Esse gringo mostra 10 verbos da Língua Portuguesa que não existem em inglês
Débora Schach
Às vezes é preciso o olhar de um estrangeiro para que a gente volte a se apaixonar pelo nosso país.
Gavin Roy fala com tanta empolgação da Língua Portuguesa que fica difícil não sentir aquela pontinha de orgulho.
Gavin é norte-americano, adora o nosso idioma e está aprendendo a falar português sozinho (!).
Em seu canal no YouTube, o ‘Small Advantages’, ele dá dicas de inglês em vídeo-aulas em português.
Nesse vídeo específico, Gavin apresenta 10 verbos do português que não existem em inglês – em todos os casos, é possível expressar a mesma ideia em inglês (ou quase), mas não em apenas uma palavra. Assista e veja que interessante.
Ninguém fala muito sobre dormir, pelo menos não com a seriedade que o assunto merece. Delicado ato de fechar os olhos e se entregar a Morfeu de corpo e alma, o assunto está presente em todas as vidas, mas em poucas conversas. É a sina do homem pós-moderno: a rotina não costuma ter lá esta bola, especialmente quando está boa. Só se fala sobre o sono quando ele não vai bem.
O simples ato de dormir mereceria muito mais que uma crônica. Cadê os poetas meias-tigelas para rimarem dormir e sorrir? Que diabos de obra compuseram Shakespeare, Goethe ou até Paulo Coelho (!) que não dedicaram uma só linha a essa graça? Fernando Pessoa sucumbiu à insônia (“Não durmo, nem espero dormir. Nem na morte espero dormir.”), mas na hora de enaltecer aquele cochilo providencial, foi um baita mal agradecido.
Existem várias formas de se render a tal divindade. Há aqueles momentos ritualísticos em que se cria um culto pré-sono, carecedor de preparo e astúcia: pijaminha, leite morno, edredom macio, ar-condicionado, uma tevezinha baixinha para atiçar a melatonina, uma oração para agradecer aquele momento sublime e pimba, foi-se a consciência (Deus, perdão por todas as vezes em que dormi no meio da oração).
Mas Morfeu é singelo e aceita informalidades: um cochilo no ônibus, no banheiro da balada, na palestra monótona, no ombro da pessoa ao lado, no estacionamento, na carteira da escola (estilo Chico Xavier, com a mão fazendo uma cabaninha sobre os olhos)… Uma pescadinha regeneradora já melhora o dia! Seja onde for, pregar os olhos é uma delícia.
Há tanta poesia em sonhar que astrólogos dedicam milhares de horas a estudar os elementos do sono: uma cobra rastejando pelo chão é aviso para que preste atenção ao seu círculo de amizades; a presença de um ovo é sinônimo de fartura; já sonhar com dente pode ser um punhado de coisas diferentes, amigo, melhor pesquisar. A tal astrologia é tão eficiente quanto fazer simpatia na encruzilhada, mas sabe-se lá… “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.”
A verdade é que yo creo mesmo na magia de fechar os olhos e sonhar. Quem dorme bem não pratica crime, não engorda, não briga e, quando acorda, vive com mais intensidade, na expectativa de dormir de novo.
Dormir faz parte de todos os momentos mágicos da vida: se almoçou aquele churrascão de domingo, tire um cochilo (os espanhóis e sua sesta são geniais!); se o sexo com o parceiro foi bom, durma de conchinha; se exagerou na bebida, repouse para melhorar; se a festa foi boa, descanse para recuperar as energias; se chorou demais, durma que melhora. Mas não é preciso criar motivo, o travesseiro, por vezes, é muito mais convidativo que qualquer festa ou conversa. A melhor de todas as baladas acontece quando se está quietinho entre lençóis. A vida é feita de sonecas e sonos profundos, num oceano de altos e baixos que só se sustenta pela necessária segurança da rotina.
