Conheça os maiores venenos para a sua felicidade … e livre-se deles!
Kara Espanha
Tendemos todos, em um ponto ou outro, a envenenar a nossa própria felicidade, seja através de preocupação, medo, ou da tomada de decisões erradas. A nossa vida, de uma hora para outra, pode ser virada de ponta cabeça, mas o verdadeiro culpado de como nos sentimos não é a adversidade e sim o modo como percebemos e respondemos aos problemas.
Observe alguns comportamentos que promovem a infelicidade:
1. Excesso de ciúme
Há pessoas que exalam ciúme a ponto de sua eterna desconfiança arruinar seus relacionamentos. O ciúme geralmente é proveniente de sentimentos de inadequação pessoal. Uma pessoa equilibrada é aquela que não alimenta sentimentos como o ciúme em seus relacionamentos pois consegue diferenciar suas próprias inseguranças e fantasmas da realidade do relacionamento.
2. Perder-se em superficialidades
Costuma-se dizer que as pessoas mais felizes são aquelas que fazem mais para os outros do que para si mesmas. Prender-se à riqueza, carros, roupas de marca, etc., é um dos grandes venenos da felicidade pois o excesso de aparências não costuma caminhar ao lado de pessoas que vivem bem consigo mesmas.
3. Semear o rancor durante a vida
Certa vez conheci um homem que guardava rancor contra seu pai por ele ter deixado a família. Seu rancor era como um câncer que destruiu qualquer esperança que ele pudesse ter de desfrutar sua vida ao máximo. Os filósofos estoicos acreditavam que algumas coisas devem ser deixadas para trás simplesmente porque mudá-las está fora de nosso controle. A felicidade vem a medida que avançamos em nossas vida deixando no passado os ressentimentos e outro rancores.
4. Viver em função de arrependimentos
Em alguns momentos a sua vida certamente será invadida por arrependimentos. Eu os chamo de erros. Os erros estão presentes apenas para ensinar que um determinado caminho acabou e que é hora de tentar outro. Não há nenhuma utilidade em olhar para trás e remoer arrependimentos: você não pode mudar o passado. Basta seguir em frente e tentar outro caminho.
5. Ser muito dependente
Se você é uma pessoa muito dependente a tendência é que espere que outra pessoa seja a responsável por sua própria felicidade. A felicidade nunca virá a você a partir de outra pessoa além de você mesmo.
6. Cultivar o hábito de corrigir outras pessoas
Se você sente uma necessidade compulsiva de “corrigir” os outros, então você nunca vai estar focado em seu próprio bem-estar e felicidade. Quando o foco se desloca para longe do eu, a pessoa sempre vai encontrar algo que precisa ser corrigido em outras pessoas. Quem controla a si mesmo já está prestando um grande serviço à humanidade.
Ralph Waldo Emerson disse: “O medo derrota mais pessoas do que qualquer outra coisa no mundo.” Esteja atento!
8. Viver em um estado egoísta
Se você é uma pessoa egoísta, isso significa que você sempre quer as coisas à sua maneira e que as necessidades e opiniões de outras pessoas costumam ser descartadas no processo. A maioria das pessoas não quer um relacionamento com uma pessoa egoísta e, se isso descreve você, dê uma boa olhada em si mesmo e examine as áreas de sua vida onde seu egoísmo prevalece e faça as mudanças necessárias. Os melhores relacionamentos são construídos a partir de relações onde os dois lados ganham.
9. Cultivar expectativas exageradas com relação aos outros
Sua necessidade para que todos possam atender às suas normas na vida é uma expectativa razoável de que a maioria das pessoas nunca vai ser capaz de atingir; portanto, você vai ser sempre mais decepcionado com as pessoas e, portanto, infeliz na vida. Todas as pessoas têm o seu próprio tipo de personalidade que irá impedi-los de nunca ser capaz de viver de acordo com o que você espera deles. Eles não podem fazer isso. Quando você deixar de ir a expectativa de outros para realizar a seus padrões, você será muito mais feliz. Uma pessoa livre é uma pessoa feliz.
