Amazônia pede socorro . . .



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Cartunista amazonense Jack Cartoon, fez uma tirinha criticando as queimadas que estão matando os animais e a vegetação.










Empatia : está faltando, infelizmente . . .


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Moradoras do bairro mais caro da Paraíba pedem a vereadora que impeça deficientes de irem à praia


O grupo, formado por moradoras do bairro do Cabo Branco, área em que fica o metro quadrado mais caro da Paraíba, disse que o projeto que promove a ida de pessoas com deficiência à praia incomoda e retira a beleza natural do local porque ali moram muitas pessoas ilustres.

Na manhã de ontem, 21, a vereadora Helena Holanda, de João Pessoa (PB), foi procurada por um grupo de mulheres que moram no bairro do Cabo Branco, área em que se encontra o metro quadrado mais caro da Paraíba. Elas pediram que a vereadora impedisse ou restringisse a presença de pessoas com deficiência na orla da capital paraibana. Helena é incentivadora do projeto Acesso Cidadão, da prefeitura do município, que leva as pessoas com deficiência ao banho de mar e a esportes aquáticos todos os sábados no trecho em frente à Fundação Casa de José Américo.

Sobre o pedido das senhoras, Helena Holanda declarou: “Reclamaram do som, mas nós só ficamos lá até o meio-dia e também vieram reclamar, em tom de intimação, a mudar o projeto de lugar porque estava incomodando e retirando a beleza natural porque ali moram muitas pessoas ilustres, muitas pessoas de renome e que a praia teria que ter uma história diferenciada. Eu não respondi à altura porque são pessoas idosas e eu devo receber as demandas e executar se puder e achar necessário. Essa eu jamais executarei. Pelo contrário, o projeto vai permanecer lá e será ampliado”.

A vereadora ainda acrescentou que, diante de sua recusa em restringir o projeto Acesso Cidadão, as moradoras sugeriram que ela cercasse a área utilizada pelos usuários: “Fizeram um pedido repetitivo para cercar o local do projeto, que fosse isolada e colocassem um portão”.

Para quem não conhece, o projeto Acesso cidadão objetiva fazer com que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida tenham a oportunidade de aproveitar o fim de semana para tomar um banho de mar. As atividades tiveram início em dezembro de 2012.

O projeto, que também prevê o acesso a jogos esportivos, lazer e cultura, é resultado de uma parceria da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Secretaria de Planejamento (Seplan), com a Fundação Casa José Américo; a ONG Assessoria e Consultoria para Inclusão Social; e a Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad).






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Empatia

Priscilla Alcantara



Acredita em mim

Quando digo que provavelmente

Não irá viver sem chorar


Acredita em mim

Quando digo que, mesmo se o choro durar

A vida não vai parar


Gravei uma conversa

Em que uma voz disse uma coisa

Que procuro sempre lembrar


Veja o Sol

Mesmo com nuvens, escolheu aparecer

Então você

Mesmo sofrendo, tem que escolher crescer


Do mesmo lugar que você, eu vim

Como você, ao pó eu voltarei

Você é igual a mim

Então faça por mim

O que faria a você, ê, ê, ê, ê

O que faria a você, ê, ê, ê, ê


Acredita em mim

Quando digo que provavelmente

Não irá viver sem chorar


Acredita em mim

Quando digo que, mesmo se o choro durar

A vida não vai parar


Gravei uma conversa

Em que uma voz disse uma coisa

Que procuro sempre lembrar


Veja o Sol

Mesmo com nuvens, escolheu aparecer

Então você

Mesmo sofrendo, tem que escolher crescer


Do mesmo lugar que você, eu vim

Como você, ao pó eu voltarei

Você é igual a mim

Então faça por mim

O que faria a você (ê, ê, ê, ê)

(O que faria a você, ê, ê, ê, ê)



Será que Raul Seixas morreu cedo demais ?






30 anos se passaram ...


Isaias Costa


Raul Seixas faleceu no dia 21/08/1989 aos 44 anos. Publico esse pequeno texto em homenagem a ele 30 anos depois, no dia 21/08/2019, levantando essa pergunta do título: Será que Raul Seixas morreu cedo demais? Muitos dirão que sim, outros que não, e outros simplesmente dirão, não sei!

