Como se tornar o idiota da selfie
Lara Brenner
Enquanto seguro meu garfo cheio de um suculento macarrão, me belisco e olho para o lado, apenas para checar se aquele momento de divindade gastronômica é real. Imediatamente desejo não ter me virado. A cena bizarra se repete novamente: uma moça bonita aciona a câmera frontal do celular e o estica frente a seus seios fartos, realçados por um vestido a vácuo, enquadrando-os junto a um prato de sobremesa. Ao longo da última hora, aquele deveria ser o quinquagésimo autorretrato (sou do tempo em que “fotinha” era retrato).
De repente, começo a me sentir um extraterrestre naquele restaurante descolado e com boa música ao vivo. Quase ninguém olhava para os músicos — que tocavam um samba de gafieira — a não ser para fotografá-los e postá-los em tudo quanto é canto cibernético. Ninguém comia sem antes registrar a comida, ou matava a sede antes de clicar o drink apoiado na mão e com o bar ao fundo. Era um show de Truman voluntário, uma bolha de registros milimetricamente calculados.
Beicinhos, caretas, piscadelas, cabelos jogados, ângulos corretos… Autorretratos em grupo, em casa, na cama, na piscina, em frente ao espelho, na academia, no funeral (!), após o sexo (sim!, tem isso agora), com o cachorro (milhares com o cachorro, meu Deus), com roupa de festa, com roupa íntima, sem roupa alguma (!), virado do avesso… Essa coisa de “selfie” tomou uma proporção tão maluca que, em 2013, foi eleita pelo dicionário Oxford como a palavra do ano, uma vez que sua popularidade havia crescido — pasme! — 17.000% em 365 dias. E cá estou eu, já alguns anos depois, mais perdida que cego em tiroteio, achando tudo meio artificial e esquisito. É o crescimento exponencial do ego.
Confesso que sempre que vejo uma “selfie” bem linda — e são várias em minha timeline — fico imaginando a luta da pessoa até consegui-la. Podem ser horas procurando a iluminação adequada, treinando a cara no espelho, batendo cabelo pra lá e pra cá, enquanto o braço quase gangrena de tanto segurar o celular para cima. Sei disso por experiência própria. Precisava obter algumas para uma divulgação e foi um martírio inesquecível. Segurar um “carão” é arte para poucos.
O problema não é se registrar para a eternidade, a modernidade está aí e não acompanhar faz nenhum sentido. O problema é retratar a vida sem realmente vivenciá-la, estar presente sem estar. É preocupante que as pessoas precisem se autorretratar infinitamente para sentir que estão ali de fato, muitas vezes crendo intimamente a qualidade daquele momento só será convalidada a depender do número de curtidas. Narcisos sofredores, narcisos drogados, embriagados de si mesmos e embevecidos num perigoso “egotrip”.
O crescimento exponencial do ego costuma carregar uma mortalha pesada: o vazio existencial. Nunca se esteve tão frágil e tão exposto ao mesmo tempo. Está aí a depressão — o mal do século — para comprovar. Talvez estejam sobrando registros externos e faltando os internos, num mundo com menos autorretratos e mais autoanálises. É hora de engolir a câmera e deixar que ela registre o que há de mais importante, mas quem tem realmente coragem para fazer essa viagem?
Posso estar ficando velha, chata e ranzinza. Posso estar saindo do otimismo cibernético para a crítica anacrônica, mas, da próxima vez em que você estiver saboreando um delicioso macarrão, pergunte-se sinceramente qual é a necessidade de se autorretratar ao comê-lo.
Postado em Bula
A luta pela democracia humaniza
Jeferson Miola
O golpe é masculino. O golpe é do Cunha, do Temer, do Aécio, do Serra, do FHC, do Bolsonaro, do Maluf, do Pastor Feliciano, da Globo, da FIESP. O golpe é, enfim, da canalha da Casa Grande contra o povo.
A luta democrática é feminina. A democracia reside no mandato legítimo de uma mulher inocente e íntegra, eleita por 54.501.118 brasileiros e brasileiras, que é vítima de uma farsa, de um julgamento de exceção fraudulento.
O impeachment é pela família, é por deus, pela amante, pela hipocrisia; é pela opressão sexual, moral, patronal e política; é pela corrupção, é da elite pela elite.
A resistência democrática é laica, é horizontal, é plural, libertária, é leal, é popular; a defesa da democracia é inclusiva, é proletária, é plebéia.
Aqueles que desferem o golpe se movem por ódio, rancor e intolerância. São homofóbicos, preconceituosos e racistas.
Aqueles que defendem a democracia agem com afeto, tolerância, respeito, solidariedade e alegria. São negros, jovens, homens, mulheres, crianças, LGBTs que constroem o futuro de esperança.
