Beatriz Fagundes : Simplicidade, determinação e liberdade






Radialista da editoria de política vive o poder do agora e diz estar feliz


Luiza Borges

Acompanhada da filha Sheila e do neto Davi, Beatriz Fagundes chegou ao local da entrevista usando óculos escuros e vestindo uma estampa florida, que transmitia o momento de astral leve. Ao apresentar o pequeno de dois anos, comenta que ele brincava de desenhar, sinalizando as mãos riscadas de canetinha. O guri sorri, olhando para a avó e com expressão de gratidão, acena um até breve, deixando-a para o bate-papo com o Coletiva.net. A troca de olhares mostra o apreço pela família, pois os netos são uma das razões da boa fase que Beatriz se encontra: livre e conectada apenas ao que necessita.

Divorciada, em nova etapa profissional e de bem consigo mesma, conta que “é sozinha, mas nunca está sozinha”. Aos 61 anos, é avó de três crianças: Davi, de dois anos e Arthur, de sete, ambos filhos de Sheila, que vivem em Porto Alegre; e Gabriel, de 12 anos, filho de Jeferson, atualmente morando em Florianópolis, Santa Catarina. Sobre a saudade e a distância, conta sorrindo: “Os dois são praticantes do taekwondo. Meu filho é mestre no esporte e o Gabriel está seguindo os passos do pai. Fico por dentro de tudo o que acontece, pois fazemos contato via Skype e converso direto com eles”, comenta, aliviada com as facilidades das tecnologias.

Criada com mais quatro irmãos, Vera, Iara, Matheus e Henrique (já falecido), se recorda da infância em São Leopoldo, onde viveu até os nove anos. “Sou do tempo em que criança brincava na rua, subia em árvores, andava de bicicleta. Eu e meus irmãos nos divertíamos muito”, relembra. Estas boas recordações se mesclam a um acontecimento que marcou a vida de Beatriz. Filha de capitão do exército, acompanhou de perto o clima de repressão durante a ditadura militar, em 1964.

Ela tinha nove anos quando seu pai, Matheus Gonçalves Fagundes, ficou quase 100 dias desaparecido. Ao retornar para a casa, após ser torturado e 20 quilos mais magro, era quase que irreconhecível. A lembrança despertou o interesse da jovem em entender o que era governo. “Queria saber quem tinha o poder de fazer aquilo com uma pessoa. Quem mandava? O que fazia e por quê? ”, conta. Desde então, passou a ler e pesquisar muito, e assim a ligação com a política foi ficando mais forte.

A radialista

Beatriz tornou-se uma mulher determinada e corajosa. O envolvimento com a ciência política acabou se transformando em profissão. Em 1984, o então marido que trabalhava na Rádio Guaíba ficou sabendo de uma oportunidade para produzir o programa do jornalista Lasier Martins. Candidatou-se e conquistou a vaga de produtora-executiva. Durante um ano e meio, foi responsável pelo conteúdo do Guaíba Revista. Foi durante esta época que, por conta de uma situação inusitada, Beatriz entrou no ar. “Eu estava com a escritora Rose Maria Muraro que ia divulgar sua obra ‘A vida sexual da mulher brasileira’. O Lasier chegou no estúdio e, sem explicar o porquê, disse que não ia fazer o programa e foi embora. Fiquei desesperada, mas encarei e apresentei a atração. Fui lá e fiz. Estava quase tendo um chilique, pois ele foi embora e não tive chances de conversar e pegar instruções. Não consigo me lembrar de nada do que falei, mas deu tudo certo”, relata, sorrindo. Deste dia em diante, a radialista de coração trocou a produção pelos microfones e entrou de cabeça no mundo do jornalismo político.

Quando decidiu por este caminho, a questão do nome foi colocada em pauta. Na época, haviam duas figuras femininas se destacando no meio da comunicação, que eram Tânia Carvalho e Magda Beatriz. Então, de Tânia Beatriz passou a se apresentar como Beatriz Fagundes, para diferenciar. A radialista teve experiências futuras na Rádio Gazeta, onde conheceu Nelson Marconi, profissional a quem destaca como ótimo e uma pessoa muito bacana. “Iron Albuquerque foi quem abriu a rádio Gazeta. Ele era outra figura louca, mas que considero sensacional”. Trabalhou ainda durante oito anos na Rádio Pampa e atuou por seis meses na Rádio Bandeirantes.

