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Leonardo Attuch e Leonardo Stoppa comentam os temas mais importantes do dia



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Dieta do limão para refrescar e emagrecer



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Adriana Helena

Limão é muito bom !

Gente, ultimamente descobri os benefícios do limão e estou colocando em prática. E não é que estou me sentindo muito mais animada? Parece que limão, além de desintoxicar, também nos fornece mais energia para enfrentar o dia a dia e ainda refresca e emagrece!!

O limão é de grande ajuda para emagrecer porque desintoxica o organismo. Ele desincha porque tem ação diurética e aumenta a sensação de saciedade. Além disso o limão também limpa o paladar, tirando a vontade de comer alimentos doces que engordam ou prejudicam a dieta. Não é uma maravilha? Estou até rindo sozinha...rsrs

⇨ Para ter esses benefícios, basta espremer meio limão em um copo de água e beber meia hora antes do café da manhã, do almoço e do jantar, por exemplo. Ou colocar rodelas de limão na garrafa de água que se bebe durante o dia. Fácil demais não é? 

Além de tudo o limão ainda dá aquela sensação refrescante que é maravilhosa! Todas as variedades do limão podem ser utilizadas, e essa fruta também tem propriedades que ajudam a fortalecer o sistema imunológico, proteger o corpo de doenças como gripes e resfriados e evitar o envelhecimento precoce e ainda, como se não bastasse, alcalinizar o sangue, o que o torna um excelente antioxidante. É mole ou quer mais? O limão é bom demais!


10 maravilhosos benefícios do limão:

Fortalecer o sistema imune e proteger o organismo contra gripes e resfriados; 

Ajudar a eliminar as toxinas do corpo; 

Evitar doenças como câncer e envelhecimento precoce; 

Reduzir a acidez corporal, melhorando o metabolismo do corpo; 

Segundo alguns especialistas, além de ser rico em vitamina C, que ajuda a aumentar o sistema imunológico, é desintoxicante e diurético;

Hidrata o sistema linfático;

Combate os radicais livres, retardando o envelhecimento precoce;

Ajudando no metabolismo digestivo;

Desintoxica o fígado;

Emagrece e equilibra o PH do organismo, por ser alcalino. 

⇨ Ele ainda contém ácido cítrico, ácido ascórbico, santoninas, cálcio, magnésio, biflavonoides, pectina, sais minerais e limoneno. 

Todas as variedades de limão trazem esses benefícios, e também podem ser usadas para temperar saladas, carnes e peixes, o que ajuda aumentar o consumo dessa fruta. 

Com a dieta do limão, pode-se emagrecer de 2 a 8 kg por mês, principalmente quando associada a uma dieta para emagrecer e à prática regular de exercícios físicos. 

Vou explicar passo a passo como fazer a dieta do limão para emagrecer:

A maneira correta de usar o limão para emagrecer é espremer meio limão em um copo de água e beber logo em seguida, sem adicionar açúcar. Deve-se fazer isso logo após acordar em jejum, cerca de 30 minutos antes de tomar o café da manhã, utilizando água morna. Essa mistura irá ajudar a limpar o intestino, eliminando o excesso de gordura e de muco que se acumula nesse órgão. A água morna é importante, mas no meu caso uso água natural mesmo, do filtro.

O limão também pode ser tomado antes das refeições principais, mas com água gelada. A água gelada faz com que o organismo tenha que gastar mais energia para aquecê-la, queimando algumas calorias a mais, o que também ajuda a emagrecer. Outra opção é adicionar raspas de gengibre ao suco, pois essa raiz também tem propriedades que ajudam na perda de peso. 

Agora que você leu a dieta mais simples, apenas feita com limão puro, vou mostrar as demais para que possa escolher a que melhor se adequa a você.

