Mudanças internas x Imediatismo
Stephanie Gomes
Estamos vivendo na era da rapidez, da ansiedade, da pressa e da resposta imediata. Queremos tudo para anteontem, estamos acostumados a encontrar a maioria das coisas que precisamos facilmente (graças à internet) e nos sentimos torturados quando temos que esperar mais do que queremos por algo.
Esse é um dos motivos mais comuns pelos quais muitas vezes desistimos de construir algo grande, abandonamos nossos projetos pela metade, deixamos nossos sonhos pra lá e não conseguimos fazer uma mudança que nos traria benefícios.
Nesse vídeo, eu falei especialmente sobre a dificuldade que temos em realizar mudanças internas por causa dessa necessidade de que o resultado apareça imediatamente. Refletir sobre isso me ajudou muito a me entender melhor, e acho que poderá ajudar vocês também a terem mais paciência com qualquer processo de mudança interna que estejam passando ou tentando iniciar.
Quadrinho didático desconstrói falácia da meritocracia
É muito comum no Brasil, principalmente depois da ascensão de parte da população com os programas de transferência de renda do governo, algumas pessoas recorrerem ao conceito de “meritocracia”.
Essa ideia é, normalmente, utilizada para criticar as medidas sociais usando a justificativa de que todos têm as mesmas oportunidades e que o mérito verdadeiro – o sucesso profissional, por exemplo – depende unica e exclusivamente do esforço individual.
De modo simples e quase didático, o ilustrador australiano Toby Morris consegue desconstruir esse conceito.
Por meio de duas histórias distintas, em um quadrinho intitulado “On a Plate” [em português, De Bandeja], Morris resume bem a condição a que muitos estão submetidos e expõe os privilégios que os defensores da meritocracia carregam consigo e não enxergam.
Confira a versão com a tradução livre feita pelo Catavento.
Lembrando que esta música apareceu em 1999 no governo neoliberal do Presidente Fernando Henrique Cardoso
do Partido PSDB
Cunha vai unir o Brasil em torno de Dilma
Alex Solnik
A retaliação de Cunha não foi apenas contra o PT e o governo, mas contra o Brasil. Foi a "chave de ouro" de seu desempenho em 2015 em que mostrou a sua cara, ajudou decisivamente a afundar o país e a envergonhar os brasileiros.
É óbvio que a palavra impeachment é assustadora e, se o processo não for barrado pelo STF, que é um dos locais onde a lucidez e o bom senso prevalecem sobre a histeria vamos ter um 2016 pior ainda que 2015, mergulhado em incertezas - a situação propícia para aprofundar qualquer crise econômica.
No entanto, a decisão descabida, vingativa e canalha de Cunha pode ter uma consequência benéfica: poderá unir o Brasil em torno de Dilma.
É o que estou sentindo a partir das primeiras reações da manhã de quinta-feira. Acho que o país vai se dividir não mais em petistas e tucanos e sim em dois grupos: os homens decentes que vão se alinhar com Dilma, que é uma mulher decente e os canalhas que vão marchar com Cunha até o lixão da história.
Como há muito mais brasileiros decentes do que canalhas, o apoio à Dilma vai aumentar na mesma medida em que o de Cunha vai chafurdar na pocilga comum.
Estou pressentindo que, repito, se o STF não acabar com a farra do Cunha, que é o mais provável que aconteça, pois os ministros do Supremo sabem, mais do que ninguém, que Cunha não é flor que se cheire, e não faz bem ao país, a maioria da população irá às ruas desta vez para defender Dilma se não por outro motivo pela simples razão de que seu oponente é o Cunha. E as mulheres, acho, vão formar na vanguarda.
Esse movimento de união em torno da presidente poderá ser mais efetivo para tirar o país da recessão do que as receitas do dr. Joaquim Levy.
Quem faz o país andar são as pessoas. Se elas resolverem que vale a pena ir à luta por uma presidente honesta isto irá gerar uma energia positiva. Que é o principal componente imprescindível para o país voltar a crescer.
Os números negativos da economia não refletem apenas erros do governo ou a difícil situação internacional, mas também o desânimo dos brasileiros. Acho que isso é que às vezes dá a sensação, para quem viveu aquela época, de que as coisas fluíam mais durante a ditadura: é que estávamos todos animados, movidos pelo sentimento contra os generais assassinos.
Animados pelo mesmo sentimento, desta vez contra o golpe do Cunha, temos tudo a ganhar.
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