Mudanças do Facebook consolidam a imbecilização dos ativistas “sem bandeira e sem partido”





Por Wellington Calasans, para o Duplo Expresso

Somente agora, depois de ter cumprido o seu papel de demolidor de democracias, o Facebook anuncia que vai mudar outra vez. O “dono” das redes sociais quer voltar às origens, tirando dos destaques os vídeos e notícias e ampliando a invasão das mensagens entre amigos e familiares. Em síntese, irá estimular a “orkutização” da sua timeline, com ênfase para os “ursinhos carinhosos”.

Nas “Primaveras Árabes”, que foram artificialmente forjadas e disseminadas pelas redes sociais, o Facebook jogou um papel de destaque naquele fenômeno que parecia nobre, mas que o tempo revelou ser apenas mais uma manobra do conluio entre o capital vadio, piratas do petróleo e a indústria das armas.

A internet tem vocação socialista, pois o “dividir” é algo inerente aos humanos empáticos e preocupados com o bem comum, ainda que este verbo seja substituído na linguagem tecnológica por outro, “compartilhar”. O certo é que as redes sociais nasceram para a troca de informação e impressões entre os usuários. Isso não vai ser substituído por tribos de pensamentos convergentes. A bolha sempre estoura.

O Facebook sabia que o seu poder de influenciar as democracias tinha o prazo de validade vencido. Por isso, corre desesperadamente para evitar que as novas plataformas em teste ganhem espaço e promovam a verdadeira democracia na internet, sem a censura apresentada sob a máscara do “combate ao Fake News” que alguns sabujos ainda tentam defender como “uma bela iniciativa” para conferir alguma credibilidade a este pirata digital.

Sabemos que o ódio, que foi hipervalorizado nos algoritmos do Facebook, é um sentimento que não se sustenta por muito tempo. As pessoas, todas elas, por mais idiotas que possam parecer, querem paz e harmonia. O Facebook não será capaz de resgatar na sua plataforma um ambiente “recatado e do lar”, pois alguns usuários incorporaram personagens atribuídas aos próprios perfis e não suportariam a vergonha de parecerem bonzinhos e amáveis.

A imprensa, inclusive a chamada alternativa, que mordeu a isca e abandonou as próprias páginas para fazer do Facebook o seu “porto seguro”, agora percebe que construiu castelo de areia. Sem a possibilidade de ter destaque nas páginas dos usuários, mesmo quando autorizadas por eles, essas empresas de comunicação viraram reféns do sistema de cobrança, bem ao estilo “ou dá, ou desce”, introduzido pelo “Face”, como é carinhosamente chamada esta plataforma pelos portadores da “Síndrome de Estocolmo”.

A nova política do Facebook é um choque elétrico na acomodação do falso jornalismo. Agora, para ter audiência, tem que ter conteúdo de boa qualidade, tem que se preocupar menos com o “Fake News” ou infográficos banais e muito mais em investigar e revelar o “Ghost News” que sempre foi escondido dos noticiários, pois assim como as bruxas, a notícia fantasma “nós não vemos, mas que elas existem, existem”.

Políticos, empresas, celebridades, profissionais liberais, etc. a lista de sequestrados é enorme. E isso é o lado bom da história, pois a busca por novas plataformas, sem servidores e estáveis, reforça a necessidade de politizarmos tudo o que fazemos nos mundos real e virtual. É a verdadeira essência socialista da internet que é resgatada graças ao declínio do império digital do Facebook.

A cadeia de blocos, ou blockchain, que, entre outras coisas, garante a segurança das operações realizadas por criptomoedas – as Bitcoins, tem sido usada como teste para uma nova rede social, independente e sem filtros. O Facebook tenta em vão lançar algo semelhante, mas sabe que a iniciativa do “FaceCoins” (nome hipotético) é o mesmo que nadar contra a maré. Sem confiança não há moeda forte.

Mesmo que estranhamente uma avalanche de notícias publicadas tente tirar a confiança das pessoas na criptomoeda Bitcoin, a consciência política dos seus primeiros usuários será capaz de fazê-la resistir. Ninguém vai querer abandonar uma moeda digital descentralizada para virar refém do controle de imperialistas e piratas.

