Marco Antonio Araujo
Neymar é um mau exemplo para os jovens. Por trás de seu comportamento infantil, de seu jeito de bom menino, se revela uma pessoa fútil, que só pensa em dinheiro, sexo e ostentação. Um playboy. Um tonto.
Não poderia ser diferente. Afinal, não se pode esperar que um jogador de futebol, ainda adolescente, se comporte com senso de solidariedade, espírito cívico ou grandeza intelectual. Atletas costumam ter origem humilde, pouca leitura e nenhuma militância política ou humanitária.
Ademais, a responsabilidade por se tornaram heróis ou ídolos não é deles. Só uma sociedade empobrecida ética e culturalmente para permitir que cheguemos a esse ponto.
Não custa lembrar que poucos anos atrás a garotada estaria em dúvida entre admirar Caetano ou Chico, Cazuza ou Renato Russo, Mano Brown ou Lobão. Cada geração tem os talentos que merece.
O mais preocupante nisso tudo é que, hoje, milhares de crianças sonham em ser Neymar. Para que? A depender dos gostos e excentricidades do infante prodígio, para comprar iates e mansões, passar férias em Ibiza e trair sua namoradinha compulsivamente.
A bem da verdade, Neymar e Bruna Marquezine se merecem. Formam um belo casal - evidentemente que para os padrões atuais, pouco rigorosos. Eu acho um porre. Fico pensando se ela realmente estaria com ele não fossem os milhões de euros que o tornam um rapaz sexy e agradável.
Nos meados do século passado, o maior mito sexual de Hollywood, Marilyn Monroe, se casou com um astro do basebol, Joe DiMaggio. O casamento foi um fracasso. Como era inquieta e havia opções, a diva depois contraiu matrimônio com Arthur Miller, grande dramaturgo e intelectual brilhante.
Covardia fazer essas comparações. Mas necessário.
Nosso País precisa recuperar a capacidade de criar boas referências para a juventude.
Não se constrói uma nação vitoriosa com mansões e iates. Nem com jogadores de futebol. Duvida? Pergunte a um alemão.
Postado no blog O Provocador em 01/08/2014