Lula recorre à ONU contra abusos de Moro





Luciano Nascimento, na Agência Brasil


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou hoje (28) uma petição ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmando ser vítima de violação de direitos humanos em razão das ações da Operação Lava Jato. Segundo a petição, Lula se diz perseguido pelo juiz Sergio Moro, responsável pela operação na primeira instância, a quem acusa de abuso de poder.

A defesa de Lula reclamou o que considera “atos ilegais” praticados por Moro, entre eles a gravação e divulgação de conversas privadas dele com advogados e também com a presidenta afastada Dilma Rouseff, além da condução coercitiva para um depoimento no dia 4 de março.

A peça foi protocolada na sede do Comitê, em Genebra, na Suíça. Segundo a defesa, o documento é uma resposta aos atos de Moro, que “não podem ser satisfatoriamente corrigidos na legislação brasileira".

Conforme a petição, Lula pode sofrer violações de direitos humanos e abuso de poder por parte de Moro e dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Entre as possíveis violações, o documento lista “invasão de privacidade, prisão arbitrária, detenção antes do julgamento, presunção de culpa e incapacidade de afastar um juiz tendencioso”.

No documento, a defesa informou que Lula sempre se submeteu voluntariamente a pedidos de interrogatórios da polícia ou do Ministério Público e que não procura o Comitê Internacional com a pretensão de estar acima da Lei.

"Como um ex-presidente, ele não exerce qualquer função ou detém qualquer privilégio, e sempre auxiliou a polícia e os procuradores quando chamado a prestar esclarecimentos em inquéritos policiais ou outros procedimentos investigatórios", acrescentou o documento.

Parcialidade

Além da declaração de que os atos de Moro foram ilegais, os advogados também pedem a declaração de parcialidade do magistrado e que investigação seja conduzida por um “juiz imparcial”.

“Lula busca uma decisão nesse sentido pelo comitê, na esperança e expectativa de que seus pontos de vista sobre essas queixas não só irão fornecer alguma compensação pela violação de seus direitos, mas vão ajudar os futuros governos na elaboração de leis e procedimentos que possam aprimorar o combate à corrupção, enquanto protegem os direitos básicos dos suspeitos”, destacou a peça.

Na petição, a defesa informou que, em razão da conduta adotada por Moro, Lula teve violado seu direito de presunção de inocência, estando ainda suscetível a ser detido e preso a qualquer momento.

“Esse juiz é conhecido por manter suspeitos da Operação Lava Jato presos por tempo indeterminado, em detenção, até que eles façam delação premiada. Eles não têm direito a habeas corpus ou acesso a um tribunal que decida pela sua soltura, a não ser um ‘tribunal’ composto pelo próprio juiz Moro. Embora o reclamante ainda não tenha sido preso, na qualidade de suspeito declarado ele está vulnerável.”

O documento citou as investigações em torno da suposta propriedade de Lula de um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, e de um apartamento em Guarujá, no litoral paulista.

O ex-presidente nega as acusações e disse que apoia as investigações desde que sejam feitas de “maneira justa e transparente”.

“Ele [Lula] tem, repetida e enfaticamente, negado que tenha conhecimento, tampouco que tenha aprovado tais crimes ou recebido qualquer dinheiro ou favores como "propina" por ações ou decisões que ele tenha tomado quando presidente do Brasil, ou em qualquer outro momento”, concluiu a petição.















Exercício para sair do desânimo





Sabe quando bate aquele desânimo e você não sabe de onde tirar forças pra fazer as coisas que precisa fazer?

Foi em um desses momentos que acabei recebendo uma luz para criar uma afirmação muito simples que tem me ajudado a sair desse estado de desânimo e recuperar a força de vontade para continuar.

Contei em vídeo qual é essa afirmação e como você pode usá-la para se sentir melhor:







Postado em Desassossegada em 28/07/2016



Dilma já foi absolvida pela História e os golpistas condenados





Paulo Nogueira


Não importa a votação final do Senado, Dilma já foi absolvida pela história e os golpistas condenados.

Ficou cabalmente provado que ela não cometeu o crime que lhe foi imputado na peça infame do impeachment.

Dilma não pedalou.

Ficou cabalmente provado, igualmente, que seu afastamento foi um golpe cínico, canalha, despudorado da plutocracia corrupta e predadora.

O objetivo em nenhum momento foi combater a corrupção. Isso serviu apenas de pretexto, como em 54 com Getúlio e 64 com Jango.

Se quisessem erradicar a corrupção, jamais o maestro do golpe teria sido Eduardo Capone Cunha e nem o beneficiário principal Michel 6% Temer.

A finalidade era conquistar o Estado por outro meio que não os votos e, uma vez feito isso, estabelecer um governo destinado a favorecer os plutocratas. Para tanto, programas sociais foram sendo postos no lixo mesmo sem Temer ser efetivado.

Temer. FHC. Aécio. Serra. Famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita, ao lado de seus comentaristas e editores de alto poder de famulagem. Sérgio Moro. Gilmar Mendes. O STF no conjunto.

