Valorize as pequenas alegrias. Um dia elas se tornam uma grande felicidade




André J. Gomes

Assim como os lobos de uma alcateia, as ilhas nos arquipélagos, as aves voando em bando, os peixes em seus cardumes e os cachorros de uma matilha, as pequenas alegrias de uma vida é que fazem a sua grande felicidade.

Todo mundo sente tristeza, chora, sofre, sangra. Mas aí chega do nada um instante de ternura, um carinho da vida, um encanto breve. Uma alegria passa correndo, lambe a cara da gente como um cachorro desastrado e leva a tristeza embora, pendurada na boca.

Se ainda resta felicidade no mundo, ela é nada senão um substantivo coletivo: um conjunto de pequenas alegrias. São elas, as euforias à toa, os instantes de leveza, as risadas escapadas da couraça sisuda em que nos protegemos do mundo, são elas que fazem uma vida feliz.

Alegria a gente não guarda no banco, não aplica na bolsa nem troca por bens de consumo. A gente leva no coração. Gente feliz não joga alegria fora, não desperdiça um momento de riso, não perde uma chance de alegria aqui e ali.

Tem alegria de todo jeito, toda cor, todo tipo, mas as pequeninas, ahh… as alegrias minúsculas são enormes! A visita de uma velha amiga, o filho que melhora da febre alta, a gentileza inesperada, o banho em boa hora, o sono franco, o riso fácil, as fotografias reencontradas, o prato favorito, tudo, tudo aquilo que não vai nos deixar mais ricos, mas melhora nossa vida como nada mais há de fazer.

Então um dia, de tanto viver diminutas satisfações, a gente se dá conta do quanto é grande a nossa felicidade. Ligeira, fugidia, passageira. Mas enorme. Gigantesca! Grandiosa por ser feita de pequenas alegrias que vão, vêm e ficam para sempre.


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Sensacional entrevista com o Deputado Federal Jean Wyllys : políticas de diversidade sexual, golpe e outros assuntos




Jean Wyllys aponta retrocesso nas políticas 

de 

diversidade sexual


O deputado Federal Jean Wyllys, do PSOL do Rio de Janeiro, foi o entrevistado do Espaço Público nesta terça (17), dia Internacional contra a Homofobia, a Lesbofobia e a Transfobia. Segundo ele, “nenhuma democracia pode se considerar uma democracia se direitos de gays, lésbicas e transexuais não forem observados, não forem promovidos de alguma maneira, se houver discriminação jurídica, se as leis não protegerem os direitos desses cidadãos”.

Homossexual assumido, Wyllys considerou a agenda da população LGBT “a mais atual de toda a agenda da democracia”. Numa crítica direta ao governo do presidente interino, Michel Temer, o deputado queixou-se de retrocessos em relação à diversidade sexual. “A gente está num momento em que a democracia se encontra ameaçada de uma maneira mais ampla, mas particularmente ameaçada porque as figuras contrárias à agenda LGBT estão empoderadas agora.”

“A homofobia tem muitas expressões e a mais comum delas é a homofobia social, aquela que é praticada por quase todo mundo”, acrescentou. Jean Wyllys referiu-se ao pai ou à mãe que prefere ter filho bandido do que gay. Também criticou o patrão que demite o empregado que assume a homossexualidade e as escolas que discriminam alunos pela preferência sexual. “Essa é a homofobia social e não é porque ela não se expressa como uma violência dura, que ela não ofende, que ela não fere”, concluiu.

O deputado também respondeu à pergunta de um internauta, enviada via Facebook, sobre o decreto presidencial de exoneração do presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que abrange a própria TV Brasil, a emissora oficial NBR, rádios e agência de notícias. Explicou que a lei que criou a empresa definiu o mandato de quatro anos para o presidente, não coincidente com o mandato dos governantes, “para proteger a EBC de ingerências governamentais e partidárias”.

O Espaço Público é apresentado pelo jornalista Paulo Moreira Leite. O programa desta terça-feira teve, ainda, a participação dos jornalistas Rosane Garcia, do Correio Braziliense, e André Barrocal, da revista CartaCapital.