Demais dietas do limão

Limão puro:

No primeiro dia, chupe meio limão, aumentando para um limão inteiro no segundo dia, um limão e meio no terceiro dia, dois limões no quarto dia e assim por diante. Ou seja, aumente mais meio limão a cada dia, até completar quinze dias, fazendo sempre em jejum pela manhã. Não deve ultrapassar os quinze dias. Julgo essa dieta muito agressiva. De tanto chupar limão você pode ficar com cara de limão azedo...kkkkkkkkkk


Com água gelada:

Durante um mês, tome um copo de água gelada com suco de um limão, de cinco a seis vezes ao dia, sem pular refeições, mas sendo nos intervalos entre elas. Se preferir, pode adicionar algumas gotas de adoçante somente.

Com água morna:

Misture um copo de água morna (não pode ser água que acabou de ser fervida) com suco de um limão, todas as manhãs em jejum.

Com gengibre:

Tome de manhã, em jejum, suco de um limão batido com um copo de água e um punhado pequeno de gengibre e um copo de água, durante trinta dias.

Com couve:

Bata duas folhas de couve manteiga com um copo de água e suco de um limão, tomando de manhã em jejum.


Com berinjela:

Em uma jarra de vidro, coloque uma berinjela cortada em rodelas, suco de um limão e um litro de água. Deixe na geladeira por vinte e quatro horas e tome no dia seguinte, um copo em jejum, um copo meia hora antes do almoço e um copo meia hora antes da janta. Repita a receita para o dia seguinte sempre, tomando durante uns quinze dias.

Com bicarbonato de sódio:

Misture em um litro de água, uma colher de sopa de bicarbonato de sódio e o suco de três limões. Tome ao longo do dia, esse litro de água feita com limão e bicarbonato, durante uma a duas semanas.

Com pimenta:

Logo de manhã, tomar um copo de água morna com uma pitada de sal, em jejum. No decorrer do dia, inclusive nas refeições, tomar um uma xícara de água com duas colheres de suco de limão, duas colheres de xarope do bordo (xarope de ácer), pimenta vermelha a gosto. Antes de dormir, tomar um chá laxativo. Fazer somente isso durante quinze dias.

Cuidados ao usar o limão em excesso: 

Existem os contras da dieta do limão. Quem tem problemas de intestino preso, não deve usar, pois isso ajuda a prender ainda mais, assim como, não deve ser usado por pessoas que tenham gastrite aguda, ou úlcera estomacal, pois a sua quantidade diária, vai fazer aumentar ainda mais as lesões, devido a sua acidez, por exemplo.

Pode causar durante a dieta, aftas na boca, dor muscular, fraquezas fortes, tonturas e até mesmo hipoglicemia e desmaios, devido a ausência de outros nutrientes, o que é um perigo para a saúde, quando a dieta é somente a base de limão e restringe outros alimentos, como ressalta a Nutricionista Nana Chara. 

O ideal, segundo a nutricionista, é aderir a um cardápio alimentar equilibrado, agregando o limão no uso diário, onde ajudará a perder mais peso.

Observações importantes: 

Antes de começar qualquer dessas dietas, é aconselhável procurar seu médico e discutir com ele o melhor que pode ser usado por você, além de fazer exames, para saber se esse tipo de dieta, não vai causar nenhum dano, ou agravar algum problema de saúde, que já possa ter.

Nem sempre, uma dieta que possa ter dado certo com uma pessoa, quer dizer que dará certo com você, já que se deve levar em consideração, o seu estilo de vida e saúde, além da parte genética. Por isso a importância de um acompanhamento com seu médico.

Ainda é aconselhável ter uma alimentação bastante balanceada e fazer exercícios físicos, para que o resultado seja realmente eficaz e não tenha um efeito sanfona, ganhando rapidamente, o peso que perdeu, podendo ganhar ainda mais, depois do término da dieta.

Sempre ingira a quantidade necessária de água, para que seu organismo continue funcionando normalmente, sem sofrer danos, pois em nosso corpo, a maior parte é de água.

Seguindo essas dicas, terá uma boa dieta e uma saúde melhor. O vídeo abaixo também é bastante esclarecedor. Vale a pena dar uma olhadinha! Linda semana gente!




