…atropela o corpo, atropela a alma, atropela o tempo de maturação de um experiência, de uma sensação.
A gente atropela os dias, com todas as tarefas que temos, com os deveres mais importantes, com as coisas mais relevantes, a gente não guarda 10 minutos para sentar, respirar e pensar nos passos dados, na direção dos voos. Não dá tempo de parar o atropelo para meditar sobre nós mesmos.
A gente atropela os sinais do corpo, coloca mais um antiácido no estômago, deixa o xixi pra depois, melhor responder a emergência dos e-mails primeiro. A gente atropela a mastigação do almoço com digitações no celular. A gente atropela o momento de conversa com o parceiro por coisas que temos que postar. A gente atropela um olhar, uma flor, um filosofar mais profundo com um vomitar nossas dores e falar sobre a vida dos outros.
A gente atropela nossos aprendizados diários com pensamentos que não vêm ao caso, a gente atropela a possibilidade de outros entendimentos, de outras interpretações com a nossa raiva instaurada, com a nossa dor pré-concebida, com os nossos vícios de ser o que já sabemos ser.
A gente se atropela dando ouvido demais para o que, no fim das contas, não interessa nada na nossa estrada. A gente atropela um olhar bonito, um cheiro bom, um momento único com a vontade de que as coisas cresçam e vinguem no momento seguinte.
A gente atropela um momento de chegada, uma fase de alívio, uma veia rasgada, um coração rompido. A gente atropela o luto e o sentimenro recém-nascido.
A gente atropela um abraço de uma criança, a gente atropela tantas árvores todos os dias, a gente atropela as boas ideias, a poesia falando mal do vizinho. A gente atropela as soluções com um excesso de problemas, a gente atropela a maré mansa de dentro com imposições e expectativas. A gente atropela quem não se atropela e senta um pouco todos os dias teimosamente no meio da estrada dos atropelados.
A gente atropela os dias, a geografia, a nossa história de vida. A gente atropela o te amo da mãe no telefone, a gente atropela as presenças com a nosso constante foco na falta, a gente atropela os pequenos significados com expressões gigantes que vivemos esperando aterrissar na nossa janela.
A gente atropela o silêncio, o nosso e o dos outros, atropela o futuro com nossos medos bobos, atropela o passado, manchando com nossos apegos e desgostos, atropela o presente com a acidez do desconforto de não saber mais estar na própria pele.
O cearense Ricardo Kelmer, escritor e roteirista, desenhou a camiseta com o lema “É gooooooolllpppe no Brasil”, sucesso instantâneo.
Ficou mais conhecida depois que uma senhora, a “Dona Ana”, apareceu na Fox Sports dando entrevista com ela na Copa da Rússia. Kelmer contou como surgiu sua criação em seu blog:
A ideia me veio no começo do ano: criar uma camiseta especial para a Copa do Mundo. Sim, pois eu não me sentiria à vontade em usar a camisa da seleção, com a logomarca da supercorrupta CBF, que se tornou símbolo dos paneleiros de direita em suas manifestações Fora Dilma.
Primeiramente, pensei numa assim: a camiseta amarela com foto do Maradona abraçado ao Lula, e os dizeres “Maradona es mejor que Pelé”. Sim, bem provocativa mesmo. Provavelmente, eu apanharia na primeira esquina.
Acabei optando por outra ideia: “É GOOOOOOLLLPPPEEE NO BRASIL!!!”, uma frase dividida em sete linhas, com o letreiro na estampa sugerindo, no início da leitura, um grito de comemoração de gol, mas que se transforma em um brado de denúncia política ‒ uma bem humorada pegadinha visual.
Esta me pareceu melhor. Meus sócios no bloco Simpatizo Fácil concordaram em comercializá-la, aprimoramos o desenho original e começamos a divulgar. Alguns amigos sugeriram que, além da amarela e da azul, fizéssemos também na cor vermelha, porque a democracia também sangra. E assim foi.
O resultado é que a camiseta é um sucesso de público e de crítica (com exceção dos paneleiros, claro). As postagens na internet foram compartilhadas aos milhares e recebemos centenas de pedidos de vários estados do país, e até do exterior.