Armandinho : Enquanto isto no Brasil . . .














A vida é muito curta. Coma a sobremesa primeiro





Lara Brenner


Que coisa esquisita é este hábito de esperar. Espera-se o fim do dia para chegar em casa e descansar. Depois, o fim de semana para que a vida possa ter alguma alegria descompromissada. Aí, o feriado que se aproxima, as férias que se projetam, o ano do casamento, o nascimento dos filhos, a aposentadoria tão sonhada, o aniversário de 80 anos e, por fim, já com a cara desbotada de tanto esperar, espera-se pela chegada morte. 

Desde pequenos, somos criados para empurrar a melhor parte mais pra frente, reforçando a nobreza de saber aguardar a hora “certa”: os dias de descanso ficam na ponta da semana, as férias mais longas são só no fim do ano, a mulher valorizada guarda a virgindade pra depois do casamento, o homem inteligente guarda dinheiro para a velhice. Até mesmo a comida mais gostosa costuma ficar renegada ao canto do prato até que já se esteja com o estômago cheio. Aí, sim, ela passa a ser merecida e pode ser deglutida com algum comedimento. “Primeiro a obrigação, depois a diversão”, repetem as mais bem preparadas mães. É como se fazer do presente um ato estoico garantisse um merecimento mais sólido do porvir.

Só que esperar não faz sentido se não houver alguma graça no caminho. É preciso mais! Uma centelha, uma fagulha, um pouquinho de sentido no presente de quem se habituou a acreditar que o melhor sempre está por vir. Não há pote de ouro ao final do arco-íris, nem borboletas coloridas onde o vento faz a curva. A verdade verdadeira é que a vida é isso aí mesmo: rápidos momentos de apoteose de vez em quando, colocados entre longos períodos de um cotidiano sem grandes sobressaltos. Mas, no meio termo, alguns discretos gracejos costumam aparecer para conferir certo charme a esses profissionais da espera.

É preciso ser atento, ter olhos e ouvidos de poeta. Tem que estar vigilante para perceber que a expressão da sobrancelha do filho é idêntica à do pai quando ele está com sono, ou que a roseira do quintal deu flor mais cedo esse ano. Tem que ter sangue pra notar que a mocinha da limpeza cora quando alguém lhe dá bom dia, mas responde com tanta vontade que dá gosto de ver. Há de se ter a alma esperta para notar que o vizinho voltou a assoviar no elevador depois que terminou aquele namoro maluco ou que a padaria trocou o pó de café por um muito mais gostoso.

“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”, escreveu Pessoa, com heterônimo Alberto Caeiro. Ver é arte complicada, para poucas almas de contentamento e graça. É preciso ter coragem pra assumir as lágrimas brutas que brotam no canto do olho ao ler um poema, ou o riso que se instala no canto de boca ao ouvir boa música que conduz ao primeiro amor. Haveremos de nos render ao dia a dia, à mágica de simplesmente poder caminhar para onde se quer e fazer o que se quer fazer. À graça de ser quem se quer ser. 

Enquanto houver espera pelo instante do estrondo, pelo dia do brado, ou pelo momento de grandeza, não haverá tamanho suficiente para descobrir que gigante mesmo é saber ser pequeno e perceber a vastidão de simplesmente se estar aqui.


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Um Gorila na diplomacia, um carrasco na Justiça e um charlatão na Saúde



temer


Eduardo Guimarães

Não há um só dia, um mísero dia após o fatídico 12 de maio de 2016 em que o país não tenha sido surpreendido por alguma ideia grotesca vomitada por um dos vários gangsteres que compõem a equipe do “presidente” de facto Michel Temer. Mas essas “ideias” vem sendo negadas em seguida pelo titular do bando, tal o nível de mediocridade que contêm.

Cinco dias após a derrubada ilegal de Dilma Rousseff os golpistas já chocaram várias vezes o país e o mundo com o próprio quilate de mediocridade. Podemos enumerar as “realizações” do pretenso e alardeado “governo de salvação nacional”.

