Bijuterias no Inverno 2016





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Le mix'n'match de colliers du défilé Tod's


Look Maxi Colar + Blazer:


La corne 70's du défilé Trussardi



Vamos ouvir o vento . . .
























" Por que gritamos Golpe? "



















Ser paciente em um dia de raiva pode evitar cem dias de tristeza




Valéria Amado

Ser paciente não é ser frágil nem covarde. Às vezes é muito melhor guardar silêncio e aquietar a raiva do que perder tudo em um momento de ira descontrolada. Porque a paciência é a virtude dos corações tranquilos, capazes de entender que ser prudente em um dia de raiva pode evitar cem dias de tristeza.

Todos já experimentamos momentos assim. De fato, às vezes habitamos o “epicentro” de entornos muito exigentes que colocam à prova a nossa capacidade de resistência e essa habilidade que devemos ter como bons gestores emocionais. A ira é como um gatilho que dispara quando perdemos o controle e que, longe de descarregar nossas emoções, costuma trazer efeitos secundários que ninguém deseja.

Aprenda a ser paciente, a acalmar a raiva, a amarrar a ira ao laço do entendimento e da compreensão para perceber que a raiva não soluciona nada, porque podemos perder tudo.

Na hora de falar dessas duas virtudes, que são o silêncio e a paciência, parece que estas dimensões se associam mais à passividade, a quem é incapaz de reagir. Não devemos vê-lo assim. O silêncio sábio que não agride e é paciente permite acalmar a mente para agir com maior equilíbrio, com mais assertividade e moderação.

Os bons gestores emocionais aprendem cedo que dois dos inimigos mais complexos com os quais devem lidar são sem dúvida a ira e a raiva. Além disso, eles se relacionam com diversas mudanças fisiológicas que intensificam ainda mais a sensação negativa e de ameaça. Por isso, na hora de controlar um inimigo, a melhor coisa é conhecê-lo.

Conhecendo um inimigo comum, a ira

Existem pessoas que se zangam com mais ou menos freqüência. A razão dessas diferenças individuais poderia ser explicada por um tolerância menor à frustração, ou inclusive por determinados indicadores genéticos.

A ira surge no nosso cérebro por causa de um leve desequilíbrio entre a serotonina, a dopamina e o óxido nitroso. Tudo isso pode fazer com que existam pessoas com maior tendência a explosões de ira e raiva.

Segundo um interessante artigo publicado no “The New York Times“ pelo psiquiatra Richard Friedman, a ira pode se mostrar também como resultado de uma depressão encoberta.

Uma revolta não controlada, que não é racionalizada ou administrada de forma adequada, pode derivar em frustração e mal-estar. Quando a ira inunda o cérebro por causa do efeito dessa química neuronal acontecem diversas mudanças fisiológicas que vão incrementar ainda mais a emoção negativa. A raiva galopa de forma descontrolada.

Não devemos esconder a revolta, e nem deixar que se transforme em um ataque de raiva. É preciso compreendê-la e canalizá-la de forma adequada para que não asfixie, para que não machuque nem procure vítimas sobres as quais projetar a raiva.

Paciência, calma e conduta assertiva para tratar os aborrecimentos

Desconfie de alguém que diga que “ele ou ela não fica bravo nunca”. Todos passamos por injustiças, ouvimos palavras tolas e comentários tão injustos quanto ofensivos. Agora, antes de deixar que a irritação atue como o isqueiro que acende o fogo da raiva, é preciso refletir alguns momentos sobre estas dimensões.
  • Dê um nome ao que o aborrece. Não fique só com as sensações, com esse desconforto que fica virando o estômago e trava a sua mente. Descreva em palavras concretas o que o incomoda.
  • Procure a calma por alguns instantes, feche-se no seu “palácio de pensar”. É um espaço tranqüilo e sereno que só pertence a você, visualize um lugar onde você deixe de fora a raiva e as emoções negativas para se trancar com “a razão”. Pense agora qual é a melhor opção diante da aquilo que o incomoda.
  • Expresse de forma assertiva a razão da sua chateação. De nada serve “engolir” aquilo que nos prejudica, porque os aborrecimentos não se guardam sob a cama, se expressam em forma de palavras respeitosas para evidenciar com clareza o que nos fere, o que não queremos.
  • Controle, reestruture e mude de cenário. Uma das melhores formas de administrar a revolta e a raiva é controlar aspectos como a respiração ou inclusive os processos mentais capazes de potencializar ainda mais a emoção negativa. Não procure culpados, desligue o ruído mental e os pensamentos irracionais.
Às vezes uma coisa tão simples como caminhar, respirar fundo e procurar um ponto visual no horizonte para descansar a mente e desligar o interruptor da irritação pode nos salvar de todos esses alfinetes externos que tanto abundam no dia a dia. 

