Não planeje vingança, planeje viagens




Marcel Camargo

Assim como a inveja, o desejo de vingança é um dos sentimentos inconfessáveis mais comuns aos seres humanos. Costumamos lidar muito mal com frustrações, decepções e rejeição, o que, muitas vezes, leva-nos a, intimamente, sentir vontade de devolver, na mesma moeda, o mal que nos fizeram, até mesmo armando planos mirabolantes que possam nos trazer alívio. Machucados, só a raiva parece fazer sentido dentro de nós.

É fato que nada daquilo que se faz, pensa ou diz, quando nos momentos de turbulência, parece coerente, pois as emoções fortes então nos cegam e desvirtuam o raciocínio, tolhendo-nos a capacidade de visualizar caminhos novos e soluções plausíveis. A pressa em resolver as coisas, nesse caso, atrapalha também os nossos pensamentos, pois somos imediatistas e queremos tudo para agora, ao passo que o tempo tem seu próprio caminhar e traz clareza no momento certo.

Por mais que saibamos que a raiva é o pior lugar para a tomada de decisões, raramente somos capazes de dar tempo ao tempo e deixar a vida seguir o seu curso. E então vamos gastando cada vez mais energia com quem não mereceria um milésimo de segundo em nossos pensamentos. Canalizamos nossas energias de forma negativa em direção ao que não nos trará nenhuma paz, ao que não retorna, a quem nos desvaloriza enquanto pessoa. Isso é triste demais.

Bom seria se, nos momentos em que alguém nos provoca tristeza sem fim, concentrássemos os nossos esforços em tudo, em qualquer coisa, menos no que diz respeito a quem nos feriu. Deveríamos, nesses momentos, olhar o mundo como se aquela pessoa não mais fizesse parte dele, como se nada mais tivesse nem a sombra dela – mas agimos exatamente de modo contrário. Também deveríamos analisar o que em nós provocou tudo aquilo, assumindo o que nos cabe naquilo tudo.

Por mais que estejamos longe de conseguir agir com clareza quando nos encontramos avassalados pela dor e tomados de orgulho ferido, seremos ainda mais prejudicados, caso teimemos em não aceitar o que acontece e fiquemos focados na vida de quem nos feriu. É preciso sempre preservar a nós mesmos, voltando-nos ao que temos em nós, juntando o que nos restou para nos reerguermos fortalecidos e livres do que deve ficar no passado, no máximo como uma lição de vida. Que fique enterrado o que passou e foi ruim, que fique anulada em nós a pessoa que machucou, pois é ela que terá de conviver com o que fez e não nós.

Lutemos para que o que for bom permaneça dentro de nós, considerando um favor o que de ruim aconteceu e nos mostrou a verdade de cada um. Não precisamos perder tempo com vingança, afinal, a vida, por si só, sempre se encarregará de dar a lição que cada pessoa merece, de uma maneira muito mais dolorida e perfeita do que podemos imaginar.


Postado em Conti Outra


Respeito é bom e elas gostam. As novas caras do feminismo



Lillith: 'Movimento escancarou processo de opressão sobre estudantes de escolas públicas, mais ainda quando são mulheres negras'


Lute como uma menina. Ameaças de retrocessos dão gás ao feminismo 


A juventude que ocupa as ruas e as redes recicla o feminismo e avisa aos machistas, de ontem e de amanhã : sem igualdade e respeito não haverá democracia, nem paz 


Rose Silva

Era mais um dia de protestos para pedir a saída do então presidente da Câmara dos Deputados. Na ocasião, o “Fora Cunha” estava explosivo entre mulheres, sobretudo jovens, indignadas com a agenda do peemedebista. Ele só viria a ser afastado pelo Supremo Tribunal Federal seis meses depois. 

Não por bancar projetos como o que proíbe o uso de pílula do dia seguinte por vítimas de estupro ou o que institui o Dia do Orgulho Hétero. Não foi o atraso civilizatório que o derrubou, mas a corrupção – e não sem antes liderar o afastamento da primeira mulher eleita presidenta da República. Foi naquela tarde de novembro que a produtora Beatriz Alonso, de 24 anos, tomou pela primeira vez contato com os secundaristas que ocupavam a escola Fernão Dias Paes, na zona oeste de São Paulo, contra o fechamento de escolas públicas pelo governo do estado.