Foram feitas imitações em algumas cidades, inclusive em Fortaleza. Fico gratificado que minha ideia esteja sendo usada para divulgarmos esse golpe nefasto que assola nosso país. Aliás, apesar da camiseta ter sido criada para a Copa, ela poderá também ser útil nas Eleições.
Uma curiosidade. Do total de compradores da nossa camiseta, 73% são mulheres. Mesmo considerando que algumas tenham comprado para a família e amigos, o percentual é bastante significativo. Seriam elas mais conscientes que os homens da situação política de seu país?
Ah, sabe aquela tal camiseta do Maradona?
Nós fizemos também. Nela, o craque argentino, admirador declarado do presidente Lula, exibe uma camiseta com o rosto de Lula e os dizeres “Lula Livre”, e embaixo a frase “Maradona Es Mejor que Pelé”. Folclore futebolístico e ativismo político.
Caso você deseje conhecer e adquirir a camiseta É Golpe no Brasil!, a original, o link da postagem no Facebook é este:
Frei Sérgio Antônio Görgen visitou o ex-presidente Lula na PF e trouxe a mensagem de que "Lula alimenta a fé de que vai sair da prisão e vai ajudar o povo brasileiro a recuperar a dignidade, o petróleo e o emprego"
Depois de ser barrado pela polícia estilo gestapo de Sérgio Moro, composta por policiais e “profissionais”, que taciturnos e obedientes omissos à injustiça oriunda dos porões do imperialismo golpista, assassino de inocências, contribuíram para o vexame de impedir uma visita humanitária de um dos homens mais queridos e honrados pelo Papa Francisco, o advogado e intelectual argentino Juan Grabois.
Na carta que Grabois escreve a Lula jorra o espírito do respeito, do amor e consideração pelo maior líder brasileiro, odiado e trancafiado imerecidamente pelo seviçal e boçal dos interesses opressores inteternacionais, Sérgio Moro.
Na carta de Juan explodem flores no jardim humano de compaixão da admiração do Papa por Lula. Também o carinho e admiração do próprio conselheiro de Francisco.
O texto reclama que um gesto de quem queria apenas visitar e rezar com o líder amado por todo o mundo causasse tanta celeuma, mentiras, fake news, injustiças e a famosa jogatina noticialesca também praticada por um órgão do Vaticano, a Vatican News.
Porém, é bom que se afirme que a visita barrada de Juan Grabois mexe fortemente nas injustiças praticadas pela boçalidade da lava jato, por todo o judiciário brasileiro, omisso, covarde, mentiroso e conivente com a injustiça que Lula e o povo braseileiro sofrem.
A negativa dolorosa e sem vergonha sofridas por Grabois estampa na cara do mundo a divisão altamente pecaminosa dos donos da Cúria Romana no Vaticano, suspeitos do assassinato do Papa Sorriso, João Paulo I, morto envendenado em pleno sono, dos males feitos pelo pontificado de João Paulo II e das perseguições que o próprio Papa Francisco sofre por optar, por fé e amor, pela defesa da Pátria Grande, a América Latina, em cujo Continente se pratica, desde as invasões coloniais erupeias, as maiores atrocidades contra nossos nativos e, agora, o massacre dos trabalhadores e dos pobres.
Leia abaixo a carta de Juan Grabois publicada na sua conta no Facebook dirigida ao ex presidente Lula, a quem o emissor admira com afeto e carinho.
Querido Lula:
Ontem eu saí do Brasil muito angustiado. Como sabes, impediram-me de te visitar de forma injustificada, arbitrária e mal-educada. Depois, visitei os meus irmãos e irmãs provadores, carrinheiros, camponeses, favelados, professores, servidores públicos, operários e integrantes de diversas pastorais. Pude sentir a dor do seu povo, partilhar a sua impotência perante a injustiça, a sua revolta perante a perseguição do seu máximo dirigente. Notei também a enorme deterioração institucional, social e política que o Brasil sofre por causa da ambição de poucos que concentram o poder e impedem que as diferenças se apaziguamento nos quadros da democracia.
