A Conspiração dos Injustos




Walquiria Domingues Leão Rego

O título deste artigo foi emprestado do quadro do pintor argentino Antonio Berni, em exposição no Malba, o Museu de Arte Latino Americana de Buenos Aires

A força dessa pintura inspira pensar o Brasil dos dias que correm. 

Em qualquer país considerado democrático, em que as instituições de controle do Estado de Direito Democrático funcionam, o respeito às regras eleitorais é um fator constitutivo e rotineiro da vida política e social. 

Por suposto, resultados eleitorais assim escrutinados são democraticamente entendidos como manifestação da soberania popular.

As expectativas consensuais em torno desse axioma alicerçam um dos pilares fundamentais da democracia. À negação desse princípio dá-se o nome de fraude, prática típica de toda a sorte de regime arbitrário, autocrático. 

Se a diferença numérica dos votos entre eleitos e derrotados for grande ou pequena servirá apenas à reflexão da sociedade na tentativa - sempre necessária - de compreender seus sentimentos mais profundos, que interessam a todos os protagonistas de um certame político.

Não consta na prática de nenhuma democracia conferir aos vencidos, porque foram vencidos, o direito de insultar e agredir a cidadania que neles não votou, ou insistir, de forma recorrente, na desqualificação da escolha majoritária da sociedade.

Por que razão isto se impõe em uma democracia? 

Por uma razão muito forte. 

Porque a forma democrática e republicana sustenta a sua configuração fundamental em uma exigência mínima que pode ser assim resumida: o voto de todos os cidadãos tem peso igual na urna; nela, nenhum eleitor é superior ao outro. 

A igualdade política básica, que afronta a desigualdade muitas vezes extremada na esfera econômica, sempre incomodou aos privilegiados. Os injustos, para recorrer a Berni, aqueles acostumados a não ter limites na presunção arrogante de sua superioridade, os mais informados, os mais dinâmicos, avocam-se os donos naturais da nação. 

Essa suposta supremacia sente-se agredida diante da urna isonômica e, não raro, adversa.

O que temos assistido nos dias subsequentes às eleições presidenciais de outubro é a reiteração dessa anomalia. Repete-se o velho hábito em que as elites e a sua poderosa aliada, a mídia, repetem mais uma vez o velho hábito de agredir o voto que não lhes foi conferido. 

São os “votos dos marmiteiros” , disse, sem peias, certa vez, um candidato a presidente da república. 

Na urna presidencial de 2014, a parte majoritária do eleitorado, aquela formada por 54,5 milhões de brasileiros e brasileiras (51,64% do eleitorado) reelegeu Dilma Rousseff, contra os 48,36% que optaram por Aécio Neves. A escolha majoritária tem sido alvo da desqualificação ressentida dos derrotados e de seus fiéis emissários em tela e papel.

O conjunto dispensa ao voto da maioria a desconcertante sentença de um sub voto, o voto dos desinformados, dos menos ‘dinâmicos e, para que não haja dúvida de sua má procedência, o voto dos corruptos!

Uma presidenta recém eleita por esse colégio carece de legitimidade, insinua-se ardilosamente. 

Esse é o ponto a que chegamos. Ele convoca a sociedade a discernir o que é, afinal, a legitimidade em uma democracia, sob risco de se consumar a regressão da gramática política à algaravia esgrimida ad nauseam pelos golpistas grotescos e sombrios de 1948, por exemplo.

A exemplo do que se insinua hoje, eles conseguiram cassar o direito de pertencer ao sistema democrático ao então muito popular partido comunista brasileiro, bem como ao partido socialista. ‘Ilegítimos.’

Florestan Fernandes em um dos textos mais agudos da sociologia política brasileira, de 1954, demonstrou o resultado dramático da operação levada a efeito então. 

As forças conservadoras irmanadas no seu tradicional consórcio de privilégios, sendo o econômico o mais evidente, magnificado porém pelo controle de todos os recursos de poder, em especial o comando da mídia e de parcelas do judiciário, usurparam à soberania popular a prerrogativa de modelar o acesso à vida política, reduzindo-o a mais um de seus privilégios. 

O texto de Florestan Fernandes ressoa angustiante atualidade: foram cevados nesta operação, alerta, e vicejaram por anos a fio na vida brasileira, o descrédito na política e nos partidos e seu correspondente corrosivo, a indiferença e a apatia cívica. 

