Onde está a sua felicidade ?
Irailde Santana
Muitas vezes cheguei a pensar que a verdadeira felicidade só existia enquanto éramos crianças, época em que não conhecíamos os problemas da vida, estávamos livres de obrigações, e a nossa única preocupação era fazer a lição de casa. A verdade é que todos nós estamos em busca da felicidade, todos nós procuramos algo que nos cause sentimentos de satisfação e contentamento.
Por algum tempo também cheguei a pensar que a felicidade era destinada somente a algumas pessoas, foi quando comecei a entender que uns tinham tanto e outros nem tanto, uns desfrutavam do luxo e conforto enquanto outros eram obrigados a se contentar com um pão seco e o abrigo embaixo de uma ponte ou de uma esquina qualquer.
Com o tempo também comecei a ver as injustiças, as preferências e as discriminações, isso me causava muita revolta e indignação.
Por que a felicidade não é para todos?
Hoje, depois de tanto observar a vida, eu descobri que a felicidade não é vista! Exatamente, a felicidade não está na vizinha que tem um marido que dá de tudo pra ela, a felicidade não está com “fulano” que todo ano troca de carro, ela também não está com “ciclano” que tem milhões na conta bancária e vive viajando pelo mundo afora. O que os outros nos mostram não é felicidade! A verdadeira felicidade é um sentimento que não pode ser visto, apenas sentido.
Ela é um sentimento que vem de dentro, não das coisas que possuímos. “Estar” feliz depende de circunstâncias, mas “ser” feliz depende apenas da nossa escolha.
A felicidade é concedida a todos, sem exceção, o nosso problema é que ficamos “vendo” a suposta felicidade dos outros e esquecemos que também podemos ser felizes com o que somos e com o que temos. E você, já parou para pensar em onde anda a sua felicidade? Não a procure muito longe, pois ela pode estar aí, bem dentro de você!
“Ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.”
- Augusto Cury -
Onde está a Felicidade? é um longa-metragem que conta a história de Teodora, que se vê de uma vez sem o emprego e sem o marido. O que fazer quando o futuro é uma página em branco? Com a companhia de seu amigo Zeca e a jovem espanhola Milena, Teodora se lança na mais importante jornada de sua vida, uma viagem pela Espanha, através do Caminho de Santiago de Compostela: desafios, escolhas e descobertas em uma história repleta de humor, delicadeza e sinceridade.
Clementinum : conheça a biblioteca mais bonita do mundo !
Ir à biblioteca geralmente não é um panorama popular na rota de qualquer viajante. Muitas vezes elas não são vistas como paradas turísticas, principalmente quando comparados a praias, praças, monumentos e construções históricas. No entanto, a beleza e peculiaridade de algumas bibliotecas são tão impressionantes que quem não as visita pode estar cometendo um erro imperdoável.
Entre as atrações pouco conhecidas de Praga, na República Tcheca, destaca-se uma das belezas mais majestosas do mundo literário. A biblioteca Clementinum é o lugar mais bonito do mundo para procurar um livro. Entre suas paredes e prateleiras que exibem um luxuoso estilo barroco, estão alojadas mais de 20 mil cópias, principalmente da literatura teológica.
A construção abrange mais de dois hectares, o que também a torna um dos maiores edifícios da Europa.
Clementinum foi fundada pelos jesuítas após sua chegada à Boêmia em 1556. Em princípio, os membros da ordem viviam lá, mas em 1653 seus propósitos começaram a se expandir.
Sua reconstrução durou mais de 170 anos; assim, além do barroco - seu estilo principal- várias outras tendências arquitetônicas convergem para lá, assim sendo capazes de fazer você pensar que está viajando no tempo a cada passo que dá. Como biblioteca, Clementinum abriu suas portas pela primeira vez em 1722, como parte da universidade jesuíta.
Em seus corredores, você pode se sentir parte da realeza europeia e aproveitar o luxo dos séculos passados neste espaço único. Sua beleza tem sido uma fonte de inspiração para mentes criativas, sendo várias vezes cenário para obras literárias e cinematográficas. E não é a toa! A biblioteca é mais do que linda!