Todas os nomes listados acima, apenas alguns entre tantos, são a escória destes tempos dramáticos para a democracia brasileira. E assim a posteridade os reconhecerá: seus filhos e netos haverão de se envergonhar de seu papel no golpe plutocrata.

Com Dilma é o oposto.

Ela foi claramente vítima de homens corruptos, ricos e inescrupulosos.

Não teve chance de governar desde que iniciou o segundo mandato que garantiu graças a 54 milhões de votos.

Foi imediatamente perseguida. Caçada. Aécio e FHC contestaram os votos das formas mais sujas possíveis. Em seu jornalismo de guerra, a mídia crucificou Dilma. A Lava Jato e Sérgio Moro compuseram um circo infernal. No Congresso, Eduardo Cunha, com seus métodos de gangster, inviabilizou qualquer possibilidade de Dilma passar medidas que pudessem fazer frente à crise econômica.

Não bastasse isso, a esquerda acusou Dilma injustamente de colocar em prática um programa conservador.

Ora, ora, ora.

Estes dois meses de Temer mostraram o que é, efetivamente, uma plataforma conservadora. Mesmo nas cordas, Dilma não mexeu nas ações sociais que tiraram milhões de brasileiros da miséria nos últimos anos.

Temer está fazendo o que Aécio teria feito caso fosse vitorioso.

A posteridade reparará mais esta injustiça contra Dilma: a da esquerda míope, que tradicionalmente, na história, facilita os golpes da direita.

É uma desgraça nacional, do ponto de vista das coisas concretas, ver um projeto thatcherista ser imposto aos brasileiros quando o mundo avançado já renegou o legado de Margaret Thatcher.

O thatcherismo foi responsável pelo crescimento vertiginoso da desigualdade social nos últimos 30 anos, com seus pilares francamente a favor dos ricos.

Nem os herdeiros de Thatcher, os conservadores britânicos, ousam falar em seu nome para a sociedade. Não existe uma única estátua de Thatcher na Inglaterra. É sábido que, se erguida hoje, será derrubada amanhã.

E mesmo assim Thatcher inspira os responsáveis pela economia brasileira. Um país já tão desigual se tornará ainda mais injusto.

Dilma, repito, já foi absolvida e os golpistas condenados.

Caso o golpe seja efetivado em agosto, Dilma cairá de pé, maior do que jamais foi. E os golpistas ganharão de joelhos, condenados ao desprezo eterno dos brasileiros.


Postado em DCM em 27/07/2016



Decore com plantas suculentas



Precisam de pouca manutenção e adoram o sol. Por isso no verão deve se regar uma vez por semana e durante o inverno a cada 15 dias. Deixá-las no sol pelo menos por 3 horas, a maioria das suculentas gostam.

Na cozinha? Fica linda! Mas também combina com o quarto, home office, sala, banheiro, varanda… Mas cuidado com os animais de estimação. Como essas plantas costumam ter espinhos ou pontas, é bom colocar em lugares que focinhos curiosos não alcancem.









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Nous sommes fans du minijardin récup' de la blogueuse La Mouette ! #dccv #deco #diy #garden #green #succulent #recup #ducôtédechezvous:



Não demore muito para perceber que é preciso pouco para ser feliz




Rebeca Bedone

Estamos nos habituando a uma nova era: aprendemos a pensar rápido, a responder de prontidão e produzir com intensidade. É quase necessário que cheguemos perto da perfeição para fazer parte do sistema. Tornamo-nos exímios competidores. Quem não seguir o fluxo, fica para trás. Precisamos ser melhores do que os outros para receber as bonificações do emprego e da vida. E somos incentivados o tempo todo a consumir bens e serviços para obter prazer e felicidade.

É admirável a coragem daqueles que se livraram de seus bens materiais e iniciaram uma peregrinação apenas para dentro de si mesmos. Eu ainda sou fraca demais para levar uma vida ascética. Gosto de tomar um bom vinho e passar as férias em um lugar bacana. Acredito que é justo vivermos bem e com conforto, já que trabalhamos com dedicação e honestidade. Acontece que, apesar de ser importante ter dinheiro, ele ainda não compra sentimentos.

Aprendi que chega uma hora em que consumir me consome, e acabo me perdendo dentro de minhas próprias necessidades e valores. Nos momentos em que esse estilo de vida moderno me deixa saturada, preciso fugir. Saio de mim e vou pro lugar mais longe que posso. Invento uma casa no campo, galinhas no quintal e árvores no jardim. Crianças correndo de pés descalços na terra queimada pelo sol, brincando com qualquer coisa que não sejam jogos eletrônicos. Mulheres usando vestidos simples e cheirando a flores frescas, e homens tranquilos tocando violão ou soprando gaita.

Em meio ao meu desvario, a vida real corre em paralelo, claro. São contas a pagar, compromissos a cumprir e gente para cuidar. Faço parte do sistema, isso é um fato. E o modo como faço parte desse sistema sou eu que escolho: não quero consumir o que não me preenche.

