Lições de Dalai Lama





Frase com imagem O maior juiz de seus atos deve ser você mesmo
















Frases do Dalai Lama


Frase com imagem Viva uma vida boa e honrada















Frase com imagem Minha ignorância, meus apegos




Frase para Facebook A compaixão tem pouco valor


Frase com imagem Ganância, desejo e ambição


Frase com imagem Devemos nos alegrar com o sucesso dos outros







E na maior cidade do Brasil... Boicote ao futuro na contramão de países desenvolvidos !




Londres : projeto de ciclovia para o futuro


Empresa cria projeto que prevê ciclovias por cima das linhas de trem em Londres


Esqueça o hoverboard e os carros voadores: as bicicletas já estão entre as mais cotadas no quesito meio de transporte do futuro. Ecológicas e econômicas, elas facilitam o transporte individual sem gerar danos ao meio ambiente. Mas ainda há muito o que melhorar quando se trata das condições de trânsito oferecidas aos ciclistas.


Foi pensando nessa questão que a empresa Foster + Partners criou a ideia de uma ciclovia que passasse por cima das linhas de trem em Londres. Chamado de SkyCycle, o projeto supõe a construção de 220 quilômetros de ciclovias na cidade, projetadas sobre o caminho das linhas de trem suburbanas. Para facilitar o acesso, a ciclovia teria mais de 200 entradas, em diferentes pontos.



O projeto poderia beneficiar as quase 6 milhões de pessoas que vivem na região. Cada uma das rotas previstas teria capacidade para acomodar até 12 mil ciclistas por hora, fornecendo uma alternativa segura de transporte para estas pessoas. Por enquanto, a Foster + Partners ainda está apresentando a ideia para empresas e investidores interessados. Mas fica a ideia, que poderia (e deveria!) ser replicada em muitas outras cidades do mundo:



Enquanto isto no Brasil : boicote à ciclovia em São Paulo


A gafe da Globo ao demonizar a "tinta vermelha" da ciclovia na Av. Paulista


A "tinta" da ciclovia da Avenida Paulista escorreu para o asfalto? Matéria veiculada na Rede Globo recheada de inverdades e desinformações faz escândalo em torno da questão. Resta saber se a repórter estava despreparada ou se houve proposital má intenção na abordagem.


tinta ciclovia repórter globo


Willian Cruz, originalmente publicado em Vá de Bike

Uma matéria do jornal SP TV da Rede Globo, no sábado 28 de fevereiro, afirmou que o asfalto da Av. Paulista, em São Paulo, teria sido manchado pela tinta da ciclovia que está sendo construída no local. “A tinta deveria pintar a ciclovia que está sendo feita no canteiro central”, afirma o âncora ao abrir a matéria.


A reportagem mostra então um motorista dizendo ser ridícula a situação e outra moça preocupada com o carro que ficaria manchado de vermelho. A repórter entra explicando que “a tinta é para demarcar a ciclovia que vai funcionar no canteiro central da Avenida Paulista” e afirma que na parte da tarde havia funcionários pintando o trecho mostrado na imagem. “Com a chuva, a tinta escorreu, deixando tudo vermelho”. Mais gente entrevistada dizendo que foi um desperdício de dinheiro, que foi um problema estratégico, que não houve “nenhum tipo de planejamento”. A matéria ainda usa novamente o termo tinta.



O âncora encerra dizendo que a situação é “inacreditável” e esclarece que a CET iria enviar um caminhão pipa com água de reuso para limpar a avenida que a “a pintura vai ser refeita”. E encerra falando sobre o desperdício de tinta.

Mas a moça que se preocupou em estragar o carro pode ficar tranquila: aquela coisa vermelha que pode ter aderido à lataria sai com água sem deixar rastro. Na verdade, sai até com a mão depois de seco. Isso porque…



Não era tinta


A ciclovia da Av. Paulista não está sendo pintada. Nem um pingo de tinta foi aplicado até o momento.



