Já se esperava por um agosto de confrontos e fortes tensões e logo no início do mês as previsões se confirmam.
O fim de julho foi marcado pelo atentado com uma bomba incendiária contra o Instituto Lula, fato que a mídia empresarial tentou escamotear e relevar, o que é até compreensível já que as digitais desta mídia estão claramente presentes na cena do crime, tal o grau de manipulação e mentiras que cotidianamente ela despeja tendo como alvos o governo e o PT, repetindo a mesma tática golpista usada contra Getúlio Vargas e Jango.
A prisão do ex-ministro José Dirceu, uma figura emblemática do PT, logo no primeiro dia útil do novo mês, mostra o que representará este período em termos de luta política.
Revela também (mais uma vez) o quanto é viciada e parcial a condução da chamada Operação Lava Jato.
O preceito, aliás, óbvio, lembrado insistentemente por diversos juristas, e inclusive por membros do próprio Supremo Tribunal Federal (STF), de que as “delações premiadas” por si só não servem de base para nenhuma condenação é hoje tratado como mera e dispensável formalidade, mas apenas quando o delator aponta pessoas ligadas ao PT e ao governo.
As delações premiadas que citam membros importantes da oposição, principalmente quando fazem referência ao PSDB, são ignoradas e tornadas “invisíveis” pela “operação abafa” da mídia.
Salvador Allende, presidente chileno assassinado em um brutal golpe militar, dizia que “não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual perante todos”.
O aparelhamento da máquina estatal por juízes, delegados e procuradores que desejam ardentemente notoriedade midiática e que conduzem investigações - que deveriam ser imparciais e impessoais - de forma a servir aos seus objetivos políticos, ficou ainda mais indisfarçável quando o procurador da República Deltan Dallagnol, membro destacado da Operação Lava Jato, no último dia 27 convocou publicamente, de forma indireta, mas inequívoca, para o ato golpista do dia 16.
Desta forma, menos do que combater a corrupção, a Operação Lava Jato busca incessantemente alimentar e fortalecer uma agenda política conservadora e antidemocrática.