10. Manter atitudes hipócritas
Se você está sempre certo e os outros é que estão errados, preste atenção, você corre um sério risco de ser um hipócrita. Eu costumava ir à igreja e lá sempre sentia este tipo de atitude entre as pessoas. É impossível ser perfeito o tempo todo, não cobre isso dos outros, não venda essa imagem.
11. Viver o presente com a cabeça no passado
Se você vive em seu passado isso significa que você está insatisfeito com o presente. A felicidade é um estado de espírito atual e se sua vida não te faz feliz, então talvez seja a hora de examinar a sua situação e promover algumas mudanças para melhor. Talvez você precise de um novo objetivo na carreira? Talvez seja a hora de terminar um projeto que você vem adiando? Seja qual for o caso, avançar com a vida ajudará você a se sentir vivendo no “agora”.
12. Manter comportamentos desonestos
As pessoas que mantém comportamentos desonesto são vistas como “alguém em quem não se pode confiar”; portanto, elas são vistas como amigos e parceiros infiéis e são mantidas sempre a uma distância “segura”.
13. Abuso de substâncias para alterar estados de felicidade
Mesmo para aqueles que usam o chocolate e cafeína como meio de fuga, devo admitir que a euforia é de curta duração.
14. Relacionar-se com a vida de maneira pessimista
Suas palavras e pensamentos têm o poder de influenciar tanto em suas ações quanto na maneira como os outros reagem a você. Assim, a infelicidade pode perseguir pessoas pessimistas como um vírus. O medicamento para o pessimismo é tornar-se consciente de sua negatividade e trabalhar para mudar seus pensamentos e palavras para melhor. Leia, faça exercícios, tenha um hobby. Faça o que for preciso para se sentir melhor sobre si mesmo.
15. Manter comportamentos preconceituosos
Uma pessoa preconceituosa é muitas vezes uma pessoa infeliz que “vomita” sua infelicidade em um grupo que julga diferente e inferior ao seu. Pessoas preconceituosos procuram situações onde poderão libertar a sua fúria. Elas acham que agredir aos outros as fará se sentir melhor, mas isso não acontece. Assim também agem os “brigões”.
16. Não confiar em si mesmo
Se você duvida de si mesmo, constantemente, saiba que uma estima baixa alimenta pensamentos negativos e levam a sentimentos de profunda infelicidade. É um ciclo vicioso que precisa ser tratado.
17. Estar mentalmente doente e não se tratar
Se você sofre de ansiedade ou depressão não é difícil imaginar como é estar infeliz. O que causa estes transtornos mentais? Muitas vezes o próprio ritmo e demandas sociais podem levar a um desequilíbrio que precisará de cuidados. Outras vezes a própria genética é responsável por maiores tendências ao adoecimento ao longo do tempo.Tire um tempo para conversar com alguém em quem você confia e que poderá ajudá-lo a raciocinar sobre os melhores caminhos a tomar. Em caso de dúvida procure ajuda profissional.
18. Manter-se afastado da natureza e dos animais
Animais de estimação, por exemplo, são ótimos no que se refere a aumentar a felicidade. Se você é alguém que não gosta ou não quer um animal de estimação não tem problema, conecte-se mais com a natureza, frequente mais lugares abertos. Um não excluí o outro, mas nenhum contato com a natureza é algo que pode deixar uma pessoa muito triste.
19. Falta de esperança
A esperança é um sentimento que motiva, que dá sentido e continuidade à vida. Ela é alimentada por sonhos, projetos e até mesmo pela fé. Nunca se permita perdê-la.
20. Manter uma vida sob constante estresse
Se você é do tipo de pessoa que se mantém estressada ao longo de todo dia, 7 dias por semana, talvez seja a hora de fazer mudanças drásticas. Faça um inventário de sua vida e se livre do desnecessário. Viver uma vida de simplicidade é a melhor receita para diminuir o estresse.
Talvez você tenha encontrado nos itens acima algumas palavras que tenham algum sentido em sua vida. Se foi o caso, que tal tirar uns minutos e refletir sobre tudo isso?
