Tudo passa . . .


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Tudo tem um propósito : se não é bênção, é lição





A gente tem que estar disposto a aprender, a sair da bolha, a olhar para fora, porque a gente tira lições até mesmo das pessoas que fazem um estrago na nossa vida.


Marcel Camargo 


Eu me lembro de que minha mãe contava sobre uma vez em que, quando éramos crianças, após algum dos filhos ter lhe dado uma resposta rude, ela foi se sentar na cozinha para lamentar, pois ela temia não dar conta de nossa educação. Então, dois de seus filhos passaram por ela, pegaram cada um uma banana na fruteira, descascaram-nas e jogaram as cascas no lixo, antes de comer as frutas. Ela sentiu, ali, um chacoalhão de Deus, que lhe mostrava que a gente aprendia, sim, o que ela ensinava.

Eu nunca me esqueci dessa história, porque é assim que eu também encaro a vida, tentando retirar alguma coisa de tudo o que acontece, enxugando minhas lágrimas enquanto busco os sinais, as lições, os recomeços. Não é fácil, nem um pouco, mas eu sempre tento refletir sobre o que me acontece, no sentido de poder entender a minha responsabilidade naquilo tudo, de poder melhorar e seguir. Eu não posso me permitir ficar muito tempo estacionado na tristeza, porque tem gente que caminha comigo.

Logicamente, a gente não vai conseguir dar conta de lidar com todos os reveses, de uma maneira equilibrada. Tem vendaval que vem para varrer violentamente a nossa saúde, as nossas certezas, a nossa sanidade mental. Tem escuridão que parece pesada demais, porque afeta quem amamos, enquanto assistimos impotentes àquilo tudo, sem poder fazer nada. Em algumas fases de nossas vidas, a gente sobrevive meio que se arrastando, como numa neblina. Daí a gente precisa de ajuda, seja de alguém da nossa vida, seja de um profissional.

Eu me sinto particularmente agraciado nesse sentido, porque a ternura de minha mãe e as palavras de meu pai sempre foram extremamente consoladoras. Hoje, eu tenho pessoas próximas, de meu convívio, com as quais eu sei que posso contar, umas para me ouvir, outras para me apresentar soluções, outras para dar risadas. Como é bom ter essa garantia de gente que nos ama, que torce por nós, que nunca nos deixaria sozinhos. Além de tudo, elas são exemplos de como devemos ser, são os presentes que a vida nos oferta.

Realmente, embora pareça conversinha de boteco, tudo nessa vida tem mesmo um porquê, uma razão de ser, tudo vem para ensinar, acredite-se ou não em Deus – eu acredito. Mas a gente tem que estar disposto a aprender, a sair da bolha, a olhar para fora, porque a gente tira lições até mesmo das pessoas que fazem um estrago na nossa vida. Até mesmo quando nós estragamos com tudo. Sobretudo, temos que nos conhecer. Hoje, eu aceito tudo o que sou, de bom e de ruim, porque minhas falhas também me definem. Perfeição não existe e eu anseio por existir.








Nada é em Vão



Saiba que há tempo pra tudo
Pra tudo debaixo do céu
A Ele pertence o futuro e todas as coisas
Ele é o Deus do Impossível
E tudo é possível ao que crê
Só é preciso entender

Que nada é em vão
Se não for benção, é lição
Descansa e confia em Deus
No tempo certo tudo vai se cumprir
Nada é em vão
Se não for benção, é lição
Descansa e confia em Deus
No tempo certo tudo vai se cumprir

Confia em Deus
Entrega nas mãos de Deus
Confia em Deus
Entrega nas mãos de Deus

Saiba que há tempo pra tudo
Pra tudo debaixo do céu
A Ele pertence o futuro e todas as coisas
Ele é o Deus do Impossível
E tudo é possível ao que crê
Só é preciso entender

Que nada é em vão
Se não for benção, é lição
Descansa e confia em Deus
No tempo certo tudo vai se cumprir
Nada é em vão
Se não for…



A história das coisas – O caminho dos produtos que compramos





A história das coisas é um filme dinâmico e objetivo, que fala dentre outros assuntos, sobre o consumo exagerado de bens materiais, e o impacto agressivo que esse consumo desregrado acaba exercendo sobre o meio ambiente.

O filme é apresentado por Annie Leonard, e mostra de uma maneira bastante clara todo o processo que vai desde a extração da matéria, confecção do produto, venda e ideologia publicitária, facilidade de compra e falsa ideia de necessidade, até o momento em que vai parar nos galpões de lixo ou incineradores.






Somos solidários ? Crônica e comentário de leitor


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Juremir Machado da Silva

Um cachorrinho entrou na ambulância para acompanhar o dono. Um desempregado enfrentou um pitbull para salvar uma criança. Pessoas servem refeições sob os viadutos para moradores em situações de rua. Uma mulher faz protesto solitário contra os bilhões destinados ao fundo eleitoral que alimentará campanhas políticas cheias de truques publicitários. Como é a vida nestes tempos trepidantes e tecnológicos?

Estávamos em Santa Catarina numa linda pequena praia numa zona de proteção ambiental. Ao final da tarde, conseguimos, contra todas as expectativas, um Uber para ir a uma praia vizinha com uma faixa de areia maior para caminhar. O motorista não podia nos esperar para o retorno. Tentamos obter um carro de aplicativo até que os celulares começaram a sinalizar que ficariam sem bateria. Era um bairro fashion de imensas casas, carros poderosos e muita gente nas ruas, mas nada de bares, salvo uma padaria. A estrada de volta para a nossa praia, cheia de curvas, não tinha acostamento. Era um convite para um acidente.