1 – O ministério (de facto) de Michel Temer tem mais de uma dezena de membros na mira da Operação Lava Jato, a exemplo de quem os escolheu e nomeou para os cargos que ora ocupam, os quais poderão ser usados para atrapalhar investigações e manter esses suspeitos fora do alcance dos investigadores.

2 – Michel Temer não nomeou uma única mulher nem um único negro para o seu ministério (de facto). Todos os ministros do governo (de facto) do Brasil são homens, brancos e autoproclamados heterossexuais.

3 – José Serra (PSDB-SP), ministro (de facto) das Relações Exteriores, parece um gorila em uma loja de cristais – ou em uma missa. Grunhe até ameaças a países latino-americanos que não viram com bons olhos o processo parlamentar que tirou Dilma Rousseff do cargo.

O gorila em tela usa a posição de ministro para fazer campanha eleitoral berrando dogmas ideológicos de extrema-direita contra os governos de esquerda dos países-alvo visando agradar a grupelhos barulhentos da internet. Sua estratégia, em diplomacia, é reservada a casos em que há risco de “soluções” bélicas.

Daqui a pouco, Serra declara guerra a alguma nação “bolivariana”. Metade do Itamarati está em pânico e a outra metade está lavando as mãos.

Até a imprensa tucana de São Paulo já registra, aqui e ali, o Deus nos acuda que está se estabelecendo na diplomacia brasileira e a péssima repercussão internacional desse comportamento valentão de um país que nem chega a ser a potência regional que alguns pensam que é.

4 – Ministro da Justiça (de facto), Alexandre de Moraes (PSDB-SP) fez cair queixos em toda parte ao dizer assim, como se recitasse um poema, que vai acabar essa história de comunista de conceder ao Ministério Público do Brasil a prerrogativa de indicar o procurador-geral da República ao presidente da República, sistema de escolha do PGR que tem permitido à instituição investigar o governo federal como jamais fora possível.

A repercussão dessa barbaridade foi tão grande e tão imediata que Temer teve que sair correndo para desmentir a óbvia conversa que certamente teve com seu ministro da Justiça mostrando-se favorável a uma enormidade que, se materializada, simplesmente sepultaria o combate à corrupção no país, pois o presidente (de facto) certamente colocaria um comparsa para pilotar o único cargo que permite a quem o ocupa processar o presidente da República e ministros de Estado.

Em poucas horas, Temer e Moraes tiveram que recuar dessa ideia de jerico, mas não convenceram a ninguém…

5 – Ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR) tratou de superar Serra e Moraes: mandou avisar à bugrada que Temer quer reduzir os atendimentos no SUS e impedir que as pessoas recorram à Justiça contra os planos de Saúde, um recurso que tem sido a salvação de milhões de famílias que, quando têm atendimento ou procedimentos negados pelos planos, recorrem à Justiça e obtém decisões que as salvam da desgraça.

Sobre diminuir o atendimento no SUS, nem é preciso falar muito. Que tipo de psicopata faz uma proposta dessa?

Mais uma vez, porém, foi preciso desmentir outro plano estarrecedor, devastador para o povo que está sendo gestado por esse governo golpista, ilegítimo, recheado de bandidos. Temer volta a público para desmentir uma conversa que só quem for muito panaca poderá acreditar que não aconteceu entre o presidente (de facto) e o ministro da Saúde (de facto).

Mas se você pensa que isso é tudo, está enganado. O ministro da Saúde de Temer, que anuncia política tão favorável aos planos de saúde quanto produzir leis que impeçam o cidadão de reclamar contra esses planos na Justiça, simplesmente teve sua campanha eleitoral lá no Paraná bancada exatamente por PLANOS DE SAÚDE (!!)

Cinco dias, cinco fatos que mostram o “negócio da China” que o Brasil fez ao trocar um governo popular, com preocupação social, que dialogava, que não bloqueava investigações e era presidido por pessoa honesta, por governo cuja cara é racista e misógina, tem vários integrantes suspeitos de corrupção e que não para de prometer nos ferrar.


  Eduardo Guimarães




Postado em Blog da Cidadania em 17/05/2016



Os três citados no título desta postagem











O frio só é gostoso se estamos no quentinho : lareiras a lenha portáteis suspensas ou não, lindas e decorativas













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