Nação Nordestina responde aos preconceituosos de São Paulo com poesia




O cearense de Alto Santo, no Vale do Jaguaribe, Bráulio Bessa Uchoa, 28 anos, é webdesigner e mantém desde dezembro de 2011 a página Nação Nordestina que hoje tem mais de um milhão de curtidas no Facebook.


Após mais uma demonstração de preconceitos contra nordestinos nas redes sociais, Bráulio resolveu responder poeticamente aos ignorantes sudestinos e também àqueles que mesmo nascendo no Nordeste, fazendo parte da elite, deixam o preconceito de classe falar mais alto e praticam o auto-preconceito, associando-se ao discurso repleto de ignorância dos seres idiotizados que acham que o fato de nascerem em São Paulo os tornam melhores que os que nascem em qualquer estado do Nordeste. 

São Paulo, a maior cidade de nordestinos fora do Nordeste, tem vários destes seres, eleitores de Alckmin, Serra, Aécio e de outras tralhas tucanas.




Maria Frô no Portal da Revista Forum


Racismo paulista de FHC: dos marmiteiros aos "grotões mal informados"




Emir Sader


Brasil 247 - 6 de Outubro de 2014


A elite brasileira – cujo setor mais significativo vive em São Paulo – nunca engoliu o Getúlio Vargas, nem o Lula, como expressões de amplos setores populares que saem do seu controle. Perderam sempre do Getúlio e perdem sempre do Lula. 

Aí apelam para a discriminação e o racismo. Nos anos 1950, a UDN chegou a propor o voto qualitativo. Onde se viu o voto de um engenheiro valer o mesmo que o voto de um operário, oras? Um valeria 10, o outro valeria 1. Cansados de perder para a maioria trabalhadora, queriam mudar as regras do liberalismo que eles mesmo pregavam, para ver se tinham melhor sorte.

Quanto à linguagem, naquela época um político, Hugo Borghi, qualificou os trabalhadores que votavam no Getúlio como “marmiteiros”, de forma depreciativa para quem levava comida de casa para o trabalho. Era a forma de discriminar os trabalhadores vinda da parte de quem nem trabalhava, menos ainda conhecia o que era uma marmita.

O Getúlio assumiu a expressão, que passou a ser usada positivamente, identificando marmiteiro com trabalhador.

A relação dessa elite com o Lula reproduz, em termos cotidianos, o mesmo tipo de clichê e de discriminação. Por um lado, tenta passar a ideia de que os setores populares que votam no PT foram subornados pelo Bolsa Família e por outras políticas do governo, da mesma forma que se fazia em relação ao salário mínimo na época do Getúlio.

Agora FHC vem falar de gente “dos grotões, mal informados”, que por essa razão não se renderiam às denúncias e aos argumentos tucanos e seguiriam votando no PT. Aponta ele certamente para a população nordestina e as populações das periferias urbanas, beneficiárias de políticas sociais ou detentoras de um posto de trabalho assalariado e que votam concentradamente nos candidatos que sentem identificados com o efeito dessas políticas em suas vidas.

Anteriormente, quando essa população nordestina, totalmente abandonada, inclusive pelo governo de FHC, votava majoritariamente na direita – na Arena, no PFL e no seu sucessor, o DEM –, não era considerada “mal informada”. Quando começa a despertar sua consciência, aparecem essas formas discriminatórias.

Como não leem ainda os artigos do FHC, ficam mal informadas, se deixam enganar, subornar, ser instrumentalizadas pelo governo e pelos partidos de esquerda. Quando a informação chegar devidamente a esses grotões, eles reconhecerão que o melhor governo que o Brasil já teve foi o do FHC, os que o sucederam foram empulhações, que distribuíram migalhas, para enganar ao povo.

Reproduz-se assim o velho sentimento elitista da contrarrevolução de 1932, que tem como ícones, até hoje venerados pela elite paulista, os bandeirantes – caçadores de índios – e Washington Luís, famoso por achar que “a questão social é questão de polícia”.


Postado no  blog Contraponto em 06/10/2014


















Jovem que não deu a mão a Aécio vai fazer B.O. por racismo e injúrias


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Por Quinze Minutos De Fama?


Ameaças, injúrias, racismo!

Entre outras coisas é o que venho enfrentando desde sexta-feira quando neguei cumprimentar um político!



Me calei fiz questão de não responder individualmente insultos que venho recebendo, pois acredito e ponho fé no direito das pessoas se posicionarem perante qualquer situação, (Democracia é isto!) e foi somente o que fiz perante o candidato, me posicionei!