Lendo o livro “Raul Seixas: Estudos Interdisciplinares”, que traz uma coletânea de artigos, no artigo da Mônica Buarque intitulado “Rebeldia e negociação na trajetória artística de Raul Seixas”, dois trechos me chamaram bastante atenção e me inspiraram na escrita desse texto.

Em um texto de 1971, o cantor se pergunta “onde está Raul” enumerando suas contradições e responde não estar “ali ou aqui, rótulos prontos para serem usados”: No intelectual? No menino família? No hippie, no político? No eterno hipocondríaco? No sensual? No estudante de filosofia? No compositor popular? Ou quem sabe no poeta modernista? No cínico? No produtor de discos? – Raul Seixas

Escreve ele, em 1974, um texto que compõe o mesmo livro: “Já tinha feito tudo com meus 29 anos. Nada mais me interessava. Aí foi o começo do meu renascer para Raul Santos Seixas”. Para então chegar a ser Raul Seixas, seu personagem mais querido.

Fiquei refletindo enquanto lia: “Uau! Como ele fez muita coisa em 44 anos…”. É nessa hora que começo a desconfiar. Será mesmo que ele viveu pouco? Será mesmo que ele morreu muito cedo? Quero de antemão dizer que a minha resposta é: “não sei” Ok? Estou apenas filosofando a partir das suas palavras e da sua obra tão vasta.

Ele na infância era bem religioso, frequentava a igreja regularmente por influência principalmente da mãe. Tem até uma foto famosa dele criança com um crucifixo e todo arrumadinho de terno e gravata borboleta. Veja! Era um menino lindo esse Raul!




Ainda criança, junto com seu amigo Waldir Serrão, ele criou o primeiro fã-clube do Elvis Presley, a quem amava imensamente e que lhe influenciou total como músico.

No final da adolescência ele fez a sua 1ª banda que se chamava “Relâmpagos do Rock” e depois mudou para “The Panthers”, ou de forma aportuguesada “Raulzito e os seus panteras”. Essa banda não fez muito sucesso e acabou se desfazendo mais pra frente!

Ele sempre gostou da cultura norte-americana e da língua inglesa. Muito jovem já falava inglês fluentemente. E como ele era esperto, trabalhou um tempo como professor de inglês. Deu pra ele ganhar uma graninha, pelo menos eu acho!

Ele casou pela primeira vez com uma jovem bem dondoca, filha de um pastor evangélico norte-americano bem tradicional. Seu nome é Edith Wisner. Duas curiosidades: ele casou exatamente no dia que completou 22 anos (28/06/1967) e o seu sogro exigiu que ele fizesse um curso universitário, senão não daria a mão da sua filha em casamento.

Acho que ele deve ter pensado assim: “Oxi! Não vou deixar minha gata por causa de uma besteira dessas. Vou mostrar pro véi que essa besteira de vestibular é fácil de passar…”.

Ele estudou pra caramba. Fez 6 meses de um cursinho pré-vestibular e passou pra 3 faculdades ao mesmo tempo: “Direito, Psicologia e Filosofia”. Era fraco o rapaz hein?

Com isso o sogrão talvez tenha pensado: “Agora sim a minha filha está ao lado de um rapaz decente, estudioso, que vai dar um futuro bonito pra minha filha…”.

O que ele não sabia é que o Raul amava mesmo era a música e abandonou o curso de Filosofia pouco depois que entrou: “Para nossa alegria!”, como diria uma famosa música.

Tornou-se produtor musical na CBS Discos, uma das maiores gravadoras da época. Compôs músicas para grandes artistas como Jerry Adriani, Renato e seus Blue Caps, Diana, Odair José, Wanderleia entre outros. Você sabia que tem um monte de músicas do Raul que você jura que são de outros artistas, mas que são dele? Conheça um pouquinho mais da história do Raul! Vale a pena viu?

Ele fez uma parceria muito louca com o Paulo Coelho, seu grande “inimigo íntimo”, adjetivo que eles se davam mutuamente. Compuseram músicas geniais juntos como “Al Capone”, “A hora do trem passar”, “Gita”, “Eu nasci há dez mil anos atrás”, “Canto para minha morte”, “Loteria da Babilônia”, “As minas do Rei Salomão”, “Ave Maria da Rua”, “A maçã”, “Medo da chuva” e tantas outras! Uau! Eu me arrepio só de pensar nessas músicas sendo gestadas…

Ele fez outras parcerias incríveis como o Marcelo Nova, Sergio Sampaio, Edy Star, Claudio Roberto, Marcelo Motta, Oscar Rasmussen etc. Pessoas que muito contribuíram para que ele jamais se perdesse pelo caminho, por conta principalmente do vício no álcool.

