Unbelievable é uma série necessária e urgente




Assistir Unbelievable é um exercício de constante incômodo emocional. E é assim que deve ser. Porque isso significa que algo dentro de você enxerga na sociedade o machismo na sua raiz e na grande quantidade de injustiças e agressões contra mulheres.

Guilherme Moreira Jr.

Há inúmeros medos encarados diariamente por uma mulher que nós, como homens, somos incapazes de entender. É por isso que séries como Unbelievable são vitais para uma mudança de comportamento, para uma desconstrução de todo esse machismo desenfreado.

Assistir Unbelievable é um exercício de constante incômodo emocional. E é assim que deve ser. Porque isso significa que algo dentro de você enxerga na sociedade o machismo na sua raiz e na grande quantidade de injustiças e agressões contra mulheres. Se você é homem, é inimaginável sequer ficar próximo da linha emocional gerada pelo trauma de um abuso físico. Simplesmente não dá. Mas se você é homem e tem o mínimo de interesse em aprender, em fazer melhor e, principalmente, em começar a trabalhar na desconstrução do seu passado e presente machistas, então assistir Unbelievable é mais do que um exercício. É uma dívida histórica e emocional que você tem a obrigação de pagar.

É inconcebível falar de exageros ou mesmo de gorduras no roteiro da produção. Cada diálogo, cada plano, cada inserção visual, tudo tem um propósito. Se é com o objetivo de criar um desconforto ou apenas de entreter um público mais desavisado, não importa, todos os oito episódios conduzem, de forma honesta e crua, que existe sim a jornada sobre fazer o certo. Infelizmente, muitas vezes nos esquecemos disso. E esse é o problema. É quando deixamos o certo em stand by, ou quando não nos importamos o suficiente, é em momentos assim que surge a maldade, o pior lado do ser humano. E falar sobre desculpas depois do ocorrido, ainda que extremamente importante, faz-se pouco perto das perdas e cicatrizes profundas que ficam para quem sofreu.

Mas este texto não é pra falar da ética e da moral das consequências das nossas escolhas diárias. Pelo menos não dessa forma. O texto é para nós, com o dedo apontado para o “nós homens”, sobre como é essencial ouvirmos mais e acharmos menos. Mulheres estão perdendo a vida dia após dia por causa da herança maldita de um superego tão inflado que acha completamente normal dizer para uma mulher: “você é louca”, “você tem certeza que aconteceu isso com você?”, “você é só minha”, “eu quero você do meu jeito” e vários discursos tóxicos influenciadores de danos emocionais sérios. Sem contar os gestos mais intempestivos, como segurar mãos, empurrá-las e proferindo golpes reais contra elas. Dentro disso tudo, a violação da sua intimidade, da do seu corpo, da sua vida. É impressionante como o abuso físico está se tornando mais banal e mais impressionante ainda é como eles ainda acontecem e o por quê duvidamos deles.

Chegar numa conclusão que passe racionalmente perto do ideal é complicada, além do óbvio isso não pode NUNCA acontecer para qualquer mulher. Esteja ela vestida como for, chapada como for, presente na hora como for. Mas o que produções como Unbelievable podem fazer, é desmitificar essa predisposição que temos em julgar o discurso de uma mulher como se soubéssemos exatamente o que está se passando com ela. Então se uma mulher te contar que algum amigo, conhecido ou desconhecido tentou ou abusou dela, acredite. Não importam as circunstâncias, acredite primeiro.

Interromper o direito de uma mulher dizer NÃO ou qualquer coisa parecida que fira a sua liberdade é arrancar dela afetos que não lhe pertencem. E isso incluiu não ouvi-la e sempre criticá-la. Elas não sou loucas. Mas nós, mais uma vez, homens, somos monstros disfarçados de caras sãos.









Dallagnol não pode ser premiado



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O procurador Deltan Dallagnol "é um dos maiores culpados por toda a devastação que tomou conta do Brasil, na política, na economia e na vida social", escreve a jornalista Tereza Cruvinel. "Cometeu graves transgressões éticas, desonrando o cargo que ocupa com as maquinações para ganhar dinheiro fazendo palestras sobre a Lava Jato", acrescenta

Tereza Cruvinel

Ao invés de ser punido pelos muitos crimes cometidos como chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol pode ser premiado com uma promoção a procurador regional da República. Carbonizado pelas revelações da Lava Jato, em que aparece violando o devido processo legal, conspirando com Sérgio Moro para a condenação e prisão de Lula com claros objetivos políticos, e planejamento o próprio enriquecimento às custas da notoriedade obtida na operação, Dallagnol tem prazo até o final do dia de hoje para aceitar a “boia de salvação” que lhe está sendo oferecida.

Tendo ingressado na carreira em 2003, Deltan é um dos procuradores aptos a ocupar uma das 10 vagas de procurador regional da República, figura que atua junto aos tribunais regionais federais, a segunda instância da Justiça Federal. Para isso, ele deverá externar sua anuência até o final do dia. Homologada a promoção na reunião do Conselho Superior do Ministério Público no dia 5 de novembro, ele terá que deixar logo o comando da Lava Jato em Curitiba e optar por uma vaga em Porto Alegre (onde atuaria junto ao TRF-4, segunda instância da Lava Jato) ou em Brasília.