Se é verdade que o Facebook foi construído para aproximar as pessoas e construir relacionamentos, também é verdade que promoveu muito mais a discórdia e a distorção da verdade. O tempo foi o grande professor dos usuários que, após um período de casamento feliz, perderam a ingenuidade e perceberam que foram usados como massa de manobra. E pior, controlados por robôs que fizeram o humano repetir slogans, usar acriticamente na sua foto de perfil a bandeira de alguns países, se comover com o que era conveniente para os caçadores sem perceber que seriam as próximas caças.

As recentes postagens de Mark Zuckerberg, o “dono da zorra toda”, revelam que o conteúdo de empresas, organizações e mídia “será menos visível”. Para ele, (com a nova política) se o Facebook vai obter mais lixo ou boa qualidade, dependerá do conteúdo produzido pelos usuários em combinação com os algoritmos. “Nós (Facebook) simplesmente temos que assumir a responsabilidade e parar de ser tão amaldiçoados”, coitadinhos. E quem acredita nisso que siga ajudando o “Zuckinho” a comer caviar.



Postado em Duplo Expresso em 13/01/2018



Palestras de Lula pelo Mundo : alguns dizem que ele não fez palestras e nem ganhou dinheiro, honestamente, com elas !



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Bill Gates, que está ao lado de Lula, na foto, contratou e pagou palestra de Lula !


Alguém comentou que Obama pode ganhar dinheiro com palestras, mas Lula não. Só que o Obama considera Lula " o Cara ". O vídeo abaixo mostra a ocasião do fato. 




Desde que saiu da Presidência do Brasil em 2010, Lula realizou, a convite e ao preço de 200.000 reais, mais ou menos,40 palestras legalmente comprovadas com notas fiscais e declaradas no Imposto de Renda. Este dinheiro foi bloqueado, ilegalmente, pelo juiz Moro, em sua obsessão de perseguir e matar, politicamente, o ex-presidente Lula.

Há vídeos das palestras no Youtube para qualquer um assistir. Eis alguns deles. Clique nos links para assistir.





World Food Prize - O discurso de Lula em Iowa





Discurso de Lula da Silva na Conferência Global Progress





Discurso de Lula na Sciences-Po, na íntegra





Não sabia falar alemão e virou presidente.flv





Lula em Angola: Quem tem fome não pode esperar





Lula: palestra em Londres





Ex- presidente Lula fala sobre política externa na Conferência…







Família do Presidente do TRF-4, que julgará Lula, já mata os “da Silva” desde Canudos !



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Romulus Maya

E passando, com destaque, pelos anos de chumbo da ditadura civil-militar que governou o Brasil de 1964 a 1985. A família Thompson Flores foi, então, agraciada pelo regime com uma vaga no STF, bem como com a prefeitura, “biônica”, de Porto Alegre.
Como vemos, a família Thompson Flores tem expertise em arbítrio, violação de direitos humanos, genocídio de pobres e, principalmente, conchavos com o poder.
Mas, mais importante do que tudo isso, a família do Presidente do TRF-4 é mestra no mascaramento da barbárie com o mais farsesco formalismo jurídico!
Notem: está no DNA da família!
Na mão dos Thompson Flores, “as instituições estão funcionando normalmente” (sic) no Brasil…
– … desde Canudos!
A Globo e a “meritocracia”… hereditária (!)