Como referências na profissão, admira dois profissionais: no Rio de Janeiro, tem Cidinha Campos, que conheceu e por quem despertou um grande carinho. Já no Rio Grande do Sul, Jorge Alberto Mendes Ribeiro, com o qual também teve a oportunidade de trabalhar, era a inspiração. “Eu o achava um cara sensacional”, resume. As influências que tornaram Beatriz a profissional que é vieram de vários cantos. “Tu vai como um beija-flor, pega um pouco do néctar de cada um e cria o teu ser”.

Abertamente de esquerda

Seu posicionamento esquerdista dificultou algumas relações profissionais. “Quando meu contrato com a Bandeirantes se encerrou, fiquei um tempo analisando. Sou de esquerda abertamente e isto me tirou um tempo do mercado”. Foi, então, que veio a experiência na Rádio Real, de Canoas, a qual resume como “uma boa fase”, pois ia de trem e aproveitava para ler muito no trajeto para a rádio. Trabalhou lá durante sete anos, até Lula ser eleito presidente do Brasil, em 2002, quando voltou para a Pampa a convite do vice-presidente da emissora, Paulo Sérgio Pinto.

Foram anos de conversas e contato com grandes figuras da política brasileira. Algumas situações inusitadas ocorreram, lembradas com muito bom-humor pela radialista. Certa vez, estava no ar com os convidados – uma psicóloga e uma sexóloga. Antes de entrar os comerciais, recebeu o sinal do operador de som e falou: ‘Vamos a um breve intervalo sexual e já voltamos’. A gafe passou batida por todos que estavam presentes no estúdio. Mas, de repente, mensagens dos ouvintes começaram a chegar com diversas brincadeiras. Eles falavam: ‘nossa, mas que rapidinho. Já voltaram’. Os comentários aumentaram e, quando entenderam o que aconteceu, foi uma diversão que só.

Manawa, o momento do poder é o agora

“Eu vivo o hoje. Nós não temos o controle da vida. Temos o poder do sim e do não, mas no agora”, garante, ao ponderar que espera um futuro com saúde para continuar fazendo o que a faz bem, sem se preocupar se vai ser rica ou famosa, mas desejando poder fazer o que quiser fazer. “Quero poder tomar as decisões que tenho vontade”.

Atualmente, Beatriz se dedica a um projeto pessoal: a Rádio Web Manawa, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h, tem no comando a voz da locutora. Fundada em fevereiro de 2016, o veículo traz em sua programação o debate sobre política, é claro, mas também aborda questões atuais, sempre sugeridas pelos ouvintes que participam com bastante frequência. O nome Manawa é inspirado em um dos sete princípios da filosofia havaiana Huna, que entende que o poder vive no agora. Adepta da doutrina, ela explica: “A Beatriz que saiu de casa para vir aqui já não existe mais, a que vai sair daqui ainda nem existe, mas esta que está aqui agora é real”, diz. Beatriz conheceu a filosofia em 1996, através de amigos. Mas foi no ano de 2000, quando sofreu com uma depressão sem explicação, que reencontrou na Huna sua salvação.

Seu programa de rádio é transmitido em um estúdio simples, em estrutura montada na própria casa. “Até cheguei a abrir um espaço fora, mas achei desnecessário, pois consigo entrar no ar e fazer um bom trabalho de casa”. A Manawa conta com a participação dos amigos ouvintes e internautas. “Há uma incrível troca de informações. Abro espaço para a opinião dos ouvintes e eles mandam vídeos, enviam sugestões de pauta, sentem-se e fazem parte do programa”, conta, bastante alegre. Ela trabalha com o que gosta. Viveu muitos momentos bons, realizou diversas entrevistas interessantes sobre assuntos variados como. Isso a faz feliz, pois adquire muito conhecimento. Para ela, o rádio tem que ser companheiro, e o locutor acaba sendo um amigo para o ouvinte.

Momento total zen

Amante de tudo o que envolve energia positiva, Beatriz gosta de absorver informações que vão da astrologia a numerologia, áreas que se identifica muito. “Às vezes, o ser humano passa a vida inteira sem realmente se conhecer. E isto não tem a ver com idade, nem gênero. Existem pessoas que já possuem uma certa idade e muitas experiências, mas ainda não se conhecem de verdade. Estudar a tradição do xamanismo havaiano, entender a Huna me fez olhar as coisas de outro modo.” A liberdade de espírito proporcionou a seguinte maneira de pensar e agir: temos 100% de liberdade em nossas vidas, mas sobre estas escolhas, temos 100% de responsabilidade.

