Melhor e Mais Justo : Querem adoecer o SUS


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Alô Michel !



Temeridades ou Caras e dedos



















Ainda não inventaram nada melhor do que dormir !




Laura Brenner

Ninguém fala muito sobre dormir, pelo menos não com a seriedade que o assunto merece. Delicado ato de fechar os olhos e se entregar a Morfeu de corpo e alma, o assunto está presente em todas as vidas, mas em poucas conversas. É a sina do homem pós-moderno: a rotina não costuma ter lá esta bola, especialmente quando está boa. Só se fala sobre o sono quando ele não vai bem.

O simples ato de dormir mereceria muito mais que uma crônica. Cadê os poetas meias-tigelas para rimarem dormir e sorrir? Que diabos de obra compuseram Shakespeare, Goethe ou até Paulo Coelho (!) que não dedicaram uma só linha a essa graça? Fernando Pessoa sucumbiu à insônia (“Não durmo, nem espero dormir. Nem na morte espero dormir.”), mas na hora de enaltecer aquele cochilo providencial, foi um baita mal agradecido.

Existem várias formas de se render a tal divindade. Há aqueles momentos ritualísticos em que se cria um culto pré-sono, carecedor de preparo e astúcia: pijaminha, leite morno, edredom macio, ar-condicionado, uma tevezinha baixinha para atiçar a melatonina, uma oração para agradecer aquele momento sublime e pimba, foi-se a consciência (Deus, perdão por todas as vezes em que dormi no meio da oração). 

Mas Morfeu é singelo e aceita informalidades: um cochilo no ônibus, no banheiro da balada, na palestra monótona, no ombro da pessoa ao lado, no estacionamento, na carteira da escola (estilo Chico Xavier, com a mão fazendo uma cabaninha sobre os olhos)… Uma pescadinha regeneradora já melhora o dia! Seja onde for, pregar os olhos é uma delícia.

Há tanta poesia em sonhar que astrólogos dedicam milhares de horas a estudar os elementos do sono: uma cobra rastejando pelo chão é aviso para que preste atenção ao seu círculo de amizades; a presença de um ovo é sinônimo de fartura; já sonhar com dente pode ser um punhado de coisas diferentes, amigo, melhor pesquisar. A tal astrologia é tão eficiente quanto fazer simpatia na encruzilhada, mas sabe-se lá… “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.” 

A verdade é que yo creo mesmo na magia de fechar os olhos e sonhar. Quem dorme bem não pratica crime, não engorda, não briga e, quando acorda, vive com mais intensidade, na expectativa de dormir de novo.

Dormir faz parte de todos os momentos mágicos da vida: se almoçou aquele churrascão de domingo, tire um cochilo (os espanhóis e sua sesta são geniais!); se o sexo com o parceiro foi bom, durma de conchinha; se exagerou na bebida, repouse para melhorar; se a festa foi boa, descanse para recuperar as energias; se chorou demais, durma que melhora. Mas não é preciso criar motivo, o travesseiro, por vezes, é muito mais convidativo que qualquer festa ou conversa. A melhor de todas as baladas acontece quando se está quietinho entre lençóis. A vida é feita de sonecas e sonos profundos, num oceano de altos e baixos que só se sustenta pela necessária segurança da rotina.

Raymond Radiguet, o escritor francês, não deixou passar em branco a beleza da rotina. Ao falar sobre o primeiro beijo em Marthe, sua musa tanto oferecida quanto proibida, filosofou: “O sabor do primeiro beijo me decepcionara, como uma fruta saboreada pela primeira vez. Não é na novidade, mas no hábito que encontramos os maiores prazeres. Alguns minutos depois, não apenas estava habituado à boca de Marthe, como não podia passar sem ela”. Assim como o beijo da moça a Radiguet, dormir é hábito que não passa em branco, tanto pela necessidade do corpo como pelo espetáculo artístico daquelas horas (por vezes, humildes minutos ou míseros segundos…). Beijos e obrigada, Morfeu.



Postado em Bula



Lula recorre à ONU contra abusos de Moro





Luciano Nascimento, na Agência Brasil


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou hoje (28) uma petição ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmando ser vítima de violação de direitos humanos em razão das ações da Operação Lava Jato. Segundo a petição, Lula se diz perseguido pelo juiz Sergio Moro, responsável pela operação na primeira instância, a quem acusa de abuso de poder.

A defesa de Lula reclamou o que considera “atos ilegais” praticados por Moro, entre eles a gravação e divulgação de conversas privadas dele com advogados e também com a presidenta afastada Dilma Rouseff, além da condução coercitiva para um depoimento no dia 4 de março.

A peça foi protocolada na sede do Comitê, em Genebra, na Suíça. Segundo a defesa, o documento é uma resposta aos atos de Moro, que “não podem ser satisfatoriamente corrigidos na legislação brasileira".

Conforme a petição, Lula pode sofrer violações de direitos humanos e abuso de poder por parte de Moro e dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Entre as possíveis violações, o documento lista “invasão de privacidade, prisão arbitrária, detenção antes do julgamento, presunção de culpa e incapacidade de afastar um juiz tendencioso”.

No documento, a defesa informou que Lula sempre se submeteu voluntariamente a pedidos de interrogatórios da polícia ou do Ministério Público e que não procura o Comitê Internacional com a pretensão de estar acima da Lei.

"Como um ex-presidente, ele não exerce qualquer função ou detém qualquer privilégio, e sempre auxiliou a polícia e os procuradores quando chamado a prestar esclarecimentos em inquéritos policiais ou outros procedimentos investigatórios", acrescentou o documento.

Parcialidade

Além da declaração de que os atos de Moro foram ilegais, os advogados também pedem a declaração de parcialidade do magistrado e que investigação seja conduzida por um “juiz imparcial”.

