Leonardo Boff nos ensina amizade e dignidade





O jornalista Mauro Lopes destacou fotografia simbólica, de Eduardo Matysiak, que mostra o momento político em que vive o País ao retratar o teólogo Leonardo Boff sentado à entrada da Polícia Federal em Curitiba nesta manhã, onde o amigo e ex-presidente Lula é mantido como preso político.

" É uma cena com um acento de tristeza, mas que ensina amizade, dignidade, vida de compromisso. Dois homens já velhos mostram-nos pelo exemplo que o máximo de divino é o máximo de humano", diz Lopes.   



Boff acompanhou o prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel na tentativa de visitar Lula na PF, que foi impedida por uma juíza.


Postado em Brasil247 em 19/04/2018



A mesquinharia de Moro e a grandeza de Lula



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Mitos e verdades sobre o uso da maconha



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O uso da maconha ou cannabis sativa se tornou ainda mais popular na última década. Apesar de ser uma das drogas mais consumidas, até hoje muitas pessoas têm informações incorretas sobre os benefícios e possíveis danos do uso da mesma. Ou seja, seu consumo foi ampliado, mas o tipo de informação que se conhece sobre os efeitos da maconha não foi melhorado. Além disso, os mitos que giram em torno dela são tão numerosos quanto perigosos.


Portanto, neste artigo vamos explicar os principais mitos e verdades sobre o uso da maconha. Veremos algumas das ideias mais comuns sobre o uso da maconha, como seus possíveis efeitos terapêuticos, se é ou não uma droga que vicia e se ajuda na concentração e na criatividade.

Efeitos terapêuticos do uso da maconha, eles realmente existem?

A maconha, em termos gerais, tem vários tipos de canabinoides (compostos de maconha), pouco mais de 100. Embora os efeitos psicoativos da maconha sejam em grande parte devido ao canabinoide THC, o mais poderoso potencial médico terapêutico é o do canabinoide CBD. A maconha para uso terapêutico deve ser consumida por via oral e não fumada, uma vez que o dano pulmonar gerado pelo fumo pode não compensar os efeitos terapêuticos.


Ou seja, ao consumir maconha, vários tipos de canabinoides são ingeridos; o mais conhecido e procurado pelos usuários da maconha é o Delta-9-Tetraidrocanabinol (THC), embora os efeitos terapêuticos sejam obtidos do canabidiol (CBD). Este, quando tem indicações terapêuticas, pode ser consumido apenas por cápsulas, óleos ou soluções contendo CBD. Não é necessário nem saudável buscar os efeitos terapêuticos do CBD através do consumo da maconha.

“As drogas são inimigas do futuro e da esperança, e quando lutamos contra elas, lutamos pelo futuro”.   - Bob Riley -

O CBD em si tem demonstrado, através de estudos científicos, ter benefícios terapêuticos. Entre os benefícios do CBD estão: anti-inflamatório, antiemético, anticonvulsivante, ansiolítico e antitumoral. Todos eles são os efeitos terapêuticos mais conhecidos do CBD, sendo que não é essencial obter o CBD através do consumo de maconha, pois existem preparados especiais para obter os benefícios terapêuticos desse tipo de canabinoide.

O uso da maconha gera dependência? Você pode se tornar viciado em maconha?

A resposta para estas duas perguntas é sim. O consumo da maconha gera dependência, porque é uma substância psicoativa que modifica o funcionamento das vias de reforço cerebral (área tegmental ventral e núcleo accumbens). Mesmo que a interrupção do uso da maconha não tenha uma síndrome de abstinência com sinais importantes e sintomas físicos, não significa que não gere dependência. A maconha em si é uma droga viciante.

Da mesma forma, até o momento, os sinais e sintomas que compõem a síndrome de abstinência da maconha foram estudados e identificados. Os critérios diagnósticos para esta síndrome de abstinência, de acordo com o manual do DSM 5, são os seguintes:

A. Interrupção abrupta do consumo da maconha, que tenha sido intenso e prolongado (por exemplo, consumo diário ou quase diário, durante um período de vários meses, pelo menos).

B. Ocorrência de três (ou mais) dos seguintes sinais e sintomas aproximadamente dentro de uma semana após o Critério A:

  • Irritabilidade, raiva ou agressividade.
  • Nervosismo ou ansiedade.
  • Dificuldades para dormir (isto é, insônia, pesadelos).
  • Perda de apetite ou peso.
  • Inquietação.
  • Desânimo.
  • Pelo menos um dos seguintes sintomas físicos que causam desconforto significativo: dor abdominal, espasmos e tremores, sudorese, febre, calafrios ou dor de cabeça.