Ele casou 5 vezes no total e teve 3 filhas. Uma delas é a Kika Seixas, que se tornou musicista e faz bastante sucesso.

Ao longo de seus 44 anos, ele compôs mais de 300 músicas. Escreveu um monte de coisas que se transformaram em livros ainda na sua vida e muito material serviu de inspiração para dezenas de livros póstumos falando sobre ele, sua vida e carreira.

O grande Sylvio Passos criou o maior fã clube do Raul, que é o Raul Rock Club (RRC), com milhares de fãs do Raul espalhados pelo mundo todo. O Sylvio tem preciosidades que o Raul deixou que são trancadas à sete chaves e ai de quem tentar se apossar delas! Ele não deixa de jeito nenhum…

Raul influenciou várias gerações e continua influenciando. Muitos até dizem: “Raul Seixas não morreu”. E basta você ir a qualquer show de rock. Sempre, sempre. Acredite! SEMPRE terá ao menos uma pessoa que vai gritar: “Toca Raul”.

Há zilhares de outras coisas a se falar do Raul, mas não vou esticar para a leitura não ficar cansativa.

30 anos sem esse baiano magricelo genial, como sempre gosto de dizer! Queria muito tê-lo visto em algum show. Mas como sou jovem, isso não foi possível.

Enfim! Concluo mais uma vez com a mesma pergunta: Será que Raul Seixas morreu cedo demais?…













Amazônia: foto de tamanduá cego fugindo do fogo comove as redes




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O fotógrafo Araquém Alcântara captou com sua lente a fuga de um tamanduá mirim cego que fugia do fogo na região amazônica. Araquém dá um depoimento comovente em seu perfil no Facebook, alertando para os riscos reais de a floresta ser devastada pela irresponsabilidade de um governo.




247 - O fotógrafo Araquém Alcântara captou com sua lente a fuga de um tamanduá mirim cego que fugia do fogo na região amazônica. Araquém dá um depoimento comovente em seu perfil no Facebook, alertando para os riscos reais de a floresta ser devastada pela irresponsabilidade de um governo. 

O fotógrafo ainda se diz surpreendido pela repercussão de seu trabalho nas redes e diz que essa mobilização pode ser uma chance de a Amazônia reverter o processo acelerado de destruição que tomou conta da floresta depois de o Brasil perder parte considerável de sua soberania. 

Assista ao depoimento de Araquém Alcântara na TV 247 e no Facebook do fotógrafo:





10 curtas que podem nos ajudar na educação das crianças !



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Adaptado do site Etapa Infantil Via Pensador Contemporâneo


Por Provocações Filosóficas



Educar em valores vai muito além de transmitir boas maneiras às crianças. Também é importante ensiná-los a distinguir boas e más atitudes e ajudá-las a desenvolver sua consciência moral. Obviamente, não é uma tarefa fácil, porque não é necessário apenas inculcar certos valores, mas também promover uma atitude crítica. Nesse sentido, o cinema, e especialmente os curta-metragens animados, podem se tornar um excelente ponto de partida para as crianças refletirem sobre valores e sua importância.


10 curtas-metragens para educar as crianças sobre valores


1. Piper



O protagonista deste belo curta-metragem da Pixar é Piper, um passarinho com medo de sair do ninho e se aventurar a caçar amêijoas na praia. É uma história que lida com medos e como superá-los, o que fará com que as crianças reflitam sobre a importância de superar seus medos. Certamente é um excelente vídeo para compartilhar com os jovens que estão passando por essa fase onde crescem parece intimidante, para ajudá-los a superar a adversidade e ensinar -lhes que muitas vezes superar medos pode até ser divertido.


2. Parcialmente nublado



Este é outro dos incríveis curtas da Pixar, que desta vez se concentra no valor da amizade e do trabalho em equipe. Nesta ocasião, os protagonistas são uma nuvem e uma cegonha, que depois de trabalharem juntos criando e carregando bebês nas mãos de seus pais, estabelecem uma amizade sincera, capaz de superar os obstáculos mais difíceis. Um resumo ideal para transmitir às crianças o valor da amizade e a importância de aceitar cada pessoa como ela é, com suas virtudes e defeitos.


