O tempero da vida




Maria Cristina Tanajura

Quando vejo um casal de idosos em algum lugar caminhando juntos, de mãos dadas, um ajudando o outro, fico muito emocionada... Desde quando era bem jovem era assim. No fundo, é algo que gostaria de ter vivido e que, por muitas razões, não consegui até hoje. 

Acho uma vitória dois seres humanos conseguirem construir um relacionamento de muitos anos baseado no respeito mútuo, na aceitação de diferenças, na paciência, na amizade que veio crescendo mais e mais com o tempo, enfim, numa partilha saudável baseada e sustentada pelo amor verdadeiro, tão difícil de ser expresso neste plano em que estamos.

Já me aconteceu de ir até um desses casais para lhe dar parabéns e dizer o quanto estava me tornando feliz, mostrando que é possível, que acontece! 

Tenho sempre mais a certeza de que o carinho, a gentileza e o amor são os temperos da vida! Podemos conquistar muitas coisas nesta nossa caminhada, mas se não tivermos cultivado o amor, nos descobriremos muito pobres, muito vazios e solitários. 

Felizardos são aqueles que conseguem encontrar um companheiro que é realmente amigo, amante, parceiro em suas realizações, aquele que vibra com o seu sucesso e lhe dá força nas suas derrotas.

Hoje temos a liberdade de nos separarmos de quem não consegue ser nada disso pra nós, o que já é um grande avanço - penso eu - pois, enfrentando todas as dificuldades de um divórcio, estamos dizendo a nós mesmos e ao mundo que acreditamos na existência de um amor verdadeiro! 

Sim, porque se não fosse por isso, não mudaríamos. Viveríamos sem termos que enfrentar toda a problemática decorrente de uma separação.

Acreditar no amor já é um grande avanço para todos nós! Houve tempo em que se vivia junto apenas pra resolver problemas materiais e se aguentava tudo para não perder as vantagens de uma ligação considerada proveitosa. E a mulher, principalmente, era obrigada a aceitar tudo sem reclamar.

Hoje em dia ainda se vê disso, mas muito menos. Buscamos amar e ser amados. Sabemos que isso nos fará felizes e trabalhamos para conseguir uma relação duradoura e harmoniosa com quem a Vida colocou em nosso caminho.

Mas, para quem acredita na reencarnação, fica claro que nem sempre quem surge é alguém com este potencial, mas um antigo credor que se aproxima de nós para que restauremos uma relação já vivida, e de forma dolorosa, sem tantos acertos e com muitos erros. 

Como Jesus nos ensinou a "Amar ao próximo como a si mesmo", temos aí a oportunidade de exercitar a tolerância, o perdão, a perseverança... Mas é preciso que este movimento seja dos dois. Se um lado apenas tenta e o outro nada faz, acaba tornando-se uma parceria inviável, sem respeito, sem qualidade e destrutiva.

Valeu o esforço, para quem o fez, e muitas vezes, para este a dívida acabou. A consciência daquele que se considerava errado em outras vivências, pela tentativa de transformar o relacionamento através do amor, fica em paz e ele pode daí pra frente continuar o seu caminho mais leve, pronto para novas lições e oportunidades.

Nas psicografias do Mestre, ditadas através de Eva Pierrakos, ficou bem claro pra mim que "Viver é relacionar-se"... É no encontro ou no desencontro que aprendemos, crescemos. Sofremos também, mas não importa, pois se este é o caminho para a nossa transformação, terá valido a pena.

Que todos os casais que vivem de forma harmoniosa, neste imenso Universo, agradeçam a si mesmos por esta oportunidade maravilhosa de trocarem experiências de uma vida, de se auxiliarem mutuamente, de se tocarem com carinho, de se amarem!

E saibam também que o fato de existirem renova a esperança dos que ainda não conseguiram vivenciar tal prêmio, pois é assim que considero uma vida a dois, pautada na confiança e no amor.

Costumo dizer que se fosse uma fada madrinha, com infinitos poderes, sairia a voar pelo mundo, unindo os que buscam amar e ser amados! 

Seria tão bom se isso sempre fosse possível! Milhares de luzes alegres se acenderiam por todos os cantos, destruindo as trevas e suavizando a vida.

