7 dicas para não afundar na ‘bad’ em tempos de incerteza, segundo a filosofia


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Bibiana Beck

Em tempos em que medo, ódio e as incertezas sobre o futuro ultrapassam os limites aceitáveis, é normal que muitos de nós busquemos como estratégia o isolamento. Evitar a si e aos outros pode funcionar por um tempo, mas acaba colocando nossa saúde mental em risco. Para continuarmos bem-vivendo mesmo em tempos de profunda crise, torna-se ainda mais importante (ainda que mais difícil) estar-no-mundo, apostar em autocuidado e cultivar os bons encontros.

Considero que uma das melhores coisas em ser ~de humanas~ é ter a possibilidade de encontrar pela vida outras pessoas que também são. Há alguns meses atrás ganhei um presente de um professor, desses, bem de humanas, em uma das disciplinas do curso de Psicologia. O presente era bem singelo. Nada além de uma folha de papel onde se lia: “Regras facultativas para uma arte dos bons encontros”. Algumas das teorias do Baruch Spinoza, um filósofo contemporâneo de Descartes – que infelizmente não teve tanto destaque -, estavam resumidas em alguns poucos tópicos práticos e queridos.

Partindo do princípio que vale mais construir pontes do que muros (alô, Trump), trazemos aqui uma lista cheia de valor para aqueles que precisam se manter sãos e fortes em tempos difíceis. As imagens são meramente ilustrativas:

1. “Elimine as paixões tristes”

Spinoza definiu paixões como o poder que um corpo tem de afetar e modificar sua potência e a sua existência. Paixões tristes são os encontros que enfraquecem a nossa potência. São elas a tristeza, ódio, medo, culpa, ciúme… Você há de convir que não servem para nada, né?


2. “Aprenda prazeres difíceis”

Existem prazeres que devem ser conquistados pouco a pouco, pois não são fáceis de aprender. No entanto, quanto mais a gente pratica, melhor a gente fica e mais prazer a gente sente. Para criar paixões alegres, dedique algum tempo à dança, teatro, tocar um instrumento musical, pintar, praticar yoga, surfar e, segundo o tal professor, tá valendo até o sexo com um aliado ou aliada e amar sem depender.


3. “Não seja escravo dos prazeres fáceis”

Comer, beber, fumar e/ou maratonear aquela série é bom e (quase) todo mundo gosta, né? Como diria o meme: não posso nem ver que eu adoro. Porém, o ideal é que a gente não condicione a nossa felicidade a isso ou a gente pode cair na cilada do excesso e deixar de lado outras coisas importantes válidas para que a gente consiga ter sucesso na missão de se manter de pé.


4. “Seja o governador da sua vida”

Como bem dizia Mário Quintana: “O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada a ver com isso”. Tem coisas que só nós podemos fazer por nós mesmos. Quanto antes a gente pegar nossa vida na mão com muito carinho e assumir a responsabilidade por ela (e pelas decisões que constroem as condições para que ela exista), melhor.


5. “Não queira governar a vida de ninguém”

Sim, tem sido difícil amar as diferenças quando elas parecem tão grandes e perigosas. Porém, tentar fazer os outros serem como a gente é uma gigantesca cilada. O caminho que cada um percorre para chegar até aqui é diferente. As pessoas e suas ações no mundo também vão ser.


6. “Faça exercícios todos os dias – mas só aqueles que seu corpo/alma gosta muito de fazer”

Para Espinosa, corpo e alma (ou mente, se você preferir) são indissociáveis. Por isso, ao cuidar de um você já tá ajudando o outro a se manter saudável. Porém, para ele, cuca fresca vale mais do que bumbum na nuca: de nada adianta aqueles agachamentos na academia se você não tá curtindo fazer.


7. “Respire”

Ainda tão pra inventar algo melhor do que a respiração profunda e consciente para varrer a angústia e desfazer nós. Nenhum tarja preta ajuda você a abraçar o presente tão bem quanto uma respiração profunda e lenta. Você já faz isso o tempo todo, né? É só continuar, só que direcionando mais atenção quando se sentir ansiosa ou ansioso.