3. O Último Tricô 



Com este simples resumo, as crianças aprenderão uma lição valiosa: uma retirada a tempo não é uma derrota. É um excelente vídeo que destaca a importância de estabelecer limites para sonhos e objetivos pessoais e enfatiza quando desistir de um objetivo. É uma oportunidade para as crianças aprenderem que para ter sucesso na vida, não apenas esforço e persistência são suficientes, mas também é importante saber quando chegou a hora de mudar de rumo.


4. Zero



É um curta muito interessante para crianças mais velhas que lida com questões como a discriminação e a capacidade de lidar com situações adversas. A história é sobre um número zero que desde a infância é marginalizado devido ao seu baixo valor. Mesmo assim, Zero não perde a capacidade de aproveitar os pequenos detalhes da vida e superar todos os obstáculos que surgem em seu caminho. Essa persistência, somada ao seu valor pessoal e ao apoio de uma pessoa que você ama, fará com que sua vida mude para sempre.


5. Alcançar



O valor do altruísmo e da solidariedade se personifica neste incrível curta-metragem através de seu protagonista, que percorre o deserto quase moribundo, em busca de água. No entanto, quando ele encontra o que ele ansiava, ele não hesitará duas vezes para dar seu precioso tesouro para aqueles que mais precisam. Claro, sua boa ação não ficará sem recompensa. Uma excelente história para incutir nas crianças a importância de compartilhar desde tenra idade.


6. Vida fácil



Este curta convida a pensar sobre a importância do esforço na vida. A história é sobre uma menina cuja boneca faz o seu dever de casa para poder dedicar-se ao que mais gosta: brincar. No entanto, as conseqüências de sua falta de esforço aparecerão em breve. Uma oportunidade única para ensinar as crianças a se esforçarem todos os dias para aprender, amadurecer e se destacar.


7. O presente



Uma criança apaixonada por videogames e um cachorro, que compartilham uma deficiência, são os protagonistas desse belo curta-metragem animado que convida à reflexão sobre a capacidade de superação, a auto-aceitação e o respeito pelos outros. Trata-se de um vídeo que aborda a questão da deficiência a partir da perspectiva das crianças e aborda de forma distinta a exclusão e os estereótipos, que lhe renderam vários prêmios em diferentes festivais.


8. Robô de Retrociclagem



Este curta-metragem de Sebastián Baptista é perfeito para ensinar as crianças a respeitar e cuidar do meio ambiente, incentivando o estabelecimento de hábitos mais sustentáveis ​​desde cedo. Para isso, baseia-se em uma história muito simples, mas repleta de lições que tratam de temas tão polêmicos quanto a importância da reciclagem e o uso racional dos recursos. Sem dúvida, é um ótimo vídeo para começar a conscientizar as crianças sobre a necessidade de cuidar do ambiente em que vivem.


9. Os Fantásticos Livros Voadores de Morris Lessmore



Este curta-metragem dirigido por William Joyce e Brandon Oldenburg usa imaginação e fantasia para ensinar às crianças a importância da leitura de uma maneira diferente. A história é sobre Morris Lessmore, um escritor que é arrastado por uma tempestade para um mundo mágico em que os livros não apenas ganham vida, mas também são capazes de devolver as pessoas a felicidade e a vontade de viver.


10. Coisas de Pássaros



Este curta da Pixar aborda a questão do respeito pelas diferenças de uma perspectiva diferente e, acima de tudo, muito engraçada. A história convida as crianças a refletir sobre a importância de respeitar a todos de maneira igual, ensinando-as a serem mais tolerantes e empáticas com as pessoas que as cercam. É um verdadeiro apelo à atenção na discriminação, exclusão e estereótipos.

Por fim, não se esqueça que, para aproveitar ao máximo o poder educativo desses curtas, é importante que a criança os compreenda. Portanto, depois de vê-los, é conveniente para a criança compartilhar suas opiniões e impressões, refletir sobre o comportamento dos protagonistas e pensar sobre o que eles poderiam ter feito de forma diferente.