O golpe é fascista. É o gérmen de um fascismo que os fascistas poderiam, mas não querem conter. O golpe é o paroxismo do delírio e da cólera fascista: um bebê é condenado ao abandono da médica pediatra porque cometeu o crime de nascer do útero de uma mulher petista.
O golpe é a postura terrorista, sádica e anti-civilizacional simbolizada na homenagem do torturador assassino que foi “o pavor da Dilma”. O golpe desumaniza.
O golpe até poderá conseguir roubar o poder no curto prazo; é para isso que labutam as “instituições que estão funcionando normalmente” [sic]. Mas o golpe já perdeu o futuro. No 17 de abril, o dia da “assembléia geral de bandidos”, o golpe perdeu o essencial: perdeu o disfarce da legitimidade.
Depois daquela escatológica “assembléia geral de bandidos comandada pelo bandido Eduardo Cunha”, o golpe jamais vai conseguir adquirir o menor traço de legitimidade. O golpe e os golpistas já estão derrotados: eles perderam a guerra histórica.
A luta democrática venceu. Os democratas são, desde já, os grandes vitoriosos morais. A democracia é melhor. Do lado da democracia estão as pessoas que se entregam de corpo e alma à defesa da liberdade, das Leis e da Constituição, porque sabem que a vida só vale a pena ser vivida se for com liberdade e com respeito às regras comuns, às regras de todos; não de minorias circunstanciais que flanam sobre as Leis e a Constituição.
A avalanche democrática e popular está impondo aos fascistas uma derrota moral, e esta é a narrativa que vai perdurar pelas próximas décadas e séculos.
A vitória desta guerra pertence ao povo, aos progressistas, à esquerda; pertence a aqueles que defendem a democracia. A luta pela democracia no Brasil é um divisor de classes, assumiu um caráter de classe; a democracia é um valor proletário. Contra a democracia está a classe dominante, a burguesia, estão os golpistas fascistas.
A luta pela democracia humaniza e enriquece. Seguramente a esquerda sairá desta guerra menos misógina, menos sexista e menos machista. A direita, em compensação, será ainda mais podre e torpe.
Jeferson Miola - Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador - executivo do 5º Fórum Social Mundial
Postado no Brasil 247 em 26/04/2016
Marilena Chauí diz que Sergio Moro foi treinado pelo FBI e serve aos EUA
247 - A filosofa Marilena Chauí, 74, afirmou em vídeo publicado pelo Nocaute TV que o juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações em primeira instância da Operação Lava Jato, foi treinado pelo FBI —o equivalente à Polícia Federal nos EUA— para conduzir o caso.
"Ele recebeu um treinamento que é característico do que o FBI fez no Macarthismo [política de perseguição anticomunista adotada pelos EUA nos anos 1950] e fez depois do 11 de setembro que é a intimidação e a delação", afirma a professora da USP.
Segundo ela, os Estados Unidos teriam o objetivo de desestabilizar o Brasil para retirar do país sobre o pré-sal.
"A Operação Lava Jato é, vamos dizer, o prelúdio da grande sinfonia de destruição da soberania brasileira para o século 21 e 22."
Chauí disse ainda que a gestão interina de Michel Temer está "destruindo a economia brasileira".
Assista ao vídeo:
Humildade não é se diminuir, é não se vangloriar
Há uma fábula famosa que diz que havia uma vez uma rã muito cheia de si que desprezou com muito desdém um sapo por considerá-lo pouco para ela. Mais tarde, porém, essa mesma rã precisou da ajuda do sapo. A rã então, com muita humildade, se viu obrigada a pedir perdão ao sapo e assumir que ela não era mais do que qualquer outro anfíbio.
O que aconteceu com a famosa rã dessa fábula é o que ocorre com muitas pessoas ou o que pode acontecer com qualquer um de nós em algum momento de nossas vidas.
Algumas pessoas estão tão acostumadas a não serem humildes em suas vidas que nem se preocupam em esconder esta característica, mas uma hora isso pode mudar.
“Onde há orgulho, haverá ignorância; mas onde há humildade, haverá sabedoria” -Salomón-
O que significa ser humilde?
Como sempre ocorre quando tentamos definir algo da forma mais simples possível, vamos de novo recorrer ao dicionário. Nesse caso, o dicionário da língua portuguesa diz que a humildade é ter a virtude de ser consciente das fraquezas e limitações de si mesmo.
Segundo essa definição, ser humilde se opõe ao orgulho vaidoso e tem a ver com o amor próprio e a dignidade individual. No momento em que a rã da fábula decide desprezar o sapo porque o considera feio, empregando ainda uma atitude arrogante de superioridade, está sendo orgulhosa e vaidosa.