Leia a íntegra do discurso de Lula em Paris
247 - O ex-presidente Lula recebeu nesta segunda-feira (2) o título de cidadão honorário de Paris pela prefeita Anne Hidalgo. Ele discursou sobre a emoção de receber a homenagem e falou da conjuntura política no Brasil.
Leia a íntegra do discurso:
“Senhora Anne Hidalgo,
Senhoras e senhores representantes do Conselho de Paris,
Minhas amigas e meus amigos,
Agradeço de coração o título que a cidade de Paris me concede, por meio de seus representantes. Agradeço especialmente à prefeita Anne Hidalgo, pela generosa indicação, e ao Conselho de Paris que a aprovou.
Este título teria de se estender, na realidade, às mulheres e homens que defendem a democracia e os direitos da pessoa humana, às brasileiras e brasileiros que lutam por um mundo melhor.
Receber este privilégio me emociona, primeiramente, porque a cidade de Paris é universalmente reconhecida como símbolo perpétuo dos Direitos do Homem e da mais elevada tradição de solidariedade aos perseguidos.
E me emociona de maneira especial porque foi concedido num dos momentos mais difíceis da nossa luta, quando me encontrava preso de forma ilegal, uma prisão política num processo que ainda não se encerrou.
Era o momento em que mais precisávamos da solidariedade internacional, para denunciar as injustiças que vinham sendo cometidas contra o povo brasileiro e as agressões ao estado de direito em meu país.
E o povo de Paris, como em tantas outras ocasiões, estendeu a nós sua proteção fraternal. Recordo-me de ter escrito, numa carta de agradecimento em outubro passado, que Paris estava rompendo o muro de silêncio que ocultava os crimes contra a democracia no Brasil.
Gostaria de estar nesta cidade libertária para simplesmente celebrar a fraternidade entre os povos e recordar os laços de solidariedade que nos unem ao longo da História. Afinal, sempre houve lugar para brasileiros e latino-americanos entre os lutadores da liberdade que Paris acolheu.
Mas é meu dever falar aqui em nome dos que sofrem, em meu país, com o desemprego e a pobreza, com a revogação de direitos históricos dos trabalhadores e a destruição das bases de um projeto de desenvolvimento sustentável, capaz de oferecer inclusão e oportunidades para todos.
É meu dever falar em nome de milhões de famílias de agricultores, das populações que vivem à margem dos rios e nas florestas, dos indígenas e dos povos da Amazônia, para denunciar a deliberada destruição das fontes de vida em nosso país, por causa das políticas irresponsáveis e criminosas de um governo que ameaça o planeta.
O que está ocorrendo no Brasil é o resultado de um processo de enfraquecimento do processo democrático, estimulado pela ganância de uns poucos e por um desprezo mesquinho pelos direitos do povo; desprezo que tem raízes profundas, fincadas em 350 anos de escravagismo.
No período historicamente breve em que o Partido dos Trabalhadores governou o Brasil, muitos desses direitos foram colocados em prática pela primeira vez. Dentre eles, o direito fundamental de alimentar a família todos os dias, o que se tornou possível graças à combinação do Bolsa Família com outras políticas públicas, com a valorização do salário e a geração de empregos.
Temos especial orgulho de ter aberto as portas da Universidade para 4 milhões de jovens, na maioria negros, moradores da periferia e dos rincões mais isolados de nosso imenso país; quase sempre os primeiros a conquistar um diploma universitário em gerações de suas famílias.
Milhares desses jovens tiveram a oportunidade de estudar nas melhores universidades do mundo, graças a um programa da presidenta Dilma Rousseff. Certamente alguns deles se encontram em Paris.
Bastaram 13 anos de governos que olharam o povo em primeiro lugar, para começarmos a reverter a doença secular da desigualdade em nosso país.