Fui taxado como mal educado,(e realmente é mal educado quem nega um cumprimento a qualquer um que seja), mas só queria deixar bem claro que um candidato me estender a mão três dias antes de uma eleição, cercado de jornalistas, em um aglomerado onde jamais havia pisado, nunca representaria uma cordialidade e sim uma ação a qual tivesse aceitado o aceno do político estaria dizendo gestualmente para todos que concordo com ele e o apoio, e foi sem hipocrisia que tomei minha atitude, que foi politica sim, mas não partidária, (não defendo bandeiras), também não sou apolítico, pois faço política todos os dias quando saio de casa para trabalhar, quando convivo com meus vizinhos e temos que seguir e respeitar leis, como fiz ontem quando sai para votar!

De injúrias, como partidários do tal candidato vem postando em vários sites que repercutiram o acontecido, não acho necessário me defender, pois o que pensam de mim não me importa, só queria deixar bem claro que trabalho desde dos 14 anos de idade, e entre familiares meus estão advogados, professores, enfermeiras, músicos, poetas, pedreiros, diaristas entre outros profissionais, todos criados na comunidade e que, como eu, passaram dificuldades sim, mas jamais precisaram utilizar bolsa família ou qualquer outro recurso governamental para sobreviver (não tirando o direito dos necessitados de usufruir de tais recursos, claro).

Sobre meus textos 

Sou eu mesmo que os escreve, diferente de colocações classistas de alguns que se acham "Superiores" e que até hoje parecem viajar na utopia de que favelados são todos analfabetos, drogados, ladrões, sem recursos culturais, como mostram os personagens destas novelas imprestáveis exibidas por canais de tv!

Vocês "Superiores"

Subam o morro um dia, vamos dialogar?

Quem sabe assim possamos achar explicações para os carrões dos filhos teus que a noite não param de encostar na entrada da favela pra buscar droga e assim alimentar o tráfico!

Apertaria com convicção a mão de um que tivesse coragem de por a cara!

Sobre citações racistas e ameaças a minha integridade física pouco vou falar pois este tipo de gente não merece meu tempo nem respeito, então simplesmente tenho dado print nas conversas e postagens do gênero e farei um B.O. para me defender de qualquer coisa que possa vir a me acontecer, pois infelizmente parece que ainda vivemos na época da repressão militar ou em um feudo!

Aí tenho que ouvir de uns espertos que consegui meus Quinze minutos de fama, que já posso me candidatar para vereador na próxima eleição, brincadeira viu!

As únicas coisas que quero é que minha mãe durma tranquila (coisa que não faz desde sexta, quando saio as noites para trabalhar) e que eu tenha liberdade e saúde para seguir em busca dos meus ideais...

Paz para todos!


Postado no blog Viomundo em 06/10/2014


O jornalismo anti-realidade da "Veja"



Do site Brasil Debate:

A revista Veja publicou em seu site uma série de “fatos” econômicos, que, segundo eles, mostram que tudo piorou na economia brasileira. Seja por meio da utilização de meias verdades ou de recursos jornalísticos bastante questionáveis, a Veja inventa um Brasil inexistente e mostra mais uma vez sua face conservadora e preconceituosa.

Mas no fundo, o que a Veja quer é negar os avanços conquistados pela sociedade brasileira nos últimos 12 anos, se utilizando de recursos escusos e falaciosos na tentativa desesperada de retomar o projeto liberal e voltar ao nosso passado de crescente desigualdade.

O primeiro recurso falacioso é a utilização excessiva de questões conjunturais para desconstruir os avanços obtidos pelo Brasil ao longo dos últimos anos. A revista diz, por exemplo, que “comprar carros já não é mais tão simples”, e que o “setor elétrico está em crise”.

Segundo dados da Fenabrave, mais de 3,5 milhões de automóveis e comerciais leves foram vendidos em 2013, 152% a mais do que os 1,39 milhões em 2002, o que evidencia que bem mais brasileiros têm tido acesso à compra de um carro zero. É evidente que o momento do setor automotivo é conjuntural e que ele está hoje muito melhor do que a 12 anos atrás.

No setor elétrico, a própria revista reconhece a estiagem como fator importante na explicação das dificuldades de oferta corrente de energia, embora sempre que lhe interesse oculte este fato.

