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1º de maio e o trabalhador


Dia do Trabalho e desempregados















Se Aécio fosse o Presidente ... o Paraná seria apenas aperitivo do Brasil !


Beto Richa e Aécio Neves, PSDB

Daniel Quoist


O Paraná tem se mostrado fortaleza inexpugnável de tudo o que há de mais conservador, reacionário e de direita no Brasil. 

É um lugar do Brasil que torce o nariz para as ações afirmativas que buscam melhorar a condição econômica, social e cultural de nossos milhões de afrodescendentes; estimula o preconceito contra pobres que sobrevivem com programas sociais do governo; demonstra pouco apreço por essa metade do país de cima, essa que abriga as regiões norte, nordeste e boa parte do centro-oeste.

A queda-de-braço do governador tucano Beto Richa acumula novos capítulos de intolerância, truculência e completa insensibilidade social contra aquela classe profissional que é, juntamente com os da saúde, os pilares que sustentam toda e qualquer sociedade civilizada, ordeira e que preza a justiça social – os professores.

No dia 29 de abril último os arredores do palácio do governador Beto Richa se transformaram em uma Praça da Paz Celestial tupiniquim – guerra aberta das forças de segurança contra centenas de professores que ousaram expressar sua contrariedade contra os desmandos do governador Richa e foram às ruas de Curitiba protestar contra confisco pecuniário em seus já minguados contracheques.

O resultado do dia não poderia ser outro: 146 manifestantes feridos por mordidas de cachorros, balas de borracha, golpes de cassetetes, spray de pimenta. Segundo a prefeitura, 38 pessoas foram encaminhadas a hospitais. E sete foram presas. Mas não só essas foram as vítimas...

Também ferida de morte ficou a "grande imprensa" que, como de hábito, tratou aquela beligerância sem precedentes como "mero confronto entre a PM e os manifestantes". 

O tamanho da parcialidade da TV Globo, seguida pelos jornalões O Globo, O Estado de São Paulo e a Folha de S.Paulo é de um descaramento sem precedentes - imagine você, leitor, se a cena tivesse ocorrido na Bahia e o governador Rui Costa, do PT, agisse ou deixasse a sua PM agir da forma cruel como agiu o governador e a PM do Paraná? Provavelmente a novela das 21 horas - Babilônia - não seria exibida, de forma a repercutir com ampla diversidade de jornalistas e âncoras globais o massacre que certamente logo seria alcunhado de "O Tiananmen do PT", ou seja, "A brutalidade da PM petista".

O governador rapidamente alcunhado de Beto Hitler partiu para explosão de cinismo explícito e em nota oficial Richa atribuiu a culpa da pancadaria aos "black blocs", essa entidade habitualmente invocada pelos truculentos governos tucanos como os reais mandantes das enchentes, o esvaziamento criminoso das reservas do Cantareira, o avanço de epidemias de dengue e a queda de viaduto em Belo Horizonte durante a última Copa do Mundo. Beto Richa ainda declarou que há vídeos mostrando "mochilas contendo pedras e também imagens de coquetel molotov".

Esqueceu apenas de mencionar vídeos na internet mostrando a crueldade de sua polícia militar, ora partindo para cima dos manifestantes com atos de clara selvageria repressiva, ora incitando seus famintos pit bulls a fazer o trabalho sujo de atingir a integridade física dos manifestantes mais ousados.

E nem precisava ser manifestante: um atento cinegrafista da Band filmou o ataque que sofreu – ele mesmo – de um desses pit bull. E é uma cena deprimente, como deprimente foi todo o espetáculo macabro coreografado por uma PM truculenta, de um Estado truculento, governado por um político truculento. Não tinha como a equação ser resolvida de outra forma.

Também pudera, o estado do Paraná se notabiliza pelo partidarismo exagerado – e sempre a um ponto de entrar em combustão – quando se trata de segurança pública ou de seu judiciário estadual.