Raymond Radiguet, o escritor francês, não deixou passar em branco a beleza da rotina. Ao falar sobre o primeiro beijo em Marthe, sua musa tanto oferecida quanto proibida, filosofou: “O sabor do primeiro beijo me decepcionara, como uma fruta saboreada pela primeira vez. Não é na novidade, mas no hábito que encontramos os maiores prazeres. Alguns minutos depois, não apenas estava habituado à boca de Marthe, como não podia passar sem ela”. Assim como o beijo da moça a Radiguet, dormir é hábito que não passa em branco, tanto pela necessidade do corpo como pelo espetáculo artístico daquelas horas (por vezes, humildes minutos ou míseros segundos…). Beijos e obrigada, Morfeu.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou hoje (28) uma petição ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmando ser vítima de violação de direitos humanos em razão das ações da Operação Lava Jato. Segundo a petição, Lula se diz perseguido pelo juiz Sergio Moro, responsável pela operação na primeira instância, a quem acusa de abuso de poder.
A defesa de Lula reclamou o que considera “atos ilegais” praticados por Moro, entre eles a gravação e divulgação de conversas privadas dele com advogados e também com a presidenta afastada Dilma Rouseff, além da condução coercitiva para um depoimento no dia 4 de março.
A peça foi protocolada na sede do Comitê, em Genebra, na Suíça. Segundo a defesa, o documento é uma resposta aos atos de Moro, que “não podem ser satisfatoriamente corrigidos na legislação brasileira".
Conforme a petição, Lula pode sofrer violações de direitos humanos e abuso de poder por parte de Moro e dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Entre as possíveis violações, o documento lista “invasão de privacidade, prisão arbitrária, detenção antes do julgamento, presunção de culpa e incapacidade de afastar um juiz tendencioso”.
No documento, a defesa informou que Lula sempre se submeteu voluntariamente a pedidos de interrogatórios da polícia ou do Ministério Público e que não procura o Comitê Internacional com a pretensão de estar acima da Lei.
"Como um ex-presidente, ele não exerce qualquer função ou detém qualquer privilégio, e sempre auxiliou a polícia e os procuradores quando chamado a prestar esclarecimentos em inquéritos policiais ou outros procedimentos investigatórios", acrescentou o documento.
Parcialidade
Além da declaração de que os atos de Moro foram ilegais, os advogados também pedem a declaração de parcialidade do magistrado e que investigação seja conduzida por um “juiz imparcial”.
“Lula busca uma decisão nesse sentido pelo comitê, na esperança e expectativa de que seus pontos de vista sobre essas queixas não só irão fornecer alguma compensação pela violação de seus direitos, mas vão ajudar os futuros governos na elaboração de leis e procedimentos que possam aprimorar o combate à corrupção, enquanto protegem os direitos básicos dos suspeitos”, destacou a peça.
Na petição, a defesa informou que, em razão da conduta adotada por Moro, Lula teve violado seu direito de presunção de inocência, estando ainda suscetível a ser detido e preso a qualquer momento.
“Esse juiz é conhecido por manter suspeitos da Operação Lava Jato presos por tempo indeterminado, em detenção, até que eles façam delação premiada. Eles não têm direito a habeas corpus ou acesso a um tribunal que decida pela sua soltura, a não ser um ‘tribunal’ composto pelo próprio juiz Moro. Embora o reclamante ainda não tenha sido preso, na qualidade de suspeito declarado ele está vulnerável.”
O documento citou as investigações em torno da suposta propriedade de Lula de um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, e de um apartamento em Guarujá, no litoral paulista.
O ex-presidente nega as acusações e disse que apoia as investigações desde que sejam feitas de “maneira justa e transparente”.
“Ele [Lula] tem, repetida e enfaticamente, negado que tenha conhecimento, tampouco que tenha aprovado tais crimes ou recebido qualquer dinheiro ou favores como "propina" por ações ou decisões que ele tenha tomado quando presidente do Brasil, ou em qualquer outro momento”, concluiu a petição.