Enquanto isto no Brasil . . .



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PAZ & JUSTIÇA SOCIAL


“ Nada é mais urgente diante da violência do que construir a paz. E nada é mais eficiente, para evitar a violência, do que fortalecer a paz. A paz, portanto, é o ponto de partida e de chegada, é a linha demarcatória que baliza a trajetória e o destino de qualquer sociedade. Sabemos que a desigualdade social desfigura essa marcha solidária. É preciso dar à paz seu verdadeiro nome – justiça social. Preservar a integridade física de todos os seus cidadãos é a primeira obrigação de um Estado democrático. Sem o direito à vida todos os outros direitos humanos se dissipam e perdem sentido.”

Discurso do então Presidente Lula na cerimônia de assinatura do Estatuto do Desarmamento, em 2003.


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Postado em Giridhari Das











Cantando o amor . . .






















Postado em Suspiros Poéticos



Eu quero cantar o amor

Não o amor impróprio, que se apropria de interesses

Nem o amor próprio, que de interesses se apropria

Quero cantar o amor sem demagogia

Amor verdadeiro, como se fosse o derradeiro

Amor de verdade

Teu amor, amor meu em igualdade.

Dez anos ( para trás ) em dez dias



Não adianta se beliscar que é tudo verdade. Pode até hesitar em aceitar a realidade de coisas, pessoas e situações tão inacreditavelmente insanas. Mas, fazer o quê? É o  governo que o País tem. E o mais grave: que levou o poder atrás do voto de 57,7 milhões de pessoas. Eleitores que, se pensaram antes de votar, sabe-se lá onde estavam com a cabeça ao praticar esse exercício básico que faz o cérebro justificar sua existência.

Os membros do governo de Bolsonaro refletem os eleitores do "mito". São autossuficientes, agem na cara dura, são cônscios de uma verdade que o mínimo de bom senso rejeita, criam teses mirabolantes que fogem da lógica como o demo foge da cruz. Rezam pela cartilha de filósofos e teólogos os mais estapafúrdios. De Olavo de Carvalho - o bamba do ideário que permeia o bolsonarismo - a grupos religiosos como os de Silas Malafaia e Edir Macedo. Estes, os primeiros propagadores de aberrações como o "kit gay" e a tal da "ideologia de gênero", seja lá essa joça o que for isso.

O governo chegou, essa semana, ao seu décimo dia prenhe de trapalhadas e com jeito de velho, carcomido. Nesse parco período de parco governo, uma abundância de patacoadas. Foram 11 recuos, dezenas de fake news, uma gincana maluca entre os ministros para ver quem expele a teoria mais bizarra. Da condenação do heliocentrismo, decretada por Mister Olavo, à indumentária azul ou rosa ditada pela pastora ministra Damares Alves, a que vê Deus em goiabeira. Da 3ª guerra mundial descoberta pelo comandante da Marinha, Ilques Barbosa Junior, ao despreparo ruidoso de Ernesto Araújo, o esforçado chefe do fã clube de Donald Trump, a quem foi destinado o Ministério das Relações Exteriores.

Nesse período, já foi anunciado início da "despetização" do setor público. Uma promessa do candidato que não fez campanha nem participou de debates, mas pilotou o twitter disparando bravatas a torto e à direito. Anunciar a "boa nova" coube ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni que, pinçado do baixo clero do Congresso Nacional, faz sua estreia em cargos de relativa importância. Mas a tese em si vem do onipresente Olavo, que a propaga há muito tempo em seus "cursos" online e palestras no Youtube.

Na área da Justiça, a esperada presença do juiz Sérgio Moro no comando da pasta começa a desnudar algumas realidades. O alardeado combate à corrupção, mote de campanha (de Moro e de Bolsonaro), se enfraqueceu muito com a revelação de casos esquisitos de auxiliares diretos do presidente, como o próprio Lorenzoni e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com seu processo por crime ambiental. Tudo sob o silêncio ensurdecedor de um Moro bem mais discreto que o dos tempos da Lava Jato.

Neste quesito, o caso do motorista-assessor-amigo-pagador Fabrício Queiroz é emblemático para se entender a quem se aplica as leis no novo governo. O próprio Moro já deixou à mostra o seu apreço pelo perdão do acusado como arma de julgamento. Em alguns casos, basta pedir desculpas para se safar. Em outros, como o do próprio Queiroz, nem isso; basta ser amigo do rei.