Em sua rotina, Beatriz fica no ar durante a manhã, pela Rádio Web Manawa. Após três horas online, geralmente fica cerca de 30 minutos em silêncio, realizando mantras, que têm como objetivo proporcionar um descanso para o cérebro. “O momento político está um lixo e as energias pesadas estão circulando. A cabeça vira uma reciclagem deste lixo e temos que trabalhar isto, diariamente. Às vezes até acabo dormindo um pouco”.

Mesmo com tantas coisas boas acontecendo na vida, ela não se sente completamente realizada, pois acha que ainda falta algo. “Não sei o que é, ainda não parei para analisar isto. Mas é exatamente por isso que, quando acontece algo bom, eu comemoro. Não me apego. Prefiro que a vida me surpreenda”, afirma, ressaltando que é bom ter metas, mas não se pode ser refém delas.

Longe do microfone

Quando está distante do estúdio, existe uma mulher que não gosta de viver em caixinhas. Eclética em todos os gostos, vai de fases em que aprecia desde uma boa feijoada até a leve salada. Mas confessa não ter frescura, pois come de tudo. “Estou aqui tentando lembrar de algum alimento que eu não comeria de jeito nenhum, mas não consigo”.

Sem religião definida, é adepta do que faz o bem. Lê sobre tudo, daquelas que não deixa escapar nem bula de remédio. Gosta dos livros de autoajuda, mas também lê Shakespeare, Paulo Coelho. Quando o assunto é música, acha mais fácil citar os estilos que não aprecia: funk e heavy metal. Ou seja, dependendo de como estão seus sentimentos no dia, escolhe a trilha sonora. Sobre cinema, cita o filme ‘Central do Brasil’ como referência e elogia: “Foi uma baita denúncia sobre a miséria mental do País”.

Exploradora nata, se pudesse escolher outra profissão, seguiria o ramo de turismo. Amante das trilhas no meio da natureza, já foi daquelas aventureiras e fez muitas trilhas pelo interior do Rio Grande do Sul, apesar da estreia ter acontecido quando morava no Rio de Janeiro e subiu, pela primeira vez, a Pedra da Gávea.

Colorada desde criança, foi a única da família que optou torcer pelo Internacional. Não sabe explicar o porquê, mas diz que a paixão nasceu com ela. “Meu pai era gremista doente. As pessoas contam que, quando queria ganhar alguma coisa, eu dizia que era gremista. Quando conseguia o objetivo, voltava a ser colorada”, recorda, soltando uma gargalhada. Sempre brincando, é uma mulher de astral contagiante.

Para conquistar a amizade de Beatriz, é preciso ter um papo bacana e ser bem-humorado. “Sou daquelas que perco o amigo, mas não perco a piada”, comenta, rindo novamente. Quem quiser manter o contato com ela, deve evitar agir com hipocrisia e falsidade, pois são características que a tiram do sério. “Quando sinto estas energias, até me afasto para não julgar.”

Humilde no que se refere à aparência, tem a mania de se vestir confortavelmente. “Adoro usar chinelo e abrigo. Por causa disso, as pessoas me veem e perguntam se estou bem. Minha característica é andar ‘esgualepada’. Gosto de estar o mais simples possível”. E com estas palavras ela termina o bate-papo, quando, sorrindo, diz: “E é isso. Em resumo, eu sou o máximo”.



Postado em Coletiva.net em 14/07/2017



Conheça a Rádio Web Manawa clicando abaixo :


Sobre condenados e esquecidos








Celso Vicenzi


Veja se você consegue lembrar quem condenou Tiradentes à forca? Quem condenou Sócrates a beber a taça de cicuta? Quem executou Che Guevara? 

O juiz vaidoso que não esconde suas frustrações pessoais nos mínimos gestos e comportamentos, é mais um condenado a desaparecer na história enquanto a figura de Luis Inácio Lula da Silva irá permanecer para sempre nos livros de história, de ciência política, de sociologia, em biografias, em poesias, na literatura de cordel, em peças de teatro e tantas outras formas de imortalidade. Verdade ou mito, não importa, Lula será símbolo. De um Brasil que ousou retirar milhões da miséria e sonhar com mais igualdade, alçar voo entre os maiores do mundo, antes de ser abatido por mais um golpe.

É assim com os grandes personagens da história da humanidade. Já aos seus algozes, que cumpriram papéis ordinários, coube o esquecimento. Ou, talvez, para que não esqueçamos jamais, figurem como exemplos de injustiça e ignomínia.