Coragem das secundaristas estimulou produção de documentário
 de Beatriz Alonso

“A escola estava ocupada havia três dias. Fui aluna de escola pública e sei do que aquela moçada estava falando. Fiquei entusiasmada com a organização e encantada com a bravura das meninas. Numa sociedade em que há pouco espaço para as vozes femininas, até nos movimentos e na política, aquilo me tocou”, lembra Beatriz. 

O cenário a inspirou a produzir, junto com o namorado, Flávio Colombini, o documentário Lute como­ uma Menina, título tirado de um chamado que se espalhava nas redes sociais. “Foi impressionante deparar com o nível de consciência e politização daquelas meninas. As adolescentes têm muito mais restrição à liberdade desde de dentro de casa. Cresci e amadureci com elas.”

O filme, ainda não lançado, reúne imagens dos movimentos e depoimentos de 33 estudantes de 12 escolas estaduais, todas mulheres, de 15 a 18 anos.

Uma delas é Lilith Cristina Passos Moreira, 15 anos. Ela teve contato com o feminismo em redes sociais. Passou a prestar atenção aos papéis feminino e masculino e apresentou um trabalho escolar que inicialmente nem entraria na questão. “Comecei a ouvir opiniões e fiquei inconformada com o pensamento de um entrevistado que iria compor a minha apresentação. E me dei conta do machismo”, conta. 

Participar da ocupação da escola Maria José, na Bela Vista (bairro da região central de São Paulo), durante um mês, foi importante para aprimorar sua percepção. “Durante o movimento escancarou-se o processo de opressão existente sobre os estudantes de escolas públicas, mais ainda quando se trata de mulheres negras”, diz Lilith. “Por isso, foi muito natural que as meninas tenham liderado as ocupações. Formou-se uma unidade entre as mulheres, que logo montaram um coletivo para continuar discutindo e atuando.” 

Na ocupação, ela lembra, a primeira polêmica surgiu na divisão do trabalho. Em uma assembleia, um dos participantes sugeriu que as meninas ficassem na cozinha. “Pra quê...” Após conversarem, criaram cotas para as comissões de alimentação e segurança, o que garantiu participação equilibrada nas atividades. “Foi um processo como eu acredito que deva acontecer para construir uma nova sociedade, mais livre”, afirma. 

Para ela, o mais difícil tem sido lidar com a conduta de alguns educadores que não levam o assunto a sério. Lilith cita o exemplo de um professor de História que em sala de aula considerou “vitimizador” o tema da violência contra as mulheres na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Na estrutura social e na cena política, observa Beatriz, não é novidade a mulher ser inferiorizada. “Está aí o interino que baniu as mulheres dos postos importantes do governo”, comenta. O que é novidade, em sua avaliação, é que esse estopim feminino já característico dos movimentos e dessa nova geração que vai às ruas está se expandindo para ambientes não engajados. 

“Vejo mudanças na minha casa, com a divisão de tarefas. E no meu trabalho, com mulheres tomando a frente e se fazendo ouvir. Vejo amigos admitindo que determinados gestos e condutas deles são machistas.”

Instrumento de peso 

A socióloga Verônica Borges é um exemplo de mulher que se faz ouvir. Foi a primeira a tocar caixa na bateria da Nenê de Vila Matilde, em 2012, quando a escola de samba paulistana já tinha 63 anos de existência. 

A ritmista mergulhou no movimento de mulheres do samba. Aos 31 anos, após uma década de carnaval e seis anos em rodas, toca surdo em quatro grupos e luta para ser musicista profissional. “Até hoje a participação de mulheres em baterias de escolas é limitada a instrumentos leves por causa do preconceito, mas hoje tem muita gente se reunindo para criar espaços femininos”, afirma. 

Luisa: 'Mídia machista objetifica as mulheres; andamos nas ruas inseguras todo tempo. É crucial desconstruir esse ciclo'

Na primeira vez em que “vestiu” o surdo, pensou que ia cair. “É questão de ritmo e treinamento. Você vê as mulheres que dançam nas rodas de samba, é puro ritmo. Se colocar um instrumento leve ou pesado nas mãos delas certamente aprenderão”, acredita Verônica. 