Em termos planetários, já nos jogamos debaixo da mesa dos Estados Unidos feito cachorro disposto a seguir, fiel e sabujo, o dono. Seguindo uma tendência que assola boa parte do mundo e a América Latina em particular, o Brasil caminha para se tornar um apêndice tropical dos americanos. O que já aconteceu em outros tempos, particularmente, durante o regime militar dos anos 1960/80. Mas, nada é tão ruim que não possa piorar. E agora temos a aliança com o governo de Israel, cujo premier Benjamin Netanyahu veio para a posse de Bolsonaro e passou quatro dias batendo pernas e boca por aqui, fazendo só Deus sabe o quê. O Brasil entra em um jogo perigoso e de consequências imprevisíveis.

No lado pitoresco do governo, a ministra Damares foi a grande revelação e se sobressaiu tanto pela frequência quanto pelo conteúdo de suas afirmações inacreditáveis. Segue a linha do ministro das Relações Exteriores, do ministro da Educação, do ministro da Saúde. Mas supera a todos em criatividade. No governo, nesse segmento, o terreno é fértil. Aí vale tudo, incluindo condenações ao aquecimento global, ao evolucionismo de Darwin, à Revolução francesa como nascedouro do comunismo e por aí vai. No Facebook, já se propagada que, ao final desses quatro imprevisíveis anos, a Terra será plana.

No quesito nepotismo, os primeiros dias do governo que se rotulou de diferente, sério e transparente, foram uma festa. Aí entraram na roda o vice-presidente Hamilton Mourão, com o filho promovido a uma assessoria especial do Banco do Brasil, e o próprio presidente emplacando um "grande amigo" em outra assessoria, agora na Petrobrás, além dos onipresentes filhos do presidente.

E aí vale ressaltar o papel dos três primeiros-filhos. O que eles aprontaram ao longo da campanha foi só uma prévia. Continuam deixando claro que manda quem pode e obedece quem tem juízo. Da carona no Rolls-Royce oficial em plena posse às indicações de amigos e protegidos, a demonstração de poder dos três é cabal, farta e irrefutável. São os donos do pedaço, no novo governo.

Os movimentos sociais, como previsto, começaram a ir para o brejo. Com a migração dos Direitos Humanos e das políticas para as minorias para a pasta da pastora Damares, assim como reforma agrária para a Agricultura, o Ibama para os ruralistas, as piores previsões se mostram ainda distantes do estrago que se prenuncia.

Na Educação, mais um indicado de Olavo de Carvalho, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez, começa a jogar o País na Idade Média. Faz isto através de bizarrices como o Escola Sem Partidos que restaura a inquisição e, sob pretexto de retirar no ensino a ideologia a reforça, pela direita. Uma guinada que sataniza Paulo Freire e restaura a moral e os bons costumes como foco da política educacional. As mudanças já anunciadas no Enem - a começar pelo seu novo diretor, da turma de Olavo, evidentemente -, coloca o ensino brasileiro no rumo das trevas.

Se boa parte das personagens aqui citados são até capazes de provocar risos, o responsável pelo centro duro do governo Bolsonaro nada tem de engraçado e atende pelo nome de Paulo Guedes. Cabe ao "Posto Ipiranga" o papel de enquadrar os trabalhadores, os aposentados, os meios de produção e o patrimônio do País à nova ordem nacional. Há quem defenda, inclusive, que ele se beneficia das trapalhadas, recuos e arroubos retóricos dos colegas de ministério para, na surdina, pôr em prática e primavera bolsonarista. Ou o outono do capitão. Já questionado por setores do governo, Guedes, no entanto, é o homem tido como a mola do novo poder.

Achou pouco? Pois lembre-se, meu senhor e minha senhora, que fevereiro vem aí. E com ele o novo Congresso, a começar pelos 52 deputados e ... senadores, só para falar nos parlamentares do PSL, partido do presidente. É mês que vem. E a partir daí as coisas podem piorar bastante, agora com o aval legislativo. Respire. E se segure.