“Lula busca uma decisão nesse sentido pelo comitê, na esperança e expectativa de que seus pontos de vista sobre essas queixas não só irão fornecer alguma compensação pela violação de seus direitos, mas vão ajudar os futuros governos na elaboração de leis e procedimentos que possam aprimorar o combate à corrupção, enquanto protegem os direitos básicos dos suspeitos”, destacou a peça.

Na petição, a defesa informou que, em razão da conduta adotada por Moro, Lula teve violado seu direito de presunção de inocência, estando ainda suscetível a ser detido e preso a qualquer momento.

“Esse juiz é conhecido por manter suspeitos da Operação Lava Jato presos por tempo indeterminado, em detenção, até que eles façam delação premiada. Eles não têm direito a habeas corpus ou acesso a um tribunal que decida pela sua soltura, a não ser um ‘tribunal’ composto pelo próprio juiz Moro. Embora o reclamante ainda não tenha sido preso, na qualidade de suspeito declarado ele está vulnerável.”

O documento citou as investigações em torno da suposta propriedade de Lula de um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, e de um apartamento em Guarujá, no litoral paulista.

O ex-presidente nega as acusações e disse que apoia as investigações desde que sejam feitas de “maneira justa e transparente”.

“Ele [Lula] tem, repetida e enfaticamente, negado que tenha conhecimento, tampouco que tenha aprovado tais crimes ou recebido qualquer dinheiro ou favores como "propina" por ações ou decisões que ele tenha tomado quando presidente do Brasil, ou em qualquer outro momento”, concluiu a petição.















Exercício para sair do desânimo





Sabe quando bate aquele desânimo e você não sabe de onde tirar forças pra fazer as coisas que precisa fazer?

Foi em um desses momentos que acabei recebendo uma luz para criar uma afirmação muito simples que tem me ajudado a sair desse estado de desânimo e recuperar a força de vontade para continuar.

Contei em vídeo qual é essa afirmação e como você pode usá-la para se sentir melhor:







Postado em Desassossegada em 28/07/2016



Dilma já foi absolvida pela História e os golpistas condenados





Paulo Nogueira


Não importa a votação final do Senado, Dilma já foi absolvida pela história e os golpistas condenados.

Ficou cabalmente provado que ela não cometeu o crime que lhe foi imputado na peça infame do impeachment.

Dilma não pedalou.

Ficou cabalmente provado, igualmente, que seu afastamento foi um golpe cínico, canalha, despudorado da plutocracia corrupta e predadora.

O objetivo em nenhum momento foi combater a corrupção. Isso serviu apenas de pretexto, como em 54 com Getúlio e 64 com Jango.

Se quisessem erradicar a corrupção, jamais o maestro do golpe teria sido Eduardo Capone Cunha e nem o beneficiário principal Michel 6% Temer.

A finalidade era conquistar o Estado por outro meio que não os votos e, uma vez feito isso, estabelecer um governo destinado a favorecer os plutocratas. Para tanto, programas sociais foram sendo postos no lixo mesmo sem Temer ser efetivado.

Temer. FHC. Aécio. Serra. Famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita, ao lado de seus comentaristas e editores de alto poder de famulagem. Sérgio Moro. Gilmar Mendes. O STF no conjunto.

Todas os nomes listados acima, apenas alguns entre tantos, são a escória destes tempos dramáticos para a democracia brasileira. E assim a posteridade os reconhecerá: seus filhos e netos haverão de se envergonhar de seu papel no golpe plutocrata.

Com Dilma é o oposto.

Ela foi claramente vítima de homens corruptos, ricos e inescrupulosos.

Não teve chance de governar desde que iniciou o segundo mandato que garantiu graças a 54 milhões de votos.

Foi imediatamente perseguida. Caçada. Aécio e FHC contestaram os votos das formas mais sujas possíveis. Em seu jornalismo de guerra, a mídia crucificou Dilma. A Lava Jato e Sérgio Moro compuseram um circo infernal. No Congresso, Eduardo Cunha, com seus métodos de gangster, inviabilizou qualquer possibilidade de Dilma passar medidas que pudessem fazer frente à crise econômica.

Não bastasse isso, a esquerda acusou Dilma injustamente de colocar em prática um programa conservador.

Ora, ora, ora.

Estes dois meses de Temer mostraram o que é, efetivamente, uma plataforma conservadora. Mesmo nas cordas, Dilma não mexeu nas ações sociais que tiraram milhões de brasileiros da miséria nos últimos anos.

Temer está fazendo o que Aécio teria feito caso fosse vitorioso.

A posteridade reparará mais esta injustiça contra Dilma: a da esquerda míope, que tradicionalmente, na história, facilita os golpes da direita.

É uma desgraça nacional, do ponto de vista das coisas concretas, ver um projeto thatcherista ser imposto aos brasileiros quando o mundo avançado já renegou o legado de Margaret Thatcher.

O thatcherismo foi responsável pelo crescimento vertiginoso da desigualdade social nos últimos 30 anos, com seus pilares francamente a favor dos ricos.

Nem os herdeiros de Thatcher, os conservadores britânicos, ousam falar em seu nome para a sociedade. Não existe uma única estátua de Thatcher na Inglaterra. É sábido que, se erguida hoje, será derrubada amanhã.

E mesmo assim Thatcher inspira os responsáveis pela economia brasileira. Um país já tão desigual se tornará ainda mais injusto.

Dilma, repito, já foi absolvida e os golpistas condenados.

Caso o golpe seja efetivado em agosto, Dilma cairá de pé, maior do que jamais foi. E os golpistas ganharão de joelhos, condenados ao desprezo eterno dos brasileiros.


Postado em DCM em 27/07/2016