É preciso se lançar no mundo com o coração tranquilo, conhecendo os próprios limites, e sabendo que haverá momentos ruins, sem dúvida, mas os bons momentos abundam mais e são a nossa razão de ser…


Postado em Conti Outra







Não planeje vingança, planeje viagens




Marcel Camargo

Assim como a inveja, o desejo de vingança é um dos sentimentos inconfessáveis mais comuns aos seres humanos. Costumamos lidar muito mal com frustrações, decepções e rejeição, o que, muitas vezes, leva-nos a, intimamente, sentir vontade de devolver, na mesma moeda, o mal que nos fizeram, até mesmo armando planos mirabolantes que possam nos trazer alívio. Machucados, só a raiva parece fazer sentido dentro de nós.

É fato que nada daquilo que se faz, pensa ou diz, quando nos momentos de turbulência, parece coerente, pois as emoções fortes então nos cegam e desvirtuam o raciocínio, tolhendo-nos a capacidade de visualizar caminhos novos e soluções plausíveis. A pressa em resolver as coisas, nesse caso, atrapalha também os nossos pensamentos, pois somos imediatistas e queremos tudo para agora, ao passo que o tempo tem seu próprio caminhar e traz clareza no momento certo.

Por mais que saibamos que a raiva é o pior lugar para a tomada de decisões, raramente somos capazes de dar tempo ao tempo e deixar a vida seguir o seu curso. E então vamos gastando cada vez mais energia com quem não mereceria um milésimo de segundo em nossos pensamentos. Canalizamos nossas energias de forma negativa em direção ao que não nos trará nenhuma paz, ao que não retorna, a quem nos desvaloriza enquanto pessoa. Isso é triste demais.

Bom seria se, nos momentos em que alguém nos provoca tristeza sem fim, concentrássemos os nossos esforços em tudo, em qualquer coisa, menos no que diz respeito a quem nos feriu. Deveríamos, nesses momentos, olhar o mundo como se aquela pessoa não mais fizesse parte dele, como se nada mais tivesse nem a sombra dela – mas agimos exatamente de modo contrário. Também deveríamos analisar o que em nós provocou tudo aquilo, assumindo o que nos cabe naquilo tudo.

Por mais que estejamos longe de conseguir agir com clareza quando nos encontramos avassalados pela dor e tomados de orgulho ferido, seremos ainda mais prejudicados, caso teimemos em não aceitar o que acontece e fiquemos focados na vida de quem nos feriu. É preciso sempre preservar a nós mesmos, voltando-nos ao que temos em nós, juntando o que nos restou para nos reerguermos fortalecidos e livres do que deve ficar no passado, no máximo como uma lição de vida. Que fique enterrado o que passou e foi ruim, que fique anulada em nós a pessoa que machucou, pois é ela que terá de conviver com o que fez e não nós.

Lutemos para que o que for bom permaneça dentro de nós, considerando um favor o que de ruim aconteceu e nos mostrou a verdade de cada um. Não precisamos perder tempo com vingança, afinal, a vida, por si só, sempre se encarregará de dar a lição que cada pessoa merece, de uma maneira muito mais dolorida e perfeita do que podemos imaginar.