Dizem que ele resiste mas não é crível que esteja subestimando a própria situação. A outra opção será a remoção “de ofício” do comando da força-tarefa, pelo procurador-geral ou por ordem do STF, por conta dos ilícitos cometidos. Uma saída humilhante, que implicaria também na obrigação de responder a processos disciplinares junto ao Conselho Nacional do Ministério Público, ou até mesmo na Justiça.

Se o arranjo da promoção vingar, estaremos assistindo mais uma vez ao triunfo da impunidade. A premiação será indulgência grande demais para quem fez tanto mal ao Brasil. À frente da Lava Jato Deltan Dallagnol não apenas atentou contra as leis e a Constituição, como contribuiu fortemente, talvez decisivamente, para a semeadura do ódio e para a criminalização da política, que foi tão nefasta à nossa democracia (ajudando a eleger o falso “anti-sistema” Bolsonaro). Sem Dallagnol e sua cruzada, a Lava Jato não teria sido santificada no imaginário popular como a luta do bem contra o mal, criando o ambiente em que tudo lhe foi permitido em nome do combate à corrupção, ambiente em que até o STF foi complacente com os crimes da Lava Jato. “Fomos cúmplices desta gente”, admitiu recentemente o ministro Gilmar Mendes.

Sem Dallagnol, as empresas brasileiras de infra-estrutura que foram investigadas pela Lava Jato (enquanto as estrangeiras eram deixas em paz) não estariam agora indo à falência, como a Odebrecht, que já foi a uma das mais bem sucedidas transnacionais brasileiras, empregando milhares de pessoas e realizando obras de grande envergadura aqui e no exterior.

Sem Dallagnol, Bolsonaro não teria sido eleito, pois que só o foi porque Moro condenou Lula sem provas e em prazo recorde, proeza repetida também pelo TRF-4, de modo a lhe imputar a inelegibilidade e vedar sua candidatura a presidente, que seria vitoriosa, segundo todas as pesquisas da época. Mas quem correu com a denúncia, mesmo sabendo da fragilidade da acusação no caso do tríplex do Guarujá, foi Dallagnol.

Ele, portanto, é um dos maiores culpados por toda a devastação que tomou conta do Brasil, na política, na economia e na vida social. E além disso, cometeu graves transgressões éticas, desonrando o cargo que ocupa com as maquinações para ganhar dinheiro fazendo palestras sobre a Lava Jato, inclusive para bancos que deveram ter sido investigados e foram poupados.

Mas, tudo indica, ele será premiado, pelo menos neste primeiro momento. Como o Brasil há de sair deste torpor em que foi mergulhado, se houver justiça, mais adiante Dallagnol há de chamado a prestar contas de tudo o que fez. 




 Colunista do 247, Tereza Cruvinel é uma das mais respeitadas jornalistas políticas do País.






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Trecho do discurso proferido no Senado Federal em 1914. 



Glenn : Lava Jato foi facção, liderada por Moro, que exerceu poder por 5 anos sem ser questionada




Em fala no Festival 3i, evento que debate jornalismo no Rio, o editor do Intercept disse que "não tem nada mais perigoso para uma democracia do que deixar uma facção como a Lava Jato exercer poder sem ser investigada. E só uma imprensa livre faz isso"
247 - Em um debate sobre vazamento de dados no Festival 3i, que debate colaboração, tecnologia e jornalismo no Rio de Janeiro, o editor do The Intercept, Glenn Greenwald, chamou a Operação Lava Jato de "facção criminosa", liderada pelo ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro.

“Tem uma facção dentro desse país muito poderosa e essa facção conseguiu exercer esse poder durante cinco anos sem ser questionada, investigada. Estou falando da Lava Jato, facção liderada pelo ex-juiz Sergio Moro", declarou Glenn.

"Não tem nada mais perigoso pra uma democracia do que deixar uma facção como a Lava Jato exercer poder sem ser investigada. E só uma imprensa livre faz isso", prosseguiu o jornalista.

Neste sábado 19, o Intercept publicou um novo capítulo da Vaza Jato, no qual revela que Moro chegou a ordenar ações de busca e apreensão sem ser solicitado pelo Ministério Público, o que é ilegal. Ao responder, Moro ignorou a autoria do Intercept e acusou o portal UOL de fazer "mau jornalismo".


| “Tem uma facção dentro desse país muito poderosa e essa facção conseguiu exercer esse poder durante 5 anos sem ser questionada, investigada. Estou falando da Lava Jato, facção liderada pelo ex-juiz Sergio Moro", @ggreenwald em debate sobre vazamento de dados.




Resiliência : ser forte apesar das tempestades


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Há pessoas que são caracterizadas pela sua grande capacidade de resiliência. São precisamente aquelas que têm como arma sua capacidade de se manter à tona diante das dificuldades, e encaram a dificuldade como aprendizado.

Elas sabem que a imunidade ao sofrimento é impossível e compreendem que as tempestades que tornam nossos dias mais obscuros também são oportunidades para se superar. Elas se enchem de valor e continuam, tendo como mantra prosseguir para crescer, apesar das adversidades.