C. Os sinais ou sintomas do Critério B causam sofrimento significativo ou prejuízo nas áreas de relacionamento social, no trabalho ou outras áreas importantes de funcionamento.

D. Os sinais ou sintomas não podem ser atribuídos a qualquer outra condição médica e não são melhor explicados por outro transtorno mental, incluindo intoxicação ou abstinência de outra substância.

Assim, se uma pessoa sente estes sintomas após a interrupção do consumo de THC, estamos diante de um caso de síndrome de abstinência de maconha, e este é o resultado de mudanças no cérebro provocadas pelo uso desta droga a longo prazo. Em suma, a verdade é que a maconha é uma droga que vicia e, sim, causa abstinência. Embora seja legal em alguns países, não significa que não seja viciante.


A maconha é uma substância natural e, portanto, seu consumo não causa danos significativos ao nosso corpo. Isso é verdade?

Este é o mito mais difundido e mais refutado pela pesquisa científica. As principais consequências negativas do uso da maconha são observadas no funcionamento cognitivo de nosso cérebro (memória, atenção, raciocínio) e no sistema imunológico (as defesas do nosso corpo). Portanto, falamos de dois efeitos nocivos: problemas neuropsicológicos e problemas no sistema imunológico.



Desta forma, o consumo de maconha provoca um pior desempenho na memória, tanto a curto quanto a longo prazo. Também foi demonstrado que o THC, a longo prazo, causa dificuldades significativas na retenção de novas informações e na concentração. E tudo isso é observado quando se compara um grupo de pessoas que consomem maconha com relação a outro grupo que não consome, da mesma idade, sexo, cultura e nível educacional.

“ Eu gostaria que os fãs fizessem meditação em vez de usar drogas.”   - Ringo Starr -

Além disso, a nível do sistema imunológico, o uso da maconha faz com que este sistema trabalhe menos e com menos eficiência. Tecnicamente falando, o THC “deprime” o sistema imunológico, o que, a longo prazo, nos torna mais propensos a doenças de todos os tipos, e principalmente a doenças autoimunes ou carcinogênicas. Também devemos ter em mente que entre os efeitos do consumo da maconha muitas vezes se encontram o nervosismo e a ansiedade. Essas duas experiências também prejudicam o sistema imunológico, pois estão intimamente relacionadas às nossas experiências emocionais.

Portanto, mesmo que seja uma substância natural, tem efeitos prejudiciais para o organismo e, além disso, quando consumido pela via pulmonar, ao fumar, as consequências negativas da combustão e do monóxido de carbono são obtidas. Nesse caso, natural não é igual a inofensivo.

Existe alguma relação entre o uso da maconha e uma maior criatividade?

A relação entre a maconha e a criatividade é complicada de entender. Por um lado, é verdade que inibir o lobo frontal – e as limitações sociais que nele existem – nos ajuda a sermos mais criativos. No entanto, para melhorar a criatividade há maneiras muito mais eficazes (e menos perigosas) do que consumir maconha. O estudo aprofundado da área artística em que trabalhamos (pintura, fotografia, cinema, música, etc.), juntamente com a exposição a estímulos artísticos e novos, favorece notavelmente a criatividade.




A maconha pode deixá-lo mais criativo, mas apenas a curto prazo, apenas sob os efeitos do THC, e por outro lado, não ajudará em um aspecto fundamental se você quiser que a criatividade dê frutos: a perseverança. O uso da maconha pode aumentar a criatividade, mas ao mesmo tempo, atrapalhar sua capacidade de ser constante. A maconha pode fornecer muitas ideias novas, mas em contrapartida, ela vai atrapalhar o processo necessário para realizá-las.

Finalmente, se uma pessoa decide consumir maconha apesar dos efeitos nocivos, é muito importante levar em conta as diretrizes para o consumo responsável, como: ter informações exatas sobre o que está sendo fumado (tipo de planta, quantidade de THC, pesticidas, toxinas adicionadas), manter hábitos alimentares saudáveis, praticar exercícios físicos e evitar usar maconha para conseguir dormir. Lembre-se de que um psicólogo especializado em vícios pode ajudá-lo a reduzir seu consumo e fazê-lo de maneira responsável ou a abandonar completamente esse hábito viciante.