“ Thompson Flores ”…
Uma daquelas dinastias “meritocráticas” (aspas!) judiciárias, sabe…
Daquelas em que o… hmmm… “mérito”, digamos, passa de pai pra filho…
(às vezes filha também: Isabel Gallotti, Mariana Fux, (filha do MA) Mello, etc.)
Geração após geração…
antepassado desse aí foi nomeado por Costa e Silva – da linha mais dura da ditadura militar – para o STF. Presidiu o Tribunal no final dos anos 70, inclusive.
De onde se vê que a convergência ideológico-patrimonialista das famílias Marinho e Thompson Flores é antiga…
Globo e “juristocrata” unidos para dizer que o arbítrio é… “perfeitamente legal” (!)
Ontem e hoje!
Fiz logo a relação porque o sobrenome “Thompson Flores” não me era estranho. Já vira antes, na pós-graduação em direito internacional, acórdãos antigos do STF com “Thompson Flores” – o vovô de chumbo – como relator.
Mas isso não é tudo: o “mérito” já corre nas veias da família desde o Império!
Haja… hmmm… “talento”, digamos nessa família!
Darwin ficaria boquiaberto…
Teria até de reformular a sua teoria da evolução, talvez (!)
Sim, porque, vendo isso, Darwin obviamente concluiria que também há reprodução por brotamento na espécie humana (!):
– Filhos com as mesmas… hmmm… “aptidões”, digamos – e “mérito” (aspas!), dos pais!
Geração após geração…
Desde o século XIX!
Aliás…
Será que, na sua passagem pelo Brasil, Darwin, a bordo do HMS Beagle, conheceu o patriarca Thompson Flores?
O “juristocrata original” – tetravô do atual?





Na verdade, segundo o relato de Euclides da Cunha – Euclides da Cunha, minha gente! – a família Thompson Flores já vem descendo chumbo nos “da Silva” da vida (como Lula) desde…

– … Canudos!



3/3/2015

MIGALHAS

(…) Mas isso é apenas uma observação que não deslustra a reconhecida e festejada cultura do desembargador Thompson Flores, muito menos sua história. Com efeito, estamos a falar do trineto do Coronel Thompson Flores, que morreu na Guerra de Canudos, conforme nos informa o migalheiro Euclides da Cunha, e do neto do falecido ministro do STF Carlos Thompson Flores, que chegou à presidência da Corte, quando então foi saudado pelo colega Djaci Falcão, que vem a ser ninguém menos do que o saudoso pai do presidente do STJ, Francisco Falcão.


Prefeitura “biônica” de Porto Alegre:






**Nota** – leitora alerta para o fato de que o Desembargador do JN não usa o sobrenome do pai – “Lenz” – porque a linhagem “juristocrático-darwiniana” Thompson Flores, “ilustre”, é a da mãe.

É ou não é a cara da elite jeca e pedante brasileira?

Escolher para “nome de guerra” aquele que confere mais status?





Por Kiko Nogueira

13 de julho de 2017

DCM

Carlos Eduardo Thompson, presidente do TRF-4, estreia no Jornal Nacional

Assim como fez com Sergio Moro, seu torquemada de casa, a Globo está cuidando agora de domesticar e pressionar o Tribunal Regional da 4ª Região (Sul) no sentido de terminar o serviço contra Lula.

O Jornal Nacional dedicou boa parte de sua edição de quinta, dia 13 de julho, para explicar como opera o tribunal que pode tornar Lula inelegível.

A matéria era parte didatismo, parte wishful thinking. No subtexto, o repórter falava ao espectador “se Deus quiser, o destino do vagabundo será selado por estes guerreiros”.

Imagens do interior daquela corte e closes dos desembargadores João Pedro Gebran, Leonardo Paulsen e Victor Luiz Laus ilustravam a trama.

Num determinado momento, entrou ele, Carlos Eduardo Thompson, presidente do TRF-4, asseado, um retrato em aquarela ao fundo de algum medalhão, o cabelo emplastrado de brilhantina, fino, elegante, enquadrado com carinho pela câmera, declarando o que a emissora queria ouvir: até agosto de 2018, antes da eleição, o processo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a nove anos e seis meses de cadeia estará julgado em segunda instância.

A pedidos, Thompson foi além: deu sua opinião sobre a sentença do Homem de Maringá. “Olha! Muito bem trabalhada!”, cravou, a mão direita reforçando o ponto. Ironizou em seguida o fato de Lula ter criticado a ação.

Ou seja, tudo no script.

Daqui em diante, Thompson e seus amigos serão presença constante em todos os veículos do grupo. Será convidado dos programas de entrevistas (o de Roberto D’ávila é batata; Bial, o cretino fundamental, em seguida).

Eventualmente, ganhará algum prêmio do tipo “Faz Diferença” ou uma patacoada dessas.