Traduzido e adaptado por Josie Conti
Do original: 20 Poisons To Your Happiness
O golpe de Veja na eleição de 2014
Emiliano José, na revista Teoria e Debate:
“Nos últimos anos, a maioria dos brasileiros, sem desertar de suas convicções democráticas, mas, mesmo em razão delas, já construiu amplamente um diagnóstico crítico do modo de funcionamento do atual sistema político no Brasil e anseia por reformas políticas.Há muitas evidências de que já se está firmando em um número cada vez maior de brasileiros a consciência de que também o sistema de comunicações de massas, privatizado, altamente concentrado e oligopolizado, não serve à democracia do país e precisa ser regulado a partir de princípios republicanos e pluralistas.”
Em Defesa de uma Opinião Pública Democrática – Conceitos, Entraves e Desafios. Venício A. de Lima, Juarez Guimarães e Ana Paola Amorim (orgs.).
São Paulo: Paulus, 2014. p. 9.)
Golpes midiáticos na América Latina não constituem novidade, especialmente depois que golpes militares entraram em desuso.
O mais espetacular deles ocorreu na Venezuela em 11 de abril de 2002, encabeçado pela RCTV. Durou poucas horas, devido à impressionante revolta popular contra a deposição do presidente Hugo Chávez.
Este, desde sua chegada ao poder, em 1998, enfrentou sempre a ferocidade dos principais meios de comunicação do país, entre os quais as outras emissoras privadas de televisão – Venevisión, Globovisión, Televen e CMT – e nove dos dez maiores jornais impressos do país, como El Universal, El Nacional, Tal Cual, El Impulso, El Nuevo País e El Mundo.
Os monopólios privados venezuelanos contrários ao presidente Chávez detinham 95% da audiência.
Esses monopólios midiáticos substituíam, na prática, os partidos políticos de oposição tradicionais, cuja força era pequena, e qualquer semelhança com o Brasil não será mera coincidência.
Foi com base nesse poderio, e na liberdade de imprensa existente, que a RCTV sentiu-se à vontade para dar o golpe.
Só não mediu a monumental reação popular, que frustrou a tentativa. Dia 13 de abril, Chávez estava de volta ao poder.
A partir desse retorno no dia 13, cunhou-se uma expressão agora usual na Venezuela: “Cada 11 tem seu 13”.
Os monopólios analisaram mal a correlação de forças, não mediram a popularidade, o carisma de Chávez, o enraizamento que seu programa político tinha entre as camadas exploradas da sociedade venezuelana. Golpes midiáticos, assim, não são inéditos na América Latina.
O “odiojornalismo” de Veja
Veja sempre foi adversária do projeto político vitorioso em 2002 no Brasil. Nunca escondeu isso.
E seu jornalismo, vá lá, sempre se viu contaminado por essa visão. Sempre combateu ferozmente o PT, Lula, agora Dilma.
Em todas as quatro eleições vencidas pelo PT e pelos partidos que apoiam o projeto político em curso, não poupou esforços para derrotar primeiro Lula, depois Dilma.
O fato é que Veja tem um programa político, defende o projeto neoliberal, encampa as posições mais conservadoras do país. Faz um jornalismo obscenamente partidário, nunca teve o mínimo da isenção pensada pelo jornalismo liberal, distorce os fatos, inventa-os, se considerar necessário.
Na eleição de 2014, no entanto, se superou. Tentou, sem meios-termos, um golpe midiático, que fracassou.
Não se desconheça, no entanto: a iniciativa de Veja retirou alguns milhões de votos da presidenta Dilma. Se vitoriosa, teria fraudado uma eleição.
O que fez está a anos-luz do jornalismo, ao menos de um jornalismo que se paute na boa apuração, na credibilidade e diversidade das fontes, no respeito aos fatos.
Não estamos nos referindo ao conjunto da cobertura de Veja durante as eleições de 2014, toda ela voltada ao combate sistemático e feroz à presidenta Dilma e a sua reeleição.