O segundo é a utilização dos tradicionais falsos axiomas conservadores que já lhe são característicos. “A Petrobrás foi devastada” e “a inflação voltou para ficar”, clama a Veja.

A Petrobrás tem batido recordes sucessivos de produção (ver AQUI e AQUI) e seu valor de mercado subiu de US$15,53 bilhões em janeiro de 2003 para US$91 bilhões de dólares atualmente, segundo a Nasdaq.

São sinais de uma empresa devastada? Ou fazem parte de uma estratégia oculta da Veja visando a sua privatização e a entrega do petróleo e do gás do pré-sal a interesses inconfessáveis?

A inflação, como mostrou o Brasil Debate (AQUI) está sob controle, fato reconhecido por quaisquer analistas honestos, pois é um fato inconteste que a inflação respeita as bandas de flutuação desde 2004.

Por fim, em terceiro, ela chega ao ponto de negar o evidente: a Veja diz que “arrumar trabalho não é mais tão fácil” e que “os ricos estão cada vez mais ricos” (como se ambos fatos realmente a preocupassem!).

A taxa de desemprego nunca foi tão baixa desde o Plano Real (leia AQUI e AQUI), o que significa que mais pessoas que estão procurando emprego conseguem encontrar, e o Brasil está com um mercado de trabalho (geração de empregos, desemprego baixo e renda média em elevação) muito mais confortável do que vários outros países (leia AQUI e AQUI).

Além disso, é uma novidade histórica que o crescimento recente da economia brasileira tenha acontecido concomitantemente à uma redução da pobreza e uma melhor distribuição de renda, o que significa que a distância entre os pobres e os ricos tem se tornado progressivamente menor.

Aliás, não é por nenhuma outra razão que a Veja busca negar a realidade brasileira e expressa tão desavergonhadamente seu repúdio à candidatura Dilma.

Os dados: 






Postado no Blog do Miro em 06/10/2014


Sorrir faz bem !






A resposta de Dilma será nas urnas



Eduardo Guimarães

A primeira vez em que me dei conta da razão pela qual há tão poucas mulheres na política foi ao longo do mandato da ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (1989 – 1993), que sucedeu o mandato do ex-presidente Jânio da Silva Quadros (1986 – 1989).


Erundina governou prioritariamente para o social. A intensidade de programas e medidas voltadas para a população mais pobre desagradou as elites paulistanas, que trataram de acionar sua máquina midiática de “desconstrução” moral.


Erundina foi massacrada pela imprensa paulista ao longo de seu mandato. Porém, por ser mulher, nordestina e, o que é pior, petista, em lugar das acusações de “corrupção” ou de “incompetência”, a principal arma usada contra si foi o deboche.

E deboche, contra mulheres, primordialmente se baseia na questão sexual – ela foi acusada de ser “sapatão”, o que, à sociedade paulistana da época, ao lado de ser “vagabunda” significava a morte moral para qualquer mulher.

A campanha contra Erundina foi tão virulenta que os paulistas preferiram escolher para sucedê-la ninguém mais, ninguém menos do que Paulo Maluf, que pariria Celso Pitta.

Após Maluf e Pitta implantarem uma genuína cleptocracia em São Paulo, com uma máfia de fiscais da prefeitura que chocou o país, deixando a capital paulista literalmente falida, mais uma vez os paulistanos chamaram uma petista para recompor as contas públicas.

Eis que, em 2000, Marta Suplicy se elege prefeita de São Paulo e retoma a profunda preocupação de Erundina com o social. Mais uma vez, os recursos gastos com o social desagradam a imprensa e a elite paulistanas e começa outra campanha de demolição moral.

Como na campanha contra Erundina, mais uma vez a questão de gênero se torna o mote. Eu 2003, Marta cometeu outro crime social, aos olhos da hiperconservadora sociedade paulistana: ousou separar-se de Eduardo Suplicy para se unir a outro homem.

Desta vez, outra pecha mortal para as mulheres brasileiras ignorou a vastidão de obras e programas de distensão social de Marta, a de “vagabunda”.

A partir dali, estereótipos com os quais as mulheres são acossadas se sucederam. Histérica, fútil etc. Marta tornou-se uma caricatura de si mesma e nunca mais se recuperou. Assim como Erundina foi derrotada por alguém como Maluf, em 2004 Marta foi derrotada por José Serra, que pariu Gilberto Kassab, quem, em 2012, viu São Paulo recorrer a outro petista para consertar os estragos da direita.