Ato # Moro Mente ao vivo


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Moro mentiu como juiz e mente agora como ministro, dizem Juristas pela Democracia

A Associação Juristas pela Democracia lançou na noite desta segunda-feira, 19, a campanha #MoroMente, com a participação de centenas de pessoas na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco; objetivo é explicar as ilegalidades cometidas por Sérgio Moro na Lava Jato; "ABJD cobra dos poderes constituídos respostas à sociedade. Não aceitaremos que se naturalizem os graves fatos revelados como se lícitos fossem."

247 - Centenas de pessoas participaram na noite desta segunda-feira, 19, na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, em São Paulo, do lançamento da campanha #MoroMente, organizadada pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). 

No documento divulgado durante o ato, os Juristas pela Democracia, que reúne advogados, juízes, desembargadores, membros do Ministério Público e demais operadores do Direito, apontam os crimes cometidos pelo ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, na operação Lava Jato, e denunciam as arbitrariedades cometidas por Jair Bolsonaro. 

"Os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como exemplo, foram os mais violentos e midiáticos, sendo em tudo excepcionais: nos prazos, na prisão antecipada, no uso de provas e testemunhas, e nas negativas aos direitos políticos e civis, desrespeitando até mesmo decisão obrigatória das Nações Unidas", diz o documento.

Leia, abaixo, a carta na íntegra:


CARTA PÚBLICA DA CAMPANHA #MOROMENTE


1. O Brasil vive uma crise institucional sem precedentes.

2. Um governo eleito no pleito mais controverso da história, com perfil explicitamente autoritário, neoconservador e fundamentalista religioso, impondo retrocessos vertiginosos a direitos e conquistas democráticas, atuando por meio de decretos e medidas provisórias como forma de consolidar um projeto antipopular e antinacional.

3. Um governo liderado por um Presidente que constrange o seu povo diariamente, das mais diversas formas, envergonhando a todos com preconceitos incontidos, palavras chulas e desconcertantes, violentando o acúmulo de civilidade conquistado com muita luta social. 

4. Bolsonaro planeja destruir os espaços de participação social, projeta interferir na autonomia escolar e universitária, decide dilapidar o patrimônio ambiental e multicultural, aposta em arruinar as relações com outras nações. Mais que isso, orgulha-se em servir aos interesses de outra nação e projeta raiva, ódio e discórdia entre o povo brasileiro.

5. No centro deste deprimente retrato, está o sistema de justiça, setores do Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal emparedados diante das evidencias espantosas que demonstram o cometimento de crimes contra a democracia e a soberania nacional. 

6. O Brasil tornou-se famoso pela utilização do sistema de justiça com fins alheios ao devido processo legal. Algo que já era percebido e denunciado por juristas , mas que agora revela-se nas minúcias.

7. Os documentos obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald e sua equipe confirmam a desconfiança de todos nós, juristas, de que a força-tarefa anticorrupção serviu para maquiar a interferência política e a desestabilização democrática por intermédio de procedimentos judiciais supostamente legítimos, uma espécie de “lawfare à brasileira”. Sob o pretexto de combater a corrupção a qualquer preço, procuradores e juízes violaram leis processuais e garantias constitucionais, como a presunção de inocência. 

8. Mas as revelações são muito mais graves. Os procuradores da Lava Jato, hipervalorizados pela mídia hegemônica, com o tempo conquistaram poderes e competências excepcionais para criar uma força-tarefa especial, atraindo para uma só repartição judicial, na cidade de Curitiba, processos judiciais que não deveriam originalmente ser julgados ali. Desta forma esses processos, forçosamente conexos, foram submetidos a um mesmo juiz.

9. Foi assim que Sergio Moro se consagrou herói nacional, legitimando-se como saneador da corrupção sistêmica, centralizando todos os processos e desfrutando de popularidade jamais vista na magistratura.

10. O estilo do juiz de primeiro grau sempre foi singular, destoando da discrição recomendada pela lei da magistratura. A extravagância de comparecer a eventos sociais e premiações, além de sua forte presença nos meios de comunicação, produziu grande poder midiático e o constrangimento das demais instâncias do judiciário, em parte inebriadas pela comoção popular midiaticamente forjada, em parte convencida das mentiras comunicadas por aquele que, subterraneamente, atuava na chefia de um conluio entre colegas do Judiciário e membros do MP e da PF.