Feroz, tão feroz, a ponto de levar a professora Ivana Bentes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a classificar o jornalismo de Veja como “odiojornalismo”, próprio também da “tropa de choque” conservadora da imprensa brasileira, da qual fazem parte, entre outros, Arnaldo Jabor, Diogo Mainardi, Merval Pereira, Dora Kramer, Reinaldo Azevedo e Demétrio Magnoli.
É uma coisa só, expressão exacerbada da demonização da política, prática cotidiana, persistente, recorrente de toda a mídia hegemônica. Vale a pena citar Ivana Bentes:
“Essa demonização da política tornada cultura do ódio se expressa por clichês e por uma retórica de anunciação de uma catástrofe iminente a cada semana nas colunas dos jornais e que retroalimentam, com medo, insegurança, ressentimento, uma subjetividade francamente conservadora de leitores e telespectadores”.
Tais opiniões foram expostas pela professora em entrevista à revista IHU On-Line, postada em 5 de novembro. Para Ivana Bentes, “essa pedagogia para os microfascismos e a educação para a intolerância podem ser resumidos na retórica que desqualifica e aniquila o outro como sujeito de pensamento e sujeito político, o que fica explícito na fala de alguns colunistas”.
Um exemplo muito claro, inclusive no seu cinismo”, detalha a professora, “é este trecho de uma coluna do Arnaldo Jabor de 28/10/2014, pós-eleições. Com uma argumentação pueril e assujeitante que coloca eleitores, nordestinos e nortistas, pobres como ‘absolutamente ignorantes sobre os reais problemas brasileiros’ em um cenário pós-eleições em que ‘nosso futuro será pautado pelos burros espertos, manipulando os pobres ignorantes. Nosso futuro está sendo determinado pelos burros da elite intelectual numa fervorosa aliança com os analfabetos’.” Paremos aqui nossa breve e necessária digressão.
Um exemplo muito claro, inclusive no seu cinismo”, detalha a professora, “é este trecho de uma coluna do Arnaldo Jabor de 28/10/2014, pós-eleições. Com uma argumentação pueril e assujeitante que coloca eleitores, nordestinos e nortistas, pobres como ‘absolutamente ignorantes sobre os reais problemas brasileiros’ em um cenário pós-eleições em que ‘nosso futuro será pautado pelos burros espertos, manipulando os pobres ignorantes. Nosso futuro está sendo determinado pelos burros da elite intelectual numa fervorosa aliança com os analfabetos’.” Paremos aqui nossa breve e necessária digressão.
Cabeça de ponte do golpe
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Para além, no entanto, da cobertura semanal de Veja absolutamente coerente no combate ao projeto político em curso desde 2003, quero aqui concentrar esforços na análise da cabeça de ponte do golpe midiático tentado pelo Grupo Abril contra a reeleição de Dilma Rousseff, a edição 2397 da revista Veja, datada de 29 de outubro de 2014, cuja capa e trecho inicial da reportagem “Eles sabiam de tudo” – eles são Dilma e Lula – foram postados no site da revista no dia 23 de outubro, quinta-feira, às 20h19. Às 21 horas, a coluna de Ricardo Setti, Política & Cia, do site de Veja, também reproduz capa e texto que abre a reportagem, mesmo procedimento adotado pelo blog de Reinaldo Azevedo, às 21h10, e pelo programa Aqui entre Nós, da TVeja, às 22h19.
Não há equívoco em afirmar que o golpe iniciou-se na noite de quinta-feira, presumivelmente com a ideia de que, antecipando o lançamento da revista já na quinta, ao menos on-line, haveria tempo para reverter a vantagem de Dilma Rousseff, localizada pelas pesquisas daqueles últimos dias, e quem sabe possibilitar a vitória de Aécio Neves.
Veja iria disparar a bala de prata da direita brasileira, e seria secundada pelo restante da mídia hegemônica, que ninguém se iluda quanto a isso nem queira tergiversar.
