FHC — o Neoliberal I — perdeu o juízo, se algum dia o teve




Davis Sena Filho

Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, também conhecido como FHC é um ex-presidente politicamente conservador, inquilino da casa grande, que, vítima de uma fortíssima e tenebrosa amnésia, "esqueceu" tudo o que disse e escreveu, bem como pediu às pessoas para esquecerem também tudo o que ele fez, no decorrer de sua vida, a exemplo do que o grão tucano disse e escreveu.


Parecem confusas essas afirmativas, não é? Porém, elas retratam, fidedignamente, tudo o que o Fernando Henrique Cardoso é: negligente e incompetente; entreguista e antinacionalista; dissimulado e manipulador; e agora, na altura do campeonato de sua vida já octagenária, o grão-tucano, portador das características de um camaleão, torna-se oportunista e golpista.


Nada disso o que eu assevero é pessoal. Apenas retrato o que o ex-presidente tucano se mostrou em seus mandatos, pois governou o Brasil como se fosse um caixeiro viajante ao invés de ser um estadista, porque vendeu suas estatais estratégicas sem dimensionar o mal que cometeu, pois quando um povo tem seu patrimônio vendido lhe é subtraído ou prejudicado seu direito de se desenvolver, pois as empresas públicas têm como meta primordial zelar pela distribuição de benefícios, de renda e de riqueza.

Quando as estatais são entregues a grupos meramente capitalistas, a exemplo das empresas de telefonia, que visam somente acumular dinheiro, pagar mal seus empregados e fazer remessas de lucros exorbitantes, além de oferecerem um péssimo serviço, o povo sente, porque o dinheiro em mãos privadas somente serve para atender às demandas pessoais e empresariais de corporações econômicas que não tem o mínimo de compromisso com o desenvolvimento do Brasil.

FHC é o Neoliberal I, também conhecido como o Príncipe da Privataria. Trata-se daquele senhor tucano, que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes. Repito: três vezes!


Ele ainda repartiu e sucateou a Petrobras, afundou a maior plataforma do mundo — a P-36, e, não satisfeito, foi o autor, inconteste, de um apagão de energia que durou um ano e meio. Repito: um ano e meio! Um recorde negativo de todos os tempos.

Além disso, não satisfeito com sua sequência de incompetências e inaptidões para governar, FHC aniquilou com a indústria naval deste País, bem como vendeu a Vale do Rio Doce, a segunda maior empresa pública brasileira, cujas riquezas estão debaixo da terra. Repito: debaixo da terra! 

Não é surreal o governo predador desse tucano do PSDB? Existem também tucanos no PMDB, no DEM, no PPS, no PSB, no PP e até mesmo no PT, vide o senador Delcídio Amaral e Cia.

Então, vamos à pergunta que se recusa a calar: Como mensurar o valor de uma empresa da grandeza da Vale se os produtos com os quais ela trabalha para depois vendê-los estão debaixo da terra? 

E como saber das terras que têm riquezas em seus subterrâneos se o Brasil é um País continente e, por sua vez, existem terras pertencentes à Vale do Rio Doce, que até hoje não foram exploradas?

A resposta eu deixo para o ex-presidente FHC ou para o senador José Serra, entreguista contumaz, um dos líderes emblemáticos da privataria dos anos 1990, e que recentemente apresentou projeto no Senado que praticamente entrega o Pré-Sal às petroleiras estrangeiras. O DNA tucano é realmente lastimável.

Hoje o grão-vizir da tucanagem posa como o líder da oposição, quando, não, dispõe-se a fazer o papel de decano do bom senso ou de guardião da democracia. 

Seria cômico se não fosse ridículo e trágico ter que ouvir ou saber das bobagens de Fernando Henrique Cardoso, que vestiu beca, samarra e capelo para apostar no golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, eleita legalmente pela maioria do povo brasileiro.