Como a Globo pauta o resto da mídia preguiçosa, serão abertas as portas da fama para Thompson e companheiros.

Conheceremos sua casa, seus familiares, seus pets e hobbies — e seu rigor no trabalho, bem como a competência.

Desembargador Thompson Flores e o excesso dos seus floreios cênicos


Por Wilson Roberto Vieira Ferreira

sexta-feira, julho 14, 2017

CINEGNOSE


O magistrado canastrão

Ato contínuo, a máquina retórica de destruição da Globo volta seus canhões para o TRF-4 (Tribunal Regional da 4a. Região – Sul), instância que julgará o recurso dos advogados de Lula. Agora, sob a forma de intimidação. Seguido pelo restante da grande mídia, o Jornal Nacional dedicou grande parte da sua edição do dia 13 de julho para expor os rostos e os nomes dos desembargadores. Algo assim como os cartazes de “Procurados” dos velhos filmes de western.

E uma entrevista com o presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson, com todos os signos saturados da canastrice televisual – com a câmera enquadrando ao fundo a bandeira nacional e um quadro em aquarela de um respeitável juiz togado, um martelo de juiz pousado sobre um grosso livro, cabelo emplastrado de brilhantina, uma calma estudada e sobrancelhas levantadas em soberba por posar confortavelmente em uma grande poltrona ao lado de uma estátua de bronze em clássica pose de saudação e Poder, tudo em rede nacional.




A canastrice: saturação de signos em um enquadramento cenografado

Signos saturados que conotam moderação, bom-senso, juízo, discernimento, propriedade. Mas, ao mesmo tempo, gestual com dedo em riste como que apontando para o futuro (assim como a estátua de bronze), dando uma mensagem também de força e dureza. Um enquadramento de câmera e composição de objetos de cena tão canastríssimos que parece visivelmente roteirizado, cenografado e com marcações de cena.

Na Semiótica qualquer enunciado com tanta sobre-codificação (muitos repetição de signos para construir uma única significação) denota intencionalidade por trás da conotação.

Temos, portanto, em rede nacional a construção da mitologia do “bom-senso”, uma construção semiótica que legitima toda a atual judicialização da Política na qual juízes e procuradores se tornam os maiores protagonistas dos destinos políticos e econômico do País.



Postado em Duplo Expresso em 11/01/2018





Nota

Alguém acha, ainda, que o Ex-Presidente Lula da Silva será inocentado pelo TRF-4 com base nas leis vigentes, nas testemunhas e nas provas que o inocentam ?

Só se houver uma reviravolta muito grande neste Estado de Exceção que se instalou no país após o Golpe de 2016 !

Os responsáveis, nacionais e internacionais, pelo Golpe de 2016 não permitirão que Lula da Silva seja candidato nas eleições de 2018 !

E para isto contaram com a condenação imputada por Sérgio Moro em 1ª Instância e contam com a confirmação desta condenação pelo TRF-4.






Caros juízes do TRF4, as leis não foram escritas para Lula. Foram escritas para vocês !





Miguel do Rosário


Relendo o Espírito das Leis, de Montesquieu, descobri uma coisa deveras interessante.

As leis humanas, desde ao menos o Código de Hamurabi, NÃO foram escritas com o objetivo de coibir crimes de roubo, corrupção, homicídio, etc.

Repetindo: NÃO foram escritas com este objetivo.

Esses crimes não precisam de leis, porque podem ser punidos pelos costumes. A pena para o roubo, por exemplo, é instituída pelos costumes.

Em alguns povos, é punida com a morte.

Em outros, com a restituição do objeto roubado, seguido de uma indenização à vítima.

As leis, porém, nascem com outra finalidade.

Elas nascem para conter aquilo que os antigos já entendiam como o pior de todos os despotismos, que é entregar a vida de um cidadão, e de todo um povo, em mãos de um burocrata investido das funções de juiz!

As leis foram inventadas e escritas para proteger os cidadãos da violência judicial!

