TERRA, AR, FOGO ou ÁGUA : você tem que saber mais sobre a influência que o elemento do seu signo tem na sua vida



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Marlyse Niero

Quando falamos em signos, não podemos esquecer que quatro elementos regentes da natureza os influenciam. Esses elementos são primordiais e foi sua exata combinação que resultou na vida como a conhecemos. São eles: Terra, Ar, Fogo e Água.

A Terra é milenarmente conhecida, em diversos os mitos, como o elemento de formação do homem: O Criador formou, pois, o homem do barro da terra. Do pó vieste e ao pó voltarás!

O Ar é a essência de nossa vida e morte: no ar está o oxigênio que respiramos, imprescindível à manutenção da vida, mas também responsável pela nossa morte, pois provoca a decadência de nosso corpo através da oxidação e da atuação dos radicais livres.

O Fogo é fonte de energia vital para nossa sobrevivência, pois nos aquece quando preciso e transforma a matéria. Umas das benesses do fogo, em nossa vida, foi utilizá-lo para preparar nossos alimentos. Cozidos, eles duram mais e demandam menos trabalho e tempo desperdiçado na sua busca. Esse tempo extra que o homem ganhou, ao colocar o fogo a seu favor, em todas as suas potencialidades, foi aplicado no desenvolvimento da civilização e da formação das diversas culturas.

A Água é outro elemento essencial para a vida, pois nosso corpo e nosso planeta é formado, na sua maioria, por ela. Antes de nascermos, estávamos imersos, no ventre de nossas mães, no ambiente líquido. A água, portanto, alimenta, alivia a sede, nos revigora e cuida de nossa saúde, através de suas propriedades minerais.

Consequentemente, pela sua real importância, três de cada um dos doze signos do zodíaco, pertencem a cada elemento, como iremos discorrer abaixo.

Vale ainda salientar que, como somos pessoas altamente complexas, nossas características não apenas são identificadas pelo nosso signo solar. Este signo nos mostra, muitas vezes, nossas preponderâncias. Mas isso não quer dizer que sejamos ou tenhamos exatamente as características dele. Para o autoconhecimento através os signos, é necessário que façamos nosso Mapa Astral. Ele nos mostra, com certeza, onde estava o sol no momento e hora de nosso nascimento, qual nosso signo ascendente, que nos influencia muito, geralmente a partir de nossa vida adulta, bem em que casas e signos estavam os outros planetas e a lua na oportunidade em que viemos à luz.

No entanto, se você não fez seu mapa astral, é desejável se guiar de forma discricionária pelo seu signo solar, o que lhe ajudará bastante, conjuntamente com sua própria intuição sobre si. Se você tem conhecimentos sobre o seu signo ascendente, é aconselhável que, do mesmo modo que se informa sobre seu signo solar, informe-se sobre ele para conhecer de forma abrangente, seus atributos e capacidades.

Quando um profissional fala sobre as características dos signos, ele não erra ou acerta. Ele aponta caminhos a serem seguidos, com parcimônia, aos que desejam conhecer-se intimamente. O desvendar dos signos ajuda na nossa caminhada interior, mas é sempre bom lembrar que esta é uma estrada única, a se percorrer sozinho! Os signos, principalmente solares e ascendentes, são uma bússola apontando a direção a ser seguida, mas as veredas a serem percorridas são do arbítrio de cada ser.

Assim, para ajudar nos mistérios que trazemos interiorizados, discorreremos hoje, sobre os elementos regentes de cada signo e o que eles revelam para cada trio astrológico a eles pertencentes:

TERRA, elemento regente dos signos de TOURO, VIRGEM e CAPRICÓRNIO


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“Somos da Terra e temos os pés bem fincados no chão! Gaia conduz nossa vida com disciplina e discernimento! Somos a força basilar do planeta e agimos com cautela e moderação!”

Os signos regidos pelo elemento terra são sempre os mais ponderados do zodíaco! Tem inteligência aguçada e são excelentes em situações de ordem material. Nunca esmorecem diante de adversidades, solucionando-as de forma prática, pois sabem achar caminhos simples na resolução de problemas complexos.

Também são ótimos conselheiros, pois conseguem enxergar os dois lado de uma situação e não raro, se colocam no lugar do outro, para entender o que ele está pensando.