Esse mapeamento de postagens foi feito de modo meticuloso pela campanha da presidenta Dilma, logo que foram percebidos os primeiros movimentos da tentativa golpista.
O levantamento foi denominado “Operação Abril”, e permitiu um monitoramento passo a passo. Esse passo a passo, devidamente sistematizado, serviu para os advogados da campanha pedirem providências à Procuradoria-Geral da República, de modo a que esta, considerando a propriedade das informações, pudesse produzir provas para a instauração de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije). Isso ainda está em curso.
Na mesma quinta, às 21h49, a coligação da candidatura Dilma entra com ação no TSE contra a divulgação da capa de Veja no Facebook. O Ministério Público dá parecer favorável, mas o ministro-relator, Admar Gonzaga, não concede a liminar, e o processo é arquivado.
Imediatamente é apresentada uma segunda ação “inibitória de publicidade”. O Ministério Público de novo se manifesta favoravelmente e o ministro-relator, então, concede a liminar, como concedeu liminarmente direito de resposta à coligação liderada por Dilma. Veja, por decisão do TSE, teria de suspender qualquer tipo de publicidade em torno da capa em outdoors, cartazes, banners e na internet, certamente uma das armas do golpe midiático.
A revista não cumpriu a decisão e, além disso, a campanha de Aécio, nos momentos seguintes, distribuiu milhares de reproduções da capa em manifestações, nas ruas, distribuição que o TSE não vetou.
Os efeitos que o Grupo Abril pretendia estavam se fazendo sentir. O tanque midiático se colocou nas ruas, com toda a força que podia.
O intenso esforço jurídico da campanha de Dilma resultou em algum constrangimento para a revista, mas obviamente teve poucos efeitos práticos, seja pelo desrespeito de Veja, seja porque a eleição se daria dali a poucas horas.
Luis Nassif mostra como os sucessivos pedidos de direito de resposta da coligação liderada pela presidenta foi “arquivado pelas Cortes” (“Como o direito de resposta de Dilma na Veja foi esvaziado”, Luis Nassif Online). Um golpe deflagrado pela internet na quinta-feira, a revista posta nas ruas na sexta, a eleição marcada para domingo. A ofensiva era poderosa demais, e a guerrilha jurídica podia pouco naquelas circunstâncias, embora necessária.
Há quem afirme ter havido alguma relutância de parte da mídia hegemônica em entrar imediatamente na “Operação Abril”, por sua natureza fantasiosa, sem a devida comprovação, sem base em fatos. Faltava-lhe um pretexto sólido que fizesse com que toda ela embarcasse na canoa golpista, com gosto, na primeira hora. E o pretexto apareceu. Divulgada como articulação de jovens da União da Juventude Socialista (UJS), vinculada ao PCdoB, a manifestação defronte da sede da Editora Abril, em São Paulo, na sexta, forneceu o argumento para que toda a mídia hegemônica fizesse coro com Veja. Se é que de fato ela necessitava disso.
Entre os que conhecem bem as famílias dominantes da mídia, há os que asseguram que elas não ficariam de fora dessa ofensiva de modo nenhum – se relutaram na sexta, embarcariam no sábado de todo jeito, com ou sem pretexto.
A relutância não decorreria, portanto, da busca de pretexto algum. As famílias teriam resolvido esperar o sábado apenas porque isso não daria tempo à campanha da presidenta para qualquer medida jurídica.
Ao entrar o faziam como jogo da casadinha – fazer de conta que estavam simplesmente “repercutindo”. O argumento foi o ataque a um órgão de imprensa, que não podia deixar de ser noticiado, e, de complemento, vinha o mais importante, que era a repercussão da capa-matéria de Veja – “Eles sabiam de tudo”.
Se houve acordo entre as famílias da mídia hegemônica, foi cumprido. Se não houve, a inegável convergência política garantiu a unidade, para além de quaisquer acordos prévios.
A Folha de S.Paulo, no sábado 25, estampa o título “Doleiro acusa Lula e Dilma, que fala em terror eleitoral”. Na linha de apoio, escreve “Ambos sabiam de desvios na Petrobras, diz delator; para Aécio, caso é ‘extremamente grave’”.