O pavimento está sendo feito com concreto pigmentado, ou concreto tingido. Ou seja, ele já vem na cor certa, não há aplicação de tinta. O pigmento vermelho é aplicado ainda na betoneira, que ao ser misturado ao concreto lhe confere a coloração adequada. O mesmo processo foi utilizado nas ciclovias da Av. Faria Lima e da Av. Eliseu de Almeida.

Na foto que abre essa matéria (registrada um dia antes da reportagem da TV) é possível perceber que o que é vermelho é o próprio concreto. Perceba ainda, ao fundo, parte dele coberta com um plástico, justamente para evitar que a chuva o estragasse. Provavelmente, no dia seguinte o concreto já estivesse em processo de “cura”, não necessitando mais do plástico. Mas como sempre sobra material em forma de pó na superfície ou nas laterais, fora da área da laje, a chuva (que não foi pouca) dispersou esse pó.

O que escorreu para a avenida foi, portanto, pó do concreto vermelho. Não foi tinta. A tinta só será usada em um estágio final da ciclovia, na etapa de sinalização, e nas cores branca e amarela. Esse pó que apareceu sobre o asfalto sai com água, até mesmo com a água da próxima chuva.

E por que então tanto escândalo foi feito em cima disso? Foi um vacilo da repórter, que não soube apurar corretamente a situação no local e acabou fazendo a redação dar essa “barrigada”? Ou a abordagem foi intencional, com a ciência de que não havia tinta alguma ali, com o objetivo de gerar críticas à ciclovia da Avenida Paulista? Você decide. Se quiser assistir ao vídeo, clique aqui.


Vale lembrar que o projeto, disponível na internet há meses e ao qual a emissora também tem acesso, cita que o pavimento é feito de concreto pigmentado.



tinta ciclovia são paulo

Concreto pigmentado também foi utilizado na Ciclovia Pirajussara, na Av. Eliseu de Almeida. 

Foto: Willian Cruz





Ciclovia em São Paulo












O que se esconde atrás do ódio ao PT?




Leonardo Boff

Certos grupos prolongam as velhas elites que da Colônia até hoje continuaram antinacionais, reacionárias e achando que o povo não têm direitos.

Há um fato espantoso mas analiticamente explicável: o aumento do ódio e da raiva contra o PT. Esse fato vem revelar o outro lado da “cordialidade” do brasileiro, proposta por Sérgio Buarque de Holanda: do mesmo coração que nasce a acolhida calorosa, vem também a rejeição mais violenta. Ambas são “cordiais”: as duas caras passionais do brasileiro.

Esse ódio é induzido pela mídia conservadora e por aqueles que na eleição não respeitaram rito democrático: ou se ganha ou se perde. Quem perde reconhece elegantemente a derrota e quem ganha mostra magnanimidade face ao derrotado. 

Mas não foi esse comportamento civilizado que triunfou. Ao contrário: os derrotados procuram por todos os modos deslegitimar a vitória e garantir uma reviravolta política que atenda a seu projeto, rejeitado pela maioria dos eleitores.

Para entender, nada melhor que visitar o notório historiador, José Honório Rodrigues que em seu clássico Conciliação e Reforma no Brasil (1965) diz com palavras que parecem atuais:
”Os liberais no império, derrotados nas urnas e afastados do poder, foram se tornando além de indignados, intolerantes; construíram uma concepção conspiratória da história que considerava indispensável a intervenção do ódio, da intriga, da impiedade, do ressentimento, da intolerância, da intransigência, da indignação para o sucesso inesperado e imprevisto de suas forças minoritárias” (p. 11).
Esses grupos prolongam as velhas elites que da Colônia até hoje nunca mudaram seu ethos. Nas palavras do referido autor:
“a maioria foi sempre alienada, antinacional e não contemporânea; nunca se reconciliou com o povo; negou seus direitos, arrasou suas vidas e logo que o viu crescer lhe negou, pouco a pouco, a aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continua achando que lhe pertence”(p.14 e 15). 
Hoje as elites econômicas abominam o povo. Só o aceitam fantasiado no carnaval.