Muitas vezes, são dotados de uma fortaleza emocional construída a base de decepções e desentendimentos, por isso valorizam a estabilidade, tendendo a procurar relacionamentos estáveis à grandes aventuras.

São amantes da natureza e se engajam em causas ecológicas, pois entendem mais do que ninguém, que a Terra é nosso lar e que precisamos preservá-la. Adoram a experiência terrena e desejam ter uma vida longa.

Não gostam de improvisação e são avessos à surpresas. Podem ser considerados teimosos por quem não os compreenda, pois preferem não ousar a errar. Por isso, há quem entenda que são lentos e saudosistas. Na verdade, tem o dom de buscar no passado soluções para problemas futuros, por isso apreciam a companhia de pessoas idosas e dão valor à sua sabedoria e conselhos.

Experiência e a maturidade compõe a personalidade dos signos regidos pelo elemento terra e determinam seu modo de agir na coletividade.

AR, elemento regente dos signos de GÊMEOS, LIBRA e AQUÁRIO


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“Somos do ar e transitamos por todas as dimensões conhecidas. Não há barreira que nos impeça, podemos chegar a todos os lugares e mentes! Éolo conduz nossos dons de forma plena e criativa! Somos a liberdade em ação!"

Os signos atribuídos ao elemento ar são os mais comunicativos do zodíaco, sendo pessoas agradáveis e conquistadoras.

Como o ar penetra nos mais ínfimos nichos, sabem penetrar na mente das pessoas e perceber o que lhes agrada. E utilizam esse dom para seduzir e surpreender o outro.

Tem uma espiritualidade aguçada e se interessam pelo oculto, mas sempre de forma psicológica, a fim de conhecer mais a si mesmo e aos que lhe rodeiam, além de serem grandes pesquisadores das ciências humanísticas, se interessando por filosofia, cultura, artes, história e cosmologia.

São deveras intuitivos e ótimos para se confiar problemas de ordem emocional e sentimental, pois têm uma visão holística e saberão aconselhar de maneira prudente a quem sofre por amor, problemas familiares, rejeição e dores da alma. Mas não se interessam por questões materiais e financeiras.

Por serem regidos pelo ar, alguns nativos se perdem de sua essência e volitam à deriva de seus próprios sentimentos, se aventurando em terrenos pouco confiáveis e que trarão decepções certas. Acabam, portanto, utilizando essas decepções e experiências para ajudar pessoas, embora muitas vezes tenham tendência a repetir os próprios erros, por amar tanto a aventura e a liberdade.

São pessoas que não podem ser detidas quando entram em um conflito e vão até as últimas consequências, se entendem estar certos. Amam o calor das batalhas e morreriam como heróis por suas opiniões. Acreditam que a Terra seja apenas um local de passagem e não tem apego à vida terrena.

Seu senso de Justiça é superior e sempre se envolvem em causas que demandam a conquista de liberdades, como direitos da mulher, das minorias, igualdades de escolha sexual, igualdades raciais, religiosas, entre outras de mesmo estilo.

Conseguem entender o gênero oposto e muitas vezes pensam e agem como ele, o que é uma característica surpreendente, que pode confundir pessoas com quem se relacionam e até ferir almas despreparadas em entender esse viés que apresentam.

Percepção global e grande compreensão das diversidades, são pontos fortes das personalidades dos signos regidos por ar e influenciam sua ação em sociedade.

FOGO, elemento regente dos signos de ÁRIES, LEÃO e SAGITÁRIO


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“Somos do fogo, e somos radiantes de vida e originalidade! Hefestos nos moldou nas altas temperaturas de sua forja e nada se oporá à nossa vontade férrea! Somo líderes afeitos a grandes decisões!”

Os nativos dos signos pertencentes ao elemento fogo são muito positivos e vibrantes! Eles também usam a sedução para encantar as pessoas ao seu redor, entretanto, com o objetivo de liderá-las e encaminhá-las.

Entendem ser sua missão a salvação do outro e por isso são generosos ao tratar com o problema dos que os rodeiam, gostam de ouvir e opinar, embora não admitam ser contrariados.

São seres passionais e, quando abraçam uma causa, vão até as últimas consequências, sendo os signos mais ativistas do zodíaco.

Sua energia é contagiante e sabem empolgar, desde uma só pessoa, até uma multidão.

Por serem signos empreendedores e muito irrequietos, tendem a aderir sem pensar a questões um pouco duvidosas e sofrem muito quando descobrem que as suas opções não foram as acertadas.