Ou seja, assume o que Veja noticiara. Laconicamente, diz que “a afirmação foi publicada pela revista Veja e confirmada pela Folha”. Não oferece maiores explicações sobre como confirmou, com quem, nada. E cumpriu bem seu papel de se colocar sob a direção de Veja.
O jornalista Rodrigo Vianna (“O golpismo midiático segue em marcha: Veja e o JN”, postado em 25 de outubro) afirma que a Folha de S.Paulo, com tal matéria de endosso à Veja, deu base para que a Rede Globo entrasse de peito aberto no assunto: “virou fato jornalístico”.
No mesmo sábado, às 13 horas, a emissora abre o Jornal Hoje com o episódio da manifestação contra a Veja do dia anterior. Depois, segue a matéria na linha sempre do “segundo a Veja” para também acusar Lula e Dilma de saberem de tudo o que ocorria na Petrobras.
À noite, o Jornal Nacional praticamente repete a matéria. A casadinha cumpria sua trajetória rotineira. Na opinião do jornalista, a Rede Globo não entrou pra valer na sexta por uma razão simples: havia o debate à noite nos estúdios da emissora, e Dilma poderia denunciá-la no ar, acusá-la de golpista, como fez com Veja.
Melhor esperar que alguém a ajudasse, e a Folha apressou-se em fazê-lo. Vianna, que trabalhou na Globo, diz ter recebido a informação segura de um jornalista amigo, com mais de trinta anos de experiência: o roteiro está pronto, jogo combinado, da Veja para a Globo, com endosso da Folha. Tudo acertado, tudo feito de acordo com o script traçado. Veja nunca ficou solitária no esforço golpista. Casadinha combinada, casadinha cumprida.
Os 10 melhores momentos da direita brasileira em 2014
Remessas de dinheiro para a União Soviética, falta de liberdade de expressão, “Raio privatizador” e, claro, Lobão
Por Redação
Foi uma tarefa difícil. Não pela escassez de material, mas por ter que eleger apenas dez momentos em que um setor indignado da população demonstrou todo seu conhecimento histórico (como reclamar do Brasil enviando dinheiro para a União Soviética em pleno século 21) ou toda sua coerência (como gritar a plenos pulmões, no Largo da Batata, em São Paulo, que não tinha liberdade de expressão). Confira abaixo nossa seleção:
Para um eleitor de Aécio Neves, o PT deveria parar de enviar dinheiro para a União Soviética,”Países unidos da Cuba” e toda a turma do “Xê” Guevara.
2. Grifes de direita
Eles podem não ter muito conhecimento sobre ditadura militar, nem ter estudado história (leia aqui), mas definitivamente sabem se vestir direito. Entre os adeptos da grife “Vista Direita”, estão dois Bolsonaros, um Ultraje a Rigor, um colunista da revista Veja e moças não-identificadas.
O modelo do estilista Sérgio Ka – aquele que criticou o Bolsa Família – também entrou para a lista.
3. Lobão diz que vai embora do Brasil se Dilma vencer eleições. Até uma festa foi marcada para celebrar o fato.
4. Depois da vitória, Lobão diz que fica
Ao perceber que o tucano não compareceu à manifestação que ele mesmo convocou, Lobão se mostra decepcionado. “Cadê o Aécio, o Caiado?”, questionou. E reconheceu: “Estou pagando de otário”.
Quando o metrô chega, os cabelos da modelo no anúncio se mexem
Com o uso de um efeito especial, a Apotek – rede de farmácias da Suécia – conseguiu fazer sua publicidade sair do lugar-comum.
Nas plataformas do metrô de Estocolmo, instalou telas digitais equipadas com sensores ultrassônicos, que monitoram a chegada do trem.
Quando o veículo se aproxima, os cabelos da modelo do anúncio balançam, como que impulsionados pelo vento.
“Faça seu cabelo ganhar vida”, diz o slogan da campanha.
Postado no site Blue Bus em 15/12/2014
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