Amor - tempero da vida! 

Que cada dia mais haja encontros verdadeiros e que os desencontros ainda necessários sejam apenas degraus para que esta meta seja atingida, um dia, por todos nós!


Postado no site Somos Todos Um 



Copa: Os sádicos se regozijam



Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho

Dá até medo pensar nas manchetes e nos editoriais de nossos jornalões. Todo o ódio que mantiveram represado nas últimas semanas, por conta da alegria avassaladora dos brasileiros, voltou com força total.

Vergonha! Vexame! Humilhação! Dizem as manchetes.

Há anos não víamos fontes tão garrafais.

Exatamente os sentimentos que eles querem impor ao povo.

Nenhum esforço para aliviar as dores da nação, para levantar o astral.

Sadismo puro e exclusivo!

Que ridículo!

É como se eles quisessem se vingar da alegria que sentimos.

“Vocês vão pagar pela esperança que tiveram na seleção! Vão pagar por essa alegria criminosa que alimentaram!”, é o que dizem essas manchetes loucas.

Quando a Petrobrás anuncia o recorde de 500 mil barris diários apenas no pré-sal, a notícia vem escondida no miolo dos jornais, sem chamada na capa. Sem manchetes, sem editoriais.

Quando a seleção brasileira perde um jogo, é isso que vemos.

Agindo assim, porém, eles apenas revelam o seu conhecido sadismo. Só estão satisfeitos quando acham que podem humilhar o povo.

Só que o povo é mais inteligente do que eles pensam. A alegria do futebol é um encantamento lúdico. Uma emoção passageira.

A Copa está pertinho do final agora. Só restam três jogos. Em alguns dias, tudo terá terminado.

Mas fizemos a nossa parte. Como outros países do mundo (Alemanha, África do Sul, Coréia do Sul & Japão), sediamos uma Copa, e conseguimos divulgar uma excelente imagem do nosso país.

O retorno em turismo, em negócios, ou simplesmente em troca de experiências, é incalculável.

Até mesmo a derrota da seleção foi uma experiência que tínhamos que viver. Para entendermos melhor o papel da emoção em nossas vidas, por exemplo.

Para compreender o tamanho dos desafios que temos pela frente.

O futebol é uma grande brincadeira, e mesmo assim a gente põe o coração nele.

A vida, porém, não é uma brincadeira. É um jogo de vida e morte, que os brasileiros jogam todos os dias, trabalhando duro.

Pela mesma razão, a felicidade que a vida nos traz, através da família, do amor, da arte, do trabalho, tem muito mais profundidade que a inocente alegria de uma vitória de seu time ou da seleção.

A seleção brasileira sofreu uma derrota histórica no futebol.

Mas o povo brasileiro experimenta uma vitória igualmente histórica. Nos últimos 12 anos, a evolução do nosso país foi muito mais grandiosa do que qualquer desempenho futebolístico.

Ainda há muito o que realizar, naturalmente.

Enfrentaremos ainda muitos percalços no caminho. Cada um deles, porém, servirá para nos fazer mais fortes e mais conscientes.

Esses que aí estão, se regozijando com a tristeza de um povo, tentando espezinhá-lo ao invés de consolá-lo. Falando em humilhação, vexame e vergonha, quando o bom senso pede apenas serenidade. Esses aí mais uma vez mostram de que lado estão.

É até uma piada achar que estão tristes com a derrota da seleção.

Querem apenas enfraquecer o povo, diminuir sua alegria, deixá-lo triste, com ódio, para que reaja apenas com suas emoções baixas, não com seu bom senso.

São verdadeiros abutres, esperando ver o povo prostrar-se, deprimido, no chão, para lhe comer os olhos.

Será engraçado, todavia, ver suas caras quando o povo conscientizar-se do que acontece, e responder-lhes não com o mesmo gesto de raiva deles, mas com um sorriso maroto.

Um sorriso de quem conhece seus opressores há séculos, quiçá há milênios. E sente aquela comichão no estômago pela perspectiva de vê-lo, o opressor, perdendo a orgulhosa serenidade que o caracterizava.

