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O que há por trás da “nova postura” da Globo?
O que aconteceu com a Globo?
Por que o maior conglomerado midiático do Brasil utilizou os seus dois principais canais de comunicação para cravar posição política contra o impeachment de Dilma e a favor da governabilidade?
Destacamos, a seguir, algumas hipóteses que ajudam a entender essa mudança de postura.
Antes mesmo do fechamento da edição do Jornal Nacional desta sexta-feira, noticiávamos em Pragmatismo Político que o telejornal global exibira uma edição pouco habitual.
Na pauta política, chamou atenção a publicação de uma longa sonora da presidente Dilma Rousseff rebatendo críticas e recebendo aplausos decorrentes de sua fala.
Horas antes, em editorial, o jornal O Globo tinha ido ainda mais longe: destacou a importância dos esforços pela manutenção da governabilidade do atual governo e chamou o PSDB de ‘inconsequente’.
Frases como “clássica marcha da insensatez” e questionamentos como “vale mais o destino de políticos proeminentes ou a estabilidade institucional do país?” foram usados no editorial com o objetivo de rechaçar a irresponsabilidade de figuras — Eduardo Cunha incluso — que pretendem ver o caos institucional e político no país, sem se preocupar com as consequências econômicas de tais manobras.
A repercussão da suposta nova inclinação da Globo foi enorme. No Facebook, a postagem de Pragmatismo Político sobre a questão, até a publicação deste texto, acumula mais de 20 mil curtidas, 12 mil compartilhamentos e 2500 comentários.
Desconfiados, lúcidos, surpresos, sensatos, agressivos, céticos e bem humorados. A heterogeneidade das observações postadas estimula a reflexão sobre o que pode estar por trás da “nova atitude” política das Organizações Globo, publicizadas através dos seus dois maiores canais de comunicação jornalísticos: o Jornal Nacional, na TV, e o editorial de O Globo, na mídia impressa.
Confira, a seguir, algumas das reações publicadas pelos leitores de Pragmatismo Político que merecem destaque e ajudam a entender o posicionamento da Globo:
1. “Resposta provável: Fiesp e Firjan. (Estas entidades se posicionaram pela governabilidade do País através de nota oficial)
2. “Lá vem pedrada. A Globo é a maior Falsiane do Brasil.” (antes da tempestade, a calmaria)
3. “Não vejo nada surpreendente. A Globo não muda de opinião: tem sempre a opinião do grande capital. E o grande capital mandou parar com a palhaçada. Uma crise política dessa monta vai levar a uma profunda crise econômica. Tirem a Dilma. Acham que vamos ficar quietos? O pau vai comer e isso não interessa ao grande capital.” (sem surpresas)
4. “De tanta porrada o dia que falam a verdade a gente até estranha. Mas acho que decidiram esperar 2018. O povo não ia engolir essa história de impeachment” (medo do povo?)
5. “Com a crise aprofundando teremos uma fuga de capitais do país, como consequência a quebradeira será generalizada, antes de tudo os Marinho são capitalistas.” (é o capitalismo, estúpido)
6. “Bom, a partir desse momento começo a perceber que o mandato da Dilma está mesmo no fim. Ou seja, a Globo já está tirando o corpo fora e começando a vender a ideia de que ela não teve nada a ver com isso, ao contrário, até tentou ajudar a salvar” (não somos golpistas!)
7. “Eles raciocinaram, em reunião com os demais parceiros da Casa Grande, e chegaram à conclusão de que a Presidência do Brasil, poderia cair, de bandeja, nas mãos do incomparável Eduardo Cunha, passando, assim, a situação de crise para desastre nacional, atingindo a todos os brasileiros” (Eduardo Cunha?)
8. “Num tempo em que o golpe não era segredo, o presidente general de plantão João Figueiredo, dizia abertamente:quem tem cu tem medo. A grande maioria do povo hoje identifica o DNA do golpe compatível com o da Globo que tem diversas afiliadas pelo pais. O que ocorreria com os negócios globais numa ruptura democrática, se os exemplos foram dados pelos apoios à Dilma e ao PT? Atire a primeira pedra, que a vidraça da Globo a ignorância cega não blindou..