Moro agiu em fina sintonia com os mais potentes veículos de comunicação do país, sob o manto da cumplicidade de seus superiores, para torturar um cidadão e sua família diuturnamente com injúrias, calúnias e difamações.

À história caberá demonstrar, com mais clareza, o que significou a Operação Lava Jato para consumar o golpe no Brasil. Da mesma forma que, passadas algumas décadas, hoje sabemos muito sobre os bastidores do golpe de 64. Para quem gosta tanto de “indícios”, são fartos aqueles que nos levam a suspeitar de um golpe jurídico-midiático-parlamentar-policial-empresarial contra a presidenta Dilma. Com know-how (tudo indica) de quem fala muito bem essa língua.

O golpe, que ainda prossegue, destituiu uma presidenta sem crime para promover um assalto ao poder que consuma o maior retrocesso aos direitos trabalhistas da história nacional e que deve completar-se com outros ataques: aos direitos humanos, à soberania do país, à educação, às mulheres, aos negros, à população LGBT, aos movimentos sociais e à população mais pobre. 

Que Moro não se engane. A história é pródiga em transformar heróis em vilões e vice-versa. O golpe avança para entronizar duas das forças mais nefastas que tomaram conta do país: a de pastores políticos de igrejas que, se não fosse o álibi da religião poderiam ser enquadrados como estelionatários, e a do fascismo liderado por Bolsonaro, capaz de capitalizar o ódio de milhões de brasileiros que foram às ruas e às janelas bater panelas contra Dilma, Lula e o PT pelo que representavam como projeto de país, porque a corrupção nunca os incomodou, como agora, aumentada e escancarada, não provoca nenhuma reação. 

Que Moro não se iluda com o brilho fugaz das telas de TV e com a sua aparente fama, porque será lembrado como infame. Ao condenar Lula a nove anos e meio de prisão, numa alusão aos nove dedos do ex-presidente, Moro prova que é um juiz perverso. E medíocre. Produziu uma sentença que será objeto de estudo e escárnio, um case do que a justiça não pode ser. A condenação de Lula é mero pretexto, porque a sentença é contra um projeto de nação, que aos poucos vai sendo subjugada em sua soberania, entregue às forças do mercado, ávidas por lucros obscenos no país que já é um dos 10 piores em distribuição de renda. 

Há muitos casos na história de acusações e condenações espúrias, como as de Nicolas Sacco e Bartolomeo Vanzetti, nos Estados Unidos, a do capitão Alfred Dreyfus, na França, ou a de Nelson Mandela, na África do Sul. Condenações que sempre serviram a propósitos políticos. 

Luis Inácio Lula da Silva, que já colocou o seu nome na história por promover a maior ascensão social da população mais miserável do país, que liderou – com todos os problemas – um projeto de inserção do Brasil entre as maiores nações do planeta, terá seu nome ainda mais cultuado diante da injusta perseguição que sofre. A tortura a que é submetido, por acusações não comprovadas que contra ele e seus familiares foram engendradas em dezenas de capas de revistas e jornais, e incontáveis minutos em emissoras de rádio e TV, certamente o alçarão à condição também de perseguido político. De uma nova forma de perseguição política, mais sofisticada, nem por isso menos cruel. 

Moro condenou Lula, mas condenou-se também. Lula permanecerá uma lenda viva na história do Brasil. Tanto maior quanto mostrarem-se infundadas, no futuro, as acusações e as manobras que certamente vão impedi-lo de ser candidato e derrotar o golpe pela via democrática, se eleições houver em 2018. 

Moro, o juiz que se comporta muito mais como um acusador seletivo, que é moroso com corruptos golpistas e sem morosidade com quem apoiou Lula, Dilma e o PT, condenou-se a ser, muito em breve, um nome a ser esquecido no pé de página da história, um mero instrumento de forças maiores que consumaram o golpe. Alguém, no máximo, a ser lembrado de forma pouco digna como exemplo do que a justiça não pode ser, caso queira ter esse nome.


*Celso Vicenzi é jornalista, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas/SC e publicou este texto em seu blog.



Postado em Tijolaço em 14/07/2017






O mundo é dos corajosos



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Quem são os corajosos? Eu acredito que corajosa é aquela pessoa que se levanta todos os dias e dá o melhor de si mesma. Que apesar de tudo continua sorrindo e superando o que acontece na sua vida. É alguém que não espera por uma ocasião especial para mostrar o seu valor e sair para conquistar o mundo; continua confiante mesmo depois de ter falhado.