Isto mesmo, o doutor e "príncipe" sociólogo, Fernando Henrique Cardoso, mandou novamente todo mundo esquecer que ele um dia fingiu ser um democrata, mas que agora, por motivos "alheios" à sua vontade de pôr um tucano na Presidência da República, optou por ser um golpista com doutorado e, consequentemente, um desestabilizador da democracia brasileira com pedigree, o que o faz ser perdoado pelas classes dominantes, admirado pelos abutres da imprensa empresarial e também pelos coxinhas de classe média, batuqueiros de panelas de barrigas cheias, ao tempo que preconceituosos e analfabetos políticos.

Carta ao ex-presidente Lula


:


Dom Orvandil


Caro ex- presidente Lula

Li sobre sugestões de vários setores de que o senhor sente com Fernando Henrique Cardoso para conversar sobre a crise econômica e política que o País vive. Pessoas de boa vontade esperam isso dos dois ex-presidentes.

Conheço a realidade de seu papel na projeção de FHC em 1978. O ex-presidente foi candidato a senador por São Paulo. Parte da campanha dele se direcionou aos metalúrgicos através de panfletos de linguagem empolada e distante da realidade dos trabalhadores. Estes os recebiam e os jogavam no lixo, sem lê-los. A derrota seria estrondosa. 

FHC lhe pediu socorro para que intermediasse com o mundo operário. Atendo-o o senhor o levou aos portões das fábricas do ABCD e defendeu sua candidatura como de interesse da classe e do País.

Tenho para mim que se não fora o seu apoio Fernando Henrique Cardoso não ultrapassaria os limites da USP, onde lecionava e das páginas de alguns livros e artigos que escrevia sobre uma tese que ele mesmo negou, sendo expurgado pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) por isso. Não se elegeria senador, não seria constituinte, não seria ministro nem chegaria eleitoralmente à Presidência da República. FHC deve o seu reconhecimento ao senhor.

Na presidência FHC atuou politicamente para quebrar a espinha dorsal do Estado brasileiro, da soberania nacional e da resistência dos movimentos sociais. Sua política internacional foi de dependência ao norte e contra a independência interna.

A aliança que fez para se eleger e se manter como governante foi com o espectro da mais atrasada e perversa política de direita. Juntou-se a grandes proprietários rurais, a banqueiros, à mídia, cujos burras encheu de dinheiro público na busca da blindagem de sua imagem política autoritária e excludente social.

Assim como as alças de sua imagem se sustentavam nos interesses antissociais e antinacionais durante o governo dele, onde aportou a partir da arrancada dada pelo senhor que o levou aos trabalhadores, sem compromisso traiu a origem de sua projeção para, após sair do governo, continuar o percurso da direita sendo sustentação do ódio fascista que toma conta do analfabetismo político e do senso comum.

Fernando Henrique Cardoso não é protagonista do Brasil, dos interesses sociais e, muito menos, das mudanças. Mesmo que vozes respeitadas e queridas sugiram aproximação sua daquele ex-presidente isso não faz sentido.

FHC faz a política do quanto "pior melhor". Pior para o povo; pior para os empregos; pior para os adolescentes, alvos da redução penal; pior para os direitos dos trabalhadores, miras da terceirização neoliberal; pior para a democracia, visada pelo golpismo; pior para a justiça, agora campo de justiceiros, de apurações seletivas, juízos inquisitoriais e sem fundamento na realidade; pior para a segurança com a polícia como meio de prisão e perseguição de desafetos; pior para as empresas nacionais, no governo dele arrasadas pela máfia internacional; pior para o patrimônio público, que ele vendeu tudo quanto pode; pior para os movimentos sociais, que ele confundiu com problemas policiais; pior para a decência política, que ele usou para corromper a cidadania e as instituições públicas.

Fernando Henrique Cardoso degenerou-se ainda mais e isso é muito claro nas suas companhias. Sua frente "do quanto pior melhor" não tem nenhuma relação de amor com o Brasil como Nação e como povo. Suas rixas são pelo poder como aparelho de consolidação da minoria branca da casa grande.

FHC só pensa no seu partido e nos que formam a frente onde cabem os neoliberais privatistas, os antinacionais, os fundamentalistas, os homofóbicos, os fascistas e golpistas raivosos, sempre falando e agindo com muito ódio. 

Aproximar-se dele, portanto, é perder tempo e o rumo do caminho justo e dos verdadeiros protagonistas do bem.

