Desorientada, a Folha se dispõe novamente (como fez na ditadura) a emprestar seus forgões ao regime de exceção, um regime desta vez não liderado por militares, mas por bandidos de toga.
Se existe algum valor na sentença de condenação de Sergio Moro, mercenário da Globo, é uma lição filosófica e política de consequências profundas: não devemos respeitar sentenças judiciais, nem o judiciário, quando este não respeita a jurisprudência, o bom senso e as leis.
Se um juiz determinar que o cidadão X matou o cidadão Z, e se o cidadão Z aparecer vivo no dia seguinte, como poderemos respeitar a sentença?
Se o judiciário se alia a um golpe de Estado que jogou no lixo 54 milhões de votos, como respeitá-lo?
A Folha, assim como outras empresas de mídia, tentam, até hoje, esconder essa vergonha: um golpe de Estado.
Sempre que a Folha entrevistou intelectuais, a maioria dos entrevistados se posicionou duramente contra o impeachment, ao qual consideram, categoricamente, como um golpe. Quase 100% dos brasileiros rejeitam Michel Temer, segundo inúmeras pesquisas, o que sinaliza que o apoio ao impeachment se evaporou. Se conectarmos essas pesquisas à liderança de Lula em intenções de voto para 2018, não é preciso ser um gênio da ciência política para entender que a narrativa fantástica da grande mídia entrou em crise: a população começa a se desligar da ficção criada pela imprensa para justificar o golpe de 2016.
A Globo, atenta a estas mudanças de clima, voltou a abusar do nome de Sergio Moro, que, juntamente com Marcelo Bretas, não sai mais da capa de seus jornais.
Dallagnol e seus cúmplices nos crimes da Lava Jato, entrou numa fase histérica de blogueira teen, e passa, literalmente, os dias e as noites pendurado nas redes sociais, xingando o governo, o STF e o legislativo. E por que? Por causa da brutal redução das despesas com saúde, educação, ciência e tecnologia, programas sociais, investimentos em infra-estrutura? Por causa da entrega de nossas principais riquezas a obscuros e mafiosos interesses estrangeiros? Não! O que provoca indignação a Dallagnol e aos tarados do Ministério Público é o indulto de Natal, onde milhares de brasileiros poderão ver suas penas reduzidas e saírem das masmorras infectas que se tornaram os presídios.
As “instituições” de uma república não devem ser respeitadas quando elas não respeitam o povo brasileiro.
E o golpe violou o que há de mais sagrado numa democracia: o voto.
Quando o presidente da república se rejubila de não ter aprovação, chamando o respeito e o amor que o povo pode ou não ter por seus governantes de uma “prisão”, ele humilha a própria soberania popular.
Sendo assim, o presidente não merece respeito. Nem o presidente, nem o sistema – imprensa e judiciário à frente – que levou tal usurpador ao poder.
O Brasil não é mais uma democracia e suas instituições não são mais democráticas e não merecem mais nenhum respeito.
A única coisa que merece respeito, por parte dos brasileiros, é o diálogo, a informação, o esforço de todos os brasileiros para se olharem nos olhos uns dos outros e encontrarem uma solução para pôr fim à crise.
A imprensa brasileira não merece respeito. É uma imprensa cúmplice do pior crime possível: enganar o povo e conspirar para levar corruptos sem voto ao poder.
A Folha de São Paulo não merece respeito. Assim como outros jornalões, é uma empresa que usou a ditadura militar para destruir seus concorrentes e se consolidar no mercado.
Folha, Globo, Estadão e Veja, vivem do dinheiro público e de lobbies no congresso nacional.
Hoje, esses órgãos de imprensa tem apenas um único objetivo: manter viva a ficção que eles mesmos montaram para enganar a população brasileira, justificar o golpe e aprofundar o regime de exceção.
A Globo, no momento, passa por uma fase delirante, tentando vender uma vigorosa “recuperação econômica”, como se o aumento ou redução na venda de lembrancinhas de Natal tivesse algum significado em meio à ruína dos investimentos em pesquisa, em infra-estrutura, em educação, em saúde.
Universidades, fábricas, lojas, supermercados, governos, as próprias redações de jornal: há processos de demissão em massa em toda parte, uma verdadeira catástrofe social, e a reforma trabalhista, vendida como “geradora de emprego”, está, como previsto, piorando esse quadro.
E a Globo insistindo num recuperação econômica fantasmagórica, que ninguém vê.
Se a revolução não é possível agora, nem no ano que vem, precisamos então pensar em estratégias de longo prazo.
A dívida pública precisa ser auditada.
Todas as iniciativas políticas em favor da usura “legal”, como essas estatais criadas apena
s para transferir receita fiscal para instituições financeiras, precisam ser anuladas.
Já temos informações suficientes para saber que os brasileiros foram e estão sendo roubados, e não nas ficções montadas pela Lava Jato, com suas “organizações criminosas” delirantes, e sim, de maneira muito mais objetiva, em esquemas devidamente legalizados de transferência de verba pública para o sistema financeiro.
Os juros precisam ser controlados.
Precisamos montar um sistema de informação plural e democrático.
O que não é possível fazer agora, que seja então transformado em meta política, em plano de governo, em projeto, e que seja aprovado, com toda pompa necessária, nos programas dos partidos e das organizações.
As cidades brasileiras precisam de grandes investimentos em infra-estrutura, sobretudo de mobilidade urbana: metrôs, vlts, corredores especiais, ciclovias.
O Brasil precisa de ferrovias de alta velocidade.
O projeto para ligar o Atlântico ao Pacífico, via ferrovia transoceânica, precisa sair do papel.
Precisamos materializar o submarino nuclear e criar tecnologias próprias de produção de aviões e navios.
Precisamos desenvolver tecnologias de informação próprias, autônomas. E precisamos de nossos próprios satélites, de maneira a oferecer internet de alta velocidade, a baixo custo, ou mesmo gratuitamente, a todos os brasileiros.
Não há outro jeito.
A única alternativa que nos deixaram é a revolução.