"  Quando há uma tempestade os passarinhos se escondem, mas as águias voam mais alto.”   - Mahatma Gandhi -

Resiliência no dia a dia

A resiliência é um conceito que adquiriu grande relevância nos últimos anos. Sobretudo a partir de perspectivas como a psicologia positiva que estão mais interessadas em investigar quais são as características que permitem que as pessoas superem uma adversidade, deixando em segundo plano a compreensão daqueles fatores que aumentam a probabilidade de um transtorno mental.

Ser resiliente do ponto de vista da psicologia é ser capaz de enfrentar a adversidade e sair fortalecido.

Quando falamos de resiliência, costumamos pensar em eventos traumáticos como a perda de um ente querido, sobreviver a um acidente ou a situações de abuso… Mas no nosso dia a dia também ocorrem situações complexas que temos que enfrentar. Não é preciso ser uma catástrofe; superar qualquer dificuldade cotidiana como enfrentar as críticas, conseguir se superar ou começar o dia com um sorriso depois de um período de tristeza também é ser resiliente.

Todos temos as nossas próprias batalhas com as quais lidar e os nossos próprios recursos para enfrentá-las de uma forma ou de outra, temos apenas que descobri-los.

Características das pessoas resilientes

Há pessoas que são resilientes porque tiveram um exemplo de resiliência a seguir, como seus pais ou um irmão, mas outras aprenderam a lidar e a superar as pedras do caminho sozinhas: aprenderam a partir da tentativa e erro, tornaram-se fortes a partir das suas próprias cicatrizes.

Isto nos indica que a resiliência é uma habilidade que todos podemos desenvolver e, portanto, praticar. Para isso, é necessário gerir adequadamente os nossos pensamentos e emoções. Canalizá-los através do canal que nos dê mais controle sobre eles é fundamental.

A seguir iremos contar algumas das principais características das pessoas resilientes para que você possa começar a praticá-las.

Sabem se adaptar às mudanças

As pessoas resilientes têm a capacidade de serem flexíveis quando o vento sopra com força. Elas sabem que ir contra as circunstâncias as fará perder energia e optam por ter uma mente aberta diante de opiniões e circunstâncias diferentes.

Elas se desprendem de suas crenças antigas, preconceitos e inseguranças para se vestirem com novos trajes que as acompanham nos tempos de mudança. Elas não se adaptam por resignação, mas sim porque sabem que existem outros mundos diferentes que não são errados só por serem distintos.

“ A água supera tudo porque se adapta a tudo.”
- Lao Tse -

Apoiam-se em suas forças

As pessoas resilientes conhecem a si mesmas. Elas sabem o que é aquilo que as machuca e incomoda, e compreendem que o suporte fundamental do seu bem-estar depende de cuidarem de si mesmas.

As pessoas resilientes sabem identificar os seus pontos fracos, mas também os seus pontos fortes para colocá-los em prática quando for necessário.

Elas usaram sua vontade de lutar, sua motivação, seu esforço e suas habilidades como o alicerce para seguir em frente. Mas, sobretudo, elas respeitam a si mesmas e as levam em conta, porque sabem que conhecer a si mesmo é o passo fundamental para crescer e estabelecer relações saudáveis com os demais.

“ Cada pessoa é uma ilha em si mesma, em um sentido muito real, e só pode construir pontes em direção a outras ilhas se efetivamente desejar ser ele mesmo e estiver disposto a se permitir.”  - Carl Rogers -

Sabem que aceitar é necessário para avançar

As pessoas resilientes sabem que a adaptação é a companheira aliada do progresso e da mudança. Porque só quando aceitamos o que está acontecendo conosco é que poderemos começar a trabalhar para melhorar isso. Caso contrário, se continuarmos negando, a única coisa que estaremos fazendo é dar mais força à situação.

As pessoas resilientes sabem que aceitar é compreender e enfrentar, não se dar por vencidos.

Consideram que ninguém é imune ao sofrimento

Ser resiliente não quer dizer que uma pessoa não tenha feridas, mas sim que apesar delas, a situação adversa foi construtiva de algum modo. Ela foi capaz de aceitar a dor e, ao invés de mergulhar nela, optou por aprender.

As pessoas resilientes sabem que se proteger da dor e se esconder por trás de um escudo nem sempre vai funcionar, já que fugir as afastaria da possibilidade de compreender o que acontece com elas e de continuar crescendo.

Como você pode ver, é possível aprender a ser resiliente. Na verdade, este teria que ser um ensinamento fundamental nas escolas. Sempre vale a pena aprender estratégias para melhorar e continuar crescendo, e a resiliência é essa capacidade que nos permite ser fortes apesar do vento soprar com força, nos adaptando da melhor forma possível aos solavancos que compõem as perdas, as decepções, os traumas e os fracassos.

Você também é resiliente, não esqueça. Ou você nunca teve que superar nenhuma dificuldade ou situação na sua vida? Pense e lembre-se daquela vez em que você foi corajoso apesar do medo, em que se jogou de cabeça dentro da piscina …






E no Brasil . . .


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