Gilvandro Filho - Jornalista e compositor/letrista, tendo passado por veículos como Jornal do Commercio, O Globo e Jornal do Brasil, pela revista Veja e pela TV Globo, onde foi comentarista político. Ganhou três Prêmios Esso. Possui dois livros publicados: Bodas de Frevo e “Onde está meu filho?”


Postado em Brasil 247 em 11/01/2019


Como vencer um inimigo segundo o budismo zen




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As filosofias orientais têm uma ideia do combate muito diferente daquela que existe no Ocidente. Para muitas dessas linhas de pensamento, vencer um inimigo não é anulá-lo, eliminá-lo ou destruí-lo. Para elas, ganhar equivale a neutralizar quem quer nos prejudicar, e se possível, transformá-lo em nosso amigo.

Esta perspectiva pode parecer muito estranha para a nossa cultura. Infelizmente, em geral, a vitória sobre nossos adversários é associada com uma conquista que deve nos deixar felizes.

Isto se deve ao fato de que prevalece a ideia de que os resultados são mais importantes do que os processos, ou de que é mais importante a exaltação pessoal do que o crescimento conjunto.

O problema é que vencer um inimigo anulando-o ou prejudicando-o costuma ser uma vitória temporária e muito relativa. No fundo, estamos alimentando esse inimigo externo e nutrindo a parte mais negativa de nós mesmos.

Talvez possamos obter uma satisfação imediata ou algum bem específico, mas, ao mesmo tempo, teremos fortalecido todos os sentimentos destrutivos em nós mesmos e nos outros.

“A vitória completa ocorre quando o exército não luta, a cidade não é assediada, a destruição não se prolonga durante muito tempo, e em cada caso o inimigo é vencido pelo emprego da estratégia.”
  - Sun Tzu -


Vencer um inimigo interno ou externo?

Os inimigos podem ser externos ou internos. O zen nos diz que os inimigos internos são muito mais perigosos e destrutivos que os inimigos externos.Tais inimigos internos são a raiva, a soberba, o ódio, etc.

Todas essas paixões que são capazes de nos cegar podem nos levar a cometer verdadeiras loucuras, ações que prejudicam completamente nós mesmos.

Os inimigos externos, em contrapartida, têm um poder limitado sobre nós… salvo se lhes concedermos uma presença excessiva em nossas vidas. Eles começam a nos derrotar exatamente quando conseguem ativar nossos inimigos internos.

Sob os estados de fúria e ódio, perdemos a principal ferramenta com a qual contamos: nossa inteligência.

Portanto, os orientais nos ensinam que não é possível vencer o inimigo externo sem ter conquistado primeiro o interno. Se não conseguimos fazer isso, ficamos completamente sujeitos à influência e à determinação de nossos inimigos externos. Em poucas palavras, lhes damos uma primeira vitória.



O verdadeiro inimigo

A filosofia zen também nos convida a analisar qual é o verdadeiro inimigo. Defende que este não é realmente uma pessoa cheia de inveja, egoísmo ou ambição e que quer nos prejudicar.

Na verdade, enfrentamos exatamente a inveja, o egoísmo, a ambição ou qualquer um desses sentimentos destrutivos. E tais sentimentos e paixões estão dentro do outro, mas também podem estar dentro de nós mesmos.

Nesse sentido, vencer o inimigo é vencer esses sentimentos e essas emoções básicas, independentemente de quem seja seu portador ou de quais sejam suas intenções. Para os budistas zen, cada um de nós contribui para criar mais ordem ou mais caos no universo, dependendo de como agimos.

O conflito nos conduz ao caos. E o caos também acaba, cedo ou tarde, nos afetando. Toda ação gera uma reação e as ações de ódio aumentam o ódio. O zen propõe conquistar o inimigo, não vencê-lo. O conflito sempre é desnecessário e desgasta muito. Também traz maior decadência ao mundo.



Vencer o inimigo

Segundo o zen, todas as ações dirigidas a vencer o inimigo devem ser pensadas em prol do objetivo de neutralizá-lo. Isto é, de bloquear suas possibilidades de ação. Vamos analisar um exemplo.