Postado em A Mente é Maravilhosa em 16/04/2018



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Ama a Amazônia





Adriana Helena

Oi gente, vamos voar territorialmente e musicalmente pelo mundo inteiro. Obteremos conhecimentos dos mais diversos lugares, aprenderemos sobre a biosfera do local, apresentaremos a beleza natural e todas as consequências advindas da ação do homem... Começaremos com a Amazônia, o paraíso da biosfera no Planeta Terra. Por favor, não explora, não destrua... Simplesmente Ama a Amazônia!

A Floresta Amazônica é um de nossos mais ricos patrimônios e a região que abriga o maior número de espécies vivas da Terra. A Amazônia é a maior reserva de água doce do mundo e seus rios, entre eles o maior do mundo, o Amazonas, são verdadeiras estradas aquáticas utilizadas para comunicação e transporte. Parece uma pintura de tão belo que é o desenho dos rios na Amazônia...



A Amazônia é um bioma de oportunidades para o Brasil e o mundo. Os serviços ambientais (ou serviços ecossistêmicos) providos pela floresta garantem uma ampla gama de benefícios à humanidade, principalmente porque a Amazônia possui o maior volume de água doce do mundo e contribui diretamente para o equilíbrio climático do planeta, fatores fundamentais para a manutenção das condições de vida de muitas espécies na Terra. 

Proteger e conservar o bioma amazônico é uma grande responsabilidade que deve ser compartilhada entre nações, governos, empresas e a sociedade civil.

A maior floresta tropical e maior reservatório de água doce do mundo, a Amazônia é hoje uma das Grandes Regiões Naturais do planeta, tendo boa parte de sua vegetação preservada, mas em estado de constante alerta, além de uma vasta diversidade de fauna e flora. Com baixa densidade demográfica, a região é um importante laboratório natural para pesquisas, além de atrair diversas atividades extrativistas. E a beleza do lugar é mágica!



A Amazônia é o maior bioma brasileiro em extensão, o que corresponde, segundo o IBGE, a uma ocupação de 49% (4.196.943 km2) da área total do país. Para se ter uma ideia do que isso quer dizer, essa área se equivale, aproximadamente, a 16 vezes o tamanho do estado de São Paulo. Sua abrangência territorial reúne a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima e ainda parte de Rondônia, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Observe no mapa:


 

Estima-se que pelo menos um terço das espécies de insetos existentes no planeta esteja no bioma, o que representa cerca de 10 milhões. Quase 70% das espécies de mamíferos existentes no Brasil vivem na Amazônia, entre elas a onça-pintada, a suçuarana, o veado, a capivara e o boto cor-de-rosa. Apesar de não haver estudos atualizados sobre o registro de onças-pintadas no Brasil, a espécie encontra-se ameaçada de extinção, devido, principalmente ao desmatamento, ao número reduzido de indivíduos e o abatimento deste animal muitas vezes por atacar rebanhos. Não há indícios de estes animais conseguirem sobreviver em ambientes alterados pelo homem, assim como na interação com o homem, pois costumeiramente fogem ao perceber ação humana. Precisamos preservar!

Onça-Pintada corre risco de extinção


Em relação ao número de peixes, só no Rio Negro, já foram catalogadas 450 dessas espécies, de um total de duas mil espécies estimadas na região. A Amazônia também é o maior habitat de répteis do mundo e abriga, pelo menos, 50 espécies em extinção.O boto-cor-de-rosa vive nas águas dos rios amazônicos do Brasil, da Bolívia, da Venezuela, da Colômbia, do Equador e do Peru. É um animal absolutamente fantástico!

Boto Cor- de- Rosa é um mamífero típico da Amazônia


A fauna e a flora são muito ricas e oferecem recursos para a ciência produzir substâncias que poderão curar doenças. Entre os animais, destacam-se os grandes peixes, como o pirarucu, as aves, exuberantes e coloridas, e os macacos. A Floresta Amazônica possui a mais diversificada população de símios do mundo (barrigudo, coatá, guariba, sagui- leãozinho, uacari-branco, entre outros).

Pequeno Símio da Amazônia correndo risco de extinção


Nas árvores da floresta, encontra-se a maior variedade de frutos tropicais, como a castanha, o açaí, o pequi, o cupuaçu, a graviola e o guaraná. São quase 170 espécies comestíveis e deliciosas. A floresta abriga também uma grande diversidade cultural, representada por cerca de 170 povos indígenas, 357 comunidades remanescentes de antigos quilombos e milhares de comunidades de seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, entre outras.