Vou começar falando de Montesquieu. No livro 12 de sua obra-prima O Espírito das Leis, o francês observa que a liberdade política não pode se limitar a uma realidade abstrata constitucional. A liberdade política apenas se materializa, apenas é real, em sua relação com o cidadão. De que adianta viver numa república regida por leis democráticas, se os cidadãos estão submetidos aos arbítrios e caprichos de seus magistrados?

A liberdade do cidadão, ensina Montesquieu, apenas está assegurada quando a sua inocência não estiver ameaçada, em especial contra os “falsos testemunhos”.

Foi Carondas que introduziu os julgamentos contra os falsos testemunhos. Quando a inocência dos cidadãos não está garantida, a liberdade também não está.

Em todo o livro 12, que trata da relação entre liberdade política e leis criminais, Montesquieu insiste na necessidade de conter o arbítrio dos juízes e, sobretudo, dos falsos testemunhos.

No capítulo XX, o pensador observa que um dos maiores perigos que as democracias oferecem à liberdade dos cidadãos é falta de limites e regras nas acusações públicas.

Acontece muitas vezes nos Estados populares que as acusações sejam públicas e seja permitido a todo homem acusar quem quiser. Tal coisa fez com que se estabelecessem leis próprias para proteger a inocência dos cidadãos. Em Atenas, o acusador que não tivesse consigo a quinta parte dos sufrágios pagava multa de mil dracmas. Ésquines, que havia acusado Ctesifonte, foi condenado. Em Roma, o acusador injusto era considerado infame, e se imprimia a letra K na sua testa. Punham-se guardas junto ao acusador para que não pudesse corromper os juízes ou as testemunhas.

Alguns capítulos antes, Montesquieu já fazia um alerta contra os perigos da “delação premiada”, ao observar que o fim da liberdade política na grandiosa Roma não teve início com os Césares. Antes deles, os romanos já imaginavam leis que culminariam no despotismo.

Deve-se fazer justiça aos Césares; não foram os primeiros a imaginar as tristes leis que criaram. Foi Sila quem lhes ensinou que não se deviam castigar os caluniadores. Logo chegariam a ser até mesmo recompensados.

Em todo o volume, Montesquieu investe contra as punições excessivas, mesmo contra os mais graves crimes, como o de lesa-majestade, porque entendia que elas trariam instabilidade e violência à república, corromperiam os próprios juízes e, por fim, arruinariam a liberdade política de todos os cidadãos.

Como todo clássico, o Espírito das Leis parece falar às nossas agruras de hoje. O pensador investe diretamente contra o punitivismo histérico Lava Jato.

Não se podem realizar grandes punições, e por conseguinte, grandes mudanças, sem colocar entre as mãos de alguns cidadãos um grande poder. Logo, é melhor, neste caso, muito perdoar do que muito punir; pouco exilar do que muito exilar; deixar os bens do que multiplicar os confiscos. Sob o pretexto da vingança da república, seria estabelecida a tirania dos vingadores.

A luta humana contra a tirania, no entanto, remonta às origens mais remotas da nossa civilização.

Infelizmente, a vida é breve e, a cada geração, a humanidade precisa percorrer novamente todo o caminho trilhado desde o início dos tempos, e assimilar, em poucos anos, uma experiência milenar de luta contra o arbítrio.

Entretanto, em nenhum outro lugar, a tese central deste post, de que as leis, desde as mais antigas até as mais modernas, foram criadas essencialmente para nos proteger dos arbítrios e violências judiciais, fica mais claro do que no Código de Hamurabi.

A primeira lei do Código de Hamurabi, conforme tradução literal do francês para o português, feita por mim mesmo, vai direto ao ponto:

§ 1 Se um homem acusa outro homem e lhe imputa um homicídio, mas não pode trazer provas contra ele, o acusador será executado.

É uma interpretação jurídica impressionantemente moderna, porque desconsidera o fator metafísico ou moral da “culpa”. O que vale é a prova!

Tanto o zé do powerpoint quanto o carcereiro de Curitiba, se fossem agentes de justiça da Babilônia antiga, não sobreviveriam muito tempo a exigências tão rigorosas!

As cinco primeiras leis do Hamurabi parecem ter sido escritas diretamente para Dallagnol, Sergio Moro, e os magistrados do TRF4.