O senhor, ex-presidente Lula, deve dialogar com os verdadeiros protagonistas, a maioria perseguida pela direita e abandonada pela esquerda. A Presidenta Dilma também deve urgentemente retomar o diálogo com os protagonistas verdadeiros.

O Frei Leonardo Boff dá uma pista de onde estão os sujeitos do diálogo quando diz que separa o PT da causa que o criou. A causa é a que libertou milhões de brasileiros e brasileiras da miséria e da pobreza.

O senhor e a Presidenta Dilma devem dialogar com as centrais sindicais, com os sindicatos, com as lideranças dos inúmeros setores do movimento social, que há décadas lutam por cidadania e por uma sociedade nova mediada pela justiça social. O empresariado nacional esmagado pela crise econômica é protagonista fundamental no diálogo, antes que injetem dinheiro no golpe aventureiro. No mesmo caminho de angústias e sonhos se encontram prefeitos, vereadores, governadores e deputados estaduais, que devem ser envolvidos no diálogo.

Há deputados/as e senadores/as que merecem respeito e que devem participar do diálogo, mas o Congresso Nacional não é mais cenário para o diálogo consequente e salvador do Brasil. Os projetos principais e os debates que fazem lá não merecem mais o respeito da sociedade.

O cenário do diálogo deve ser montado pelas ruas, pelos auditórios das instituições acima mencionadas, pelas universidades, pelas igrejas e demais religiões, pelos campos, pelas matas e todos os recantos do País, as escolas, faculdades e universidades, sem distinção.

Há milhares de homens e mulheres de bem que são protagonistas do diálogo. FHC não é de diálogo porque é bajulador dos poderosos.

Qual deve ser o conteúdo do diálogo?

Muito do que precisa ser feito nascerá da escuta aos protagonistas, até agora não considerados pelo segundo governo Dilma. Do que disserem resultarão pressões por mudanças de rumo do governo, que deve se predispor a trocar agendas.

Outro canal que verterá conteúdo essencial já é apontado por grupos importantes no País. Uns o chamam de frente ampla, outros de núcleo de esquerda e outros de irmandade brasileira. O fato é que todos e todas os/as brasileiros/as de boa vontade, não golpistas e rezadores da praga do "quanto pior melhor" ou da balela "eleições limpas" devem ser chamados a formar uma ampla e irrestrita frente de defesa do Brasil com soberania, com democracia mais profunda, com reformas, com empregos, com afirmação das empresas nacionais, com renda, com direitos, distribuição de riquezas e defesa da Petrobras contra a corrupção e sua entrega à máfia internacional e suas pontas de lanças nacionais.

Esses são os protagonistas, esses são os espaços e daí nascerá a proposta mais plena do que todos os brasileiros precisamos para salvar a governabilidade para a maioria, prezado presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O senhor tem toda a autoridade, honradez e carisma capazes de nos unir a todos em tornos desse diálogo.


Postado no Brasil 247 em 27/07/2015


Brasil dá um show de garra e superação nos Jogos Pan-Americanos de Toronto !


As irmãs Lohaynny e Luana Vicente conquistaram a primeira medalha da história do badminton brasileiro no feminino em Jogos Pan-Americanos: uma prata. Foto: Danilo Borges/ME

As irmãs Lohaynny e Luana Vicente conquistaram a primeira medalha da história do badminton brasileiro no feminino em Jogos Pan-Americanos: uma prata. 




Postado no R7


Você é Índigo ou Cristal ?


Você é Índigo ou Cristal?

Emanuelle Andrade 

Sem dúvida, muitos de vocês já leram, ouviram e estudaram sobre as crianças índigos e cristais, não é verdade? Aquelas que de acordo com a cor de suas auras, vieram com missões distintas para atauarem no Planeta Terra!

Atualmente, existem inúmeros livros, artigos e pesquisadores que abordam este assunto desde a área da educação e da psicologia até as áreas da genética e da metafísica. 

Na internet, basta você procurar em algum buscador e logo surge uma lista de sites que apresentam descrições psicológicas, comportamentais, físicas e emocionais, inclusive quanto ao grau de evolução mental e espiritual desses tipos de pessoas.