A inspiração vem de um lugar importante surgido recentemente em São Paulo, o Samba da Elis. Ao ar livre, na Praça Elis Regina, bairro do Butantã, na zona oeste, o projeto reúne mensalmente pelo menos dois grupos formados exclusivamente por mulheres. “Lá também atuam vários coletivos que conversam sobre temas ligados ao feminismo.”

Mais do que as ruas, as redes sociais se tornaram focos de “reuniões” e discussões. Para a secundarista Luísa Segalla, aluna do Colégio Equipe, as redes sociais e o ambiente escolar foram determinantes para sua percepção crítica da cultura machista. 

“Quando eu entrei no ensino médio comecei a me incomodar fortemente com isso. Procurei informações, li muito, entrei em grupos no Facebook e passei a entender melhor o que era o feminismo e o quanto é importante”, diz.

“É muito complicado ser bombardeada pela mídia machista, que expõe e ‘objetifica’ as mulheres, perceber a diferença na criação entre meninos e meninas, andar na rua sempre insegura. Eu acho crucial querer desconstruir esse ciclo”, afirma Luísa, moradora da Casa Verde, na zona norte paulistana. 

Porém, ela observa que muitas vezes as pessoas não estão dispostas a ouvir. “O feminismo não está aqui para ser confortável. Assim como todas as lutas contra um sistema, vai incomodar. Ser feminista é começar as mudanças no espaço do microcosmo, como na sua casa e escola, e se possível, abranger o macro”, defende.

E quem não aprende na escola aprende na vida. Foi em casa que a jornalista Semayat Silva e Oliveira, de 27 anos, do coletivo Nós, Mulheres da Periferia, recebeu desde criança informação e impulso de mãe sobre a necessidade de se defender do racismo e do machismo. Moradoras do Jardim Miriam, na zona sul de São Paulo, elas sempre souberam das dificuldades das mulheres negras na região. “Minha mãe fez questão de me proteger desde a infância. Também me orientou desde cedo a buscar relacionamentos respeitosos e igualitários.”

Semayat foi crescendo e passou a questionar por que a liberdade feminina é tão limitada. A família se formou no ensino superior toda ao mesmo tempo, como bolsista do ProUni: pai, mãe, irmã e ela. “Além da limitação geográfica, com pouco acesso a direitos, também existe a tripla jornada que a maioria das mulheres negras e pobres administra. Isso te empurra para o feminismo, a necessidade de bancar a casa, de ir à luta, de estudar ao mesmo tempo, de buscar segurança no lugar onde moramos, que é extremamente vulnerável e não tem a proteção do Estado.” 

Quebrando resistências: Jéssica, Karol e Verônika superaram preconceitos 
para ocupar seu espaço


Semayat: 'Necessidade de bancar a casa, ir à luta, estudar, buscar segurança no lugar onde moramos'

Brasileira de 17 anos cria embalagem sustentável que substitui o isopor






Gabriela Alberti

Numa tarde qualquer, enquanto ajudava sua mãe a guardar as compras do mercado, Sayuri Magnabosco se deu conta do tanto de embalagens feitas de isopor elas tinham levado pra casa. 

Foi então quando se questionou para onde iriam estas embalagens após seu descarte, e não ficou nada feliz quando descobriu a resposta.

O isopor leva no mínimo 100 anos para se decompor, podendo viver na natureza por até longos 300 anos. Sayuri não se conformou com esta situação, pensando no tanto de embalagens de isopor que cada um de nós descartamos diariamente, e no tempo que elas levariam para se desintegrar no meio ambiente.

E, no meio de uma aula na escola, veio a inspiração para mudar este cenário. Após um comentário do seu professor sobre como o bagaço da cana de açúcar é um problema para o meio ambiente, já que anualmente 200 mil toneladas são descartadas após a retirada do seu suco para geração de etanol, Sayuri pensou, “e se eu transformar este bagaço em embalagens sustentáveis?”.

Após inúmeros testes na cozinha de casa e um liquidificador quebrado, a bandeja biodegradável saiu finalmente do papel. Misturando farinha de trigo, água, temperos antimicrobianos como cravo e manjericão, e o bagaço com uma solução básica que evita a fermentação para que a embalagem não estrague antes de ser descartada, a jovem estudante chegou ao resultado esperado. 

Hoje, já está em processo de pedido de patente, além da estudante ter recebido uma quantidade de prêmios nacionais e internacionais que deixariam muitos cientistas com inveja !