Da primeira já falamos. A segunda lei é um texto meio complicado, meio esotérico, mas que, à luz da conjuntura brasileira, soa como uma metáfora política. É a seguinte: se alguém for acusado de magia, poderá se defender da seguinte forma. Irá se jogar no rio: se as águas o levarem, então a sua culpa estará provada. Neste caso, o seu patrimônio ficará com o acusador. Mas se não se afogar e voltar à terra são e salvo, então sua inocência terá sido atestada por Deus, então é o acusado que ficará com o patrimônio do acusador.

Como as acusações contra Lula, pela Lava Jato, tem muito de esotérico, e como a sua culpa e, sobretudo, o seu risco de prisão, parecem ser medidos não pelas provas (que não existem), mas por sua resiliência ou não em ser tragado pelas águas tumultuosas da mídia, a segunda lei do Hamurabi se aplica perfeitamente neste caso.

Essa lei tem ainda um componente moderno em termos de justiça: há risco, e grande, para a acusação, e não apenas para o acusado.

A terceira lei de Hamurabi vai na mesma linha da primeira e é outro petardo direto no sistema grotesco de delações da Lava Jato: se um homem vai ao tribunal com falso testemunho, e não prova sua declaração, então ele será executado. Ou seja, os juristas da Babilônia já sabiam muito bem dos enganos da delação premiada!

A quarta lei também é uma continuação da primeira. Passemos para a quinta lei, que atinge, desta vez, em cheio, o juiz Sergio Moro e todos os juízes que lhe imitam:

Um juiz deve julgar um caso, alcançar um veredito e apresentá-lo por escrito. Se erro posterior aparecer na decisão do juiz, e tal juiz for culpado, então ele deverá pagar doze vezes a pena que ele mesmo instituiu para o caso, sendo publicamente destituído de sua posição de juiz, e jamais sentar-se novamente para efetuar julgamentos.

Parodiando, com todo o respeito, o famoso poema de John Donne, poderíamos advertir, portanto, aos excelentíssimos ministros do TRF4, que eles não devem entender que as leis constitucionais do Brasil foram feitas para Lula, nem para punir ninguém: as leis foram escritas, prezados juízes, para vocês!

As leis democráticas da Constituição cidadã de 1988 foram criadas para nos defender, a nós, cidadãos, pobres ou ricos, trabalhadores, desocupados ou empresários, das violências e arbítrios dos burocratas responsáveis pelo sistema de repressão!

Eu fico terrivelmente agastado, por isso mesmo, quando vejo algum parlamentar ou jornalista fazendo concessões populistas ou demagógicas à Lava Jato, operação ilegal e golpista, porque ela teria prendido grandes empresários e políticos.

Ora, todos os despotismos, desde priscas eras, para se fazerem populares, agem da mesma forma! Otávio Augusto, o sobrinho tirano de Júlio Cesar, põe fim à qualquer resquício de liberdade política que ainda existia na Antiga Roma, através justamente da perseguição e assassinato de todos os romanos ricos de sua época.

O mais irritante é que se trata de uma demagogia voltada essencialmente para a classe média, porque é ela que sofre dessa inveja patológica da elite do dinheiro, tanto mais doentia quanto ela se sente próxima, por cultura e “mérito”, dessa mesma elite.

É a classe média que goza com a prisão de “empresários”, “ricos” e “políticos”.

O povão não tem essa tara.

O povão quer trabalhar, ganhar um salário decente, levar uma vida digna e sonhar com um futuro melhor para seus filhos.

A elite do dinheiro, para exercer o controle político da classe média, entendeu que é preciso satisfazer o seu fascismo congênito: daí nasce a Lava Jato.

E a elite do dinheiro entendeu que, para derrotar as aspirações da classe trabalhadora, precisava ampliar o controle político exercido sobre a classe média.

A classe média brasileira sempre foi o exército da elite do dinheiro. Para isso, a elite do dinheiro usa a mídia, que transforma a classe média numa espécie de exército de idiotas furiosos, dispostos a qualquer tipo de violência. Todos os instintos psicopatas, doentios, foram exacerbados no processo preparatório do golpe.