Sabe-se que, na história da humanidade, já nasceram e nascem por aqui pessoas com auras vermelhas, amarelas, verdes, azuis etc. e a cada época nascem, também, pessoas com potenciais e quantum energético diferenciado dos humanos “normais” daquele período.

E os seres da vez, sem sombra de dúvida, são os índigos e cristais. Mas, o que os diferenciam de nós? O que eles se propõem a fazer? E o que eles tem feito?

Nancy Ann Tappe, pioneira no estudo sobre estas crianças, especialmente os índigos, em seu livro publicado em 1982, “Compreendendo a sua vida através da Cor” (Understanding Your Life Through Color), identificou padrões de comportamentos destas “novas” crianças, baseando-se na cor que via nestes seres. 

Ela descreve que, olhava para a cor da aura destas pessoas para conhecer qual era a missão delas aqui na Terra, e o que vieram apreender, qual era o programa de estudos delas. 

Ela observou ainda que, desde o início de seus estudos e conforme o tempo avançava, algumas cores desapareciam e outras eram acrescentadas, sendo que apenas nos anos 80 é que foi realizado o primeiro registro de um processo de mudança comportamental advindo destas crianças, hoje classificadas como índigos. 

Posteriormente, já nos anos 2.000, houve outra mudança semelhante ao observado com os índigos, mas desta vez, o registro nos trouxe à luz o que denominamos de crianças cristais.

Notadamente, os primeiros índigos foram os pioneiros e abriram os caminhos, entre eles podemos citar Leonardo da Vinci, Einstein, Michelangelo, Galileu, etc. 

Logo depois da II Guerra Mundial, um número significante deles nasceram, e são hoje os índigos mais velhos. Em seguida, já na década de 70 e 80 outra grande onda de índigos nasceu, e por isso temos hoje uma geração inteira de índigos que estão no final dos seus 20 e em meados de seus 30 anos, que irão com certeza liderar novas frentes no mundo.

A geração dos índigos é idealista e cheia de princípios inovadores, eles já nasceram com maior grau de conhecimento tecnológico e também com maior desenvolvimento intelectual e criativo.

Eles são guerreiros e questionadores natos e possuem como propósito de vida quebrar os velhos padrões que não são mais úteis para a sociedade, ou, melhor dizendo, de transformar paradigmas já ultrapassados. Eles são guiados por um forte senso de justiça e tem dificuldade em se desligar dos seus sentimentos e fingir que está tudo bem. Assim, incompreendidos e malcriados por famílias diluídas e desestruturadas, tornam-se, muitas vezes, presas fáceis de drogas, das bebidas e da preguiça.

Por sua vez, as crianças cristais são o “salto quântico da humanidade”, elas são extremamente sábias, não são rebeldes e vieram para evoluir a compreensão dos humanos, trazendo mais sensibilidade para o espírito guerreiro dos índigos, escolhendo sempre o caminho da ponderação e da conciliação.

Elas são crianças de inteligência superior em todos os setores, no entanto, elas demoram mais a falar, pois conseguem se comunicar de modo mais telepático e vivem por uma consciência da Unidade. São afetuosas, carinhosas, sorridentes e comumente são professores morais dos adultos, sendo uma poderosa força de amor e de paz no planeta, e são consideradas as precursoras do reino da boa nova, como Jesus ensinou.

Desde pequenas, as crianças cristais se destacam por não aceitar injustiças, nem “meias” verdades, nem maus sentimentos.

No Brasil, o exemplo mais recente de criança cristal que chegou à mídia foi o de Luiz Antônio Cavalcanti, de apenas 3 anos, que explicou o motivo de não querer comer o polvo que sua mãe lhe ofereceu, alegando que as pessoas devem cuidar dos animais ao invés de matá-los. Outro caso evidente é o de Isadora Faber, de 13 anos, que criou uma fanpage no Facebook, que denuncia problemas nas escolas públicas de todo o país.