Têm ideias autênticas e explosivas que defendem com empolgação, mas pouco discernimento.

São pessoas da surpresa, do agora, da ação! Não admitem a inércia ou o deixar para depois. Gostam de ousar e obter resultados rápidos e por isso podem ser mal compreendidos em suas boas intenções. Contudo, são caridosos e capazes de grandes atos de altruísmo.

Quando os conhecemos a fundo, compreendemos sua grandeza e que são pessoas benevolentes, do tipo que coloca sua própria vida em risco para salvar alguém.

Um ser de signo regido por fogo será sempre um companheiro leal que jamais deixará alguém passar por uma situação adversa sem o devido apoio. É uma mão amiga para qualquer ocasião.

Heroico e confiante, sua personalidade transcende força e originalidade e assim age no mundo, propondo transformações constantes.

ÁGUA, elemento regente dos signos de CÂNCER, ESCORPIÃO e PEIXES


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“Somos da água e somos uma fonte inesgotável de emoções. Tétis nos presenteou com a capacidade da empatia e com uma memória prodigiosa. Somos amorosos, compreensivos e excelentes cuidadores."

Os nativos dos signos do elemento água são seres que zelam pelo outro. São dotados de grande amor maternal, paternal e filial. Não obstante, gostam de cuidar das pessoas de seu núcleo, apresentando uma certa insegurança ao estabelecer conexões com pessoas de fora do círculo em que vivem.

Portanto, são seres a serem conquistados, e quando magoados, custam a se afeiçoar novamente a quem lhes magoou, pois que dotados de uma memória emocional sensível.

Entretanto, quando estimam alguém, são extremamente dedicados e comprometidos com a felicidade do outro.

Procuram conviver em harmonia, deixando muitas vezes de falar o que sentem, guardando sentimentos que lhes prejudicam internamente.

Podem parecer pessimistas, por vezes, e muito irritados. Mas isso se deve ao fato de serem sonhadores e sentirem-se frustrados quando esses sonhos demoram a concretizar-se, pois colocam suas expectativas mais no outro do que em si próprios.

São altamente intuitivos. Se uma pessoa, sob a regência da água, lhe disser para não fazer algo, ou não interagir com determinada pessoa, pode ter a certeza que um fato negativo ou uma decepção irá ocorrer, caso você ignore esse conselho.

Não são signos com os quais se pode aventurar ou brincar, pois a profundidade de seus sentimentos exige estabilidade e segurança.

Portanto, exigem um amor franco, sólido e leal. Se identificam essas qualidades no outro, podem ser incrivelmente fiéis, dedicados e extremosos em seus préstimos, além de serem seres que possibilitam ao outro desenvolver suas aspirações e ajudar a realizá-las, como uma forma de compensação pelo bem que lhes fazem.

Honestos e trabalhadores, seu modo de ser se traduz em atitudes abnegadas em prol de seu meio, atuando com caridade e se compadecendo pela dor do outro.



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Plantas de cocina


Carta da escritora Luciana Hidalgo a Lula: “o senhor fez uma revolução”






Querido presidente,

O que o senhor fez no Brasil foi uma revolução. Não uma Revolução Francesa, que guilhotinou cabeças da realeza para exigir na marra liberdade, igualdade, fraternidade. Não, o senhor não cortou cabeças, nem expulsou ricos de suas propriedades privadas como a Revolução Russa, tampouco roubou a poupança das classes abastadas (como aquele presidente eleito no Brasil em 1989 roubou). O senhor manteve as elites ricas e contentes, mas foi mexendo dia após dia nos mecanismos de poder que excluíam perversamente os pobres da nossa sociedade e negavam o que todo país decente deveria garantir: sua cidadania, isto é, sua dignidade.

Por isso, de início, querido presidente, seus microgestos, sutis, pouco saíam nos jornais, mas abalavam gradativamente as estruturas viciosas do poder. Sou leitora de Michel Foucault e atesto que o senhor fez genial e intuitivamente, na prática, num país periférico e violento, muito do que esse célebre filósofo francês teorizou sobre micropoder. O senhor modificou, programa após programa, a microfísica do poder no Brasil.

