossa, os homens, entre os quais a maioria tolerou – quando não apoiou – um homem que odeia as mulheres.

A luta feminina pela igualdade de direitos – na educação, no trabalho, na vida social, na liberdade, na escolha política (o voto feminino nem 100 anos tem aqui) – e por ser soberana sobre seu próprio corpo vem de longe e não terminará tão cedo.

Até mesmo no direito à vida, porque há dois anos tergiversam sobre quem matou e manou matar uma delas, Marielle Franco.

Mas hoje são as mulheres que precisam que os homens que de uma delas vieram não deem nenhuma fraquejada – sem aspas – e se somem à resistência contra o assédio indevido, a opressão e a agressão às mulheres, patrocinadas por esta gente que assaltou o poder em nosso país.















Origem do 8 de Março - Dia Internacional da Mulher


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Lutar sempre, mas sem perder a ternura !




No Dia Internacional da Mulher relembre as Mulheres que fizeram História



Estela Aguiar 

Antes de nós, vieram outras mulheres. Outras que às marchas, conquistaram seus direitos, sua voz, sua própria perspectiva de vida. Antes de nós, veio Dandara, que lutou pela liberdade de homens e mulheres escravizados no Brasil colonial. Esposa de Zumbi do Palmares, Dandara dominava técnicas da capoeira e teria lutado ao lado de homens e mulheres nas muitas batalhas consequentes a ataques a Palmares, quilombo que protegia escravos que conseguiam fugir e almejavam uma vida liberta.


Antes de nós, veio a Simone de Beauvoir, que deu base para a luta feminista ocidental, questionando o casamento e a submissão da mulher quanto ao seu parceiro. Escritora, filósofa, intelectual, ativista e professora, Simone foi também questão do ENEM de 2015.



Antes de nós, veio Maria Quitéria de Jesus, que entrou para o exército brasileiro disfarçada de homem para lutar contra os portugueses na Guerra da Independência. Nascida na Bahia, ela foi a primeira mulher a integrar uma unidade militar no Brasil.


Antes de nós, veio Coco Chanel que revolucionou a moda na década de 20, na produção de roupas confortáveis para representar a liberdade feminina, como por exemplo, a própria calça para mulheres.

Durante à marcha, Angela Davis, que lutou nas Panteras Negras contra a segregação racial que aconteceu no Estados Unidos na década de 60. Negra, mulher, ativista, feminista e, acima de tudo, lutadora, a educadora e professora americana, com 75 anos, continua lutando por uma sociedade mais igualitária.

Durante à marcha, a paquistanesa e ativista Malala Yousafzai ficou famosa mundialmente ao ser baleada na cabeça por grupo de talibãs na saída da escola em 2012, quando tinha apenas 15 anos. O motivo torpe foi seu questionamento contra a proibição de estudos para mulheres em seu país. Em 2014, a ativista se tornou a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz pela sua luta ao direito de estudar para as mulheres de seu país.

Durante à marcha, tivemos a companhia iluminada e meteórica da ex-vereadora, Marielle Franco. Socióloga, feminista e defensora dos direitos humanos brasileira, a mulher de fibra que lutou por Brasil com justiça, amor e igualdade. A cria da maré, como gostava de ser chamada, foi assinada em 14 de março de 2018.

No dia Internacional das Mulheres é necessário relembrar o quanto é preciso reafirmar as conquistas, reafirmar os espaços que ouçam nossa voz.

Neste dia simbólico, é essencial obter conhecimento de diferentes áreas. E por este motivo, abaixo selecionamos seis obras literárias escrita por mulheres que mudam perspectivas, que trouxeram sonhos e um mundo com mais amor.

Malala a menina que queria ir para a escola – Autora: Adriana Carranca
O que é lugar de fala? – Autora: Djamila Ribeiro
Harry Potter – Autora: J. K. Rowling
Raça e Classe – Autora: Angela Davis
A hora da Estrela – Autora: Clarice Lispector
Quarto de Despejo – Autora: Carolina de Jesus





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O silêncio é indispensável para regenerar o cérebro





O silêncio tem sido fonte de muitas reflexões ao longo de todas as épocas. Ao mesmo tempo, saturamos os locais onde vivemos com tantos barulhos que é cada vez mais difícil encontrá-lo. Isto faz com que cada vez mais pessoas que passam pela experiência de não ouvir barulhos caiam em um abismo dentro delas mesmas.

Temos um barulho que atualmente está hiperestimulado. O mais grave é que quase todos esses estímulos auditivos que recebemos do exterior são mais ou menos alarmantes. Barulhos de carros, burburinho, músicas estridentes, apitos, sinais… enfim… nada que inspire tranquilidade.
“A areia do deserto é para o viajante cansado a mesma coisa que a conversa incessante para o amante do silêncio”.
- Provérbio persa -
Além disso incidir no nosso estado emocional, a ciência também comprovou que afeta o cérebro. Segundo uma pesquisa realizada na Alemanha pelo Research Center for Regenerative Therapies de Dresden, existem processos cerebrais que só podem ser realizados em silêncio.

Até pouco tempo atrás, pensava-se que os neurônios eram incapazes de se regenerar. Contudo, com o desenvolvimento da neurogênese ficou comprovado que isto é um erro. Ainda não está muito claro o que exatamente promove a regeneração neurológica e cerebral, mas já existem pistas valiosas a respeito, e uma delas é o silêncio.