Ao apelar para este sensacionalismo sádico e derrotista, a mídia brasileira revela seu desequilíbrio emocional. O mesmo que fez a seleção fazer um jogo tão feio.

Ou melhor, não o mesmo, porque não é o desequilíbrio de quem fica nervoso, sob pressão, mas o desequilíbrio que nasce da mais louca arrogância.

Então a gente ganha a partida. E se não ganhar, não tem importância. A gente joga de novo, indefinidamente, porque a única luta que se perde, como diziam os anarquistas, é aquela que se abandona!


Use o tempo como seu aliado





Eunice Ferrari

Platão dizia que "o tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel". Nessa frase, existem duas coisas importantes que devemos entender. Primeiro: o tempo caminha no seu próprio ritmo e necessidade, independente de nossa vontade e ansiedade, ele simplesmente caminha. Segundo: sua estrada é a eternidade, ou seja, ele continuará caminhando independente de nós.

O tempo é o mais sábio de todos os mestres, pois ele abriga em si duas das grandes necessidades humanas: a estrutura e o esquecimento. Em qualquer setor de nossas vidas, através da passagem do tempo unida ao nosso trabalho, temos a chance de construir uma base concreta e segura. Um grande amor, nossa carreira, uma casa, a sabedoria humana, civilizações, enfim, tudo o que pede solidez, precisa de tempo. Da mesma maneira, é ele quem cura nossas dores através do esquecimento, uma grande bênção que nos foi deixada pelo Criador. 

Ele é o nosso grande mestre e é por isso que devemos aprender a nos unir a ele, trabalhar junto em direção à concretização de nossos objetivos. Tentar controlá-lo, querer antecipá-lo, esperar que ele passe mais depressa ou achar que ele se adaptará às nossas necessidades é puro fascismo. Isso nunca acontecerá, está fora dos nossos domínios.

Enquanto não entendermos que tentar controlar o que está fora de nosso controle é uma espécie de tortura, não chegaremos nem ao menos perto da paz que procuramos. Tudo o que acontece neste mundo tem um tempo de nascimento, crescimento, maturação e morte e nenhuma etapa desse processo está em nossas mãos.

Dalai Lama tem um pensamento interessante nesse sentido. Ele nos diz que se temos um problema que tem solução, então não temos um problema, já que ele tem solução. No entanto, se temos um problema insolúvel, também não temos um problema, já que o mesmo não tem solução.

Só o tempo cicatriza nossas feridas, cura nossos medos, nos traz de volta a esperança. 

Alice Bailey, no livro A Astrologia Esotérica, nos ensina que "quando o discípulo reconhece Saturno (o Senhor do Tempo) como o deus que dá oportunidade e não o vê apenas como a divindade que traz desventura, então, ele está no caminho do aprendizado, e não apenas teoricamente, mas de fato, verdadeiramente". 

Mas por que não conseguimos fazer nossa parte e em seguida deixar o tempo atuar, da forma que for necessário? Porque nos falta fé. Porque somos movidos pelos nossos medos. Porque não confiamos na vida. 

A escolha, mais uma vez, está em nossas mãos. Aliar-se ao tempo, confiar no curso natural da vida e acreditar com fé que tudo dará certo no final.

Quando fazemos tudo o que é preciso para construir algo em nossas vidas, devemos entregar o resultado de nossas lutas nas mãos do tempo. Essa deve ser uma atitude consciente e segura.

Se você não consegue agir dessa maneira, deve começar agora um treinamento nesse sentido. Mesmo que sinta medo, vá em frente e fique atento a cada sensação, a cada paralisação e a cada pensamento negativo que passar por você.

No início, você pode sentir muito medo, angústia e uma sensação de irresponsabilidade. Mas esses sentimentos são apenas resultado de antigos padrões de comportamento que temos arraigados dentro de nós.

Está mais do que na hora de combatermos com coragem tudo o que nos paralisa e nos impede de construir um caminho de paz e felicidade.


Postado no site Somos Todos Um




Desconstruir para construir



Willes da Silva

Às vezes, é necessário pôr a casa abaixo para reconstruí-la em bases mais fortes para suportar as intempéries. Feito isso, abrigamo-nos com mais segurança e desfrutamos de maior conforto.