A grande maioria destas crianças índigos e cristais está no anonimato. Casos como o do jovem Boriska, o menino russo que diz ser de Marte; de Akiane Kramarik, jovem norte-americana capaz de dar vida às suas pinturas desde terna idade; o jovem indiano Akrit Jaswasl que, aos sete anos, realizou uma cirurgia em uma menina de sua aldeia, entre outros.

Vejam que ser índigo e cristal é muito mais do que ter apenas uma cor “x” ou “y” determinante na aura e ser classificados como isso ou aquilo, é acima de tudo ter atitudes positivas que beneficiam o Todo, e isso todos nós podemos fazer!

Hoje, lembro-me das orientações de uma grande amiga que aconselha crianças, jovens, adultos, velhos e até os bebês (índigos, cristais, ou não), de que devemos acordar para a realidade de que todos nós somos filhos da Fonte Criadora e que, portanto, a perfeição é genética e está em todos.

Nós não podemos perder nem mais um minuto, pois chegou a hora de mudar a realidade que não está boa, de atuar para a salvação da natureza, de lutar para que a justiça se estabeleça no planeta, de trabalhar para que os animais não sofram mais, de trabalhar para não pensar e sim, sentir mais, de procurar desenvolver a intuição para nos ligarmos com as dimensões superiores, de apreender a lei da fraternidade, de compartilhar a alegria e o bem.

Isto é ser índigo e cristal, é ser ativo! E especialmente nós, jovens desta Terra, podemos ainda fazer muitas coisas e sermos essenciais na construção de uma Nova Era!


Emanuelle Andrade, advogada, atua também como Terapeuta Holística, é espiritualista, reikiana e praticante de outras técnicas de cura energéticas. Membro do Instituto Seva & Spa Retiro do Campo. Visite nossa página: http://institutoseva.wix.com/institutoseva



Postado no Somos Todos Um



Por quem rosna o Brasil





Diante da ruína da autoimagem no espelho, o país parece preferir máscaras autoritárias a enfrentar a brutalidade da sua nudez


Eliane Brum

Essa pode ser uma das explicações possíveis para compreender o esgarçamento das relações, a expressão sem pudor dos tantos ódios e, em especial, o atalho preferido tanto dos fracos quanto dos oportunistas: o autoritarismo.

Esvaziado de ilusões e de formas, aquele que precisa construir um rosto tem medo. Em vez de disputar democraticamente, o que dá trabalho e envolve perdas, prefere o caminho preguiçoso da adesão. E adere àquele que grita, saliva, vocifera, confundindo oportunismo com força, berro com verdade.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), relacionado na delação premiada da Operação Lava Jato ao recebimento de 5 milhões de dólares em propina, teria dito a aliados:“Vou explodir o governo”. 

Tanto ele quanto o apresentador de programa de TV que brada que tem de botar “menor” na cadeia, quando não no paredão, assim como o pastor que brada que homossexualidade é doença são partes do mesmo fenômeno. São muitos brados, mas nenhum deles retumba a não ser como flatulência.

Num momento de esfacelamento da imagem, o que vendem os falsos líderes, estes que, sem autoridade, só podem contar com o autoritarismo?

Como os camelôs que aparecem com os guarda-chuvas tão logo cai o primeiro pingo de chuva, eles oferecem, aos gritos, máscaras ordinárias para encobrir o rosto perturbador. Máscaras que não servem a um projeto coletivo, mas ao projeto pessoal, de poder e de enriquecimento, de cada um dos vendilhões. 

Para quem tem medo, porém, qualquer máscara é melhor do que uma face nua. E hoje, no Brasil, somos todos reis bastante nus, dispostos a linchar o primeiro que nos der a notícia.

Os linchamentos dos corpos nas ruas e o strip-tease das almas na internet desmancharam as últimas ilusões sobre
o brasileiro cordial

Ainda demoraremos a saber o quanto nos custou a perda tanto dos clichês quanto dos imaginários, mas não a lamento. Se os clichês nos sustentaram, também nos assombraram com suas simplificações ou mesmo falsificações.

A ideia do brasileiro como um povo cordial nunca resistiu à realidade histórica de uma nação fundada na eliminação do outro, os indígenas e depois os negros, lógica que persiste até hoje. 