Experimentando o silêncio

Os pesquisadores alemães fizeram, a princípio, uma experiência com um grupo de ratos. A pesquisa consistia em deixá-los em completo silêncio durante duas horas por dia. Ao mesmo tempo se faria uma observação dos seus cérebros para ver se isto criava alguma mudança.

O resultado foi contundente. Após um tempo sendo submetidos a esta rotina, observou-se que em todos os ratos estudados houve um crescimento do número de células dentro do hipocampo. Esta é a região do cérebro que regula as emoções, a memória e o aprendizado.

Os especialistas também constataram que as novas células nervosas se incorporavam progressivamente ao sistema nervoso central, e que logo se especializavam em diferentes funções. Conclusão, o silêncio provocou uma mudança muito positiva no cérebro dos animais.

O silêncio ajuda a estruturar a informação

O cérebro nunca descansa, inclusive quando em estado de calma, ou quando estamos completamente quietos ou dormindo. Este maravilhoso órgão continua funcionando, mas de uma forma diferente. Quando o corpo descansa, começam a se desenvolver outros processos que completam os que são realizados quando estamos ativos.

Basicamente o que acontece é que se produz uma espécie de depuração. O cérebro avalia a informação e as experiências às quais foi exposto durante o dia. Logo, organiza e incorpora a informação relevante e descarta o que não é importante.

Este processo é completamente inconsciente, mas provoca efeitos conscientes. Por isso às vezes encontramos respostas durante o sono, ou conseguimos ver as coisas a partir de um novo ponto de vista depois de termos descansado algumas horas.

O interessante de tudo isso é que um processo semelhante também acontece quando estamos em silêncio. A ausência de estímulos auditivos tem quase o mesmo efeito que o descanso. O silêncio, em geral, nos leva a pensar em nós mesmos, e isto depura as emoções e reafirma a identidade.

Os importantes efeitos sobre o estresse

O silêncio não apenas nos torna mais inteligentes, criativos e seguros, mas também tem efeitos muito positivos sobre os estados de angústia. Os seres humanos são muito sensíveis ao ruído, tanto que muitas vezes acordamos sobressaltados por um objeto que caiu ou por um som estranho.

Uma pesquisa realizada na Universidade de Cornell descobriu que as crianças que vivem perto de aeroportos têm um elevado nível de estresse. E não é só isso; elas também têm uma pressão arterial mais elevada e apresentam altos índices de cortisol, o hormônio do estresse.

Por sorte, também acontece o contrário. Isso foi evidenciado por uma pesquisa da Universidade de Pavia, onde se verificou que apenas dois minutos de silêncio absoluto são mais enriquecedores do que ouvir música relaxante. De fato, evidenciou-se que a pressão sanguínea diminuía e que as pessoas conseguiam se sentir mais alertas e tranquilas depois deste pequeno banho de silêncio.

Como se vê, o silêncio provoca grandes benefícios, tanto intelectuais quanto emocionais. Poderíamos afirmar que manter-se em silêncio, ao menos por pequenos lapsos ao dia, é um fator determinante para a saúde cerebral. E com isso, um elemento decisivo para melhorar o nosso estado emocional, saúde e qualidade de vida.








Exposição virtual permite visitar Palácio de Versalhes sem sair de casa


França: Guia para visitar o incrível Palácio de Versalhes



Agora visitar esse local repleto de história e beleza ficou muito mais fácil !

Ana Carolina Conti Cenciani

O Palácio de Versalhes fica localizado em um terreno de mais de 800 hectares e possui 2300 aposentos, começou a ser construído no reinado de Luís XIV e tornou-se o grande símbolo do poder dos monarcas na França absolutista.

A residência da icônica Maria Antonieta possui decoração suntuosa e jardins magníficos, o palácio já foi cenário de diversas produções audiovisuais, como por exemplo o filme ‘ Maria Antonieta .’ – de Sofia Coppola.

E agora visitar esse local repleto de história e beleza ficou muito mais fácil. Isto porque o Google Arts & Culture acaba de lançar a exposição virtual imersiva “Versalhes: O Palácio é Todo Seu”, que reúne imagens em alta resolução e em 3D da arquitetura do palácio.

Além poder observar e conhecer as obras de arte e objetos que fazem parte do famoso castelo, a grande vantagem é que a visita é como um guia particular, afinal a plataforma conta detalhadamente a história de tudo. A visita digital permite uma experiência diferente e os usuários podem conferir mais de 100 pinturas, esculturas e objetos de arte criados pelos maiores artistas dos séculos passados, além de conhecer lugares icônicos, como a Galeria dos Espelhos e o Quarto do Rei.


O Google Arts & Culture também utilizou a tecnologia Art Camera para digitalizar várias obras de arte penduradas nas paredes do palácio. Os bastidores do trabalho podem ser conferidos em neste vídeo no YouTube:




Os passeios em 3D proporcionam uma experiência imersiva de 360 graus com áudio (em inglês) para guiar o usuário por seis das salas mais impressionantes do palácio, incluindo a Casa de Ópera Real e a Sala de Coroação. Os visitantes também podem conferir objetos específicos, como o armário de joias Maria Antonieta e uma estátua de Louis XIV de Jean Warin.


Ficou curioso ?  Agora é sua vez de viajar pela história ! Clique aqui para conferir.




A festa em Paris






Lula e Anne Hidalgo em Paris


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A imagem pode conter: 2 pessoas, texto que diz "Instituto Lula "Nós temos que expor a desigualdade como um problema Não haverá diminuição da desigualdade se a gente não mexer no coração da riqueza." Lula após encontro com economista Thomas Piketty Paris 2020"