Foram passos ainda pequenos para a dimensão do desafio, mas estávamos no caminho certo, porque 36 milhões saíram da pobreza extrema e o Brasil saiu do tristemente conhecido Mapa da Fome da ONU.
Este processo, ao longo do qual cometemos erros, certamente, porém muito mais acertos, foi interrompido em 2016 por um golpe parlamentar, sustentado por poderosos interesses econômicos e geopolíticos, com apoio de seus porta-vozes na mídia e em postos-chave das instituições.
Como sabem, a presidenta Dilma, uma mulher honrada, foi afastada pelo Congresso sem ter cometido crime nenhum, num processo em que as formalidades encobriram acusações vazias.
A este primeiro golpe contra a Constituição e a democracia, seguiu-se a farsa judicial em que fui condenado, também sem ter cometido crime algum, por um juiz que hoje é ministro do presidente que ele ajudou a eleger com minha prisão.
Quando a Justiça Eleitoral cassou minha candidatura, contrariando uma determinação da ONU baseada em tratados internacionais assinados pelo Brasil, lançamos a candidatura do companheiro Fernando Haddad.
Ele foi vítima de uma das mais perversas campanhas de mentiras por meio das redes sociais, disparadas e financiadas ilegalmente pelo adversário, num crime eleitoral que denunciamos e que até hoje, passados quase 18 meses, não foi julgado pelo tribunal competente.
O candidato que venceu aquelas eleições, dono de um histórico de ataques à democracia e aos direitos humanos, foi poupado pelas grandes redes de televisão de enfrentar em debates o companheiro Haddad. Essa mídia, portanto, é corresponsável pela ascensão de um presidente fascista ao governo do Brasil.
A triste situação em que se encontra meu país e o sofrimento do nosso povo são consequência de repetidos ataques, maiores e menores, ao estado de direito, à Constituição e à democracia.Se hoje estou aqui, num estado provisório de liberdade e ainda sem direitos políticos, é porque em novembro passado, num julgamento por maioria, o Supremo Tribunal Federal do Brasil reconheceu, para todos os cidadãos, o direito constitucional à presunção de inocência que havia sido negado ao cidadão Lula, às vésperas de minha prisão.
Aqui na Europa, quero me encontrar e agradecer a todos que nos apoiaram nesses momentos tão duros. Mas quero especialmente dialogar com os que trabalham para enfrentar a desigualdade, essa doença criada pelo homem e que está corroendo o próprio conceito de humanidade.
Quero compartilhar as políticas exitosas que tivemos no Brasil, conhecer a experiência, os projetos de outros países e dos que estudam e lutam contra a desigualdade no mundo.
No recente encontro que tive com Sua Santidade papa Francisco, fiquei contagiado pelo entusiasmo com que ele convoca os jovens economistas a debater e buscar saídas para essa questão, que é crucial para o presente e o futuro.
Quero propor aos dirigentes políticos, aos governantes e à sociedade civil dos mais diversos países que promovam, não apenas o debate, mas ações concretas em conjunto, para reverter a desigualdade.
Sei que é possível. Temos de ter fé na juventude, como tem o papa Francisco. Temos de ter fé na humanidade e na nossa capacidade de construir, pelo diálogo e pela política, as bases de um mundo mais justo.
Sei o quanto tem sido importante a solidariedade internacional, na Europa, nos Estados Unidos e ao redor do mundo, para que se restaure plenamente o processo democrático, o estado de direito e a justiça para todos em meu país. E mais uma vez agradeço, em nome dos que sofrem com a atual situação.
O povo de Paris me acolhe hoje entre seus cidadãos, como um reconhecimento pelo que fizemos, junto com tantos companheiros e com intensa participação social, para reduzir a desigualdade e combater a fome no Brasil.
Quero me despedir afirmando que nossa luta prosseguirá, com a participação de todos vocês, porque é a luta pela democracia, pela igualdade, pelos direitos dos desprotegidos, pela humanidade e pela paz.
Muito obrigado.”
Lula
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