Nesse sentido, o comportamento prepotente e a superioridade moral não definem as pessoas como humildes: trata-se de entender quem somos sem a necessidade de lembrarmos aos outros isso o tempo todo, se vangloriando e se exaltando.
Quando estamos praticando a humildade?
A humildade é ao mesmo tempo uma qualidade e um comportamento que nos situa perante os outros, desse modo podemos dizer que a humildade pode ser praticada em qualquer ação que realizarmos. O fazemos, por exemplo, nessas situações:
Descobrindo a nós mesmos e aos outros: compreendendo que todos temos nossas experiências e circunstâncias e aceitando o fato que não podemos julgar o caminho dos outros sem termos andado em seus sapatos.
Admitindo nossos erros e aprendendo a pedir perdão quando devemos: essa talvez seja uma das atitudes mais difíceis de adotar porque nos põe de frente com nós mesmos. Por isso mesmo, saber perdoar e aprender com os erros nos faz humildes.
Compreendendo as limitações e as liberdades que temos: somos livres para decidir, para tomar caminhos para um futuro ou para outro, mas dentro de limitações. Saber quais são os defeitos que nos freiam nos ajudará a superá-los humildemente.
Reconhecendo que vivemos em uma sociedade e que, como tal, há diversas pessoas de diversas formações, mais velho ou mais novo, mais constantes ou mais inteligentes, etc… Com o respeito de um pelos outros, tendo em conta as particularidades, é possível seguir sendo humilde.
Elogiando as virtudes dos outros de uma forma sincera: diz muito do que somos ter a capacidade de reconhecer sinceramente as virtudes dos que nos rodeiam tanto quanto fazemos com nós mesmos. Não é uma forma hipócrita de nos aproximarmos dos outros, e sim de saber que todos temos nosso valor, seja ele já descoberto ou por descobrir.
“Aquele que com perspicácia reconhece a limitação de suas habilidades está muito perto de chegar à perfeição” -J. W. von Goethe-
A mariposa recordará sempre que foi uma larva
Tendo em conta tudo o que foi dito, a humildade tem tanto valor que aquele que consegue alcançá-la lembrará sempre como mantê-la. Porque terá sido capaz de encontrar harmonia e paz interior. Além disso, terá sido capaz também de se afastar da vaidade e do apego material em relação às coisas.
A mariposa sempre lembrará que foi uma larva porque sabe que pode cair em algum momento de seu voo e, então, entenderá que não é a mesma coisa ser humilde e ter uma baixa autoestima: a humildade que transborda é muito bonita sempre que sabemos quais são os limites que temos, porque do contrário podemos causar danos a nós mesmos.
A humildade consegue que nos aperfeiçoemos, que nos tornemos mais amáveis e fraternais com nós mesmos e com os outros, que encontremos pessoas mais autênticas que gostem de nós de verdade, que valorizemos o esforço para conseguir o que nos faz feliz, que fujamos das armadilhas do ego …
“Um homem deve ser suficientemente grande para admitir seus erros, suficientemente inteligente para tirar proveito deles e suficientemente forte para corrigi-los”. -Khalil Gibran-
Postado em A Mente é Maravilhosa
Quando casar sara?
Marcela Alice Bianco
“Quando Casar Sara! Quantos de nós, quando crianças, ouvimos essa frase de nossas mães, tias e avós após nos machucarmos?
No meu caso, além dessa afirmação, povoavam meu imaginário e ambiente familiar, tantas outras mensagens que remetiam ao casamento e ao papel que ele representaria na minha existência futura.
Lembro-me, por exemplo, de uma brincadeira que fazia com as amigas em que definíamos através de uma conta com as letras de uma palavra com quantos anos iríamos casar e quantos filhos teríamos. Também me recordo de um baú de bordados da minha avó no qual ela guardava os futuros enxovais de suas netas. Muitas vezes, ela abria o baú para me mostrar o material com entusiamo e dizia: – “Se Deus quiser você casará com um homem bom!”
Além disso, todos os contos de fadas que eu lia falavam de princesas que adormecidas, abandonadas ou enclausaradas em torres eram libertadas por lindos príncipes corajosos que as levavam para castelos onde viveriam felizes para sempre. E tudo isso gerava fantasias de que um dia eu precisaria ser libertada de alguma coisa para ser feliz.
Os anos se passaram e eu não casei com a idade prevista na brincadeira, mas bem depois!
Também não herdei da minha avó os bordados já então amarelados pelo tempo para enfeitar a minha casa nova, assim como não levei a diante seu modelo de relacionamento conjugal.
Faço parte de uma geração, que, ao crescer e perceber a possibilidade de independência financeira e emocional, pôde fazer outras escolhas que não a de esperar pelo resgate do príncipe encantado.
Tal liberdade também trouxe novos desafios, pois já que não seria mais necessário ter um príncipe e nem assumir o papel de uma princesa, passou a ser preciso aprender um novo jeito de relacionar.