Lamentavelmente, não lhes passa pela cabeça que:
“as maiores construções são fruto popular: a mestiçagem racial, que criava um tipo adaptado ao país; a mestiçável cultural que criava uma síntese nova; a tolerância racial que evitou o descaminho dos caminhos; a tolerância religiosa que impossibilitou ou dificultou as perseguições da Inquisição; a expansão territorial, obra de mamelucos, pois o próprio Domingos Jorge Velho, devassador e incorporador do Piaui, não falava português; a integração psico-social pelo desrespeito aos preconceitos e pela criação do sentimento de solidariedade nacional; a integridade territorial; a unidade de língua e finalmente a opulência e a riqueza do Brasil que são fruto do trabalho do povo. E o que fez a liderança colonial (e posterior)? Não deu ao povo sequer os benefícios da saúde e da educação”(p. 31-32).
A que vêm estas citações? Elas reforçam um fato histórico inegável: com o PT, esses que eram considerados carvão no processo produtivo (Darcy Ribeiro), o rebutalho social, conseguiram, numa penosa trajetória, se organizar como poder social que se transformou em poder político no PT e conquistar o Estado com seus aparelhos.

Apearam do poder as classes dominantes; não ocorreu simplesmente uma alternância de poder mas uma troca de classe social, base para um outro tipo de política. Tal saga equivale a uma autêntica revolução social.

Isso é intolerável pelas classes poderosas que se acostumaram a fazer do Estado o seu lugar natural e de se apropriar privadamente dos bens públicos pelo famoso patrimonialismo, denunciado por Raymundo Faoro.

Por todos os modos e artimanhas querem ainda hoje voltar a ocupar esse lugar que julgam de direito seu. Seguramente, começam a dar-se conta de que, talvez, nunca mais terão condições históricas de refazer seu projeto de dominação/conciliação. 

Outro tipo de história política dará, finalmente, um destino diferente ao Brasil. 

Para eles, o caminho das urnas se tornou inseguro pelo nível crítico alcançado por amplos estratos do povo que rejeitou seu projeto político de alinhamento neoliberal ao processo de globalização, como sócios dependentes e agregados. 

O caminho militar será hoje impossível dado o quadro mundial mudado. Cogitam com a esdrúxula possibilidade da judicialização da política, contando com aliados na Corte Suprema que nutrem semelhante ódio ao PT e sentem o mesmo desdém pelo povo.

Através deste expediente, poderiam lograr um impeachment da primeira mandatária da nação. É um caminho conflituoso pois a articulação nacional dos movimentos sociais tornaria arriscado este intento e talvez até inviabilizável. 

O ódio contra o PT é menos contra PT do que contra o povo pobre que por causa do PT e de suas políticas sociais de inclusão, foi tirado do inferno da pobreza e da fome e está ocupando os lugares antes reservados às elites abastadas. Estas pensam em apenas fazer caridade, doar coisas, mas nunca fazer justiça social.

Antecipo-me aos críticos e aos moralistas: mas o PT não se corrompeu? Veja o mensalão? Veja a Petrobrás? Não defendo corruptos. Reconheço, lamento e rejeito os malfeitos cometidos por um punhado de dirigentes.

Traíram mais de um milhão de filiados e principalmente botaram a perder os ideais de ética e de transparência. Mas nas bases e nos municípios - posso testemunhá-lo - vive-se um outro modo de fazer política, com participação popular, mostrando que um sonho tão generoso não se mata assim tão facilmente: o de um Brasil menos malvado. 

As classes dirigentes, por 500 anos, no dizer rude de Capistrano de Abreu, “castraram e recastraram, caparam e recaparam” o povo brasileiro. Há maior corrupção histórica do que esta? 


Postado no blog Contraponto em 06/03/2015

 

Pessoas são vistas por trás de uma tela : quando saem, deixam clara a essência do amor!





A maioria de nós se considera sem preconceitos, mas mesmo que não intencionalmente, é muito comum que façamos julgamentos precipitados sobre as pessoas com base no que vemos, seja por causa de sua raça, idade, sexo, religião, sexualidade ou mesmo deficiência.

Esses pré julgamentos realizados pela sociedade em geral afetam a capacidade de uma pessoa de encontrar um emprego, garantir um empréstimo, alugar um apartamento, ou chegar a um julgamento justo, perpetuando as disparidades sociais.