9. “Estou preocupado com o Merval e o Reinaldo Azevedo. Vão surtar!”
10. Será que vão dar férias para o Merval Pereira e a Míriam Leitão ?
11. “Pra mim, é “Cu na mão”, mesmo; vendo a Veja sendo processada, e diante da realidade em que não há elementos para tirar Dilma, os Marinho lembraram que ainda há três anos de mandato, verbas para propaganda (só é esse ano perderam 3 bilhões) e um processo de sonegação fiscal em curso.”
12. Já cumpriram o “dever de casa”, já espalharam a desconfiança, o descrédito, a merda toda, como é de costume. Agora é hora de bancarem os bonzinhos, dizerem que não foram eles que fizeram o país ficar do jeito que está. A gente já viu esse filme tantas vezes.
13. Mas ainda tenho minhas suspeitas. Não seria uma tática pra não passar por golpista? Só acredito depois de 16/08. Quero ver como irão se comportar durante os protestos, e se não vão ficar fazendo cobertura minuto a minuto, incentivando o comparecimento.
14. O objetivo não é a Dilma, é o Lula… A Dilma sai no fim do governo o Lula vai ser o alvo… Apostam em crise econômica prolongada para que o PT deixe de ser uma alternativa viável no futuro. Não se iludam…
15. Pois eu não fico nada surpreso. A Rede Globo está vendo sua audiência em queda livre, e tem conhecimento disso pelos comentários em redes sociais. Sabe que o povo não é tão manipulável como pensava. Normal que ela se comporte como folha de bananeira. Vai para onde o vento a leva.
Onde estamos ? E que dia é hoje ?
Antonio Lassance
O Brasil está em polvorosa. Os ânimos estão extremamente exaltados e as acusações contra o governo são cada vez mais graves.
Para piorar o quadro, na economia só se vê e se ouve notícia ruim. Com o intuito de conter a inflação e garantir a confiança de investidores externos, o governo lançou um duro programa de arrocho com o objetivo de reverter expectativas negativas. Passado um tempo, mudou de ideia e desapertou o torniquete, pois as expectativas, ao invés de melhorarem, pioraram.
No entanto, essa presidência, desde o início, já dava sinais de que não acabaria bem. Seria fustigada por tentativas de golpe. Um dia, acabaria sucedida por uma oposição raivosa sustentada na crista de uma onda pretensamente moralizadora.
A ânsia de limpeza ética do país vinha todos os dias embrulhada para presente em manchetes que denunciavam fatos muito graves; alguns completamente verdadeiros, outros absolutamente falsos - uma diferença que, no final das contas, se tornou mero detalhe sem importância.
O cúmulo da decepção ainda estaria por vir. Começaram a surgir boatos de que um presidente outrora tão popular havia enganado a todos, em proveito próprio. Tinha presumivelmente montado uma camarilha, um bando que se organizava para assaltar os cofres públicos, durante o período em que ele esteve à frente do poder.
Muitos brasileiros haveriam de pensar: se ele era o presidente, e se as falcatruas de fato aconteceram, como poderia ele simplesmente não saber? Como, sendo o chefe do poder, não seria o próprio chefe da quadrilha? Enquanto acenava com proselitismo, com uma mão, o presidente roubava com a outra.
Uma certa imprensa autointitulada "livre" e "isenta" - faltou dizer "modesta"? Ou "presunçosa" e "hipócrita" seriam adjetivos mais apropriados? - chegou a afirmar que o presidente havia amealhado dinheiro suficiente para figurar como a sétima maior fortuna do mundo. Haja dinheiro para se chegar a tal patamar!
Diante do malfeito, porém, não restaria pedra sobre pedra. Em uma república, ninguém está livre de acusações. Anos depois de terminado seu mandato, esse presidente, candidatíssimo a alguma eleição seguinte, tratado por “corrupto” e “ladrão”, como se fossem parte de seu sobrenome, foi finalmente indiciado e chamado a depor para responder por seus "crimes".
Intimado e intimidado, o ex-presidente apareceu e depôs. Ficou sentado em uma cadeira no centro da sala, sendo inquirido por trogloditas. Crispado, ali estava quem um dia foi muito poderoso. Agora, não mais.