Postado em Hypeness 







Decoração com paletes


Delícia de cantinho relax com a rede e sofá de pallet! #decorarmaispormenos:



O uso do palete na decoração de sua casa pode resultar em um ambiente agradável e aconchegante. Esse item está cada vez mais utilizado. Esses suportes são utilizados por empresas para transportar materiais e podem sim ser reaproveitados para dar um toque despojado na sua decoração.


Como são peças rústicas devem fazer parte de uma decoração com esta linguagem e o uso de estampas alegres ou florais cai bem. 

É essencial que o palete possua a madeira tratada para evitar os cupins. Por isso tenha um bom marceneiro para te ajudar nessa área de manutenção e montagem. Outro item importante é verificar a altura para que as pessoas possam sentar-se confortavelmente. 

Eles ficam muito bonitos e diferentes, além de serem muito mais baratos.










































Quer saber o que está REALMENTE acontecendo com o Brasil nestes 60 dias do GOVERNO GOLPISTA? Então clique no link. A verdade você não vê na Globo e nem nas outras tvs brasileiras, jornalões e revistas. Ainda bem que temos a Mídia Alternativa na internet !






http://dilma.com.br/60-dias-para-temer/



Victoria não estaria viva se Temer governasse há mais tempo






Eduardo Guimarães


Victoria Guimarães, de 17 anos, só está viva hoje porque, em um período crucial de sua vida, o Brasil não era governado por Michel Temer e, assim, o ministro da Saúde não era Ricardo Barros, deputado federal pelo PP paranaense, eleito graças a financiamento de campanha por empresas operadoras de planos de saúde.


Para entender o caso.

Em 2009, Victoria, portadora de Síndrome de Rett, necessitava de um procedimento clínico chamado “botox salivar” para impedir que se afogasse na própria salivação. Após 3 meses na Unidade de Terapia Intensiva do hospital Santa Catarina (São Paulo), tendo passado por retirada das glândulas salivares, injetar botox dentro da cavidade bucal era a única esperança de interromper pneumonias sucessivas causadas pela broncoaspiração da própria saliva – ia parar nos pulmões e causava pneumonia.

Os médicos solicitaram à operadora de planos de saúde Sul América que liberasse o procedimento, que, aliás, se aprovado permitiria que a menina deixasse a UTI, cujo custo, por dia, era muitas vezes mais caro do que a aplicação de botox na cavidade bucal.

Surpreendentemente, o plano não aprovou o pedido dos médicos. Argumento: na bula do medicamento botox não constava a aplicação que os médicos do hospital supracitado queriam lhe dar. Quem deu essa explicação obviamente que não era médico, pois os médicos que fizeram o pedido fundamentaram muito bem o pedido.

Os médicos de Victoria pediram 5 vezes à Sul América que liberasse o procedimento; foram cinco negativas do plano de saúde. A empresa estava inflexível. Não se abalou mesmo diante do argumento de que a menina não sobreviveria sem aquele procedimento.

Só restou à família de Victoria recorrer à Justiça, argumentando que, se a Sul América continuasse a negar aquele procedimento, Victoria não sobreviveria àquela internação, pois não havia como impedir que salivasse, a não ser colocando botox em sua cavidade bucal.

A liminar foi concedida rapidamente. Além disso, o juiz determinou atendimento via home care para que a menina tivesse todas as terapias que seus pais tinham que pagar à parte do que pagavam para o plano de saúde e que já não estavam mais suportando pagar devido a terem que arcar com o custo do próprio plano, que não oferecia nada a uma criança naquelas condições.

Para sorte de Victoria, sete anos atrás Michel Temer e seu “machistério” recheado de bandidos estavam longe de tomar o poder. 

Desse modo, o Brasil não tinha um ministro da Saúde com as ideias que recente reportagem do jornal O Estado de São Paulo denunciou.




Se você ficou revoltado com a notícia anterior, aí vai outra muito pior.




O ministro Ricardo Barros, há algumas semanas, propôs reduzir o tamanho do SUS e, agora, quer tirar dos brasileiros o único recurso para obrigarmos os planos de saúde a cumprirem suas obrigações, que foi o recurso usado pela família de Victoria Guimarães para impedir que ela se afogasse na própria saliva enquanto a Sul América contava suas pilhas de dinheiro.


Postado em Blog da Cidadania em 12/07/2016