Plantação e Colheita do Guaraná


Quanto às árvores, o vastíssimo mar verde amazônico tem um número incalculável de espécies. Algumas delas, endêmicas em determinadas regiões da floresta foram ou estão sendo indiscriminadamente destruídas, sem que suas propriedades sejam conhecidas. Dentre as árvores mais conhecidas utilizáveis para o paisagismo, estão o visgueiro, os ingás, a sumauma, muitas espécies de figueiras, os taxizeiros, a moela de mutum, a seringueira e o bálsamo.Uma árvore que merece destaque é a seringueira, típica da amazônica. Do seu látex fabrica-se a borracha, que, apesar dos atuais similares sintéticos, é insubstituível em diversos produtos. O Brasil já foi o maior produtor, mas hoje importa 70% da borracha que consome.


A flora amazônica ainda é praticamente desconhecida, com um fantástico potencial de plantas utilizáveis para o paisagismo, e é constituída principalmente de plantas herbáceas de rara beleza, pertencentes às famílias das Araceæ, Heliconiaceæ, Marantaceæ, Rubiaceæ, entre outras. Essa flora herbácea, além do aspecto ornamental, seja pela forma ou pelo colorido da inflorescência, desempenha vital função no equilíbrio do ecossistema.

Como exemplo, temos as helicônias,com uma grande variedade de espécies com coloridas inflorescências. São de presença marcante nas nossas matas úmidas e tem uma importante função no equilíbrio ecológico. 

Helicônias e seu colorido


No continente americano, as helicônias são polinizadas exclusivamente pelos beija-flores que, por sua vez são os maiores controladores biológicos do mosquito palha Phletbotomus, transmissor da leishmânia, muito abundante na Amazônia desmatada. A alimentação dos beija-flores chega a ser de até 80% de néctar das helicônias na época da floração das espécies.


Com poucas espécies herbáceas e a grande maioria com espécies de grande porte, as palmeiras tem uma exuberante presença nas matas ribeirinhas, alagadas e nas serras, formando um destaque especial na paisagem amazônica. Muitas palmeiras amazônicas, como tucumã, inajá, buritirana, pupunha, caioué e outras espécies de classificação desconhecida foram muito pouco ou nada utilizadas para o paisagismo.

Palmeira do Tucumã excelente para a saúde


Crescendo sob as árvores amazônicas, encontram-se plantas epífitas, como: bromélias, orquídeas, imbés e cactos. Nos rios o destaque é para a vitória-régia. É uma das maiores plantas aquáticas do mundo. Com um aspecto exuberante e ornamental, nativa da região amazônica. É dotada de folhas circulares, enormes, que podem alcançar até 2,5 metros de diâmetro. Seus bordos alcançam até 10 cm e revelam uma face inferior espinhenta e avermelhada. 


Vitória-régia na região Amazônica



Possui ainda uma notável capacidade de flutuação, devido a uma rede de grossas nervuras e compartimentos de ar em sua face interior. A superfície da folha apresenta uma intrincada rede de canais para o escoamento da água, o que também auxilia na sua capacidade de flutuar, até mesmo sob chuvas fortes. Veja que coisa mais linda a indiazinha repousando em uma vitória- régia

Certamente a região amazônica tem um gigantesco potencial madeireiro, de plantas utilizáveis para o paisagismo e de espécies vegetais com substâncias para uso medicinal. Mas é necessário que tais recursos sejam mantidos de forma renovável. A floresta amazônica ensina que o extrativismo indiscriminado apenas desertifica, pois ela é mantida pela camada de húmus em um solo fresco, muitas vezes arenoso.

Portanto, é imprescindível utilizar a floresta de uma forma racional. Explorando-a, mas renovando-a com as mesmas espécies nativas; e, principalmente, preservando as regiões de santuários de flora e fauna, que muito valerão, tanto no equilíbrio ecológico, quanto no regime de chuvas e na utilização para o turismo. Mas infelizmente não é isso o que acontece e o nosso potencial vivo está sendo destruído...


Desmatamento indiscriminado na região amazônica


O solo amazônico apresenta baixos índices de nutrientes, é ligeiramente ácido e bastante arenoso, características que permitem classificá-lo como extremamente pobre. A presença de grande quantidade de matéria orgânica, carregada desde os Andes pelos rios, faz das várzeas as únicas áreas agricultáveis da Amazônia.

