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Rosa Maria ( editora do blog Por Dentro em Rosa )  



E no Brasil . . .






As paralelas se encontram no infinito


John Lennon satanista


Funarte, Rock, Aborto, Terraplanismo...






Bolsonaro e a Ancine


Privatizações




Trabalho informal bate recorde




Brasil





Ladeira abaixo




Por Miguel Paiva para o Jornalistas pela Democracia 

Curioso o resultado da pesquisa Veja- FSB sobre as próximas eleições. Claro que o candidato eleito presidente continua com uma força considerável. Não é pra menos. Um movimento anormal de virada à direita que segue uma tendência e um impulso mundial veio para se solidificar e só não se perpetuará se continuarmos lutando. Este governo parece que existe só para atrapalhar o processo. Não está preocupado em fazer coisas boas para a população. Faz o que ele imagina que sejam coisas boas como liberar o uso de armas e cancelar os radares nas estradas. O buraco da população é bem mais embaixo. Começa no estômago e desce até os pés. 

Esquecendo todas as barbaridades ideológicas, autoritárias, culturais, (confesso que é difícil esquecer, mas vamos tentar) um país não vive só disso. O palanque tem que ser desmontado e o governo tem que trabalhar. A vaidade deste presidente e de quase todos os outros, acaba vindo em primeiro lugar. Bolsonaro, apesar das feições, é um vaidoso. Não, talvez, da sua beleza, mas dos atos arrogantes e impetuosos. Governar mesmo é chato. É preciso um espírito democrático forte e um desapego que nosso homem não tem. Percebo portanto, nas coisas do dia a dia uma ausência total do governo Bolsonaro. Vamos por partes:

- Como circulo muito pelas estradas percebo um abandono total e um risco de vida constante para os motoristas. A falta dos radares aumentou o número de acidentes graves. Eles não avisaram, as empresas retiraram os aparelhos e o pessoal agora começa a perceber e a acelerar. A pavimentação é precária e o risco com isso enorme. É geral, em todas as estradas, inclusive as que pagamos pedágio. As agências reguladoras simplesmente sumiram e as entradas nos hospitais aumentaram. A BR-040 que liga o Rio a Belo Horizonte e Brasília, no trecho da subida da serra de Petrópolis é uma loteria. Chegar ao destino na hora ou, até mesmo, chegar ao destino.

- Na Saúde o panorama só piorou, de uma realidade que já não era essas coisas ao caos total. O que havia de assistência pública, de programas como o Mais Médicos , o de combate ao vírus HIV, o de distribuição de medicamentos, o investimento em clínicas da família, as discussões sobre o direito das mulheres em relação ao aborto, a assistência aos deficientes e por aí vai, estão paralisados ou extintos. Não consigo elencar todos. É a infra- estrutura na saúde que está em ruínas.

- Na Educação, só rindo para não chorar. Com este ministro patético e perigoso viramos motivo de tristeza e de risos no mundo todo. Um ministro da educação não pode viver de números de stand-up de péssima qualidade e declarações lunáticas e desprovidas de qualquer embasamento. Se não sabe o que dizer, fique calado. Se não sabe o que fazer, vá para casa.

- No controle da economia o pior ainda está por vir. Esse povo que ainda apoia o presidente precisa sentir no bolso o que foi preparado para ele. A aposentadoria não virá do jeito esperado, os preços podem até continuar como estão, apesar de que o aumento da carne foi já o primeiro sinal de que as medidas do governo não se preocupam com a mesa da população. Os preços ficam, ou não, mas os salários não crescem, o que dá no mesmo e engana o pobre coitado. Parece que está tudo bem só que cada vez sobra mais mês no fim do salário. Os bancos sorriem, os empresários contam os lucros, o Guedes se acha e o povo se dana. Ainda vai ficar mais explícito. Tomara que antes de 2022.

- No meio ambiente, acho que nem meio mais resta. O ambiente na opinião deles é o local ideal para os investimentos predatórios do agronegócio, do garimpo e da especulação em geral. Meio ambiente, segundo eles, não se preserva, se explora, se vende, se destrói. Morreu ali, tem outro mais adiante. Só que o Brasil não cresce de tamanho. O que hoje existe, se não for cuidado, vai sumir.

- Em resumo, o país está desgovernado, não só sem governo. Estamos ladeira abaixo sem freios achando que o vento no rosto é uma dádiva. O abismo que se aproxima só não vai nos engolir se soubermos frear essa loucura com a ajuda de todos. Um só não segura. Todos juntos podemos não só parar esse coletivo à deriva como mudar o rumo da história.

Um país é uma coisa muito mais complexa e séria do que esses vândalos institucionais querem nos fazer crer. É coisa pra gente competente e democrática. Não é um churrasco de domingo no quintal do condomínio. 







A generosidade é uma das mais belas virtudes do ser humano


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Marcel Camargo

Hoje, há muita dificuldade em ver o outro como alguém confiável, uma vez que a competitividade adentrou todos os setores de nossas vidas. A concorrência estende-se do mercado de trabalho até as relações interpessoais, prejudicando as interações humanas e o afeto que deveria estar ali contido.

Numa sociedade que alimenta a supervalorização do status, atrelado ao que se compra e se tem, em detrimento do que se é, os sentimentos acabam ficando de lado, uma vez que não mais importam. Há um jogo de interesses em que o outro se torna interessante, à medida que é capaz de atender aos quesitos materiais que predominam na sociedade. A beleza virou cartão de visita, o poder de compra virou qualidade indispensável, a popularidade social e a virtual viraram sinônimos de sucesso.

Nesse contexto, importa mais o que se tem a oferecer em termos de conforto material do que o que se tem a oferecer em termos de afeto verdadeiro. Mentiras convenientes são mais valorizadas do que verdades desagradáveis. O eu é dominante na forma como se vive, ou seja, o que o outro sente parece pouco relevante e isso acaba prejudicando os relacionamentos entre as pessoas, tornando-nos cada vez mais frios e distantes uns dos outros, embora tão perto.

Eis um dos motivos de as pessoas terem medo de compartilhar conhecimento, de dividir o que sabem, de demonstrar sentimentos, uma vez que aquilo tudo pode vir a ser usado da pior forma possível por quem recebeu. O outro pode puxar o tapete, revelar segredos, roubar um namorado, difamar, distorcer, trair. O outro pode ser quem mente, quem usa, quem pouco se importa com os sentimentos alheios.

Ainda assim, apesar da necessidade de cautela, olhar o outro em suas necessidades e ajudá-lo, contribuindo para que ele cresça e melhore, nunca será em vão. O bem que fizermos sempre ficará na gente, ou seja, o que o outro resolver fazer com aquilo não será da nossa conta. Se o outro usar de nossa solicitude de uma forma improvável e traiçoeira, o erro será dele, ficará nele, não na gente.

Não é à toa que sou fã de pessoas que dividem o pão, o amor, o conhecimento. Que ajudam os colegas de trabalho, os amigos, os desconhecidos. Que transmitem o que sabem, sem medo da competitividade. A generosidade é uma das mais belas virtudes do ser humano.