A campanha “O amor não tem rótulos” desafia-nos a abrir os olhos para os nossos preconceitos (mesmo aqueles que achamos que não temos) e trabalhemos para barrar esse ciclo em nós mesmos. 

Para isso, nada melhor do que pessoas felizes e dançando através de uma grande “radiografia”. Apresento também para vocês a essência do amor! 




Postado no site Conti Outra 

Uma Tipuana e 40 anos de história


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Carlos DayrellMarcos Saraçol e Teresa Jardim. Porto alegre em 26/02/1975

O método foi tão simples quanto eficiente: ao subir na árvore, estudantes a salvaram do corte, enfrentaram a ditadura e marcaram luta ambientalista no Brasil


Elenita Malta Pereira

Há 40 anos, em meio à ditadura militar, jovens subiram numa árvore em Porto Alegre para impedir seu corte pela Prefeitura Municipal. O episódio, protagonizado pelos estudantes universitários Carlos Dayrell, Marcos Saraçol e Teresa Jardim transformou-se em ato de protesto, sendo atualmente lembrado como um dos marcos nas lutas do movimento ambientalista brasileiro, nos anos 1970.

Tudo começou por volta das 10:30 da manhã, no dia 25 de fevereiro de 1975. O mineiro Carlos Alberto Dayrell, de 21 anos, estudante de Engenharia Elétrica na UFRGS e sócio da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), estava a caminho para realizar sua matrícula, quando, ao passar pela Faculdade de Direito, na Avenida João Pessoa, viu funcionários da Secretaria Municipal de Obras e Viação de Porto Alegre cortando árvores que estariam atrapalhando a construção do Viaduto Imperatriz Leopoldina.

A reação de Dayrell foi aproveitar um descuido dos trabalhadores para protestar contra os cortes. Subiu na próxima árvore a ser abatida, uma Tipuana (Tipuana tipa), para impedir o trabalho das motosserras. O estudante se instalou no alto, no meio dos galhos, e lá ficou, enquanto um grupo de pessoas começou a se formar em torno da árvore, dando apoio moral. Solidários, mais dois estudantes, Marcos Saraçol, de 19 anos, acadêmico de Matemática, e Teresa Jardim, de 27 anos, que cursava Biblioteconomia, subiram na Tipuana.

Dayrell seguia a orientação do presidente da Agapan à época, José Lutzenberger. Em uma das reuniões da associação, questionado pelo público sobre o que fazer contra a derrubada de árvores que acontecia na cidade, Lutz teria dito: “Nós já fizemos bastante coisa, mas não fomos ouvidos, façam vocês, subam nas árvores!”.

Ao tomar conhecimento do ato dos estudantes, o secretário da Agapan, Augusto Carneiro, pôs-se a convocar os sócios da entidade a apoiar o protesto. Por volta das duas da tarde, havia cerca de quinhentas pessoas no local. Elas alçavam alimentos e água aos estudantes, que não aceitavam descer enquanto não houvesse garantias de que a árvore não seria derrubada.

A imprensa esteve presente: as rádios locais mobilizavam a cidade, descrevendo passo a passo o surpreendente protesto. Houve cobertura de jornais porto-alegrenses, mas também o Estado de São Paulo, a revista Veja e até o The New York Times noticiaram o episódio, tornando-o conhecido além das fronteiras do estado. A Brigada Militar, comandada pelo capitão Joaquim Luís dos Santos Monks, apenas observava a manifestação, de forma pacífica.

Por volta das 15h30, o diretor da Faculdade de Engenharia da UFRGS, Adamastor Uriartti, pediu que os estudantes descessem para conversar. Teresa o convidou a subir e ele aceitou, sob aplausos do público. O professor levava uma proposta para resolver o conflito: Teresa e Saraçol continuariam na árvore enquanto Dayrell desceria para negociar com as autoridades.