Assim também é com a nossa casa interior, se nos sentimos inseguros dentro dela, se somos alvos do medo, da apreensão, enfim, se nos sentimos desconfortáveis conosco mesmos é sinal de que algo não está bem em nossa estrutura, naquilo que nos mantêm ou nos nutre. 

Então, é nesse momento que necessitamos parar para conferir como verdadeiramente estamos interiormente, é chegada a hora de nos fazermos algumas perguntas acerca dos valores ou crenças que têm norteado a nossa lide existencial. 

Caminhos bons existem, mas, muitos preferem atalhos na esperança de seguir mais depressa. Porém, ante o inesperado da desconhecida trilha, são estes mesmos atalhos que os perdem de si e da própria vida, muitas das vezes numa passagem de ida sem volta. 

É fácil culpar o imprevisível ou a má orientação externa pelas quedas e fracassos, o mais difícil talvez seja responsabilizar-se pelas escolhas ou, no mínimo, ter a humildade de reconhecer os desacertos. 

Desconstruir-se, então, significa revelar-se por inteiro para si mesmo, para conscientemente e com presteza iniciar um processo de eliminação e desapego de tudo quanto foi assimilado de negativo em nível de padrão existencial e comportamental.

Para alguns pode até ser penoso desligar-se de antigas crenças, vícios, deficiências, ilusões e valores inadequados, mas, não há outro caminho que não seja este para por fim ao que causa sofrimento e frustrações comprometendo a vida e o bem-estar que se deseja.

O verdadeiro e profundo transformar-se passa, inevitavelmente, por esta invulgar vivência de superação de si mesmo, uma vez que reside interiormente toda a base da conduta humana. 

Feito isto, se inicia uma nova construção da vida baseada em posturas seletivamente conscientes, produtivas e saudáveis, onde a humildade em aprender a cada dia e a perseverança devem direcionar os fazeres de forma progressiva e constante. 

Nesse construir de novo há que existir espaço não só para as realizações do corpo e da materialidade, mas há que se pensar também em alimentar a alma, o espírito e tudo quanto seja também proveitoso e motivador para aqueles que se encontram à nossa volta, às vezes, esperançosos por uma luz que os despertem também para um novo modo de viver. 

Boa Reflexão para você. 

Willes da Silva é psicoterapeuta.

Postado no site Somos Todos Um

Viva Cazuza !




Bemvindo Siqueira



Na data de hoje, há 24 anos falecia Agenor de Miranda Araújo Neto.

Foi uma longa agonia. Para seus pais, amigos, para todo o Brasil e sobretudo para ele.

O País acompanhou cada momento da sua luta pela vida. Cada respiração ofegante, quando mesmo fragilizado ainda subia aos palcos para cantar que queria uma ideologia pra viver.

Lembro-me de te-lo visto pela última vez no palco do Teatro Castro Alvesm, em Salvador, Bahia.

Enfraquecido, ele cantava uma música, retirava-se para os bastidores a ganhar energia e voltava para mais uma emocionante performance musical.

Recusou-se à morte com altivez e dignidade, e a cada estocada de Thanatos ele retribuía com o brilho vital da sua luz.

Estou falando de Cazuza.

O genial, o maravilhoso Cazuza!

Ídolo musical de uma geração. E de muitas outras que se seguiram.

Minha neta, que tem 12 anos, travou conhecimento com a vida e obra de Cazua através do musical teatral "Cazuza".

Ficou encantada e pediu que eu colocasse neste posrto o depoimento dela, uma menina de 12 anos

- " Cazuza é maravilhoso, embora não tenha vivido na sua época amo as suas músicas. Ele é um clássico."

Cazuza ganhou fama como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho.

Dentre as composições famosas deste momento estão "Todo Amor que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço" e "Bilhetinho Azul".

Seus sucessos musicais em carreira solo: "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte Do Meu Show", "O Tempo Não Para" e "O Nosso Amor a Gente Inventa".

Após sua morte , sua mãe, Lúcia Araújo criou a Sociedade Viva Cazuza para assistência e tratamento de soropositivos, como são chamados os portadores de HIV - AIDS.

Postado no blog Bemvindo Siqueira do Portal R7 em 07/07/20'14












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