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PS: Não tá na obra do Espinosa, mas a gente acredita que fotos de bichinhos também ajudam a resistir à bad. Sinta-se abraçado. 


Postado em Hypeness



Fraude na eleição e Sean Mitchell e Bryan Pitts comentam sobre as eleições 2018










Postado em TV 247 em 18/10/2018 



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Solidão. Um sério perigo para a saúde


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Quando ela não é voluntariamente assumida, por livre escolha do indivíduo, a solidão pode dobrar o índice de mortalidade após uma hospitalização por problema de cardiologia. O efeito, segundo pesquisas recentes, é mais sensível em homens do que em mulheres.

Damien Mascret – Le Figaro Santé 

Você vive sozinho? Se o médico lhe faz essa pergunta logo após sua visita a um atendimento de cardiologia, ele não o faz apenas por causa de questões práticas ou por empatia, mas sim porque a solidão, real ou sentida, aumenta consideravelmente o seu risco de morte durante o ano que virá a seguir. O que justifica a pergunta: Um coração fragilizado será mais vulnerável ao isolamento social?

“Pesquisas mostraram que os homens utilizam principalmente suas esposas como primeiro suporte, mas as mulheres com frequência encontram apoio em pessoas que não são seus maridos”, afirma Anne Vinggaard Christensen, uma doutoranda em saúde pública no centro de cardiologia da Universidade de Copenhague.

Mas essa cientista esclarece que as coisas acontecem de forma diferente para os homens e as mulheres. Christensen apresentou os surpreendentes resultados de sua pesquisa no dia 9 deste mês de junho no Trinity College de Dublin, na Irlanda, durante o congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (EuroHeartCare).


A pesquisadora se baseou nos dados de todos os pacientes hospitalizados entre abril de 2013 e abril de 2014 em um dos cinco grandes centros de cardiologia da Dinamarca, inclusive aquele onde ela trabalha, perfazendo uma amostragem de mais de 13 mil pessoas, com idade média de 65 anos. A metade tinha sido hospitalizada por infarto do miocárdio e um terço por arritmia cardíaca; as restantes por insuficiência cardíaca ou doenças das válvulas do coração. A maioria (70%) era de homens. 

Mas o que a pesquisadora descobriu é que aqueles que viviam sozinhos apresentavam um risco duas vezes maior de morrer do que os outros durante o ano sucessivo a partir da sua alta hospitalar. Um excesso de risco que não foi encontrado nas pacientes mulheres!

Homens parecem ser mais dependentes

“Pesquisas anteriores já tinham demonstrado que os homens utilizam principalmente suas esposas como primeiro suporte, mas as mulheres com frequência encontram apoio em pessoas que não são seus maridos”, explica Anne Vinggaard Christensen. “Os homens portanto parecem ser bem mais dependentes da pessoa com a qual eles vivem, do que as mulheres. Já sabíamos que existe uma associação entre uma rede social pobre e a saúde, mas a força dessa associação nos deixou realmente surpresos”.


O mais surpreendente é que o sentimento de solidão faz com que dobre a mortalidade durante o ano seguinte a saída do hospital, e isso tanto para os homens quanto para as mulheres.

Nesse estudo dinamarquês, os pacientes deviam simplesmente responder à pergunta: “Acontece com frequência que você esteja sozinho até mesmo quando preferiria estar em companhia de outras pessoas?”. “Com frequência” foi a resposta para 6% dos homens e 10% das mulheres; “às vezes” para 17% dos homens e 21% das mulheres. 

Um desafio para a sociedade

Em seu livro Loneliness, Human nature and the need for social connection (Solidão, natureza humana e a necessidade de relações sociais) o neurocientista John Cacioppo, da Universidade de Chicago – conhecido por ter demonstrado em 2003, com o uso de ressonâncias magnéticas cerebrais, a ativação de zonas dolorosas quando as pessoas são rejeitadas por um grupo no decorrer de alguma partida esportiva – insiste repetidas vezes sobre os impactos provocados pela solidão prolongada.

