Por que estamos sempre cansados ?


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Jackson César Buonocore

A resposta seria: a falta de empenho ou tem algo errado com os nossos hábitos e corpo. Mas, não é tão simples assim? É por isso, que recorremos ao pensamento do filósofo sul-coreano Byung-chul Han, autor do livro “Sociedade do Cansaço”, que mostra o excesso de positividade, que culmina nas mais diversas patologias psicológicas.

Han faz a crítica da positividade e da sociedade do desempenho, que são as causadoras dos males da alma, em decorrência dos efeitos colaterais dos discursos motivacionais, nos quais imperam as mensagens de ação produtiva, e que todas as metas são alcançáveis.

Ele afirma que a sociedade do desempenho seria um contraponto à sociedade disciplinar, do século 20, postulada pelo filósofo francês Michel Foucault. A sociedade do desempenho produz deprimidos e perdedores, já que ela nutre o poder de elevar o nível de produtividade, através da técnica disciplinar: “do imperativo do dever”.

Podemos comparar isso ao “animal selvagem”, que devido à necessidade de sobrevivência está focado em várias atividades, mantendo uma visão rasa. Aliás, Han considera que os avanços tecnológicos, a web e as redes sociais criaram as doenças neuronais.

É nesse percurso, que o autor avalia que a era bacteriológica e viral transformou-se na era das doenças neuronais, da mente, que está ligada a subjetividade, na qual a sociedade da positividade traz uma prática de violência, que resulta na superprodução, superdesempenho e supercomunicação.

A sociedade estudada por Foucault gerava loucos e delinquentes. Porém, na sociedade analisada por Han surge à patologia do fracasso do homem pós-moderno, de uma agressão sistêmica que causa pequenos infartos psíquicos, que tomam conta da nossa época: depressão, transtorno de personalidade limítrofe, síndrome de burnout, hiperatividade, etc.

Uma pesquisa realizada pelo Ibope, em 2013, apontou que 98% dos brasileiros sentiam-se cansados mental e fisicamente. Além do cansaço sofremos de um desânimo cruel, pois os mais pobres se acostumaram a ficar sempre em um estado hipervigilância. Por exemplo: de janeiro a julho deste ano a polícia carioca matou 1.075 pessoas, o maior número de mortes cometidas pela polícia em 20 anos.

A saúde mental nas favelas sofre com o transtorno de estresse pós-traumático, porque a cidade do Rio de Janeiro vive um estado de guerra, que afeta a vida dos moradores da periferia. No ano passado uma a cada três escolas no Rio passaram ao menos um dia fechadas em razão da violência, imaginem o cansaço neuronal dos alunos.

Enfim, a sociedade do cansaço nasce da conexão de todos esses fatores, que Han chamou de “infarto da alma”, ou seja, uma fadiga extrema, em que cada pessoa possui seu próprio grau de esgotamento. Contudo, existe uma saída para isso: que é uma vida contemplativa, associada a uma filosofia de resistência aos estímulos hiperativos e opressivos, de uma sociedade consumista, onde mais se vive, mas se sobrevive.

* Jackson César Buonocore é Sociólogo e Psicanalista






O calendário perfeito : 2020 traz bombeiros australianos e bichinhos fofos. Quem resiste?



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Por Conti Outra

Existe um consenso universal: os bombeiros são heróis. Afinal, como poderíamos classificá-los de outras forma pessoas que são treinadas para salvar vidas.

Também não podemos negar que, por causa de seu amplo treinamento e estilo de vida eles são lindos e geral muita, muita admiração. 

Somando-se a isso ainda podemos pensar na beleza dos “Homens Australianos. O resultado, podemos dizer, beira a perfeição.

Sabendo disso, estão sendo preparados 5 calendários que mostram esses belos homens com os mais diversos tipos de animais: gatinhos fofos, filhotes de cães, cavalos exóticos, animais de fazenda, e animais selvagens.

O famoso calendário Australiano de Bombeiros foi criado em 1993 para apoiar a Children’s Hospital Foundation, fornecendo fundos para pesquisas sobre queimaduras na infância e, desde então, segue com a tradição que você pode ser abaixo.

E, detalhe, você pode dizer ao seu marido ou namorado que comprou por causa dos bichinhos.












Postado em Conti Outra




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Que Deus lhes dê ainda mais saúde ... Se é que estariam precisando né ?!


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Feliz Dia de Nossa Senhora Aparecida e Feliz Dia das Crianças 2019 !









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A boa música nos vídeos do canal Adriana Helena



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Maturidade espiritual é quando você aprende a calar, a se afastar, não se queixa e agradece pelo que tem


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Sil Guidorizzi

Maturidade espiritual é quando você aceita que erra, aprende a se desculpar e a não jogar no colo do outro o que é seu.