As fofocas da coluna social de revistas VIPs não me preenchem. Pessoas que se importam mais com a aparência do que com o conteúdo não me preenchem. Bolsa de marca que custa mais que o salário mensal de uma família de classe média também não me preenche.

Um fato recente é exemplo do que me preenche. A moça que trabalha comigo entrou na sala toda animada, falando que tinha acabado de chegar uma coisa muito legal para mim. Fiquei curiosa. Enquanto imaginava o que poderia ser, ela me entregou um envelope branco selado pelo correio, com remetente e destinatário escritos à mão. “Olha só que bonitinho. Há quanto tempo eu não via uma carta assim!” — ela exclamou.

É verdade. Hoje em dia é raridade recebermos uma carta escrita de próprio punho. Algo tão simples, que já foi tão presente na vida das pessoas, praticamente se extinguiu depois da era virtual. A pessoa que me escreveu, uma adolescente leitora das minhas crônicas, disse que “as coisas simples da vida são as melhores”.

Isso encheu meu coração de alegria. Apesar da rotina dos dias, do trânsito caótico e da poluição nos olhos, apesar das distâncias físicas e virtuais, do consumismo acelerado e da inversão de valores da nossa sociedade, ainda encontramos pessoas iguais a nós. Sim, ainda precisamos uns dos outros.

Se você sente a vida como eu, seja bem-vindo a essa sensação. Como uma amiga que mora do outro lado do oceano me disse: “Ainda não sei se sentir o mundo com mais intensidade nos faz mais felizes ou tristes, mas é algo que vem da alma, não dá para mudar…”

É que não podemos mais brecar nossos sentidos e desejos. Talvez muitos não compreenderão, pois essas pessoas não veem a vida com os olhos de sentir. Mas nós, seres imperfeitos, inquietos e questionadores, estamos aprendendo a deixar fluir o que vem de dentro: os segredos que não revelamos, os sonhos que desejamos e as histórias que guardamos. Porque somos o que sentimos em nós e nos outros, e essa é a maior riqueza que podemos levar conosco.


Postado em Bula



‘Você acabou até com a festa das Olimpíadas’ : carta aberta a Michel Temer. Por Paulo Nogueira


Uma calamidade pública
Uma calamidade pública



Esta é mais uma das Cartas aos Golpistas. No futuro, elas poderão ser reunidas num livro que recapitule o golpe de 16.

Caro Temer: você conseguiu destruir até a alegria que deveria preceder um acontecimento como as Olimpíadas.

Você não é apenas um golpista. É um destruidor.

Um destruidor de esperanças, um destruidor de futuro, um destruidor de sorrisos e de alegrias.

Você também é um péssimo exemplo de caráter. Passará para a história como aquele que apunhalou pelas costas 54 milhões de votos.

Você simboliza o atraso no conteúdo e na embalagem, com suas mesóclises arcaicas e com seus maus versos.

Até seu casamento é um clichê: o velho rico e botocado e a linda menina pobre. Ao ver o casal a grande máxima de Nelson Rodrigues é inevitável: “O dinheiro compra até o amor verdadeiro.”

Você não chega a ser um plutocrata. É um servo, é um fâmulo da plutocracia. Foi usado circunstancialmente pelos plutocratas para tirar na marra do poder um governo que cometeu o crime de colocar os miseráveis na agenda.

O povo não reconhece pessoas como você.

Um terço dos brasileiros sequer sabe seu nome. Apenas um entre sete aprova seu governo. Quatro entre dez entendem que você chegou ao Planalto por um processo sujo — e isso mesmo com todo o apoio da imprensa.

Não importa o que aconteça, você já fracassou. Não há nada que você possa fazer para mudar isso. Não há nada que jornais e revistas possam fazer para elevá-lo do abismo a que a traição o conduziu.

Veja, por exemplo, o que ocorreu com a Folha de S. Paulo ao tentar inflá-lo artificialmente por meio de uma fraude numa pesquisa Datafolha.

A Folha saiu desmoralizada. O Datafolha saiu desmoralizado. Até o Globo saiu desmoralizado ao atribuir as críticas a “blogs petistas”, uma canalhice desmentida pela própria ombudsman da Folha, que reconheceu o erro.

E você saiu também desmoralizado: a mídia pode muito, mas não pode transformar um político de terceira categoria num estadista.

Você foi uma vergonha até como interino. Agiu indevidamente como se fosse titular. Usou a caneta provisória para comprar a permanência numa posição que não é a sua. Distribuiu sem nenhum pudor cargos para senadores corruptíveis, que se deixam seduzir pelo brilho frio das moedas.

Caro Temer: cada dia com você é um dia a menos para o avanço do país rumo a uma sociedade menos abjetamente injusta.

Um estadista traz luzes para um país. O senhor traz sombras.

Sinceramente.

Paulo



Paulo Nogueira   Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Postado em DCM em 24/07/2016