Postado em Conti Outra


Respeito é bom e elas gostam. As novas caras do feminismo



Lillith: 'Movimento escancarou processo de opressão sobre estudantes de escolas públicas, mais ainda quando são mulheres negras'


Lute como uma menina. Ameaças de retrocessos dão gás ao feminismo 


A juventude que ocupa as ruas e as redes recicla o feminismo e avisa aos machistas, de ontem e de amanhã : sem igualdade e respeito não haverá democracia, nem paz 


Rose Silva

Era mais um dia de protestos para pedir a saída do então presidente da Câmara dos Deputados. Na ocasião, o “Fora Cunha” estava explosivo entre mulheres, sobretudo jovens, indignadas com a agenda do peemedebista. Ele só viria a ser afastado pelo Supremo Tribunal Federal seis meses depois. 

Não por bancar projetos como o que proíbe o uso de pílula do dia seguinte por vítimas de estupro ou o que institui o Dia do Orgulho Hétero. Não foi o atraso civilizatório que o derrubou, mas a corrupção – e não sem antes liderar o afastamento da primeira mulher eleita presidenta da República. Foi naquela tarde de novembro que a produtora Beatriz Alonso, de 24 anos, tomou pela primeira vez contato com os secundaristas que ocupavam a escola Fernão Dias Paes, na zona oeste de São Paulo, contra o fechamento de escolas públicas pelo governo do estado.

Coragem das secundaristas estimulou produção de documentário
 de Beatriz Alonso

“A escola estava ocupada havia três dias. Fui aluna de escola pública e sei do que aquela moçada estava falando. Fiquei entusiasmada com a organização e encantada com a bravura das meninas. Numa sociedade em que há pouco espaço para as vozes femininas, até nos movimentos e na política, aquilo me tocou”, lembra Beatriz. 

O cenário a inspirou a produzir, junto com o namorado, Flávio Colombini, o documentário Lute como­ uma Menina, título tirado de um chamado que se espalhava nas redes sociais. “Foi impressionante deparar com o nível de consciência e politização daquelas meninas. As adolescentes têm muito mais restrição à liberdade desde de dentro de casa. Cresci e amadureci com elas.”

O filme, ainda não lançado, reúne imagens dos movimentos e depoimentos de 33 estudantes de 12 escolas estaduais, todas mulheres, de 15 a 18 anos.

Uma delas é Lilith Cristina Passos Moreira, 15 anos. Ela teve contato com o feminismo em redes sociais. Passou a prestar atenção aos papéis feminino e masculino e apresentou um trabalho escolar que inicialmente nem entraria na questão. “Comecei a ouvir opiniões e fiquei inconformada com o pensamento de um entrevistado que iria compor a minha apresentação. E me dei conta do machismo”, conta. 

Participar da ocupação da escola Maria José, na Bela Vista (bairro da região central de São Paulo), durante um mês, foi importante para aprimorar sua percepção. “Durante o movimento escancarou-se o processo de opressão existente sobre os estudantes de escolas públicas, mais ainda quando se trata de mulheres negras”, diz Lilith. “Por isso, foi muito natural que as meninas tenham liderado as ocupações. Formou-se uma unidade entre as mulheres, que logo montaram um coletivo para continuar discutindo e atuando.” 

Na ocupação, ela lembra, a primeira polêmica surgiu na divisão do trabalho. Em uma assembleia, um dos participantes sugeriu que as meninas ficassem na cozinha. “Pra quê...” Após conversarem, criaram cotas para as comissões de alimentação e segurança, o que garantiu participação equilibrada nas atividades. “Foi um processo como eu acredito que deva acontecer para construir uma nova sociedade, mais livre”, afirma. 

Para ela, o mais difícil tem sido lidar com a conduta de alguns educadores que não levam o assunto a sério. Lilith cita o exemplo de um professor de História que em sala de aula considerou “vitimizador” o tema da violência contra as mulheres na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Na estrutura social e na cena política, observa Beatriz, não é novidade a mulher ser inferiorizada. “Está aí o interino que baniu as mulheres dos postos importantes do governo”, comenta. O que é novidade, em sua avaliação, é que esse estopim feminino já característico dos movimentos e dessa nova geração que vai às ruas está se expandindo para ambientes não engajados. 