É quando você percebe que já não precisa de tanta coisa assim para suprir suas necessidades, que estar em paz consigo mesmo (a) é melhor do que provocar instigar ou cutucar o outro com vara curta a troco de nada, a troco de mexer em feridas por vezes já cicatrizadas.
É QUANDO VOCÊ PASSA A SER MAIS SELETIVO (A) INTERNAMENTE, É QUANDO VOCÊ SABE QUE PODE CONTAR COM POUCOS, MAS QUE SÃO ESSENCIAIS E QUE MANTÉM UMA BOA RELAÇÃO DE AMIZADE E EMPATIA SEM EXIGIR NADA EM TROCA.
É quando você olha mais à volta e se coloca no lugar das pessoas e não mensura a sua dor, assim como não quer que mensurem as suas. É quando você não interfere nas escolhas de ninguém e vai aprendendo a digerir os embates da vida com mais nitidez e resiliência.

É quando você percebe que não precisa ter a casa cheia, não precisa de tanto barulho, que estar a sós é como ir se retratando diante do que se sente, do que sentiu ou do que não quer mais sentir. É não precisar ir de um lado para o outro tentando encontrar sossego interior. É quando você se aprimora e abstrai o que não precisa, pede com mais fé e acredita mais no divino e não em falsas promessas ou pessoas que não tem serventia por serem apenas instrumentos prontos a desestabilizar seu coração, prontas a quererem se apossar do que não lhes pertence a troco de fazê-lo (a) sofrer.
É QUANDO VOCÊ ORA, PEDE PELOS QUE PRECISAM, PEDE PELOS QUE ADOECEM A ALMA, PEDE PARA QUE TODOS RECEBAM LUZ POR MAIS QUE NÃO SE QUEIRA APROXIMAÇÃO.
É quando você esvazia a bagagem, percebe que andar descalço por vezes é libertador e que se o sol não apareceu naquele dia mais nublado, você continuará acreditando em dias melhores e nas possibilidades de superação e cura.

Maturidade espiritual é quando você aprende a calar, a se afastar, a não se agredir e não agredir. É quando você sente que a porta do céu é melhor que abrir o chão para que você se afunde em dor ou discórdia.

A maturidade vem com os altos e baixos com o entender nas entrelinhas. Com a sensação de que não existe superioridade e sim a humildade de quem precisa manter o olhar atento, os sentimentos honestos e a obrigação de cuidar melhor de si mesmo (a), para que você tenha força para socorrer aos que também precisam de auxílio.
A MATURIDADE ESPIRITUAL VEM QUANDO VOCÊ NÃO PRECISA VIVER DE MELINDRES, NÃO PRECISA DISFARÇAR O QUE É, QUANDO VOCÊ ACEITA A PRÓPRIA CONDIÇÃO, SEJA ELA QUAL FOR, SABENDO DOS PROPÓSITOS DE DEUS.
É quando você abre a porta, não procura discórdia, não se queixa e agradece pelo que tem.






Ladrões de sonhos. Ladrões de vidas.




"A rebelião ambiental dos jovens deverá se constituir no mais importante evento sócio-político da primeira metade do século XXI e se evidenciará como um fato singular na história da humanidade, pois unirá, pela primeira vez, as jovens gerações em torno de uma causa comum planetária, de uma causa comum de toda a humanidade. Greta Thunberg é o símbolo e a encarnação dessa rebelião", constata Aldo Fornazieri

Aldo Fornazieri

O discurso de Greta Thunberg na ONU, no dia 23 de setembro passado, foi o mais importante, o mais contundente e de maior alcance histórico pronunciamento produzido por alguém nestas duas primeiras décadas do século XXI. Ele expressa a síntese de um grito desesperado e de uma rebelião promovidos por milhões de jovens ao redor do planeta que estão perdendo o direito de sonhar, pois este lhes está sendo roubado por todo um sistema predador do mundo, encabeçado pelas elites políticas e econômicas de todos os países. 

Este grito desesperado não tem sons apenas humanos, mas tem sons de todas as espécies, tem o som da biodiversidade, tem o som de vários ecossistemas que já estão sendo destruídos para sempre. É um grito que traz o desespero da vida que queima na Amazônia, da vida que se esvai no fundo dos mares, da vida que é roubada nas periferias das grandes cidades do mundo. 

A rebelião ambiental dos jovens deverá se constituir no mais importante evento sócio-político da primeira metade do século XXI e se evidenciará como um fato singular na história da humanidade, pois unirá, pela primeira vez, as jovens gerações em torno de uma causa comum planetária, de uma causa comum de toda a humanidade. 

Greta Thunberg é o símbolo e a encarnação dessa rebelião. As suas atitudes poderão dar-lhe o Prêmio Nobel da Paz na próxima sexta-feira. Tanto as suas atitudes, quanto o discurso que ela pronunciou na ONU exprimem a inaudita coragem desta jovem, a sua desmedida ousadia. É um contraste avassalador com a mediocridade, a hipocrisia e a decadência das gerações de líderes políticos que proliferam hoje em todos os países. 