Na verdade, como em toda mata tropical, os nutrientes minerais encontram –se quase totalmente na biomassa vegetal ficando uma pequena quantidade no solo, sobretudo na camada superficial de húmus.

A rápida reciclagem desses nutrientes, decompostos pelos microrganismo do solo e reabsorvido pelas árvores, garante o equilíbrio necessário a manutenção da floresta. A única função revelante do solo é a de dar suporte físico à vegetação. De acordo com estudos do projeto Radam – Brasil, apenas pouco mais de 10% da Amazônia possuem solo de fertilidade compatível com a atividades agrícolas. Por isso não há saída: as florestas precisam ser preservadas para não ocorrer o processo de desertificação que é assustador!

Região da floresta antes e depois da exploração indiscriminada iniciando a desertificação


O equilíbrio natural da florestaA Amazônia, como floresta tropical que é, apresenta-se como um ecossistema extremamente complexo e delicado. Sua incrível diversidade biológicas de difícil compreensão. As imensas árvores retiram do solo toda a matéria orgânica nele existente, restando apenas um pouco na fina camada de húmus, onde os decompositores garantem a reciclagem de nutrientes.

A retirada desses minerais é tão intensa que alguns rios amazônicos têm suas águas quase destiladas. Ficando praticamente sem matéria orgânica, os peixes e animais aquáticos dependem, para se alimentar, das folhas e dos frutos que caem das árvores. Para que possa ocorrer a reciclagem dos nutrientes, é preciso haver um grande número de espécies de plantas, pois cada uma desempenha uma função no ecossistema. As monoculturas naturalmente comprometem esse mecanismo e, por isso mesmo, não são recomendáveis.


Os animais, que se alimentam das plantas ou de outros animais, também contribuem, com suas fezes, para o retorno da matéria orgânica ao solo. Além disso, eles têm importante participação na polinização das flores e na dispersão dos frutos e das sementes.

As constantes chuvas que caem na Amazônia têm um papel fundamental na manutenção do ecossistema. Muitas vezes as águas nem chegam a atingir o solo, uma vez que ficam retidas nas diversas camadas de vegetação, sendo rapidamente absorvidas ou evaporando-se ao término da chuva. São elas que garantem a exuberância da floresta.

Todos os elementos, clima, solo, fauna e flora, estão tão estreitamente relacionados que não se pode considerar nenhum deles como o principal. Todos contribuem para a manutenção do equilíbrio, e a ausência de qualquer um deles é suficiente para desarranjar o ecossistema.



Retirando-se a vegetação, por exemplo, esta levaria consigo a maior parte dos nutrientes, e o pouco que restasse seria carregado pelas fortes chuvas que passariam a atingir diretamente o solo.

Se a existência dessa matéria orgânica, a floresta não conseguiria se reconstituir, e a tendência natural seria sua desertificação. Dificilmente, porém, teríamos um deserto total, pois a permanência dos ventos alíseos oriundos do oceano é capaz de garantir a umidade necessária para algumas formas de vegetação. Mas de qualquer maneira o ecossistema estaria destruído.E qual seria a conseqüência disso para o globo? 

Durante muito tempo atribuiu-se à Amazônia o papel do “pulmão do mundo”. Hoje se sabe que a quantidade de oxigênio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumida à noite. No entanto, devido às alterações climáticas que causa no planeta, ela vem sendo chamada de “o condicionador de ar”. O desmatamento da Amazônia pode, aparentemente, causar alterações no clima de todo o planeta, com uma possível elevação da temperatura global pela eliminação da evapotranspiração”. Além disso, o gás carbônico liberado pela queima de suas árvores poderia contribuir para o chamado efeito estufa, novamente aquecendo a atmosfera.

As potencialidades para a humanidade

A importância da Amazônia para a humanidade não reside apenas no papel que desempenha para o equilíbrio ecológico mundial. A região é berço de inúmeras civilizações indígenas e, além disso, constitui-se numa riquíssima fonte de matérias-primas – alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais. Precisamos preservá-la, necessitamos amá-la e muito!

Fique agora com o vídeo que preparei da Amazônia com a canção “Ai de Mim” da banda brasileira OutroEu. Cenas belíssimas da Amazônia ilustram suavemente essa bela canção! Beijos e até a próxima gente linda! :D





Postado em Vivendo Bem Feliz



José “Pepe” Mujica


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" Eu não sou pobre. Eu sou sóbrio de bagagem leve. Vivo com apenas o suficiente para que as coisas não roubem minha liberdade.”