Mas, parece que, de alguma forma e por vezes, inconscientemente, ainda carregamos conosco uma imagem do relacionamento baseado no amor romântico, e por consequência, do casamento como algo que irá nos salvar ou nos fazer sarar de algo que está ferido. E, portanto, passamos a investir na imagem de um parceiro amoroso a projeção da completude para um vazio existencial.
Muitos têm fracassado na tarefa, seja porque não conseguem encontrar a pessoa “ideal” ou porque não conseguem trilhar um caminho saudável no casamento que leve a realização.
Entre os que se casam, os relatos de desentendimentos, conflitos, frustrações, cobranças e desajustes são inúmeros.
Em muito casos, a separação é a saída encontrada por um ou por ambos os lados da dupla.
A questão é que as pessoas já não estão mais dispostas a manter um casamento infeliz e que não as satisfaçam. E, uma boa parte das que permanecem em relações desgastadas e sem mudanças estão presas em questões materialistas, em seus próprios ideais ou em algum ciclo vicioso doentio.
Independente da opção escolhida: casar-se ou não casar; separar-se ou tentar reconstruir uma relação desgastada, a questão que fica é que precisamos repensar o que esperamos de um casamento e qual sua função em nossas vidas.
Para além da consolidação dos modelos de sociedade e de família vigentes na nossa cultura atual, é fundamental que encontremos razões individuais para desejarmos ou não o enlace com outrem, já que compartilharemos com ele nossa existência e caminho de desenvolvimento.
Voltando a ideia do casamento como algo que nos curará das nossas feridas, imaginamos que ele nos levará a um estado de bem-estar contínuo e satisfatório para o nosso modo de vida.
Bem-estar significa ausência de desprazer, de tensão, de desgastes. Liga-se a ideia de plenitude, prazer e conforto. E também à necessidade de pertencimento e de se sentir protegido e seguro. Seria o tal do “felizes para sempre”.
Porém, a vida não se faz num contínuo de bem-estar e satisfação. Para amadurecermos, seja individualmente ou como casal, precisamos enfrentar os opostos, ou seja, as diferenças de criação, de jeitos de ser, de expectativas e por aí vai. Processos que geram conflitos, inseguranças, dúvidas e ansiedade. Mas, que também trazem a possibilidade do surgimento de uma nova personalidade mais madura, integrada e consciente.
Neste sentido, o casamento pode ser sim uma forma de salvamento, mas não àquela salvação que nos levará a uma espécie de paraíso onde tudo é perfeito e maravilhoso. O que ele pode oferecer é uma via para o processo de individuação. Ou seja, um caminho para que cada um dos pares possa seguir em seu desenvolvimento, tornando-se o mais próximo possível do próprio potencial de realização.
A intimidade e a entrega impõem desafios. O ajuste das expectativas projetadas no outro e a capacidade de compreendermos o que ele é realmente capaz de nos oferecer exige que o enxerguemos como alguém diferente de nós e não como uma extensão dos nossos desejos. O controle das reações agressivas diante das frustrações e do ciúme demandam força, habilidade e amadurecimento pessoal. Desde a negociação de qual será o sabonete para o banho até como se dará a educação dos filhos, todas as tarefas que envolverão o casal durante sua jornada os ajudarão a amadurecer sua forma de ser relacionar com o parceiro e consigo mesmo.
Então se formos responder à pergunta: Quando casar sara? A única resposta que podemos encontrar é: Depende !
Depende das feridas que você carregou ao logo do caminho até chegar no altar e do que será preciso para curá-las.
Depende do parceiro escolhido para a jornada de individuação que a vida te propõe.
Depende se o casal não deixará a relação estagnar e cair na rotina e no automatismo. Ou se ficarão apenas no desejo sensual ou presos aos deveres.
A questão é que todo mundo leva para dentro do novo lar toda sua bagagem de vida e nela podem ser encontrados todos os tipos de feridas psíquicas imagináveis.
E, nesse caminho podemos passar a vida repetindo os mesmos comportamentos que nos levam a nos machucar irremediavelmente ou podemos, através do aprendizado e da mudança alcançar um novo nível de consciência que nos ajude a se relacionar com o outro de maneira criativa e amorosa. Neste último caso, o casamento pode ser sim uma via saudável para o crescimento e para a busca da felicidade onde, duas pessoas inteiras, compartilham uma jornada de desafios e conquistas que as levará a um profundo conhecimento de si próprias e do outro.
Marcela Alice Bianco – CRP: 06/77338 Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta Junguiana formada pela UFSCar. Especialista em Psicoterapia de Abordagem Junguiana associada à Técnicas de Trabalho Corporal pelo Sedes Sapientiae. E-mail: marcelabianco@yahoo.com.br
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