Me refiro não ao “homem cordial”, no sentido dado pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) em seu seminal Raízes do Brasil, mas no sentido que adquiriu no senso comum, o do povo afetuoso, informal e hospitaleiro que encantava os visitantes estrangeiros que por aqui aportavam.

O Brasil que, diante da desigualdade brutal, supostamente respondia com uma alegria irredutível, ainda que bastasse prestar atenção na letra dos sambas para perceber que a nossa era uma alegria triste. Ou uma tristeza que ria de si mesma.

O futebol continua a falar de nós em profundezas, basta escutar a largura do silêncio das bolas dos alemães estourando na nossa rede nos 7X1 da Copa das Copas, assim como o discurso sem lastro, a não ser na corrupção, dos dirigentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). 

Mas, se já não somos o país do futebol, de que futebol somos o país?

Tampouco lamento o fato de que “mulata” finalmente começa a ser reconhecido como um termo racista e não mais como um “produto de exportação”. E lamento menos ainda que a suposta existência de uma “democracia racial” no Brasil só seja defendida ainda por gente sem nenhum senso.

Os linchamentos dos corpos nas ruas do país e o strip-tease das almas nas redes sociais desmancharam a derradeira ilusão da imagem que importávamos para nosso espelho. Quando tudo o mais faltava, ainda restavam os clichês para grudar em nosso rosto. Acabou. Com tanto silicone nos peitos, nem o país da bunda somos mais.

Quando os clichês, depois de tanto girar em falso, tornam-se obsoletos, ainda se pode contar com o consumo de todas as outras mercadorias. Mas, quando o esfacelamento dos imaginários se soma ao esfacelamento das condições materiais da vida, o discurso autoritário e a adesão a ele tornam-se um atalho sedutor. É nisso que muitos apostam neste momento de esquina do Brasil.

É também isso que explica tanto um Eduardo Cunha na Câmara quanto pastores evangélicos que pregam o ódio para milhões de fiéis e apresentadores de TV que estimulam a violência enquanto fingem denunciá-la. 

Estes personagens paradigmáticos do Brasil atual formam as três faces de uma mesma mediocridade barulhenta e perigosa, que se expressa por bravatas diante das câmeras. Numa crise que é também de identidade, forjam realidades que possam servir ao seu projeto de poder e de enriquecimento para abastecer a manada. Esta, por sua vez, prefere qualquer falsificação ao vazio.

A invenção de inimigos para a população culpar virou um negócio lucrativo num país com a autoimagem fraturada

Para estes personagens tão em evidência, quanto mais medo, melhor. Inventar inimigos para a população culpar tem se mostrado um grande negócio nesse momento do país. 

Se as pessoas sentem-se acuadas por uma violência de causas complexas, por que não dar a elas um culpado fácil de odiar, como “menores” violentos, os pretos e pobres de sempre, e, assim, abrir espaço para a construção de presídios ou unidades de internação?

Se os “empreendimentos” comprovadamente não representam redução de criminalidade, certamente rendem muito dinheiro para aqueles que vão construí-los e também para aqueles que vão fazer a engrenagem se mover para lugar nenhum. 

Depois, o passo seguinte pode ser aumentar a pressão sobre o debate da privatização do sistema prisional, que para ser lucrativo precisa do crescimento do número já apavorante de encarcerados.

Se há tantos que se sentem humilhados e diminuídos por uma vida de gado, porque não convencê-los de que são melhores que os outros pelo menos em algum quesito? 

Que tal dizer a eles que são superiores porque têm a família “certa”, aquela “formada por um homem e por uma mulher”? E então dar a esses fiéis seguidores pelo menos um motivo para pagar o dízimo alegremente, distraídos por um instante da degradação do seu cotidiano? 

Fabricar “cidadãos de bem” numa tábua de discriminações e preconceitos tem se mostrado uma fórmula de sucesso no mercado da fé.

A invenção de inimigos dá lucro e mantém tudo como está, porque, para os profetas do ódio, o Brasil está ótimo e rendendo dinheiro como nunca.

Ou que emprego teriam estes apresentadores, se não tiverem mais corpos mortos para ofertar no altar da TV? Ou que lucro teria um certo tipo de “religioso” que criou seu próprio mandamento – “odeie o próximo para enriquecer o pastor”? 