Devidamente enquadrado, quem antes era um líder, dessa vez, produzia a imagem ideal para que fosse lembrado, na posteridade, como um criminoso. Os mais ávidos por destruí-lo cotidianamente poderiam guardar no bolso essa fotografia recortada e esfregá-la nas fuças de admiradores. Um artefato que pode ser sacado para provocar a vergonha no rosto de quem o encare, isso vale ouro.
Mas, afinal, onde estamos? Que dia é hoje? De quem estamos falando? Estamos no Brasil, nos anos de 1956, 1958 e 1965. Esse presidente que foi xingado, odiado, constrangido e humilhado se chamava Juscelino Kubitschek. Pensou que se tratasse de quem?
A maior façanha do povo brasileiro diante dessa História foi ter garantido que a memória de JK pudesse sobreviver ao cerco que contra ele montaram os grandes veículos de imprensa e o aparelho repressivo do Estado.
“ Encher de comida . . . é o panelaço que gostamos de fazer "
Com a apresentação de José de Abreu – excelente – o programa que o PT exibe nessa quinta 06/08 tira um sarro excelente dos paneleiros que levam a sério
Postado no Conversa Afiada em 06/08/2015
Nos momentos de crise, a dor da exclusão social
Adriana Vitória
Um dia você acorda e é bastante popular. Muitos “amigos”, trabalho, projetos, vida social, liberdade de ir e vir e paz na terra, pelo menos na sua.
De repente, centenas de dias depois, você se levanta numa manhã e um furacão de problemas sérios estão a sua espera. Esfrega os olhos tentando entender o que está acontecendo, arruma os cabelos que ainda estão emaranhados, mas não dá, sua vida está de pernas pro ar.
Você fica tenso, perdido, sem saber pra onde vai ou o que fazer. Como se tivessem retirado seu chão.
Tenta ir resolvendo tudo, mas se enrola ainda mais.
Começa um período de declínio nunca antes vivenciado. Nada em comum com os altos e baixos da vida encarados antes. O trabalho já não rende, não consegue mais produzir como antes, tudo é um peso a ser carregado.
A grana vai ficando curta e as dívidas, antes nunca feitas, brotam como plantação. Começa a se desfazer dos poucos bens, ainda pouco usufruídos, que levaram anos pra serem adquiridos. Tudo pra conseguir colocar a cabeça no travesseiro e poder dormir.
Mas o pior ainda esta por vir, a exclusão social.
Aquelas pessoas, antes tão animadas pra te ver, começam a desaparecer. O telefone quase não toca mais, e quando dá sinal de vida, é uma empresa de cobrança. Você não vale mais a pena. Como se teus talentos, graça, generosidade, companheirismo e inteligência tivessem virado pó junto com seu dinheiro.
A delicadeza da verdadeira espiritualidade
Isha
No mundo espiritual, há tantas distrações, na parafernália, nas tradições e costumes, que com frequência a espiritualidade parece complexa e confusa quando, na realidade, é o oposto.
Desde a análise astrológica até o estudo de diferentes dimensões, preocupar-se com a cor da roupa que se está usando, com o ponto cardial no qual está sua casa, complicamos tudo.
Inclusive empreendemos viagens à "Terra Sagrada", como se algo externo fosse mais importante que nossa experiência interna.
Ao terminar de cumprir com todos estes requisitos, percebemos que nos esquecemos da alegria e da beleza da vida.
A simplicidade é o selo distintivo da autêntica espiritualidade. A vida é simples, o amor é simples e a complexidade não faz mais que alimentar o intelecto.
Nunca me deixo de surpreender quanta importância colocamos na tradição. Pensamos que como as gerações anteriores faziam algo de certa maneira, esse comportamento é mais valioso, mais sagrado, mais justo.
No entanto, só temos que olhar nossa vida pessoal para ver que os comportamentos repetitivos não são necessariamente benéficos. Teríamos que defender os benefícios de fumar um cigarro só porque o fizemos durante muitos anos? É tradicional!
Este seguimento cego da tradição é particularmente fascinante para mim com respeito à espiritualidade.
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