Não a toa o secretário de segurança pública, o deputado Fernando Francischini, do Solidariedade, egresso do quadro de delegados da Polícia Federal, é aquele altaneiro cidadão que se sentiu muito à vontade para ser entrevistado na televisão com um revólver na cintura. Com um secretário assim, alguém em sã consciência, sejamos francos!, acreditaria que a cavalaria militar agiu daquela forma extremamente agressiva apenas de moto próprio, sem antes ter recebido respaldo e orientação superior para agir como agiu?

O judiciário do Paraná entra na história brasileira pelas ações um tanto heterodoxas do juiz Sérgio Moro. Conduzindo com mão de ferro a operação Lava Jato em poucas semanas aboliu uma série de direitos comezinhos da cidadania. 

A presunção de inocência foi para o espaço sob o jugo de Moro. A estratégia de extrair delações premiadas de investigados em "sua" operação, mantendo-os encarcerados por meses a fio, dessa forma é uma página tenebrosa desses tempos em que vivemos. O vazamento – sempre altamente seletivo – de trechos de delações e de delatores que acusem o Partido dos Trabalhadores, autoridades ou militantes a este ligados direta ou indiretamente se tornou banal no que se convencionou chamar de o Guantánamo do Juiz Moro.

Mas o Paraná e seu governador, e mais o partido de seu governador não são casos isolados. Fazem parte do ideário do PSDB. Basta recordar as cenas ainda muito vívidas do Pinheirinho do Geraldo Alckmin, em São Paulo. No glorioso estado sulista a PM expulsou famílias inteiras de suas casas em ação que só encontraria paralelo nos piores momentos dos guetos nazistas. 

Nos episódios de ontem, 29/4/2015, podemos ver em vídeos que circulam na internet em que ao tempo em que professores apanham, dentro do palácio, a equipe do governador Richa comemora.

Maior dissenso entre governo e cidadãos parece inimaginável.

O Paraná é hoje um estado, digamos assim, fora da curva. Fora da curva do progresso, da justiça social, dos direitos humanos, da cidadania plena.

Agora, convido os leitores a traçar um rápido paralelo entre líderes petistas como Dilma e Lula e líderes tucanos como Alckmin e Richa.

Percebam os eventos de junho de 2013 com o quebra-quebra promovidos por populares – e, aí sim, com centenas de black blocks infiltrados, mascarados e armados – em várias cidades brasileiras, clamando pelo fim da corrupção e a melhoria dos serviços públicos de saúde, segurança e educação. Tais protestos reuniram centenas de milhares de manifestantes.

Como Dilma reagiu? Com firmeza, serenidade, tato e sinceridade: os manifestantes tinham todo o direito de se manifestar, suas pautas seriam recebidas e analisadas prioritariamente.

Tenham em mente também a atitude digna da presidente Dilma diante da imensa vaia orquestrada pelos ricaços que frequentavam o camarote do Banco Itaú e que foi se espraiando pelo estádio ao longo da partida inaugural da Copa do Mundo em São Paulo.

Ao fim e ao cabo o que temos diante de nós é esse atestado de imensa insensibilidade social que tanto marca a história do PSDB, esse que segue o comando de gente como Aécio Neves, Aloísio Nunes, José Serra, FHC e... Beto Richa.

Agora imaginemos como seria o Brasil se o candidato (mau perdedor) tucano tivesse sido eleito presidente em outubro de 2014: essas cenas seriam banalizadas por todo o país, mudando apenas o cenário - ora na Avenida Paulista, ora na Cinelândia, ora no Pelourinho, ora na Praça dos Três Poderes.

Sim, porque o ajuste fiscal apresentado pelo ministro Joaquim Levy seria apenas um breve aperitivo do "choque de gestão" de um improvável presidente Aécio Neves. 

E como todo choque produzido pela insensibilidade social e o alheamento ao progresso humano das camadas mais vulneráveis da sociedade, certamente este iria gerar uma brutal reação da população.

E seria assim por uma única razão: ninguém deseja perder bem-estar social, emprego, acesso a educação superior, aposentadoria.


Postado no Brasil 247 em 30/04/2015


Quanto vale um professor?



Nara Rúbia Ribeiro

Na era do culto às celebridades, do elogio à desinteligência, da ânsia pelo fútil, do aplauso ao vazio, quanto vale um professor? Nada. Talvez menos que nada. Talvez seja um número negativo, uma subtração ao padrão de mundo que a maioria almeja.