Ou que voto teria um deputado da estirpe de Eduardo Cunha se os eleitores exigissem um projeto de fato, para o país e não para os seus pares? Para estes, que estimulam o ódio e comercializam o medo, o Brasil nunca esteve tão bem. E é preciso que continue exatamente assim.

A ilusão mais sedutora do governo Lula era a de criar um Brasil igualitário sem mexer nos privilégios dos mais ricos

Se o governo Lula, na história recente do país, fundou-se sobre um pacto de conciliações, para compreendê-lo é necessário também decodificá-lo como um conciliador de imaginários. 

Lula, o líder carismático, foi muito eficiente ao ser ao mesmo tempo o novo – “o operário que chegou ao poder” num país historicamente governado pelas elites – e o velho –, o governante “que cuida do povo como um pai”. 

A centralização na imagem do líder esvazia de força e de significados o coletivo. Do mesmo modo, a relação entre pais e filhos alçada à política atrasa a formação do cidadão autônomo, que fiscaliza o governo e concede ao governante, pelo voto, um poder temporário.

Mas a ideia mais sedutora do governo Lula, em especial no segundo mandato, era a possibilidade de incluir no mundo do consumo milhões de brasileiros e reduzir a miséria de outros milhões sem tocar no privilégio dos mais ricos. 

Este era um encantamento poderoso, que funcionou enquanto o Brasil cresceu, mas que, qualquer que fosse o desempenho da economia, só poderia funcionar por um tempo limitado num país com acertos históricos para fazer e uma desigualdade abissal. 

Enquanto o encanto não se quebrou, muitos acreditaram que o eterno país do futuro finalmente tinha chegado ao futuro. O Brasil, que valoriza tanto o olhar estrangeiro (do estrangeiro dos países ricos, bem entendido), leu-se como notícia boa lá fora. A Copa do Mundo aqui foi sonhada para ser a apoteose-síntese deste Brasil: enfim, o encontro entre identidade e destino.

Não foi. E não foi muito antes dos 7X1. Essa frágil construção simbólica, que desempenhou um papel muito maior do que pode parecer na autoimagem do Brasil e nas relações cotidianas da população na história recente, exibiu vários sinais de que se quebrava aqui e ali, vazando por muitos lados.

Sua ruína se tornou explícita nas manifestações de junho de 2013, protestos identificados com a rebelião e com a esquerda, apesar da multiplicidade contraditória das bandeiras. Quem acha que 2013 foi apenas um soluço, não entendeu o impacto profundo sobre o país. A partir dali todos os imaginários sobre o Brasil perderam a validade. Assim como os clichês. E a imagem no espelho se revelou demasiado nua. E bastante crua.

O Brasil do futuro não chegará ao presente sem fazer 
seu acerto com o passado

O Brasil do futuro não chegará ao presente sem fazer seu acerto com o passado. Entre tantas realidades simultâneas, este é o país que lincha pessoas; que maltrata imigrantes africanos, haitianos e bolivianos; que assassina parte da juventude negra sem que a maioria se importe; que massacra povos indígenas para liberar suas terras, preferindo mantê-los como gravuras num livro de história a conviver com eles; em que as pessoas rosnam umas para as outras nas ruas, nos balcões das padarias, nas repartições públicas; em que os discursos de ódio se impõem nas redes sociais sobre todos os outros; em que proclamar a própria ignorância é motivo de orgulho na internet; em que a ausência de “catástrofes naturais”, sempre vista como uma espécie de “bênção divina” para um povo eleito, já deixou de ser um fato há muito; em que as paisagens “paradisíacas” são borradas pelo inferno da contaminação ambiental e a Amazônia, “pulmão do mundo”, vai virando soja, gado e favela – quando não hidrelétricas como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio.

Este é também o país em que aqueles que bradam contra a corrupção dos escalões mais altos cometem cotidianamente seus pequenos atos de corrupção sempre que têm oportunidade. 

A ideia de que o Congresso democraticamente eleito, formado por um número considerável de oportunistas e corruptos, não corresponde ao conjunto da população brasileira é talvez a maior de todas as ilusões. É duro admitir, mas Eduardo Cunha é nosso.