“A solidão não altera apenas o comportamento mas seus efeitos atuam também quando medimos os hormônios do estresse, a imunologia e a função cardiovascular”, escreve Cacioppo. “À medida que o tempo passa, essas alterações fisiológicas se agravam a ponto de levar para a sepultura milhões de pessoas”. 

O fenômeno é bastante inquietante sobretudo quando consideramos a verdadeira epidemia de solidão que se desenvolve hoje em dia, sobretudo entre os idosos.

Uma pesquisa feita em 2017 encomendada pela organização francesa Les petits frères des pauvres (Os irmãozinhos dos pobres) estima que cerca de 900 mil pessoas com mais de 60 anos, apenas na França, já se encontram em uma situação de isolamento tanto em termos de círculo familiar quanto de roda de amigos. Um desafio que a sociedade moderna deverá enfrentar também em termos de saúde pública.



Postado em Saúde 247 










Nós não queremos e não precisamos de um ditador




Algumas barbaridades de Bolsonaro


Maiores detalhes sobre a imagem acima em


http://www.tijolaco.com.br/blog/deus-acima-de-tudo-bolsonaro/









Site reúne acervo de vídeos absurdos de Bolsonaro




Vídeos de algumas das dezenas de declarações preconceituosas e até criminosas do candidato da extrema-direita a presidente, Jair Bolsonaro (PSL), foram reunidos no site www.elenunca.net; na página, os vídeos estão divididos por temas como fascismo, machismo, homofobia, machismo, racismo, violência e elitismo.




Postado em Brasil 247 em 16/10/2018


↓ Bolsonaro homenageia torturador da Ex Presidente Dilma 







O vídeo abaixo mostra, logo no começo, trecho do depoimento do Coronel Brilhante Ustra, torturador da Ditadura Militar, condenado, mas que morreu sem cumprir pena de prisão, admirado e idolatrado por Bolsonaro. E traz, também, depoimentos emocionantes de mulheres vítimas do mesmo torturador. 









Não quero te dizer em quem votar


Foto do quadro “Pátria”, de Pedro Bruno, 1919, representa a confecção da primeira Bandeira do Brasil. Pertence ao acervo do Museu da República, no Rio de Janeiro 



Longe de mim. Apenas te peço que vote sabendo das graves consequências do seu voto para pessoas que você ama, gosta, conhece.


Antonio Lassance*

Não quero te dizer em quem votar. Longe de mim. Apenas te peço que vote sabendo das graves consequências do seu voto para pessoas que você ama, gosta, conhece.

Vote para que um pai ou uma mãe, como eu, como você, possa continuar a ter o direito sagrado de abraçar e beijar seu filho ou sua filha, no meio da rua, em um shopping, na saída da faculdade, sem correr o risco de ser linchado por alguém que tenha um ataque violento de homofobia.

Vote para que as pessoas tenham o direito de serem diferentes, de serem o que bem entenderem. Vote para que elas possam andar por todos os cantos livremente, sendo o que são, sem serem hostilizadas, intimidadas, violentadas. Vote para que cada qual possa ter sua integridade garantida sem ter que fingir ser o que não é.

Vote para que as crianças sejam protegidas e não seja revogada ou menosprezada a lei que proíbe que elas sejam submetidas a castigos físicos violentos. 

Vote para que as crianças sejam ensinadas a repelir abusos e informadas a como agir para se defenderem, inclusive quando estão em seu espaço mais vulnerável: o lar. 

Vote para que o racismo, o uso da suástica, o feminicídio, a homofobia, a pedofilia, a cultura do estupro sejam coibidos, severamente punidos e, mais que isso, prevenidos. 