Fontes de pesquisa: Tua Saúde e Emagrecer.eco



Postado em Vivendo Bem Feliz




O suicídio do Reitor e a Operação Lava Jato












A morte do reitor e o estado policial



 Luís Nassif






A tragédia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que levou ao suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo é ilustrativa desses tempos tormentosos que o país atravessa, com o punitivismo entrando em todas as áreas e abrindo espaço para os tipos mais doentios e desequilibrados.


Os jornais cobriram a tragédia burocraticamente, tratando o volume de recursos fiscalizados – R$ 80 milhões dos cursos de educação à distância – como se fosse a corrupção final. E estabelecendo relações de causa e efeito com o suicídio, não permitindo o direito da dúvida ao reitor, mesmo depois de morto. Afinal, os que recebem a pecha de corrupto não tem direito nem à morte digna.

No entanto, é um episódio exemplar, de como o punitivismo criou uma nova legião, os agentes de controle, os templários da nova ordem, pessoas cuja métrica de avaliação é o rigor sem limites, não distinguindo pequenos delitos de grandes crimes, não entendendo outra forma de punição que não a da destruição total do inimigo.

Os órgãos de fiscalização e de repressão assumiram tal influência que passaram a se imiscuir em vários setores da vida do país, trazendo consigo altas doses de intolerância e de pensamento policialesco e abrindo espaço para personalidades desequilibradas, a verdadeira banalização do mal praticando a crueldade com a segurança de quem tem o Estado atrás de si.

Nos últimos tempos, começou a se disseminar a figura do corregedor da Universidade federal. Ali, plantou-se o ovo da serpente, do poder externo se sobrepondo ao da comunidade.

Em geral, as universidades padecem de problemas sérios de gestão. Muitas vezes pesquisadores competentes são transformados em chefes de departamento, sem nenhuma experiência nem paciência para lidar com problemas administrativos. Criadas para permitir buscar outras fontes de recurso, muitas vezes as fundações não têm a devida transparência na prestação de contas. Por outro lado, há um enorme cipoal burocrático que torna mais difícil ainda a gestão nas universidades e transforma o mero exercício contábil de prestação de contas em um inferno sem fim.

Em vez de aprimoramento nas formas de controle e de induzir as universidades a buscar gestores profissionais, decidiu-se pelo caminho burocrático, de criar uma corregedoria, figura esdrúxula, cujo titular responde administrativamente à reitoria e funcionalmente à CGU (Controladoria Geral da República). Trocaram a gestão pelo espírito policial. Some-se o punitivismo de juízes emulando Sérgios Moros, procuradores imitando a Lava Jato e delegados da PF sendo delegados da PF, e se terá a síntese da tragédia atual e das que ainda estão por ocorrer.

O corregedor policial

A figura central da tragédia da UFSC é o corregedor Rodolfo Hickel do Prado.

Foi Hinckel quem solicitou o afastamento do reitor, que encaminhou as denúncias à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal e, segundo rumores que correm por lá, instruiu uma professora a gravar uma conversa com o reitor.

Figura estranha à Universidade, Hinckel assumiu o cargo no ano passado, indicado pela reitora que saía. Imediatamente tratou de se transformar em um poder autônomo, colocando-se acima da reitoria e das demais instâncias administrativas, um comportamento que refletia, no microcosmo da Universidade, o clima persecutório que tomou conta do país, e o poder apropriado pelos cabeças-de-porta-de-cadeia ganhando um status até então inimaginável.

Alguns conflitos com o Centro Acadêmico do Centro Tecnológico da Universidade deixaram claro esse comportamento de Hinckel.

Houve dois episódios iniciais envolvendo estudantes.

Um, mais grave, foi de uma aluna que falsificou provas. Abriu-se um processo administrativo, que é julgado pelo colegiado do curso. A aluna foi suspensa por oito meses,

O segundo incidente foi uma cola, uma molecagem de um estudante, já reprovado, que copiou parcialmente o trabalho de um colega. O caso também foi apreciado pelo colegiado e o aluno punido com 30 dias de suspensão.

O Centro Acadêmico reagiu, julgando a segunda punição por demais severa e entrou com recurso e o caso foi para o Conselho da Unidade, espécie de 2a instância. Houve um parecer mantendo a punição.