“Vejo mudanças na minha casa, com a divisão de tarefas. E no meu trabalho, com mulheres tomando a frente e se fazendo ouvir. Vejo amigos admitindo que determinados gestos e condutas deles são machistas.”

Instrumento de peso 

A socióloga Verônica Borges é um exemplo de mulher que se faz ouvir. Foi a primeira a tocar caixa na bateria da Nenê de Vila Matilde, em 2012, quando a escola de samba paulistana já tinha 63 anos de existência. 

A ritmista mergulhou no movimento de mulheres do samba. Aos 31 anos, após uma década de carnaval e seis anos em rodas, toca surdo em quatro grupos e luta para ser musicista profissional. “Até hoje a participação de mulheres em baterias de escolas é limitada a instrumentos leves por causa do preconceito, mas hoje tem muita gente se reunindo para criar espaços femininos”, afirma. 

Luisa: 'Mídia machista objetifica as mulheres; andamos nas ruas inseguras todo tempo. É crucial desconstruir esse ciclo'

Na primeira vez em que “vestiu” o surdo, pensou que ia cair. “É questão de ritmo e treinamento. Você vê as mulheres que dançam nas rodas de samba, é puro ritmo. Se colocar um instrumento leve ou pesado nas mãos delas certamente aprenderão”, acredita Verônica. 

A inspiração vem de um lugar importante surgido recentemente em São Paulo, o Samba da Elis. Ao ar livre, na Praça Elis Regina, bairro do Butantã, na zona oeste, o projeto reúne mensalmente pelo menos dois grupos formados exclusivamente por mulheres. “Lá também atuam vários coletivos que conversam sobre temas ligados ao feminismo.”

Mais do que as ruas, as redes sociais se tornaram focos de “reuniões” e discussões. Para a secundarista Luísa Segalla, aluna do Colégio Equipe, as redes sociais e o ambiente escolar foram determinantes para sua percepção crítica da cultura machista. 

“Quando eu entrei no ensino médio comecei a me incomodar fortemente com isso. Procurei informações, li muito, entrei em grupos no Facebook e passei a entender melhor o que era o feminismo e o quanto é importante”, diz.

“É muito complicado ser bombardeada pela mídia machista, que expõe e ‘objetifica’ as mulheres, perceber a diferença na criação entre meninos e meninas, andar na rua sempre insegura. Eu acho crucial querer desconstruir esse ciclo”, afirma Luísa, moradora da Casa Verde, na zona norte paulistana. 

Porém, ela observa que muitas vezes as pessoas não estão dispostas a ouvir. “O feminismo não está aqui para ser confortável. Assim como todas as lutas contra um sistema, vai incomodar. Ser feminista é começar as mudanças no espaço do microcosmo, como na sua casa e escola, e se possível, abranger o macro”, defende.

E quem não aprende na escola aprende na vida. Foi em casa que a jornalista Semayat Silva e Oliveira, de 27 anos, do coletivo Nós, Mulheres da Periferia, recebeu desde criança informação e impulso de mãe sobre a necessidade de se defender do racismo e do machismo. Moradoras do Jardim Miriam, na zona sul de São Paulo, elas sempre souberam das dificuldades das mulheres negras na região. “Minha mãe fez questão de me proteger desde a infância. Também me orientou desde cedo a buscar relacionamentos respeitosos e igualitários.”

Semayat foi crescendo e passou a questionar por que a liberdade feminina é tão limitada. A família se formou no ensino superior toda ao mesmo tempo, como bolsista do ProUni: pai, mãe, irmã e ela. “Além da limitação geográfica, com pouco acesso a direitos, também existe a tripla jornada que a maioria das mulheres negras e pobres administra. Isso te empurra para o feminismo, a necessidade de bancar a casa, de ir à luta, de estudar ao mesmo tempo, de buscar segurança no lugar onde moramos, que é extremamente vulnerável e não tem a proteção do Estado.” 

Quebrando resistências: Jéssica, Karol e Verônika superaram preconceitos 
para ocupar seu espaço


Semayat: 'Necessidade de bancar a casa, ir à luta, estudar, buscar segurança no lugar onde moramos'