O que quer a engrenagem em curso nos dias que correm? Mais uma vez retirar da cena pública partidos e eleitores inconvenientes? Desvertebrar a sociedade democrática em nome da democracia?

Constitutiva e emblemática dessa atmosfera carregada, a acusação recente do candidato derrotado, em entrevista à não menos funcional TV Globo, explicita aquilo que até então vinha dissimulado.

A linguagem, mais uma vez, é a do insulto, debocha-se dos eleitores. O sotaque é o descompromisso com as regras da política democrática. Sem nenhum pejo, o candidato assegura que não perdeu a eleição para um partido, ou um projeto, mas, sim, para uma associação criminosa! Portanto, não houve derrota legítima. E se não houve, a vitória foi usurpada!

Onde estamos? Na fronteira do vale tudo.

Com que base de Direito um homem público se pronuncia nestes termos a respeito de um partido político que possui milhões de eleitores, tendo sido por quatro vezes sucessivas alçado democraticamente ao comanda da Nação? 

Na linguagem virulenta, preconcebida para o espaço reservado à manchete garrafal, está a resposta. 

O jogral afinado reflete uma concepção autocrática da política, a certeza do poder agir sem limites, do fazer e falar o que bem entende, protegido por fortes poderes que modulam e credenciam esse lançar mão impunemente do idioma do golpismo cínico e vulgar. 

Criminaliza-se sem nenhum pudor. Sem a observância mínima da prudência e da cautela que qualquer homem público deve ter diante de processos em estágio de apuração, como o da Petrobrás.

O atropelo de uma cautela básica do pacto fundador de Estado de Direito emite uma advertência à sociedade. 

Norberto Bobbio alertava que os violadores da justiça e da democracia gostam de falar em nome delas. São suas deusas preferidas, sua principal referência retórica. Assim o fazem, dizia o filosofo italiano, para melhor golpeá-las. 

A presunção é a mesma que motiva a escalada em curso no país. Os derrotados arvoram-se em detentores de uma delegação transcendente que os autorizaria a expropriar a prerrogativa da urna, monopolizando a atividade política para torna-la mais uma exclusividade da elite. 

A roleta russa contra o coração do Estado de Direito precisa ser desarmada. 

Nunca o será pela última vez. Recordemos a potente lucidez de Raymundo Faoro, que vaticinou ser o Brasil um país, cujo processo histórico estaria destinado a repetir uma sucessão de tempos e formas que não passam de recondicionamentos de outros tempos. 

Ontem como hoje a interdição da vida democrática sempre foi o repto do conservadorismo derrotado nas urnas. Ontem como hoje é preciso desautoriza-lo. Essa é uma tarefa intransferível dos partidos políticos comprometidos com a justiça social e a democracia. 

Cabe-lhes ampliar e reforçar a barragem contra a maleita golpista, avivando o discernimento histórico e a organização política indispensáveis a uma sociedade que reconhece no escrutínio democrático a bússola do seu destino. 


Conspiração dos Injustos


Postado no site Carta Maior em 07/12/2014

Depressão ou tristeza do final de ano ?





Márcia Homem de Mello

Chegou mais um final de ano. Avaliações, cobranças, arrependimentos, conquistas, perdas, ganhos, enfim, fase de avaliar o que se fez ou deixou de se fazer.

Uns comemoram, outros são mais pacíficos, mais há o grupo dos entristecidos. Um grupo que nessa época se fecha, se retrai, fica muito pensativo, irritado, mais agressivo.

Ficar triste nessa época é natural, devido ás avaliações e reflexões que são feitas, e se existe ainda a lembrança da morte de um ente querido, que não foi elaborada, ou uma perda significativa (separação, emprego, reprovação escolar...), haverá o sentimento de luto pela perda.

Estamos falando da tristeza, pois é natural ficar triste durante um período. Não é normal, se existe o desejo da morte, se o indivíduo ficou triste um ano inteiro, ou deixou de fazer as atividades que fazem parte de sua rotina. Se esses sinais aparecem é indicio de que o corpo não está suportando mais, está ficando doente, é hora de se pensar em depressão.

É normal a pessoa confundir ainda hoje, depressão com tristeza, “baixo astral”, fossa, ou atribuírem os sentimentos à “fase ruim”. A tristeza é um sentimento que acontece com qualquer pessoa, mas é passageiro, não altera o funcionamento do indivíduo.

Entristecer não é deprimir. É uma conscientização da situação ou condição que não é aquela que o indivíduo desejaria que fosse, independente de ser ou não fantasiosa. Todo ser humano tem momentos de tristeza, faz parte da vida.