Em seguida, Dayrell aceitou descer e ir com Uriartti, Lutzenberger e Carneiro ao gabinete do Secretário de Obras. Marcos e Teresa resistiram no local até as 17 horas, quando chegou a notícia de que a árvore seria preservada. Ambos desceram da Tipuana, mas foram imediatamente presos e levados de camburão para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). O comandante da brigada fora substituído, e o novo policial decidiu acabar com o protesto, de forma violenta. Houve tumulto, agressões a ambientalistas e repórteres que acompanhavam o protesto.

No DOPS, Marcos e Teresa foram interrogados, fotografados, identificados e fichados. Não houve agressões físicas, mas muita intimidação. Para sorte dos estudantes, membros da Agapan, jornalistas e pessoas simpatizantes ao protesto deslocaram-se para o DOPS, pressionando para que fossem libertados. Somente por volta das 23 horas ocorreu o desfecho, com a soltura dos estudantes e repórteres.

“Ninguém mexia um dedo pela árvore”

Dias depois, Dayrell explicou porque resolveu iniciar o protesto. Ao passar pela Faculdade de Direito da UFRGS, reparou na derrubada das árvores. Viu também que na esquina em frente uma pequena multidão de curiosos assistia à demolição de um prédio. Em declaração ao jornal Folha da Manhã, disse: 
“O edifício caia e todo mundo olhava. Mas ninguém mexia um dedo pela árvore. Eu fiquei impressionado. Então resolvi subir na próxima que seria cortada. Mas pensei que os operários iam me derrubar lá de cima. Ficaram ameaçando uma meia hora, depois desistiram – pensavam que eu ia cansar e descer sozinho”.
O que nem os funcionários nem as autoridades esperavam é que Dayrell ficasse horas em cima da Tipuana, disposto a permanecer ali o tempo que fosse necessário para garantir sua não derrubada. Só desceu depois de muita negociação e, mesmo assim, Marcos e Teresa continuaram lá em cima.

Os estudantes não sabiam, mas estavam protagonizando um ato político que teria grande repercussão naquele contexto de ditadura. O país vivia ainda sob o Ato Institucional Nº 5, estava proibido qualquer tipo de manifestação pública. Durante o episódio, “espiões” circularam no local e tiraram muitas fotos, talvez 
para pressionar os jovens a desistirem. 

Numa época em que arbítrios como tortura e desaparecimentos eram comuns, os estudantes resistiram bravamente, mesmo temendo possíveis represálias.

Seis dias depois do protesto, Dayrell também prestou depoimento e foi fichado criminalmente no DOPS. Até Lutzenberger foi convocado a depor, porém não foi fichado. Os policiais queriam saber a posição da Agapan diante do protesto dos jovens; mais do que isso, queriam saber o que era e o que fazia a Agapan. Mesmo atuante desde 1971, foi somente com o episódio de 25/02/1975 que o regime notou a existência da entidade ecológica, ou seja, a ecologia não era considerada “subversiva”. 

No entanto, após o ato dos estudantes, mais e mais pessoas começaram a interessar-se pelo tema, que ganhou cores revolucionárias nos anos 1970.


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Marcos Saraçol e Carlos Dayrell 




Árvore na Av. João Pessoa. O protesto foi vitorioso, pois a Tipuana continua no mesmo local até hoje.


Para Dayrell e Saraçol, aquele foi um dia marcante em suas vidas, que tomaram rumos bem diferentes. Marcos se formou e trabalhou como professor de Matemática durante 39 anos, recentemente aposentou-se.

Já Dayrell desistiu da Engenharia Elétrica e passou no vestibular para Agronomia. Voltou para seu estado natal, onde ajudou a fundar o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, fez um Mestrado em Agroecologia na Espanha e atua na área até hoje. Infelizmente, não temos dados sobre Teresa Jardim.

Em 1998, Dayrell recebeu o título de Cidadão Honorário de Porto Alegre, concedido pela Câmara de Vereadores e, na ocasião, foi colocada uma placa de bronze do lado de dentro dos muros da Faculdade de Direito da UFRGS para lembrar o episódio.

Nenhuma outra árvore foi derrubada para construir o viaduto. Atualmente, se por um lado, com a atuação do movimento ambientalista, houve uma ampliação da conscientização ecológica e, por isso, as árvores são mais valorizadas, por outro, seguem ocorrendo cortes urbanos mal planejados, desmatamento das matas ciliares, queimadas de florestas e ocupação equivocada de encostas de morros.