Vote para que professores tenham liberdade de exercitar o que aprenderam e que ensinem com base em livros de especialistas de suas áreas. Vote para garantir que eles não sejam patrulhados por grupos ideológicos que intimidam, ameaçam, e agridem professores cada vez mais. 

Vote para que livros sejam lidos e não rasgados. 

Vote para impedir que a política se torne o esporte de xingar, ameaçar e agredir. Vote para estimular que as pessoas lutem mais e briguem menos.

Vote para que as pessoas não se comportem como gado, como manada, como matilha, como horda.

Vote para que as pessoas direcionem sua raiva contra problemas, e não contra pessoas. Vote para que as pessoas sejam radicais por entenderem a raiz dos problemas, e não por serem extremistas e extremadas. 

Vote para que a verdade prevaleça sobre a mentira. Para que as pessoas sejam mais racionais e desconfiem de mensagens espalhafatosas, asquerosas e que induzem à raiva e a agressões. Vote para que as pessoas não confundam indignação com ódio. 

Vote para que todos se lembrem que religião é amor ao próximo, e não ódio, pena de morte, tortura e discriminação. 

Vote para que as pessoas aprendam que coragem não é ter uma arma na mão. 

Vote para que o Brasil possa um dia se mirar mais no exemplo de países que combateram o crime com igualdade e equidade.

Vote para que o Estado cumpra sua função social de ajudar prioritariamente a quem mais precisa, a quem não tem o que comer, onde morar, onde dormir, onde estudar, onde tratar sua saúde física e mental. 

Vote para que os governos gastem mais em educação, saúde, assistência social, meio ambiente e segurança pública do que com o pagamento de juros da dívida. Vote para que ricos paguem mais impostos, e a classe média e os pobres, menos.

Vote para que o combate à corrupção seja conduzido por organizações autônomas, e não por autômatos teleguiados por preferências partidárias.

Vote com espírito de justiça social, e não de vingança coletiva. 

Eu preparo meu voto como o poeta preparava aquela canção. Aquela em que pedia: "que faça acordar os homens e adormecer as crianças".

Mas eu preparo um voto que faça acordar todas as pessoas, não só os homens. E que faça adormecer, em paz, todas as crianças, não importando suas diferenças. As brancas, negras e indígenas. As do condomínio e as da favela. As que correm e as que andam em cadeira de rodas. As que escrevem com a mão direita e as que usam a mão esquerda. As que gostam de bola e as que preferem bonecas. 

A bandeira brasileira traz a insígnia "ordem e progresso". Apesar de inspirada no clássico lema positivista, a frase original e completa do filósofo Auguste Comte era a seguinte: 

"O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim". 

O lema de nossa bandeira, incompleto, mutilado de seu próprio coração, nos assombra ao longo de nossa história. Sempre quando nos esquecemos de que o amor é o princípio, meios e fins já não fazem o menor sentido.

É nossa sina, mais uma vez, lutar para escrever o que foi esquecido em nossa bandeira. 

Sem amor, não existe ordem nem progresso.

Essa é minha bandeira. Qual é a sua?


*Antonio Lassance é cientista político



Postado em Carta Maior em 14/10/2018



Nota

A expressão "Ordem e Progresso" é utilizada como lema na Bandeira Nacional do Brasil. Este é o lema nacional da República Federativa do Brasil a partir do momento de sua formação. A expressão "Ordem e Progresso" é a forma abreviada do lema político do positivismo, de autoria do positivista francês Auguste Comte.

O lema completo é:

"O AMOR POR PRINCÍPIO E A ORDEM POR BASE; O PROGRESSO POR FIM".

Em francês: “L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but”.

Seu sentido é a realização dos ideais republicanos: a busca de condições sociais básicas, como o respeito aos seres humanos, salários dignos etc.. e o melhoramento do país em termos materiais, intelectuais e, principalmente, morais.

Contudo, vemos que a palavra mais importante deste lema, aquela que impulsiona as seguintes, foi deixada de fora: o AMOR.

Paulo R. Simões