11. Moro Mentiu. Moro Mente!

12. Esse alinhamento entre a instância judicial de Curitiba, a mídia empresarial e a opinião pública criou condições para que a lei penal fosse aplicada de forma cada vez mais arbitrária. Exemplo são as chamadas “conduções coercitivas”, transformadas em espetáculos midiáticos, e as longuíssimas prisões preventivas a fim obter delações premiadas que, espelhada no modelo estadunidense, foram negociadas com ampla margem de liberdade e abuso pelos acusadores. Acrescenta-se ainda que a mídia empresarial obtinha semanalmente informações privilegiadas de inquéritos e processos sigilosos, vazados criminosamente por agentes públicos que estavam obrigados a protegê-las, o que era utilizado para a construção de um clima manipulado de indignação pública. 

12. Os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como exemplo, foram os mais violentos e midiáticos, sendo em tudo excepcionais: nos prazos, na prisão antecipada, no uso de provas e testemunhas, e nas negativas aos direitos políticos e civis, desrespeitando até mesmo decisão obrigatória das Nações Unidas. 

13. Os diálogos divulgados sugerem que o juiz Moro orientava clandestinamente os trabalhos da acusação, chefiando e subordinando os procuradores, o que contraria a Constituição brasileira, que obriga a imparcialidade dos magistrados. Aquele que acusa não pode ser o mesmo que prolata a sentença, e o juiz/acusador Moro atuou ao mesmo tempo em um dos lados do processo, o que é uma violação primária do Direito. 

14. O conjunto de informações reveladas até o momento confirma o que os juristas pela democracia já sabiam desde muito: que no Brasil uma trama complexa e perversa sequestrou a autonomia e a independência do Poder Judiciário. 

15. Esse conluio comprometeu o destino político do Brasil desde 2016 e talvez muito antes. Num cenário de crise econômica e desestabilização política, as eleições presidenciais de 2018 foram, em grande medida, também decididas pela Lava-Jato e pelo juiz Moro, abrindo espaço para a eleição de Jair Bolsonaro, que posteriormente premiou o juiz que condenou Lula, fazendo dele seu Ministro da Justiça. 

16. A campanha #MoroMente busca explicar à sociedade brasileira as consequências para a justiça quando um magistrado assume um dos lados do processo, desequilibrando a balança para condenar previamente adversários e desafetos políticos. A campanha também visa conscientizar sobre os riscos que a democracia corre quando o povo é enganado por fake news e pelo uso arbitrário e perverso do direito. 

17. É com este compromisso que a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), entidade jurídica criada para defender o Estado Democrático de Direito, vem a público dizer, em alto e bom som: Moro Mente! Mentiu como juiz, mente agora como Ministro. 

18. É com a disposição de restabelecer a verdade dos fatos que a ABJD cobra dos poderes constituídos respostas à sociedade. Não aceitaremos que se naturalizem os graves fatos revelados como se lícitos fossem.

19. Esperamos: Que o Parlamento constitua CPIs para averiguar responsabilidades e eventuais crimes cometidos por servidores públicos; que sejam verificadas as condições contratuais dos acordos de leniência de empresas estatais e nacionais no contexto da Lava Jato; que sejam tornadas públicas as investigações e os documentos que protegem autoridades que participaram do conluio entre MP e judiciário; que sejam correicionados os juízes que atuaram contrariamente à lei, violando o princípio basilar da imparcialidade e as garantias do devido processo legal. Que seja devolvido ao povo brasileiro a confiança no poder judiciário contaminado pela corrupção funcional e pela mentira. 

Ninguém está acima da Lei e a verdade histórica prevalecerá. 


Com relação a Moro nós fizemos duas representações no CNJ:

1) Quando ele impediu o cumprimento do HC do Lula em julho de 2018

2) Quando ele aceitou o cargo de Ministro sendo juiz, em dezembro de 2018

Com relação a Dallagnol fizemos 3 representações:

1) sobre as palestras em fevereiro de 2018

2) Sobre a Fundação Lava Jato em maio de 2019 (e fizemos junto com a AJD uma carta à PGR pedindo providências)

3) Sobre as revelações do The intercept em julho de 2019

. Com relação a ambos fizemos uma representação na PGR também em julho de 2019 após revelações do TIB.

. Fizemos uma Petição ao STF no âmbito do inquérito que investiga a ação contra ministros, para pedir a investigação do caso do TIB como ação contra ministros. Julho de 2019