O ato dos estudantes, bastante corajoso para o contexto da época, merece ser sempre lembrado, porque chamou a atenção para o descaso com o ambiente urbano e também para a possibilidade de construir sem destruir: na verdade, as árvores não atrapalhavam a construção do viaduto, o projeto é que devia ser adequado a elas.

Ainda é preciso resistir: os cortes de 2013

O gesto dos estudantes em 1975 segue inspirando as novas gerações. Em fevereiro de 2013, Porto Alegre vivenciou novamente a subida de jovens nas árvores para impedir seu corte. Dessa vez, o palco foi a Praça Júlio Mesquita, em frente à Usina do Gasômetro. Mesmo com a resistência popular, as árvores foram cortadas , sob o pretexto de melhorar a mobilidade urbana para a realização dos jogos da Copa do Mundo na cidade.

No entanto, o argumento se revelou inválido, já que a área ficou fechada no horário dos jogos e as pessoas se deslocaram até o estádio Beira Rio principalmente a pé, utilizando as ruas próximas ao Parque Marinha do Brasil.

A questão central que motivou os jovens de 1975 e os de 2013 permanece sem solução: o conflito entre desenvolvimento e proteção ambiental. Em ambos os contextos, estavam em jogo a ampliação dos espaços para automóveis. Em 1975, as árvores tombaram para dar lugar a um viaduto que facilitaria o trânsito no local; em 2013, os cortes também deram maior espaço para o tráfego e estacionamento de carros.

Certamente, algumas obras são necessárias, no entanto, o que é questionável é a forma como elas são planejadas e construídas, muitas vezes sem possibilitar a participação da sociedade nos processos decisórios. Como já alertava Lutzenberger nos anos 1970, esse tipo de questão requer decisões de cunho político, não apenas técnico. 

A substituição do verde pelo concreto deveria ocorrer somente em casos extremos, quando esgotadas outras possibilidades.


João Marcos Coimbra e Júlia Ludwig. Porto Alegre em 2013




A rua mais bela do mundo

Mas nem tudo está perdido, ainda há esperança para as árvores em Porto Alegre. É na cidade que se encontra “a rua mais bonita do mundo” – a Gonçalo de Carvalho. Emoldurada por um túnel verde de Tipuanas, foi a primeira rua declarada Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de Porto Alegre, em 2006. Mas isso foi fruto da luta de seus moradores contra a construção de obras e edifício-estacionamento que exigiriam o corte de árvores e ampliariam o trânsito no local.

Em 2014, o movimento Amigos da rua Gonçalo de Carvalho homenageou Dayrell e Saraçol pelo gesto de 1975, que os inspirou a lutar pela preservação do túnel verde da rua.

Passados 40 anos, o episódio da João Pessoa merece ser sempre lembrado, como inspiração para novas lutas contra o corte indiscriminado das árvores em Porto Alegre e onde quer que seja. 

Aquela vitória garantiu a vida de apenas uma Tipuana, porém, ao longo do tempo, tem incentivado a luta pela permanência de muitas outras. Continua entusiasmando os novos jovens a resistir à devastação de um jeito bem “natural”: como nossos parentes primatas, precisamos subir mais nas árvores.


Postado no site Outras Palavras em 25/02/2015



Receita de Felicidade




Pegue uns pedacinhos de afeto e de ilusão;

Misture com um pouquinho de amizade;

Junte com carinho uma pontinha de paixão

E uma pitadinha de saudade.


Pegue o dom divino maternal de uma mulher

E um sorriso limpo de criança;

Junte a ingenuidade de um primeiro amor qualquer

Com o eterno brilho da esperança.


Peça emprestada a ternura de um casal

E a luz da estrada dos que amam pra valer;

Tenha sempre muito amor,

Que o amor nunca faz mal.

Pinte a vida com o arco-íris do prazer;

Sonhe, pois sonhar ainda é fundamental

E um sonho sempre pode acontecer.

Toquinho