A reação do corregedor foi típica de um perfil psicológico já estudado: se não punir exemplarmente o aluno, hoje é a cola, amanhã estará roubando e traficando.

No dia 16 de outubro, o CA da Produção publicou nota do Facebook onde dizia não concordar com o parecer. Na nota, denúncias de alunas sobre assédio sexual em uma das aulas do departamento.

Quatro dias depois, os alunos receberam ofício do Chefe de Departamento solicitando que fossem apresentados nomes. Os alunos suspeitaram que havia intenção de abafar o escândalo. Como estava em fim de ano letivo, as alunas não queriam deflagrar nada antes de encerrado o período.

Nesse ínterim, continuava em andamento o primeiro caso, da aluna que falsificou as notas. No dia 1o de novembro estava agendada reunião com a aluna e o advogado, para acontecer na sala da professora presidente da Comissão, no Centro Tecnológico.

O local foi alterado a pedido do corregedor.

Terminada a reunião, o corregedor chegou até os alunos do CA e começou a ameaça-los explicitamente. Dizia que estavam espalhando calúnias contra os professores. Exigia nomes. Os alunos explicaram que as colegas estavam esperando terminar o semestre para avançar com as denúncias.

Na 6a feira, a presidente do CA recebeu SMS intimando-a a se apresentar na corregedoria. Presentes na sala, apenas ela e o corregedor. Foi pressionada de todos os modos para entregar nomes. A moça permaneceu firme na postura de só entregar após encerramento do ano letivo.

Na semana seguinte, começou o terremoto. Mais de 100 alunas passaram a receber intimações, no meio das aulas, para que se apresentassem na corregedoria. Algumas das intimações interromperam aulas com provas de cálculo, o terror dos politécnicos.

O critério adotado pelo corregedor foram os cliques na nota do Facebook. Todas as alunas que “curtiram” a nota foram intimadas e submetidas a métodos policialescos. Para uma das primeiras convocadas, Hinckel informou haver denúncia de cola em sala de aula. A ameaça desestabilizou-a por inteiro. Ai o corregedor explicou que era brincadeira.

No total, foram intimados mais de 200 alunos, obrigando o CA a contratar um advogado para entrar na história. Criou-se um clima de terror amplo, com o entorno dos alunos entrando em pânico com as amaças.

O advogado abriu denúncia no Comitê de Ética da Universidade, para fugir do cerco do corregedor. Era nítido para os alunos que sua intenção era abafar o caso e transformar os alunos em réus. No auge do terror, os alunos procuraram o reitor Cancellier. O reitor recebeu-os prontamente, ligou para o corregedor, que foi até à sala.

- Olha, Rodolfo, você não tem poder coercitivo. Se alguém não atender a essa chamada, você não terá nada a fazer.

O corregedor sentiu-se desautorizado. Depois, circularam pela Universidades queixas de diversas pessoas sobre os problemas criados recorrentemente pelo corregedor, que atropelava procedimentos e não seguia os ritos da Universidade.

Certa vez, por conta própria Hickel chegou a afastar um professor de suas atividades. O chefe de gabinete da reitoria precisou retificar a medida, que havia sido publicada no Diário Oficial.

Essa sucessão de episódios ampliou o fosso entre o corregedor e a reitoria.

Pouco depois, foi apresentada a denúncia ao MPF e à Polícia Federal. Ali, começava a ser montada a tragédia.

A delegada Erika Marena, personagem do filme sobre a Lava Jato, fez o pedido de prisão preventiva e, no momento em que ocorreu, toda a imprensa de Florianópolis já estava a postos. Como sempre ocorre nesses casos, o MPF foi a reboque. Sem acesso aos autos, o procurador da República André Bertuol endossou burocraticamente o pedido. E a juíza Janaína Cassol Machado aquiesceu com a gana de carnívoros famintos.

Como não havia celas na PF, os prisioneiros foram submetidos a um amplo ritual de humilhação. Despidos, colocados em uniformes de presidiários, algemados e transportados para o presídio estadual. Até hoje, em Florianópolis, apenas dois tipos de personagem tiveram tratamento similar: traficantes e um empresário que respondia a mais de 60 processos. O empresário conseguiu responder aos processos em liberdade.