O drink mais amargo, porém, me esperava no aeroporto de Curitiba. Foi aí que soube que estavas a ser atacado nos meios de comunicação social e redes sociais. Dizem que mentiu sobre o Rosário enviado pelo Papa Francisco. Acontece que tu, preso e incomunicável, também mentem! Com espanto vi que os seus inquisidores indicavam que a fonte da sua calúnia era o próprio Vaticano. Maior foi a minha surpresa quando confirmei que numa página da internet chamada Vatican News tinham publicado um texto em português agressivo, cheio de imprecisões e erros de redação.
A comunicação desta página não pode ser considerada oficial, mas, com efeito, trata-se de um local dependente do secretariado de comunicação do Vaticano. Enquanto Lia, não podia sair do meu espanto. Evidentemente, um editor desse site, sabe Deus com que intenção ou a pedido de quem, quis causar um tumulto e conseguiu. Quando pude reclamar com os superiores, a nota foi removida do site e substituída por uma adequada, mas o dano já estava feito. Infelizmente, os meios que espalharam até o paroxismo a suposta desmentida alegria não visualizaram a nova nota com a informação correcta. Será que vivemos na era da pós-verdade?
Nunca revelei o conteúdo de um encontro com o Papa Francisco porque sou leal, o respeito e admiro muito. Além disso, sei que o seu apoio aos movimentos sociais e aos pobres lhe traz mais do que uma dor de cabeça. Como sabes, ele também sofre o ataque sistemático dos fariseus e herodianos dos nossos tempos. No entanto, tendo em conta as circunstâncias, sinto-me na obrigação de te contar como foram as coisas. Em meados de maio estive no Vaticano para visitar o Papa Francisco, que me honra com uma amizade que não mereço, ama a pátria grande e – como ele mesmo indicou – está preocupado com a situação actual.
Como sabes, é muito claro e frontal, não precisa de porta-vozes e eu nunca quis ser. Sofro muito quando a mídia me coloca nesse lugar. Eu apenas tento ajudar no diálogo com os movimentos sociais, algo que tenho feito desde que nos conhecemos em Buenos Aires, há mais de dez anos, lutando por uma sociedade sem escravos nem excluídos. Neste momento, colaboro com o dicastério para a promoção do desenvolvimento humano integral que preside o cardeal Peter Turkson com quem organizamos os três encontros mundiais de movimentos populares e outras atividades para promover o acesso à terra, ao teto e ao trabalho como direitos essenciais.
Por esses dias de maio, meus amigos dos movimentos populares do Brasil me ofereceram a possibilidade de te visitar. Fiquei muito satisfeito porque admiro o que fizeste como presidente pelos mais pobres e tenho a certeza de que és alvo de uma perseguição política, tal como Nelson Mandela e tantos outros dirigentes políticos na história recente. Aproveitei, então, aquela visita ao Vaticano para conversar com o papa sobre a situação e pedir-lhe um rosário abençoado para te levar a ti. Assim foi. É incrível que um gesto tão simples de solidariedade e proximidade do papa, um objeto que serve para rezar, gere tantos problemas, mas não é a primeira vez e o Vatican News é responsável por ter permitido que se publique essa nota tão inapropriada e falta de profissionalismo. O seu responsável pediu-me perdão e perdoo-lhe, porque todos podemos cometer erros. Mas também sei que houve danos graves.
Também quero esclarecer que, quando me negaram ver-te, pedi aos teus colaboradores que te levassem o Rosário, exportando expressamente que vinha da parte do papa com a sua bênção. Por esse motivo, o que eles afirmaram na sua conta do Facebook – erroneamente denunciada de fake news e ameaçada com a censura – é simplesmente o que eu lhes disse: a verdade. Entrego esta carta aos teus colaboradores com a autorização expressa de que a postem se lhes serve para amenizar o dano causado, embora temo que aqueles que odeiam esse operário que tirou da fome a quarenta milhões de excluídos e colocou de pé a América Latina em frente aos seus colaboradores. Os poderes globais não vão dizer a verdade.
Te peço perdão pelo que aconteceu e te deixo um abraço fraterno, Latino-Americano e solidário.
Rezo pela tua liberdade, o teu povo e a nossa pátria grande.