Fernando Haddad teve azar. Sua impopularidade, de 2012 para cá, foi edificada em cima das tais “jornadas de junho”, que exigiram dele o impossível após seis meses como prefeito. Contudo, sua popularidade já começa a se recuperar e nunca, jamais, foi alvo dos deboches que, em São Paulo, são tão eficientes contra mulheres fortes.

Haddad jamais foi alvo de deboches simplesmente porque é homem. Ninguém consegue citar um só deboche sexista contra ele ou contra qualquer espécime macho da política tupiniquim. Sem destruição moral em uma cidade moralista, deve se recuperar até o fim de seu mandato.

Quando Lula indicou Dilma Rousseff para sucedê-lo, preocupei-me. Ser mulher e petista continua não sendo uma boa combinação na política brasileira.

Claro que qualquer outro presidente petista teria sido alvo da campanha contra o PT que começou em 2012, quando o STF deu à direita os argumentos de que precisava para fazer a velhíssima campanha moralista contra a esquerda. Uma campanha que, inclusive, permitiu o golpe militar de 1964. Mas ser mulher ajudou a desconstruir Dilma.

A imprensa sabe usar muito bem o preconceito contra as mulheres. Principalmente quando são petistas. Em 2009, por exemplo, no UOL, um dos colunistas do portal publicou matéria em que achincalhava Dilma e Marta com epítetos “suaves” como “vadias” e “vagabundas”.



Em 2010, em pleno ano eleitoral, o mesmo UOL e o mesmo Josias publicam charge retratando a então candidata a presidente Dilma Rousseff como prostituta.


Essa é a imprensa que diz que Dilma “jogou sujo” contra Marina…


Ainda em 2010, a direita, valendo-se do fato de Dilma não ter um homem em sua vida – apesar de ser mãe e avó –, usou contra ela a mesma estratégia usada contra Erundina quase vinte anos antes: acusou-a de ser homossexual e inventou até uma “amante” para si.


A partir da desconstrução da imagem de Dilma no ano passado, o machismo contra ela tornou-se virulento. As redes sociais passaram a ser inundadas por montagens em que a presidente da República aparecia nua.

O uso do corpo nu de mulher idosa para o rosto da presidente fez sucesso entre uma legião de mulheres, inclusive, que compartilhavam essas imagens infames acompanhadas daquela indefectível onomatopeia para risadas histéricas, o odioso “kkkkkk…”

Uma das armas do machismo é o corpo nu de uma mulher. Se não estiver em forma, serve para ridicularizar; se estiver em forma, serve para acusações de promiscuidade.

Mas foi em 2014 que o machismo, a misoginia e a falta de escrúpulos contra a condição feminina de Dilma chegou ao máximo. Na abertura da Copa de 2014, na Arena Corinthians, em São Paulo, no “camarote VIP” do Banco Itaú, torcedores gritam “Hei, Dilma, vai tomar no cu”.

A imprensa se esbaldou com essa prova de falta de civilidade, apesar de dissimular. Bastaria não ter repercutido. Mas para “provar” como a presidente seria “impopular”, a Globo, e depois o resto da mídia, destacaram o fato, ainda que depois, vendo a má repercussão da atitude daquelas pessoas, tenham criticado.

Ora, bastava abafar o caso, em respeito às mulheres e à própria condição de chefe de Estado de Dilma. Mas noticiá-lo conferia verossimilhança à tese de que ela estava “acabada”, politicamente.

Dilma manteve, durante todo esse tempo – desde junho do ano passado, quando era massacrada nas manifestações –, uma postura altiva e corajosa. Jamais respondeu aos insultos, jamais perdeu a calma, jamais passou recibo.

Há cerca de um mês, a direita midiática já esfregava as mãos e salivava ante o sangue fresco de Dilma, que imaginava que seria vertido durante a eleição. Pela internet, o machismo, as piadas sexistas, as montagens infames usando a sexualidade de uma senhora sexagenária, mãe e avó, foram uma farra.

Eis que chegamos à véspera da eleição presidencial. Em algumas horas, após tantas humilhações, após tantas calúnias, após tanto machismo, finalmente Dilma responderá aos seus algozes, que terão que rezar para que ela não se reeleja em 1º turno.

Se existir justiça divina, Dilma encerrará essa eleição no próximo domingo. Mas, seja lá como for, seu alto favoritismo nesta reta final e sua condição de supremacia no segundo turno constituem a melhor resposta que essa grande mulher poderia dar.


Postado no Blog da Cidadania em 04/10/2014