Se uma pessoa faz um comentário ofensivo e você não permite que isso te ofenda, você neutralizou esse inimigo. Se tentam te prejudicar e você impede que isso aconteça através da rejeição, começará a construir um obstáculo para bloqueá-los.

Isto é impossível de conseguir se não trabalharmos suficientemente essa atitude em nós mesmos. Esse trabalho consiste em tomar uma certa distância dessas paixões e desses sentimentos negativos, e também de nos abastecermos de compaixão a fim de sermos capazes de compreender as carências e as limitações daqueles que andam pela vida querendo prejudicar os outros.

Assim como no zen, nas artes marciais também vence quem consegue evitar o combate. Se as duas partes aprendem com o confronto, então podemos falar de vitória.

A estratégia se baseia em conseguir que o inimigo se dê conta de que está gastando suas forças desnecessariamente. Que sua luta é inútil porque seu ódio, no fim, não prejudica o outro, só o leva a desperdiçar sua própria energia.





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Um gato de rua chamado Bob : a força do amor que cura e salva




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O amor de um animal nunca irá nos decepcionar. Nunca.


Marcel Camargo

O livro “Um gato de rua chamado Bob”, que rendeu uma versão cinematográfica em 2016, conta a história de vida de James Bowen, ex-dependente químico e ex-morador de rua, que conseguiu se recuperar da própria perdição com a ajuda de um gatinho chamado Bob. Tanto para os amantes de animais, em especial os felinos, quanto para leitores que gostam de histórias de amor, a leitura é agradável e encantadora.

James teve uma infância conturbada, seus pais se separaram quando ele era criança e, a partir de então, junto com sua mãe, ele se mudava frequentemente de país e, consequentemente, de escola. Não conseguindo se adequar aos papéis sociais, tendo sofrido bullying, acaba se tornando um adolescente rebelde e desajustado, a ponto de abandonar os estudos na adolescência. Sua jornada com drogas se torna intensa, levando-o às ruas, ao fundo do poço, ao anonimato urbano.


James sobrevive tocando guitarra e cantando pelas esquinas, mas nada parece fazer sentido. Quando já se encontrava em tratamento de desintoxicação, morando em apartamento subvencionado, encontra um gato machucado pelos corredores e passa a cuidar dele, dando-lhe o nome de Bob. A partir de então, sua vida muda completamente, aos poucos, mas de uma forma profundamente transformadora, trazendo a ambos experiências que estreitam os laços entre o homem e o felino. O amor chega e fica. E arrebata.



Uma das transformações mais fortes foi a humanização de James que o gato trouxe. Quando vagava sozinho pelas ruas, James não era ninguém, sentia-se um nada, pois era totalmente ignorado. Quando começa a andar e a tocar com o Bob a tiracolo, passa a ser enxergado pelas pessoas, volta a se sentir alguém que existe, alguém que é gente. Os olhos alheios voltam-se novamente para ele, que antes vivia despercebido na multidão.





Além de mudar a relação das pessoas com James, Bob também muda a percepção que o músico tinha das pessoas, do mundo. O músico passa a ter responsabilidade sobre o outro, sobre Bob. Ele ama e se sente amado de volta, tornando-se útil, porque agora tinha alguém que dependia dele. Ao mesmo tempo, como ele mesmo escreve, as pessoas passaram a julgá-lo de forma mais justa, porque somente conseguiram criar empatia em relação ao músico, a partir do momento em que ele se materializou como pessoa, com o Bob em seu ombro. 

Ler as aventuras de James e de Bob nos traz grandes ensinamentos e reflexões, simplesmente porque a história se reveste de amor, do início ao fim. A ausência de amor levou James a caminhos sombrios e autodestrutivos, dos quais somente é resgatado quando vivencia o amor, o amor recíproco e verdadeiro, junto ao gatinho Bob. Assim, ele conseguiu se amar e, amando-se, foi capaz de amar o outro, amar a vida, pois amou com volta. E se curou. E se salvou da vida e de si mesmo. E fim.



Nota da CONTI outra: uma curiosidade sobre o filme, para quem ficou curioso para ver, é que o gato que faz o personagem Bob é o próprio Bob! Logo, se você se apaixonou por ele, essa é sua chance de conhecê-lo um pouco melhor.

Segue o Trailer do filme:




Postado em Conti Outra