Em todo caso, a delegada Erika, o procurador Bertuol, a juíza Janaína, o próprio corregedor Rodolfo são personagens menores. O grande personagem é o espírito punitivista desses tempos de cólera, e uma imprensa sensacionalista, totalmente dissociada de princípios civilizatórios básicos, que acabou conferindo a mentes perturbadas o poder inaudito de assassinar reputações.

A morte física do reitor foi apenas um acidente de percurso. E os protagonistas, não mais que de repente, perderam a atração pelos holofotes.


Postado em Portal Luis Nassif em 03/10/2017







Ex-senador Nelson Wedekin: "Pior do que a desonra é a dor de quem não a merece"



Um dos discursos mais aplaudidos, muitas vezes de pé, pela comunidade universitária, familiares e amigos do reitor Luiz Carlos Cancellier, durante a solenidade fúnebre do Conselho Universitário da UFSC, foi proferido pelo ex-senador e advogado Nelson Wedekin.

Começou falando das "mãos visíveis e invisíveis que empurraram o reitor das alturas para a morte", destacou suas virtudes humanas e qualidades pessoais, acadêmicas e políticas e posicionou-se de forma crítica contra as arbitrariedades de sua prisão violenta e injusta.

Veja a íntegra do pronunciamento. Merece profunda reflexão de todos, especialmente, dos responsáveis diretos por esta dolorosa tragédia:

" Luiz Carlos Cancellier de Olivo, o Cao, está morto.
Nas estatísticas oficiais a morte de Cao será contada como suicídio.
Mas ninguém se iluda. Mãos visíveis algumas, que podem ser identificadas sem que seja necessário levar ninguém à prisão, e mãos invisíveis, muitas mãos invisíveis, o empurraram das alturas, de modo que os seus ossos se quebrassem, o sangue jorrasse na hemorragia incontrolável, e a vida se extinguisse rapidamente no choque terrível. Instantes depois do baque surdo, o coração cheio de bondade, de tolerância, de respeito ao próximo, parou de bater.
Que mãos eram essas? Mãos de quem talvez saiba o que é vingança, mas sabe pouco do que seja justiça. Mãos de quem só têm a si mesmo como honestos e virtuosos, senhores do bem e do mal, da reputação de quem mal conhecem e que não têm curiosidade de conhecer. Mãos de quem, tendo o poder de prender, ignoram a gravidade do delito suposto, e para quem tanto faz ter o cidadão ficha limpa ou antecedentes criminais. Mãos de quem, sendo ciosos da imagem de suas respectivas instituições, desprezam, entretanto, a imagem das demais, como deuses de um alcorão, uma bíblia fundamentalista.
Mãos de quem, tendo o poder de prender sem flagrante, e de começar uma investigação pela coerção, constrangimento e prisão dos suspeitos, não chegam a perceber que o método rústico revela a incapacidade de cumprir seus deveres e obrigações com inteligência, método e moderação.
Mãos de quem, ciosos de seu poder e autoridade, ao invés de exercê-los com critério, partindo do pressuposto inalienável de que o cidadão pode ser culpado, pode ter só parte de culpa, ou nenhuma culpa, pensando que seu juízo e sua intuição são infalíveis, só têm olhos para as evidências que confirmem as suas suspeitas.
Mãos de quem, ainda ontem frequentavam os bancos da faculdade, mas para quem a presunção da inocência - pináculo do estado de Direito, pilar da democracia, conquista da civilização - é um inútil ornamento da lei.
Mãos de quem não abrigam em seus corações nenhum sinal de bondade, de compreensão pelo outro, e em suas cabeças nenhum raciocínio a respeito da proporção dos seus atos, nenhuma projeção dos seus efeitos e suas consequências, para o ser humano, a instituição, a comunidade.
Mãos de quem em nada parecem saber que a prisão é, em toda circunstância, a não ser nas ditaduras, desonrosa. Em nada parecem saber que abate, constrange e humilha, aprisionar, examinar alguém em corpo nu, vesti-lo em roupa de prisioneiro, e que tudo isso adentra pelo terreno da barbárie, ainda mais quando se faz sem flagrante, sem a sentença, antes mesmo de ser réu.
Mãos de quem se aproveitam de uma época inglória e insana, de uma sociedade exaurida pelos escândalos públicos, e que em boa parte, têm espuma e sangue nos lábios, e para quem tudo é joio, e trigo só eles são, tendo na ponta da língua os chavões da época, de condenação geral aos bandidos de verdade, mas levando juntos os que passaram perto e os inocentes que têm o azar de atravessar o caminho.
Um pouco de humildade, um pouco de humanidade não lhes faria mal. Não conheço nenhum desses agentes da lei, e não desejo conhecê-los, porque tenho medo deles. Que autoridades são essas que ao invés de proteger nos causam medo e terror? Quem são eles, assim destituídos de humanidade e razão? É preciso agir com a mão assim pesada, com tal crueldade, com tal virulência e desumanidade?
Não se passa o país a limpo assim, senhores e senhoras. Digo de novo o que já escrevi: os senhores, as senhoras, estão jogando o bebê fora junto com a água do banho.
Mãos não só de autoridades, mas de uma imprensa que primeiro atira e só depois pergunta quem vem lá, quando e se pergunta. Uma imprensa que toma como verdadeira, em princípio, a palavra da autoridade, não mediada, não contextualiza. De blogueiros, ativistas e pessoas "comuns" que, raivosos, expelem argumentos chulos, pensamentos prontos, clichês preconceituosos, manifestações de atraso, ignorância, e ódio, muito ódio nas redes sociais Mãos de quem confunde moral com moralismo de baixo custo, que a todos rotula, por método, costume e um certo prazer sádico.
Cancellier almoçou lá em casa há menos de uma semana. Com o filho Mikhail, Ricardo Baratieri, Arlete e Nara Micaela. Ao final, nós estávamos reconfortados. Cancellier nos pareceu lúcido, fazendo um esforço genuíno para compreender que tinha sido vítima de uma dessas armadilhas do destino, uma coincidência infeliz. Ele parecia razoavelmente recuperado do golpe sofrido.
Um turbilhão que tudo arrasta, um vendaval que se solta, uma cilada da vida: assim pareceu Cancellier encarar o seu drama pessoal. Ele aparentava uma calma estranha, uma misteriosa resignação. Quando soube de sua morte ontem, compreendi imediatamente: ele já havia engendrado o seu destino, fingiu serenidade, para que ninguém quisesse interromper o plano que já tinha traçado. Alguém já disse que não há pior vergonha do que a de não ter feito o que lhe imputam. Muito pior que a desonra, é o sentimento de quem não a merece.
Podem ficar tranquilos todos e cada um dos mais de cem agentes públicos e autoridades do Estado que, de alguma forma contribuíram para desenlace trágico, dando ou cumprindo ordens, assinando as portarias, os despachos, cumprindo as frias formalidades da "lei", que este homem singular, Cancellier, que não cultivou em vida a raiva, a mágoa, o ressentimento, também não os levará para a eternidade.
Conduziram ao camburão, abriram as portas do cárcere um homem que não queria mal a ninguém, que não fazia mal a ninguém. Um homem de coração generoso e aberto, um democrata na teoria e mais ainda na prática, um homem de diálogo e conciliação, um campeão da harmonia e da paz. Ah, Cancellier, como você, querido amigo e querido irmão fará falta, ainda mais nesta terra brasileira nunca tão dilacerada pela dissensão e a intolerância, apequenada nos conflitos políticos de uma República abastardada, no facilitário do ódio, na insensatez arrogante de muitas das suas elites.
Como fará falta sua voz calma e pacificadora, em busca da palavra certa em favor do diálogo e do entendimento, na instituição que você respeitou, protegeu e amou mais do que qualquer outro, a quem você emprestou o seu talento e capacidade de trabalho, esta Universidade Federal de Santa Catarina, o palco involuntário de uma tragédia que marcará para sempre e indelevelmente a sua história.
Abraço caloroso, Mikhail, Júlio, Acioly, Cristiane, familiares, amigos. Choremos o passamento de Cao Cancellier e sigamos o seu exemplo, de uma vida dedicada ao bem, à justiça, à liberdade e à paz entre os homens. Descanse Cao em algum lugar, na dimensão possível. E rezemos para que esta tragédia que nos causa tamanho torpor, tal comoção, que nos fere tão fundo na alma, de alguma maneira seja uma lição que nos afaste da barbárie, nos contagie com um pouco de fraterna humanidade, nos dê força para enfrentar esta provação.
Abraço sentido e caloroso, reitora Alacoque, pró-reitores, diretores, servidores e alunos. Universidade, se bem interpreto o pensamento do amigo e irmão que se foi de forma tão despropositada, é lugar onde se privilegia o conhecimento e o saber, a extensão e pesquisa. É o lugar dos crentes e dos ateus, dos socialistas e dos liberais, da direita e da esquerda, dos negros, indígenas e brancos, dos pobres e dos ricos, das mulheres e dos homens, dos héteros e dos homossexuais. Aqui se encontram, convivem e aprendem para a vida e a cidadania, todas as tribos da comunidade nacional e planetária.
Todos os que se acham superiores moralmente, politicamente, esqueçam. Somos todos iguais ou parecidos em defeitos e qualidades. Experimentem, como o Cao fazia o tempo todo, calçar de vez em quando as sandálias da humildade. A Universidade não é o lugar apropriado para a guerrilha política, para o "nós" contra "eles". Aqui podem e até devem se bater as facções, as narrativas históricas, mas ninguém é dono do futuro e só uma busca é possível e legítima: a de uma sociedade próspera, justa, livre e fraterna. Universidade rima com verdade e liberdade.
Nelson Wedekin "


