Luis Nassif Gilmar Mendes
Paulo Nogueira
Luís Nassif merece aplausos por processar Gilmar Mendes.
Sem citar seu nome, um gesto que revela maldade e covardia simultaneamente, GM caluniou Nassif em sua linguagem pomposa, solene e ridícula.
Não vale a pena reproduzir aqui os insultos de GM.
Basta dizer que Nassif fez o que deve fazer.
Você pode dizer: “Perda de tempo e de dinheiro. Ninguém é mais blindado que Gilmar na Justiça.”
Não faz mal.
O importante, no caso, é que Nassif lute pelo que é justo.
Citei algumas vezes, recentemente, o alemão Rudolf von Ihering, um jurista inovador do século 19.
Ihering demonstrou que a justiça não é algo estático e imobilizado. Ela é um organismo vivo, e só se modifica mediante a luta dos que buscam o seu direito.
Segundo a tese sábia de Ihering, você não tem apenas o direito de buscar justiça quando é injustiçado, como foi o caso de Nassif diante de GM.
Tem a obrigação, perante a sociedade.
Ainda que tudo termine bem para o ofensor, ele vai ser exposto e terá dor de cabeça.
É presumível que, se não agora, com o correr do tempo insultos como os proferidos por GM não mais serão tolerados pela justiça que hoje o protege.
Daí o dever.
Lula tem feito o que Ihering recomenda, e isso é inspirador. Em vez de simplesmente engolir calúnias, passou a acionar a justiça.
O caminho é pedregoso.
Recentemente, um juiz decretou que a calúnia proferida por Danilo Gentili sobre o atentado ao Instituto Lula era uma piada.
Wellington poderia dizer ao juiz: quem acredita nisso acredita em tudo.
Mesmo assim, mesmo protegido, dificilmente Gentili voltará a fazer piadas daquele gênero, nem com Lula e nem com ninguém.
É a sociedade que ganha.
Falta Dilma se movimentar. Ela tem uma excelente oportunidade agora com o depoimento de Youssef.
Na véspera da eleição, a Veja afirmou terminantemente, numa capa criminosa, que Youssef dissera que Dilma e Lula sabiam de tudo no chamado Petrolão.
Agora, essa farsa foi espetacularmente desmascarada na CPI da Petrobras, em que Youssef foi ouvido.