Todos se lembram das manifestações do impeachment em 2015. Eram moralmente monstruosas, mas a mídia tratava de ocultar ou minimizar todos os seus “excessos”.

Jamais se via, ou não eram destaque, na cobertura da imprensa, as faixas pedindo intervenção militar, fim da democracia, fim do próprio judiciário!





Postado em O Cafezinho em 12/01/2018



" Reclame menos " : jovem que morreu vítima de câncer deixa carta com conselhos valiosos





Não é fácil viver no mundo atual e ninguém está aqui para dizer o contrário. No Brasil, em especial, a crise política, social e financeira tem dado um tom pessimista ao discurso de muitos de nós em relação ao futuro próximo.

Mas será que uma mudança de atitude não ajudaria?

Vítima de câncer, a australiana Holly Butcher, de 27 anos, morreu na última quinta-feira (4) após uma dura luta contra a doença. Antes disso, ela escreveu uma carta falando sobre sua visão da vida durante o tratamento.

Holly dá valiosos conselhos sobre a importância de se reclamar menos e ajudar mais, além de dar um emocionante depoimento sobre o amor que tem pela vida e a tristeza que sente por realizar que ela acabará logo.

A carta foi publicada no Facebook pelos parentes de Holly após ela vir a falecer.

“É uma coisa estranha perceber e aceitar a sua morte aos 26 anos de idade. Isso é apenas algumas dessas coisas que você ignora. Os dias vão passando e você apenas espera que eles continuem vindo. Até que o inesperado aconteça. Eu sempre me imaginei envelhecendo e ficando com rugas – muito provavelmente causadas por minha linda família (cheia de crianças). Eu planejava construir isso com o amor da minha vida”, começou ela.

“Esta é uma coisa da vida; é frágil, preciosa e imprevisível. E cada dia é um presente, não um direito dado. Eu tenho 27 anos agora. Não quero ir. Eu amo a minha vida. Estou feliz.. Devo isso aos meus entes queridos. Mas o controle está fora das minhas mãos”, continuou.

Em seguida, Holly traz uma série de conselhos para quem está lendo.

Só quero que as pessoas parem de se preocupar tanto com as coisas pequenas e as tensões insignificantes na vida e tentem lembrar-se que todos nós temos o mesmo destino depois disso tudo. Então, faça o que puder para que seu tempo seja incrível, sem besteiras. Nesses momentos que você estiver lamentando por coisas ridículas, apenas pense que alguém está realmente enfrentando um problema. Seja grato pelo seu pequeno problema. Não faz mal reconhecer que algo é irritante, mas tente não continuar a carregar isso e afetar negativamente o dia de outras pessoas

“ Veja como o céu é azul e como as árvores são verdes; é tão lindo. Pense como você é sortudo por poder fazer isso: respirar ”, ela seguiu.

“ É tudo tão insignificante quando se olha para a vida como um todo. Estou vendo meu corpo desaparecendo diante dos meus olhos e não há nada que eu possa fazer. E tudo o que desejo agora é que eu pudesse ter mais um aniversário ou natal com a minha família, ou apenas mais um dia com o meu parceiro e o meu cão. Lembre-se que há mais aspectos para a saúde do que o corpo físico.”

" Dê, dê, dê. É verdade que você ganha mais felicidade fazendo coisas para outros do que para si mesmo. Gostaria de ter feito mais isso ".

A utilização mais solidária do dinheiro também foi alvo do depoimento de Holly. 

“ Compre algo para seu amigo em vez de outro vestido. Leve-os para uma refeição, ou melhor ainda, prepare uma refeição para eles. Dê para eles uma planta, uma massagem ou uma vela e diga quanto os ama. Use seu dinheiro em experiências. Ou ao menos não perca experiências porque gastou todo o dinheiro com coisas materiais”.

Ela, então, finaliza: “ Doações de sangue (mais bolsas que eu poderia contar) me ajudaram a continuar viva por mais um ano. Um ano que eu serei eternamente grata, que eu passei aqui na terra com minha família, amigos e cachorro. Um ano em que eu tive alguns dos melhores momentos da minha vida." 



Postado em Hypeness



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