Eu me considero uma eterna aluna da vida, uma estagiária da existência; e tive muitos mestres. Ainda os tenho. Daquilo que tenho aprendido, muito devo àqueles que, em sala de aula, transmitiram-me seus conhecimentos. Contudo, devo confessar que a postura dos meus verdadeiros mestres diante da vida foi o que sempre mais me ensinou.

Muitos dos meus professores ilustravam em seu currículo, de diversas formas, o ideário de suas vidas. Eles se viravam com seus baixos salários, lutando por melhor remuneração e melhores condições de trabalho. Eles tinham a audácia de se rebelar contra os ditames de nossos dias: contra a coisificação do homem e a tentativa capitalização das almas, negando-se a pactuar com a transformação dos outros em meros números, em objetos estatísticos que podem ou não nos auferir alguma vantagem patrimonial.

Sempre estudei em escola pública. Já tive aula em que o professor ditasse toda a matéria, pois o giz havia acabado. Já vi professor fazer vaquinha entre os colegas para comprar remédio de preço módico para o filho. Tive a oportunidade de ver a merenda negada ao professor, posto que o Ministério da Educação a distribuía, foi o que alegaram, apenas “para os alunos”.

Hoje, o professor, por mais que se desdobre, por mais que se dedique, por mais que tenha a sua carreira como prioritária, ganhará sempre pouco. Caso se valha apenas da docência, não terá patrimônio, não terá status, não será celebrado, não terá holofote dos veículos de comunicação. E, neste país, ainda prevalece a crença de que quem é celebridade é tudo. De que o bom profissional não é o honesto e probo, o bom é o rico.

Isso é, implicitamente, ensinado aos nossos filhos. Ser bem sucedido é ter espaço na MTv, é ser badalado por revistas de fofocas, é ser visto de “Camaro amarelo”. Bonito é ser fotografado entre as celebridades. Ser grande é ser famoso, conhecido, não importa se para isso a pessoa tenha que “ordenhar” alguém em reality transmitido nacionalmente. Que importa se o cantor só fala uma frase na música inteira e a frase é de baixo calão? Ele é rico e famoso, e é isso o que importa.

Muitos andam preocupados com a crise econômica, mas quem anda se ocupando da crise dos valores? Quem anda se dedicando ao conhecimento, à busca por novas leituras do mundo, à quebra, à ruptura do modelo desumano de sociedade que criamos? Quem se dedica a questionar padrões e a não cotejar o conformismo? Quem, além dos profissionais da Educação?

Por isso, quando vejo um professor sangrando ao legitimamente lutar por um direito seu, a minha alma sangra junto. Mas a ignorância que nos sangra não é capaz de drenar os nossos sonhos. Sabemos que o culto à celebridade, bem como o elogio à ignorância, não se sustenta se iluminado pela razão, uma vez acordada a sensibilidade de cada um.

Ser nada a uma geração onde o vazio é aplaudido de pé, remar contra o mar da mediocridade do mundo é uma glória sem preço. Em tempos como o nosso, ser menos é mais.


Postado no Conti Outra em 30/04/2015


Beto Richa, o espancador de professores





Uma boa frase está repercutindo no Twitter:

“Em protesto pela intervenção militar você é tratado com educação. Em protesto pela educação você é tratado com intervenção militar.”

Os manés que tiram selfies com PMs em manifestações anti Dilma deveriam, daqui por diante, guardar na mente a selvageria com que foram tratados os professores grevistas no Paraná.

Discriminaçao racial da polícia também é tema de comercial em Portugal





A tensão racial que ainda predomina em muitos países, com forte crise nos Estados Unidos, inspirou comercial de ONG portuguesa que luta contra o racismo. 

O filme de 1 minuto finaliza com a mensagem de que, no mundo, todos os dias um negro é assassinado pela polícia ou forças de segurança, e conclui: “ninguém deve ser julgado pela cor de sua pele”. 

A criaçao é da Havas Worldwide Lisboa para a SOS Racismo.





Postado no Blue Bus em 30/04/2015