Greta Thunberg percebeu todo o alcance da grande tragédia em que toda a humanidade está se afundando. As metas ambientais das Conferências Internacionais e da ONU não estão sendo cumpridas. Por isso, na ONU, ela teve a ousadia de dizer aos líderes políticos que eles são hipócritas, que eles são ladrões de sonhos, que eles são ladrões de vidas: “Vocês roubaram os meus sonhos e a minha infância com suas palavras vazias... E como se atrevem vir aqui e dizer que estão fazendo o suficiente?... Se vocês realmente entendem o que está acontecendo e continuam falhando em agir, vocês são um mal”. 

Poucos líderes políticos pelo mundo afora se salvam dessa dura advertência, dessa jeremiada de Greta. Não foram apenas criminosos ambientais como Trump e Bolsonaro que foram afrontados pelas suas duras recriminações. Hipócritas como Macron e outros líderes também foram desmascarados. Agora não será apenas Jerusalém que estará sob a ameaça de destruição pelos pecados de um povo. Agora é todo o planeta que está em risco pelos pecados de toda a humanidade. Todos nós precisamos nos sentir culpados para que isto impulsione mudanças em nossas atitudes cotidianas e para que isto estimule a nossa indignação e o nosso engajamento na rebelião dos jovens.

A humanidade, principalmente as grandes empresas, o grande capital, não têm o direito de continuarem a exercer uma relação predatória contra os recursos naturais. O grande capital não tem o direito de continuar destruindo as condições de vida na Terra pela sua busca criminosa e insana de lucros. 

A crise ambiental, é certo, é uma crise do modo de produção predatório orientado por objetivos de uma exploração econômica desmesurada que não considera a sustentabilidade dos recursos naturais e nem as consequências sociais e ambientais de sua ação. Mas ela é fruto também de uma concepção errada e destrutiva da relação do homem com a natureza e da relação dos seres humanos entre si. Ela é produto também de uma apropriação brutalmente desigual dos recursos naturais, que sacramenta tanto a desigualdade entre países, quanto a desigualdade dentro de cada país. 

Em face desse modo de produção predatório, as maiores vítimas da crise ambiental e dos efeitos que ela já produz hoje, são os mais pobres, aqueles que moram nas periferias das grandes cidades. De forma crescente essas populações sentirão os efeitos dos desastres ambientais, dos eventos extremos, como enchentes, tempestades, furacões, secas, falta de água, falta de comida etc.. Estudos de modelos e projeções científicas indicam que nos próximos anos aumentará exponencialmente o número de refugiados ambientais, em sua maioria, pobres.

Desta forma, o enfrentamento da crise ambiental tem duas grandes dimensões, dois grandes vértices: 1) a mudança da atitude da humanidade em face do aquecimento ambiental, da degradação do meio ambiente e da necessidade de sustentabilidade; 2) a mudança do sistema econômico e social e do modo de produção, colocando sob foco da crítica e do ataque o capitalismo predatório. Não haverá uma solução adequada para a crise ambiental sem enfrentar o capitalismo predador e seu modo de produção. Há laços inextrincáveis entre a crise ambiental e a crise social e eles precisam ser evidenciados, fazendo com que as duas lutas andem juntas. A luta ambiental precisa ser também uma luta por justiça social, por igualdade. 

Neste sentido, é forçoso dizer que a maior parte das esquerdas precisa se reposicionar diante da crise ambiental. Se Greta Thunberg foi violentamente atacada pela extrema-direita, ela foi também criticada por parcelas da esquerda e ignorada pela maior parte desta. Greta está na frente do seu tempo porque a maioria dos líderes políticos e dos partidos estão no passado. Se líderes como Trump e Bolsonaro são francamente criminosos e predadores ambientais, se a maioria dos líderes políticos de direita e de centro são hipócritas diante da crise ambiental, a maioria dos líderes de esquerda são indiferentes. Por isso, há uma urgência na atualização da pauta e dos programas dos partidos e movimentos de esquerda para que a crise ambiental ocupe um lugar central das preocupações e das ações. 

Não basta mudar propostas e atualizar programas. É preciso mudar também o modelo de liderança. Os grandes desafios, os grandes dramas e as grandes tragédias da humanidade e da sociedade precisam de líderes com um novo perfil, líderes mais ousados, líderes que saibam assumir o risco da desmedida de suas ações, pois as desmedidas das tragédias assim o exigem. 

Os jovens que estão ingressando hoje no ativismo político e social devem perceber que o modelo de liderança de camisas de punhos de renda não serve mais. A adocicada cordialidade parlamentar e a política meramente declaratória não são capazes de responder aos graves desafios de hoje. A grotesca agressividade da extrema-direita não pode ser enfrentada com a lacrimosa repulsa ao ódio e os com apelos infantilizados à civilidade. O mundo em que vivemos é brutal para a grande maioria das pessoas. Ele precisa ser enfrentado por líderes ousados, com ações de desmedida coragem.


 Aldo Fornazieri   Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política (FESPSP)