Eles continuam sendo corajosos quando reconhecem e enfrentam os seus medos, quando percebem que a atitude a adotar pode multiplicar ou dividir as suas forças. Eles são corajosos e o mundo é deles, porque a cada dia buscam descobrir algo novo.

São corajosos e seguem em frente, com milhares de invejosos por perto, recebendo milhares de “nãos”. Mas… você sabe o que é o melhor de tudo? Eles podem arrastá-lo para este mundo perigoso, porque eles têm a força e o desejo que tudo contagia. Isto pode ser bom, às vezes ruim, mas nos incentivam a seguir em frente e desejar conquistar o mundo também.

Eu gosto das pessoas que se atrevem e vivem, mas não das pessoas que acreditam que “o que tiver que ser será”. Gosto das pessoas que dizem e fazem. Cada dia é único e elas têm a coragem de vivê-lo como ele se apresenta.

A resiliência como um estilo de vida

A resiliência é a capacidade que as pessoas têm para superar as adversidades e continuar com suas vidas apesar das circunstâncias adversas. Esta poderia ser uma definição correta e apropriada para resiliência, embora um pouco pobre se parássemos por aqui, se não falássemos do sucesso alcançado apesar dos medos, das dúvidas, das promessas não cumpridas. As pessoas com essa capacidade foram corajosas e continuam sendo pela vida afora.

Quando falamos de resiliência, falamos de pessoas que se apropriam do mundo ao seu redor, que sabem falar da sua dor para que ela se cure, da mesma forma que acontece quando desinfetamos uma ferida. Elas sabem o que é o “fundo do poço” porque já estiveram lá muitas vezes, mas em todas elas conseguiram voltar para a superfície. O mundo é dos corajosos e ousados: eles modificam a realidade constantemente.

Resiliência é apenas um nome geral, uma definição formal, mas cada um tem a sua história e sabe que não é fácil. No entanto, vale a pena continuar, vale a pena encontrar a alegria de viver.

O que podemos fazer para sermos corajosos?

O medo sempre vai nos proteger e fazer com que pensemos duas vezes antes de agir. É claro que devemos ouvi-lo, mas também precisamos entender que por trás da nossa “zona de conforto” podemos encontrar algo melhor. Se você não abrir a porta, nunca saberá o que existe do outro lado.

Não espere o final de semana, vista-se todos os dias com a sua melhor roupa. Não espere a aposentadoria ou que a situação se estabilize para viajar ou assumir riscos. Não espere ter mais tempo para aprender a dançar, para caminhar ou beber com os seus amigos. O importante na vida não é o ponto de partida, nem a chegada, mas sim a caminhada. Viva: o tempo é seu, a vida é sua.

Perder as oportunidades é como ficar na estação olhando o trem passar sem embarcar em nenhum deles. Eu espero que você não perca as oportunidades: beije, abrace e aceite a vida como ela se apresenta. Faça uma lista dos seus sonhos e comece a caminhar, a errar e acertar. Esta é a atitude dos corajosos, das pessoas que são donas do mundo.





  

Quando a política penetra no recinto dos Tribunais, a Justiça se retira por alguma porta











































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Ora Deus, ora Lúcifer . . .




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Rosa Maria Feijó*

O ser humano é mesmo surpreendente, visto que é capaz de atos grandiosos como, também, de atos vis, provando sua dualidade, ora absorvendo Deus, ora absorvendo Lúcifer. 

Neste dia 11 de Julho de 2017, no Senado do Brasil, assistimos a hora e a vez do “ anjo caído ” levando 50 homens e mulheres a escutarem seu chamado tão inebriante, mas ilusório e de alto custo moral e espiritual. 

A Consolidação das Leis do Trabalho foi assinada em 1º de Maio de 1943, foi um dia, histórico, de festa, em contrapartida a este 11 de Julho de 2017, que será um dia, histórico, de pesar e tristeza pela perda de direitos trabalhistas que custaram lutas, suor, lágrimas e sangue durante os séculos XIX, XX e XXI, bastando um ano de Golpe de Estado para destruir direitos conquistados e aprimorados por quase dois séculos. 

É difícil precisar quanto tempo será necessário de sofrimentos, lutas, mais suor e mais lágrimas para revertermos este retrocesso, sendo rápido ou demorado na medida das escolhas daqueles que nos representam através do voto. 

Assim como esteve nas mãos de milhões a escolha dos " 50 " deste 11 de Julho de 2017, estará em nossas mãos, sem dúvida, um futuro melhor e mais justo.


* Editora deste Blog.