Explico como: logo de início o senhor abriu crédito para ajudar pobres a comprar eletrodomésticos básicos; subsidiou a compra de tintas e materiais para que construíssem suas casas; criou o Banco Popular, ligado ao Banco do Brasil, permitindo que pobres tivessem conta em banco; levou iluminação elétrica aos recantos rurais mais atrasados pela escuridão (Luz para Todos); criou o Bolsa Família, tirando 36 milhões de brasileiros da miséria e obrigando seus filhos a voltar à escola; levou água para milhões de brasileiros que sofriam com a seca no interior semiárido (programa Cisternas, premiado pela ONU); inventou Minha Casa Minha Vida, distribuindo moradias Brasil afora; criou Farmácias Populares que vendiam medicamentos com descontos para a população de baixa renda; implementou cotas raciais e sociais em universidades, contribuindo para que jovens negros e/ou vindos de escolas públicas pudessem estudar e no futuro talvez escapar de serem assassinados nas ruas do Brasil; implantou o Prouni (Universidade Para Todos), oferecendo bolsas para alunos de baixa renda estudarem em faculdades particulares; aumentou o salário-mínimo acima da inflação; etc.

Não me beneficiei pessoalmente de nenhum dos seus programas sociais, querido presidente. Sou brasileira privilegiada, nascida numa classe média da zona sul carioca. Fui jornalista nas maiores redações do Rio (Jornal do Brasil, O Globo, O Dia), depois virei escritora (premiada com dois Jabuti), fiz um doutorado e dois pós-doutorados em Literatura, na Uerj e na Sorbonne. E é justamente por isso, por tudo o que li, vi e aprendi, sobretudo na França onde morei durante anos, que posso dizer: países europeus só se desenvolveram porque aplicaram e aplicam projetos como os seus. Na França, por exemplo, o salário-mínimo é de uns R$ 4 mil (graças a décadas de greves e manifestações de trabalhadores “vândalos” por melhores salários); o seguro-desemprego dura de dois a três anos para que o desempregado não caia na miséria; há “locações sociais” que garantem moradia aos menos privilegiados; todos os remédios receitados nos hospitais públicos são dados ou subsidiados pelo governo etc.

O problema, querido presidente, é que quando uma parte da elite brasileira visita Paris, só vê a grande beleza. Finge não ver que aquela beleza só se sustenta graças à aplicação justa de impostos. Sim, as classes mais abastadas de lá têm consciência política, sabem que o equilíbrio social depende delas. No Brasil não. Tem brasileiro que gasta milhares de euros em turismo na França e na volta reclama dos R$ 300 dados mensalmente aos beneficiados do Bolsa Família.

Sim, querido presidente, é difícil entender a mentalidade desses que frequentaram os melhores colégios particulares do Brasil. Até entendo, já que eu mesma cursei um dos melhores colégios particulares do Rio e não aprendi grande coisa. Lá não havia disciplinas como Literatura ou Filosofia, por exemplo, que nos ajudariam a ter um pensamento mais crítico. Que pena.

Só aprendi o que era o mundo quando comecei a encarar a miséria do meu país de frente em vez de virar a cara ao passar por ela na rua. Ainda na adolescência participei de um grupo que dava comida para os sem-teto no Rio e pude ouvir suas comoventes histórias de vida. Depois virei jornalista e passei a ouvir mais pessoas, das mais variadas origens, das favelas, dos interiores, e suas justas reivindicações.

Portanto, saiba, querido presidente, que não só o povo beneficiado pelos seus programas sociais está ao seu lado. Somos muitos escritores, artistas, professores de escolas e universidades, pessoas premiadas, com títulos, das mais diversas profissões. Justamente por termos lido tanto (livros, não apenas jornais e revistas), viajado, justamente porque conhecemos o Brasil profundo, entendemos a grandeza do que o senhor fez. Nós também somos esse povo.

Aliás, há inúmeros políticos, historiadores, intelectuais estrangeiros nas maiores universidades da Europa que também o admiram. E se escandalizam, por exemplo, quando ouvem comentaristas brasileiros dizerem de forma tão elitista que o eleitor de Lula é “povão”, “nordestino”, “ignorante”, “petista”, “lulista”, “petralha”, “fanático”. Intelectuais estrangeiros se chocam com a criminalização de pobres, negros, índios e da própria esquerda no Brasil. E também se chocam quando o xingam de “populista”, como se o senhor usasse o povo. Ora, ora, mas o senhor é o povo.