Táxis não havia. A noite caía no último dia do ano. Parou uma camionete. Fui conversar com o motorista. Ele disse que estávamos na mesma pousada, a uns 15 minutos de carro dali, mas que não podia nos levar por ter pressa de chegar a uma festa, a uns 15 minutos na direção contrária, onde passaria a noite. Tratei de mostrar-lhe que entendia perfeitamente a situação. A pousada não tinha carro disponível que soubéssemos. Ainda assim, se nada rolasse, ligaríamos para pedir resgate. Tão perto e tão longe. Meu celular se apagou. O da Cláudia ainda resistia. Surgiu, então, a esposa do homem da camionete. Ela saía da padaria com as últimas encomendas para a festa. Ficou constrangida com a nossa situação. Quando já se preparavam para sair, ela nos acenou com um papel: o telefone de um senhor que fazia corridas na região.

Ligamos. O homem que atendeu nos prometeu aparecer em 40 minutos. Será que viria? Enquanto esperávamos, sentados na calçada, víamos gente passar. Ninguém parecia nos notar. Comecei a me sentir profundamente infeliz. Refletia: eu teria levado aquele homem à pousada se fosse eu a estar de carro e ele a procurar uma saída para a bobagem em que se metera? É fácil acusar o egoísmo alheio quando se está em apuros. Faltando dez minutos, usamos o último restinho de bateria para conferir com Seu Antônio se, de fato, ele viria. Confirmou. No máximo em 20 minutos. Passaria por nós, acenaria, seguiria na direção oposta com passageiros e voltaria para nos pegar. Assim aconteceu. Precisamente.

O nosso problema era tão pequeno. Mesmo assim, desagradável. Como teríamos resolvido se o desconhecido Seu Antônio, fazendo corridas havia apenas 15 dias, não fosse um homem de palavra, que queria, além de tudo, apenas 20 reais pela viagem? Aprendi algumas pequenas coisas: não confiar cegamente na sorte e em aplicativos, ter fé nos homens simples, negociar melhor a volta quando a ida já é duvidosa. Uma coisa ainda não resolvi: eu teria voltado para deixar o outro na pousada?

*

Pelotas, 13 de janeiro 2020.

Caro Juremir, lendo a tua crônica de hoje no Correio do Povo, ao final respondi: - eu teria voltado. Teria mesmo? E nesse momento saltou de um escaninho da memória uma lembrança que estava esquecida. Década de 80, eu, jovem Veterinário, trabalhava na Cooperativa de Lãs de Santa Vitória do Palmar, e quase sempre me deslocava ao interior do município para dar atendimento aos associados nas suas diversas demandas que se relacionavam à área animal. De modo geral, retornava à sede do município ao final da tarde ou ao cair da noite. Nesse dia, de um verão calorento, já de noite, voltava cansado, trabalhara o dia inteiro perto da Ramada, distante uns 40 km da sede municipal, ansiando pela chegada em casa, mas tendo que ainda deixar o carro e meu equipamento veterinário na Cooperativa, vejo na estrada de chão, um carro parado, capô levantado e dois homens debruçados sobre o motor. Instantaneamente paro o meu carro na intenção de oferecer ajuda, repetindo uma ação muitas vezes realizada pelo meu pai. Desço, converso, o carro estava com algum defeito mecânico, o calor era insuportável, uma nuvem de mosquitos famintos nos cercava, olho para o interior do veículo, um chevete, vidros fechados, lá dentro duas mulheres e três crianças, uma de colo, trancadas por causa dos mosquitos, mas sufocando pelo calor!

- Como posso ajudar? Um deles me responde: - já está vindo alguém para rebocar o carro, mas vai demorar, se o Sr. pudesse levar as mulheres e as crianças de volta prá Ramada, nós moramos ali, seria de muita valia.

Eu usava um fusca, 1300, cinza, pneu lameiro, que Santa Vitória quando chove torna-se quase um banhado, e o banco traseiro era totalmente ocupado por uma caixa de metal, que até hoje me acompanha, com todo meu material de trabalho (material cirúrgico, medicamentos, seringas e agulhas descartáveis, material para necropsia, etc...).

Suspirei, - Sem problemas. Descarreguei a caixa, a deixei ao lado do chevete, sobre a areia da estrada. As mulheres e crianças, agradecidas, embarcaram no fusquinha, manobrei o carro e dei de volta, agora chato, pertinho do chão. Entre 20 e 30 km de retorno, deixei a turma em casa, voltei ao chevete, o auxílio ainda não havia chegado, mas chegaria em breve, carreguei minha caixa, despedi—me das pessoas e rumei para o meu destino.

Cheguei em casa noite alta, cansado, mas sentindo aquela sensação de dever cumprido. Meu pai teria feito a mesma coisa, era uma benção tê-lo como exemplo.

Sim, Juremir, eu teria voltado.

Paulo Ricardo Centeno Rodrigues









Dilma comemora documentário sobre o golpe no Oscar: “ A verdade não está enterrada ”





DILMA ROUSSEFF, em seu site


A história do Golpe de 2016, que me tirou da Presidência da República por meio de um impeachment fraudulento, ganha o mundo pelas lentes de Petra Costa no documentário “Democracia em Vertigem”. E, para surpresa de alguns, ganhou hoje indicação ao Oscar.

O filme mostra o meu afastamento do poder e como a mídia venal, a elite política e econômica brasileira atentaram contra a democracia no país, resultando na ascensão de um candidato da extrema-direita em 2018.

Parabéns a Petra e à equipe do filme pela indicação ao Oscar. A verdade não está enterrada. A história segue implacável contra os golpistas.









Na Netflix tem o documentário completo. Vale a pena ser visto !






A moda pela água : Jeans sustentável, marca de varejo consciente, é possível ?


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