Postado em Conversa Afiada em 04/10/2017








Entrevista do deputado federal Jean Wyllys á TV 247, " o que devemos discutir é a cura da homofobia "



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247 O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) concedeu uma entrevista exclusiva à TV 247, em que falou sobre os enormes retrocessos do Brasil pós-golpe, como a proposta de "cura gay"e o novo macartismo cultural, que tem atingido exposições artísticas pelo Brasil afora.

– A homossexualidade já foi catalogada como doença. Quem primeiro fez um movimento para despatologização da homossexualidade foi a Associação Americana de Psiquiatria. Em seguida, a Organização Mundial de Saúde retirou de vez a homossexualidade do código de doenças em 1990. Ou seja: desde então, ela é considerada uma expressão da sexualidade humana, como a heterossexualidade ou a bissexualidade. 

Na opinião do parlamentar, o que se deve discutir é a cura para a homofobia. Na entrevista, concedida aos jornalista Leonardo Attuch e Paulo Moreira Leite, ele lembrou que o Brasil é um dos países que lideram a violência contra o público LGBT e disse que a ideia de "cura gay" estimula a homofobia.

Na entrevista, ele também comentou casos como as ações do MBL contra a exposição "Queermuseu" em Porto Alegre e contra expressões artísticas, como o caso recente do MAM.

– Estão fazendo uma gigantesca cortina de fumaça, para que nós discutamos esses temas, que são importantes, enquanto eles, que são um grupelho fascista, apoiam um governo ilegítimo e corrupto que vende todas as riquezas nacionais.

Wyllys falou ainda sobre a disputa presidencial de 2018, disse que o Psol terá candidatura própria à presidência em 2018, mas defendeu uma frente ampla de esquerda no segundo turno, possivelmente em torno do ex-presidente Lula. Na entrevista, ele afirmou que Ciro Gomes evita se posicionar sobre temas ligados à questão LGBT e criticou posturas conservadoras de Marina Silva. Num ponto surpreendente, defendeu as políticas contra a homofobia do tucano Geraldo Alckmin.







As versáteis banquetas



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Cozinha projeto Luni Arquitetura Kitchen by Luni Arquitetura…


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