No mais, querido presidente, não entrarei no mérito do seu julgamento. Primeiro porque não acredito em condenação sem provas. Segundo porque desde o golpe de 2016, que tirou do poder uma presidenta eleita pelo povo, desde o dia em que ficou provado (e gravado!) o conluio entre os Poderes “com o Supremo, com tudo”, não acredito mais nas nossas instituições.

Claro que a Lava Jato é importantíssima para o país, mas o partidarismo seletivo e o gosto pelo espetáculo a diminuem. Talvez por isso grandes juristas estrangeiros têm apontado falhas absurdas no processo que o condenou, querido presidente. Como disse o advogado inglês Geoffrey Robertson em entrevista recente à BBC de Londres, “o Brasil tem um sistema de acusação totalmente ultrapassado, em que o juiz que investiga, supervisiona a investigação, é o mesmo que julga o caso – e sem um júri!”. Outro jurista disse o mesmo num artigo no jornal The New York Times. Enfim, como acreditar numa justiça personalista, que num piscar de olhos pode beirar o justiçamento?

Nessas horas me lembro do que dizia Foucault: “Prender alguém, mantê-lo na prisão, privá-lo de alimentação, de aquecimento, impedi-lo de sair, de fazer amor, etc., é a manifestação de poder mais delirante que se possa imaginar. (…) A prisão é o único lugar onde o poder pode se manifestar em estado puro, em suas dimensões mais excessivas, e se justificar como poder moral.”

Sabe, querido presidente, quando a perseguição ao senhor começou na mídia, me lembrei do Betinho. Quase ninguém mais se lembra dele, o sociólogo Herbert de Souza, que criou associações de combate à fome e de pesquisa sobre a Aids nos anos 1990, quando os programas sociais do Estado eram insignificantes. Pois bem, esse cara, que devia ser coroado por seu esforço descomunal pelos pobres, um dia acordou sendo linchado da forma mais violenta pela imprensa por ter recebido doações de bicheiros. Os “puros” do país o atacaram de todos os lados, logo ele, “o irmão do Henfil” ex-exilado, hemofílico e soropositivo, tão magrinho, fiapo de gente, um dos poucos a combater a fome no Brasil. Mas não, para os “puros”, nada do que ele fazia pelos pobres compensava esse grande “erro”. Como se no Brasil houvesse dinheiro realmente “limpo”.

É, querido presidente, são assim os “puros”, os que não entendem a complexidade das lutas, os que fecham os olhos para as falcatruas dos ricos mas lincham o menino de rua da esquina, os que defendem uma ética que eles próprios não têm no dia a dia, enrolados em seus conchavos, compadrios, sonegações de impostos, corrupções de todo tipo. Das minhas andanças pelos bastidores do poder, posso dizer: os “puros”, mal acordam, já loteiam a alma.

É claro, querido presidente, que o senhor, além dos acertos, também cometeu erros. Quem não erra? Confesso que no início do seu governo estranhei, por exemplo, a sua aliança com a escória da política brasileira (PMDB etc.). Mas logo entendi que sem isso nenhum, nenhum, nenhum dos seus programas que revolucionaram o Brasil seria aprovado. Não sem esse toma-lá-dá-cá, não sem o cafezinho com o inimigo. Sonho sim com uma política pura, mas como, quando, se nunca, nunca, nunca foi assim nesse país?

Não vou, portanto, enumerar seus erros porque seus acertos os superam imensamente. Só a partir do seu governo entendi que a política pode muito mais do que o assistencialismo. Enquanto meus amigos e eu dávamos 50 quentinhas numa noite aos sem-teto do Rio, o senhor, com nossos votos, tirava milhões da miséria. Milhões de brasileiros.

O senhor acreditou antes de tudo na política, não em revoluções sangrentas radicais, para mudar o Brasil. E mudou. Não sou “lulista” nem “petista” (nunca me associei a partido algum), muito menos “petralha”. Mas, graças ao senhor, agora eu e milhões de brasileiros passamos a acreditar na política. E só por isso vale lutar.

Fico por aqui, no aguardo das eleições de outubro de 2018, quando um presidente de esquerda retomará o rumo desse Brasil desgovernado pelo conluio entre Poderes e onde, devido à corrupção, à leviandade e ao partidarismo das instituições, ideias fascistas se proliferam como bactérias.

Um grande abraço da
Luciana Hidalgo



Postado em DCM em 05/05/2018