O dia de Natal, por ser um dia considerado cultural e socialmente familiar de união, de troca, de religiosidade, é um dia em que muitas pessoas se entristecem, pois as lembranças podem ser dolorosas, alguma feridas ainda não cicatrizadas podem voltar a sangrar, a percepção da realidade pode não agradar.

A passagem de ano, por representar o recomeço, uma nova oportunidade, o deixar para trás o que não foi bom, é um dia de festa e geralmente é mais alegre que o Natal.

Vale ressaltar que ambos os momentos tem seus simbolismos e ajudam a reflexão e amadurecimento.

Comemore a chegada do ano, mesmo que esteja só, faça um jantar diferente, coloque uma roupa que goste, se dê um presente, e quando chegar a meia noite, estoure a sua champagne ou abre uma garrafa de alguma coisa que você goste muito de tomar.

No mínimo, você terá um bom motivo para comemorar, a sua oportunidade de poder estar com vida, diante de um mundo de tanta violência. E por que não, desejar paz ao resto do mundo?

Boas Festas!





Radialista avisa fascistas : "Saiam da frente que o Brasil quer seguir em frente!"







A relação entre ativismo de extrema direita na Internet e psicopatia, segundo um novo estudo


Marcello Reis, do Revoltados Online
Marcelo Reis do Revoltados Online


Kiko Nogueira

Numa entrevista à Deutsche Welle, o diretor do Programa de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, Timothy Power, chama a atenção para os arrulhos direitistas na Internet.

“Os manifestantes que pedem o impeachment de Dilma se aproveitam da atenção midiática no período de ressaca pós-eleições”, afirma. “Hoje, a direita acha que uma conta no Twitter vale mais do que uma CUT, por exemplo, mas não é exatamente assim”.

O que se viu na Paulista nas últimas semanas é um exemplo claro dessa tendência. As dezenas de manifestantes não têm o mesmo tamanho do barulho virtual. 


Grupos como Revoltados Online, Movimento Brasil Livre e outros dão visibilidade a reacionários de todo o território nacional e ocupam espaço como pernilongos, mas quando se chega à vida real o que se vê são os gatos pingados arruaceiros de sempre.

Por que eles são tão histéricos? Por que essa vocação para a trolagem? A ciência explica.

Um estudo da revista americana Neuroethics afirma que as opiniões socialmente conservadoras têm entre 5 a 30 vezes mais chances de ser relacionadas a três transtornos de personalidade: maquiavelismo, narcisismo e psicopatia (ausência de culpa ou remorso), a chamada “tríade sombria”.

O levantamento da Universidade de Tampa, na Flórida, examinou 1200 pessoas, que se submeteram a um teste e a uma pesquisa sobre seu comportamento na rede. 

Os pesquisadores procuravam por uma ligação entre a tal tríade e gente que era a favor da pena de morte, do casamento gay, dos mercados livres, da tortura etc. Encontraram.

Veja o caso de Marcello Reis, por exemplo, do Revoltados Online. Ou do professor Alexandre Seltz, que levou um disparo de arma de taser na arruaça no Congresso e passou a se autodenominar “Choquinho”. Ou de Matheus Sathler, candidato a deputado estadual pelo PSDB do DF, que chamou homossexuais de pedófilos. Ou mesmo daquele velho cantor barbado.

Todos eles são trolls que gastam seu tempo espalhando um ódio patológico em suas contas nas redes, repercutindo a si mesmos. 

Como diz o relatório, numa “manifestação de sadismo cotidiano”. O resultado? Vergonha alheia. Mas com o zumbido de uma furadeira.


Postado no site Diário do Centro do Mundo em 07/12/2014


Sorrir faz bem !




Comprimento da Riqueza

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Emergência 911

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Serviço de Notícias do Gaguinho

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Sempre Alerta!

Sempre Alerta!

Sempre Alerta!

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Sempre Alerta!

Sempre Alerta!



Elas cantam Roberto Carlos





Zizi Possi - Proposta





Cláudia Leite - Falando Sério





Ana Carolina - Força Estranha




Fafá de Belém - Desabafo





Nana Cayme - Não se esqueça de mim




Ivete Sangalo - Os botões




Daniela Mercury e Wanderléia - Esqueça




Ivete Sangalo - Olha




Roberto Carlos e as Cantoras - Como é Grande o Meu Amor Por você