Neste Brasil, a presidente Dilma Rousseff (PT), acuada por ameaças de impeachment mesmo quando (ainda) não há elementos para isso, é um personagem trágico. Vendida por Lula e pelos marqueteiros na primeira eleição, a de 2010, como “mãe dos pobres”, ela nunca foi capaz de vestir com desenvoltura esse figurino populista, até por sinceridade.

Quando tenta invocar simbologias em seus discursos, torna-se motivo de piada. O slogan de seu segundo mandato –“Brasil, Pátria Educadora” – não encontra nenhum lastro na realidade, virando mais uma denúncia do colapso da educação pública do que o movimento para recuperá-la. 

Parece que os marqueteiros tampouco entendem o Brasil deste momento e seguem acreditando que basta criar imagens para que elas se tornem imaginários. 

O próprio Lula parece ter perdido sua famosa intuição sobre o Brasil e sobre os brasileiros. Em suas manifestações, Lula soa perdido, intérprete confuso de um Brasil que já não existe.

Os protagonistas das manifestações de 2015 gritam também para manter seus privilégios

Agora que já não contamos com os velhos clichês e imaginários, a crueza de nossa imagem no espelho nos assusta. Diante dela e de uma presidente com a autoridade corroída, cresce a sedução dos autoritarismos. Nada mais fácil do que culpar o outro quando não gostamos do que vemos em nós. Em vez de encarar o próprio rosto, cobre-se a imagem perturbadora com alvos a serem destruídos. 

Aqueles que encontram nesta adesão aos discursos autoritários uma possibilidade de ascensão, esquecem-se da lição mais básica, a de que não há controle quando se aposta no pior. 

Só há chance se enfrentarmos conflitos e contradições com a cara que temos. É com esses Brasis que precisamos nos haver. É essa imagem múltipla que temos de encarar no espelho se quisermos construir uma outra, menos brutal.

O que o governo Lula adiou, ao escolher a conciliação em vez da ruptura com os setores conservadores, está na mesa.

Há várias forças se movendo para encontrar uma nova acomodação, que evite o enfrentamento das contradições e das desigualdades. É pelas bandeiras da reacomodação que as ruas foram ocupadas em 2015 pelo que alguns têm chamado de “nova direita”. 

Esta, se adere à novidade da organização pelas redes sociais e aparentemente se coloca fora dos esquemas tradicionais da política e dos partidos, talvez seja menos “nova” do que possa parecer nas questões de fundo.

A próxima manifestação, marcada para 16 de agosto, é acompanhada com atenção pelos políticos e partidos tradicionais que conspiram pelo impeachment da presidente eleita.

Os manifestantes de 2015 gritam contra a corrupção, mas basta escutá-los com atenção para compreender que gritam para deixar tudo como está. E, se possível, voltar inclusive atrás, já que uma parte significativa parece ter se sentido lesada por políticas como a das cotas raciais e outros tímidos avanços na direção da reparação e da equidade. 

A redução da maioridade penal, assim como outros projetos conservadores em curso, são também exemplos de uma resposta autoritária – e inócua – para o esgarçamento crescente das relações sociais e para a violência.

Há muito barulho sendo produzido hoje, como o próprio discurso de Eduardo Cunha em cadeia nacional (17/7), para desviar o foco do grande nó a ser desatado: não haverá justiça social e igualdade no Brasil sem tocar nos privilégios. 

Muita gente bacana ainda segue acreditando no conto de fadas de que é possível alcançar a paz sem perder nada. Não é.

Quem quiser de fato reduzir a violência e a corrupção que atravessa o Brasil e os brasileiros vai ter de pensar sobre o quanto está disposto a perder para estar com o outro. É este o ponto de interrogação no espelho. É por isso que o som ameaçador dos dentes sendo afiados cresce. E cresce também onde menos se espera.


Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site:desacontecimentos.com


Postado no Luis Nassif Online em 24/07/2015

 

Como o monopólio da Globo ajuda a destruir o futebol brasileiro







Postado no Viomundo em 24/07/2015